WASHINGTON - Assassinado na Malásia em 2017, Kim Jong-nam, irmão mais velho do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, era informante da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), afirmou nesta segunda-feira, 10, o jornal The Wall Street Journal.
A publicação, que cita uma fonte anônima com conhecimento do caso, afirmou que Kim Jong-nam se reuniu com agentes americanos em diversas ocasiões. A fonte citada pelo jornal americano descreveu que "havia uma ligação" entre o irmão do líder norte-coreano e a CIA.
Kim Jong-nam foi assassinado em fevereiro de 2017 no aeroporto de Kuala Lumpur por duas mulheres que o infectaram com o agente neurotóxico XV, catalogado como arma de destruição em massa pela ONU. Estados Unidos e Coreia do Sul afirmam que elas trabalhavam para a Coreia do Norte.
O regime de Kim Jong-un negou qualquer tipo de envolvimento no crime. As mulheres, a indonésia Siti Aisyah e a vietnamita Doan Thin Houng, deixaram a cadeia neste ano.
Segundo o jornal, Kim Jong-nam, que vivia em Macau, na China, tinha viajado para a Malásia para se reunir com agentes americanos. No entanto, a publicação considera pouco provável que o irmão do líder norte-coreano pudesse fornecer detalhes do funcionamento interno do país já que estava há vários anos afastado de Pyongyang e do círculo de poder.
Detalhes concretos da relação entre a CIA e o integrante da dinastia norte-coreana "ainda não estão claros", de acordo com o jornal americano. A fonte citada também afirmou que é possível que Kim Jong-nam mantivesse contato com serviços de inteligência de outros países, especialmente os da China.
Kim Jong-nam era o filho mais velho do ex-líder norte-coreano Kim Jong-il (1994-2011) e foi considerado herdeiro natural de seu pai no poder. Contudo, o irmão de Kim Jong-un caiu em desgraça no início da década de 2000 e viveu no exílio nos últimos anos de sua vida. / EFE