Israel ataca ‘alvos terroristas’ do Hezbollah no Líbano e cresce temor de escalada no conflito


Irã alertou para uma possível ‘ação preventiva’ contra Israel ‘nas próximas horas’

Por Redação

Israel realizou ataques noturnos contra “alvos terroristas” do Hezbollah no Líbano que estariam planejando entrar em território israelense, informou o Exército do país na manhã desta terça-feira. A ação ameaça intensificar o conflito no Oriente Médio e envolver mais países da região.

“O Exército de Israel está atacando alvos militares da organização terrorista Hezbollah no território libanês”, diz o comunicado divulgado pelas Forças Armadas. Entre esses alvos está um banco que seria usado para financiar o grupo.

Desde o início do conflito provocado pelo ataque terrorista sem precedentes do Hamas contra Israel, em 7 de outubro, os confrontos na fronteira israelense-libanesa deixaram cerca de dez mortos do lado libanês, a maioria combatentes, além de um jornalista da agência de notícias Reuters e outros dois civis. Do lado israelense, morreram pelo menos duas pessoas.

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A comunidade internacional teme que o conflito entre Israel e o Hamas extrapole, envolvendo o grupo islamista pró-iraniano Hezbollah, aliado do grupo palestino.

Fumaça de um bombardeio de artilharia israelense em Dahaira, uma vila libanesa na fronteira com Israel, no sul do Líbano, em resposta a um ataque do Hezbollah  Foto: Hussein Malla/AP Photo

‘Ação preventiva’

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Nessa segunda-feira, o Irã alertou para uma possível “ação preventiva” contra Israel “nas próximas horas”, no momento em que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu prepara uma ofensiva terrestre na Faixa de Gaza.

“Espera-se uma possível ação preventiva do eixo de resistência nas próximas horas”, disse o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir Abdollahian, em uma transmissão ao vivo pela televisão estatal, ao comentar sua reunião de sábado, no Líbano, com o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah.

Teerã tem advertido repetidamente que uma invasão terrestre de Gaza provocaria uma resposta de outras frentes, gerando temores de um conflito maior que envolva outros países.

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Mais cedo, nessa segunda, Amir Abdollahian e o presidente iraniano Ebrahim Raisi assinalaram que o tempo para alcançar uma solução política estava acabando e alertaram sobre a expansão da guerra entre Israel e Hamas para outras frentes.

O chanceler iraniano afirmou que “os líderes da resistência” não permitirão que Israel “faça o que quiser em Gaza”.

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Israel declarou guerra contra o grupo islamista palestino Hamas um dia depois que combatentes do movimento invadiram o território israelense, em 7 de outubro, e mataram mais de 1.400 pessoas, a maioria civis.Em resposta, Israel vem bombardeando intensamente a Faixa de Gaza, matando pelo menos 2.750 pessoas, também civis em sua maioria.

Atualmente, Israel prepara uma incursão terrestre em Gaza, onde cresce o medo entre os palestinos bloqueados no território sob os ataques israelenses.

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Visita de Biden ao Oriente Médio

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fará uma visita de solidariedade a Israel na quarta-feira, após um ataque do grupo terrorista Hamas. Na sequência Biden deve visitar Amã, capital da Jordânia, para se reunir com o líder do país, rei Abdullah, o presidente egípcio, Abdel Fattah El-Sisi, e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

Autoridades dos EUA e de Israel negociam um plano para levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza e criar “zonas seguras”. A situação humanitária em Gaza se deteriora com os bombardeios de Israel, que diz estar pronto para invadir o território, derrubar o Hamas e resgatar 199 reféns. O governo israelense decidiu retirar moradores de uma faixa de dois quilômetros na fronteira com o Líbano, onde vêm se intensificando ações do Hezbollah, grupo xiita libanês aliado do Hamas. Ambos são apoiados pelo Irã, a quem Biden adverte para não entrar diretamente no conflito.

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Projétil de artilharia israelense explode sobre uma casa em al-Bustan, uma vila do Líbano, no domingo, 15. Foto: AP/Hussein Malla

A viagem é uma tentativa do presidente americano de medir o conflito e impedir uma escalada. “O presidente reafirmará a solidariedade dos Estados Unidos com Israel e nosso compromisso inabalável com sua segurança”, disse o secretário de Estado americano, Antony Blinken, na terça-feira em Tel Aviv.

Com o aumento da preocupação de que o conflito entre Israel e o Hamas se expanda pelo Oriente Médio, o presidente americano, Joe Biden, estará em Israel e na Jordânia amanhã para encontrar líderes israelenses e árabes. Na Jordânia, Biden conversará com o rei Abdullah e os presidentes egípcio, Abdel Fattah el-Sisi, e da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

A visita de Biden ocorre enquanto a situação humanitária na Faixa de Gaza se deteriora e Israel se diz pronto para uma invasão terrestre do território. O objetivo declarado é erradicar o grupo terrorista Hamas responsável pelo ataque mais letal contra judeus desde o Holocausto. Os EUA já fornecem apoio militar com o envio de armas e dois porta-aviões, o que dobrou o poder de fogo americano na região.

Questionado se a visita atrasaria o início da operação, um porta-voz militar, Jonathan Conricus, disse que era “preciso ver”, explicando que a ação depende de “muitas variáveis”.

Blinken, que já está em Israel, anunciou a visita de Biden após mais de sete horas de conversas com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, e outras autoridades. Pouco depois, em Washington, o portavoz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca,

John Kirby, revelou que Biden também vai à Jordânia para se encontrar com o rei Abdullah e com os presidentes egípcio, Abdel Fattah elSisi, e da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

Secretário de Estado americano, Antony Blinken (direita), fala com o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, em visita do secretario a Tel Aviv na segunda, 16: 'apoio incondicional' Foto: Jacquelyn Martin, Pool/AP Photo

Segundo fontes do governo americano, autoridades dos EUA e de Israel concordaram em trabalhar no desenvolvimento de um plano para levar ajuda humanitária a Gaza e na criação de “zonas seguras”.

A visita ocorre em um momento de risco de escalada do conflito. Israel anunciou ontem um plano para retirar os moradores de uma faixa de dois quilômetros ao longo da fronteira com o Líbano, onde vêm se intensificando as ações do Hezbollah, grupo xiita libanês aliado do Hamas. Cinco pessoas já morreram na região por disparos vindos do Líbano.

O Hezbollah destruiu ontem as câmeras de vigilância de vários postos de controle de Israel na fronteira. O grupo divulgou um vídeo no qual francoatiradores acertam os equipamentos em cinco pontos diferentes, incluindo um na cidade israelense de Metula.

Risco do Hezbollah

Israel e o movimento pró-Irã Hezbollah são inimigos que travaram uma guerra de um mês em 2006. Israel considera o grupo xiita sua ameaça imediata mais séria, estimando que a milícia tenha cerca de 150 mil foguetes e mísseis apontados para seu território.

A maior preocupação dos militares israelenses é a de que o Hezbollah possa se juntar ao Hamas e abrir uma segunda frente na guerra. Biden vem constantemente pedindo para que outros atores do Oriente Médio não entrem no conflito, em um recado para Irã, apoiador dos dois grupos.

A tensão na fronteira norte de Israel atingiu um novo patamar na segunda, 16, o que levou o governo a ordenar, pela primeira vez desde 2006, a retirada de moradores da região, deslocando israelenses de 28 núcleos.

Os moradores desta faixa, que inclui 28 núcleos habitados, serão realocados em pousadas públicas, anunciou o Ministério da Defesa de Israel. Não há precedentes de um deslocamento desta população desde 2006, na guerra de Israel com o Líbano.

Palestina se desespera em meio aos escombros de um prédio após um ataque aéreo israelense no campo de refugiados de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em 17 de outubro  Foto: Mohammed Abed / AFP

A implementação do plano, aprovada pelo ministro da Defesa, Yoav Gallant, será de responsabilidade dos líderes municipais das comunidades afetadas, que foram informados nesta manhã, bem como dos Ministérios do Interior e da Defesa. A grande maioria dos 28 núcleos afetados tem entre algumas centenas e mais de mil habitantes, mas a lista também inclui a cidade de Shlomi, com 7 mil habitantes.

Ataques de domingo, 15, levaram o exército israelense a declarar uma faixa de quatro quilômetros a partir da fronteira como área fechada e a ordenar que todos os civis que vivem a menos de dois quilômetros de lá permaneçam perto de locais protegidos.

Desde o dia 8 de outubro, um dia após o ataque lançado a partir de Gaza pelo grupo terrorista Hamas contra o sul de Israel, trocas de fogo com artilharia e mísseis antitanque têm ocorrido na fronteira libanesa. Alguns dos ataques foram reivindicados pela milícia xiita libanesa Hezbollah e outros por facções palestinas presentes no território libanês.

Esses episódios resultaram em um total de 17 mortes: cinco em Israel - quatro soldados e um civil - e pelo menos 12 no Líbano, incluindo 3 civis, incluindo um cinegrafista da agência Reuters, quatro membros do Hezbollah e cinco membros de milícias palestinas.

Duas das mortes ocorreram ontem: um soldado morreu em um ataque com mísseis antitanque lançados pelo Hezbollah contra o posto militar de Nurit, e um civil de cerca de 40 anos morreu na cidade de Shtula, em um ataque também do Hezbollah./AFP, AP e EFE

Israel realizou ataques noturnos contra “alvos terroristas” do Hezbollah no Líbano que estariam planejando entrar em território israelense, informou o Exército do país na manhã desta terça-feira. A ação ameaça intensificar o conflito no Oriente Médio e envolver mais países da região.

“O Exército de Israel está atacando alvos militares da organização terrorista Hezbollah no território libanês”, diz o comunicado divulgado pelas Forças Armadas. Entre esses alvos está um banco que seria usado para financiar o grupo.

Desde o início do conflito provocado pelo ataque terrorista sem precedentes do Hamas contra Israel, em 7 de outubro, os confrontos na fronteira israelense-libanesa deixaram cerca de dez mortos do lado libanês, a maioria combatentes, além de um jornalista da agência de notícias Reuters e outros dois civis. Do lado israelense, morreram pelo menos duas pessoas.

A comunidade internacional teme que o conflito entre Israel e o Hamas extrapole, envolvendo o grupo islamista pró-iraniano Hezbollah, aliado do grupo palestino.

Fumaça de um bombardeio de artilharia israelense em Dahaira, uma vila libanesa na fronteira com Israel, no sul do Líbano, em resposta a um ataque do Hezbollah  Foto: Hussein Malla/AP Photo

‘Ação preventiva’

Nessa segunda-feira, o Irã alertou para uma possível “ação preventiva” contra Israel “nas próximas horas”, no momento em que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu prepara uma ofensiva terrestre na Faixa de Gaza.

“Espera-se uma possível ação preventiva do eixo de resistência nas próximas horas”, disse o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir Abdollahian, em uma transmissão ao vivo pela televisão estatal, ao comentar sua reunião de sábado, no Líbano, com o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah.

Teerã tem advertido repetidamente que uma invasão terrestre de Gaza provocaria uma resposta de outras frentes, gerando temores de um conflito maior que envolva outros países.

Mais cedo, nessa segunda, Amir Abdollahian e o presidente iraniano Ebrahim Raisi assinalaram que o tempo para alcançar uma solução política estava acabando e alertaram sobre a expansão da guerra entre Israel e Hamas para outras frentes.

O chanceler iraniano afirmou que “os líderes da resistência” não permitirão que Israel “faça o que quiser em Gaza”.

Israel declarou guerra contra o grupo islamista palestino Hamas um dia depois que combatentes do movimento invadiram o território israelense, em 7 de outubro, e mataram mais de 1.400 pessoas, a maioria civis.Em resposta, Israel vem bombardeando intensamente a Faixa de Gaza, matando pelo menos 2.750 pessoas, também civis em sua maioria.

Atualmente, Israel prepara uma incursão terrestre em Gaza, onde cresce o medo entre os palestinos bloqueados no território sob os ataques israelenses.

Visita de Biden ao Oriente Médio

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fará uma visita de solidariedade a Israel na quarta-feira, após um ataque do grupo terrorista Hamas. Na sequência Biden deve visitar Amã, capital da Jordânia, para se reunir com o líder do país, rei Abdullah, o presidente egípcio, Abdel Fattah El-Sisi, e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

Autoridades dos EUA e de Israel negociam um plano para levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza e criar “zonas seguras”. A situação humanitária em Gaza se deteriora com os bombardeios de Israel, que diz estar pronto para invadir o território, derrubar o Hamas e resgatar 199 reféns. O governo israelense decidiu retirar moradores de uma faixa de dois quilômetros na fronteira com o Líbano, onde vêm se intensificando ações do Hezbollah, grupo xiita libanês aliado do Hamas. Ambos são apoiados pelo Irã, a quem Biden adverte para não entrar diretamente no conflito.

Projétil de artilharia israelense explode sobre uma casa em al-Bustan, uma vila do Líbano, no domingo, 15. Foto: AP/Hussein Malla

A viagem é uma tentativa do presidente americano de medir o conflito e impedir uma escalada. “O presidente reafirmará a solidariedade dos Estados Unidos com Israel e nosso compromisso inabalável com sua segurança”, disse o secretário de Estado americano, Antony Blinken, na terça-feira em Tel Aviv.

Com o aumento da preocupação de que o conflito entre Israel e o Hamas se expanda pelo Oriente Médio, o presidente americano, Joe Biden, estará em Israel e na Jordânia amanhã para encontrar líderes israelenses e árabes. Na Jordânia, Biden conversará com o rei Abdullah e os presidentes egípcio, Abdel Fattah el-Sisi, e da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

A visita de Biden ocorre enquanto a situação humanitária na Faixa de Gaza se deteriora e Israel se diz pronto para uma invasão terrestre do território. O objetivo declarado é erradicar o grupo terrorista Hamas responsável pelo ataque mais letal contra judeus desde o Holocausto. Os EUA já fornecem apoio militar com o envio de armas e dois porta-aviões, o que dobrou o poder de fogo americano na região.

Questionado se a visita atrasaria o início da operação, um porta-voz militar, Jonathan Conricus, disse que era “preciso ver”, explicando que a ação depende de “muitas variáveis”.

Blinken, que já está em Israel, anunciou a visita de Biden após mais de sete horas de conversas com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, e outras autoridades. Pouco depois, em Washington, o portavoz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca,

John Kirby, revelou que Biden também vai à Jordânia para se encontrar com o rei Abdullah e com os presidentes egípcio, Abdel Fattah elSisi, e da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

Secretário de Estado americano, Antony Blinken (direita), fala com o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, em visita do secretario a Tel Aviv na segunda, 16: 'apoio incondicional' Foto: Jacquelyn Martin, Pool/AP Photo

Segundo fontes do governo americano, autoridades dos EUA e de Israel concordaram em trabalhar no desenvolvimento de um plano para levar ajuda humanitária a Gaza e na criação de “zonas seguras”.

A visita ocorre em um momento de risco de escalada do conflito. Israel anunciou ontem um plano para retirar os moradores de uma faixa de dois quilômetros ao longo da fronteira com o Líbano, onde vêm se intensificando as ações do Hezbollah, grupo xiita libanês aliado do Hamas. Cinco pessoas já morreram na região por disparos vindos do Líbano.

O Hezbollah destruiu ontem as câmeras de vigilância de vários postos de controle de Israel na fronteira. O grupo divulgou um vídeo no qual francoatiradores acertam os equipamentos em cinco pontos diferentes, incluindo um na cidade israelense de Metula.

Risco do Hezbollah

Israel e o movimento pró-Irã Hezbollah são inimigos que travaram uma guerra de um mês em 2006. Israel considera o grupo xiita sua ameaça imediata mais séria, estimando que a milícia tenha cerca de 150 mil foguetes e mísseis apontados para seu território.

A maior preocupação dos militares israelenses é a de que o Hezbollah possa se juntar ao Hamas e abrir uma segunda frente na guerra. Biden vem constantemente pedindo para que outros atores do Oriente Médio não entrem no conflito, em um recado para Irã, apoiador dos dois grupos.

A tensão na fronteira norte de Israel atingiu um novo patamar na segunda, 16, o que levou o governo a ordenar, pela primeira vez desde 2006, a retirada de moradores da região, deslocando israelenses de 28 núcleos.

Os moradores desta faixa, que inclui 28 núcleos habitados, serão realocados em pousadas públicas, anunciou o Ministério da Defesa de Israel. Não há precedentes de um deslocamento desta população desde 2006, na guerra de Israel com o Líbano.

Palestina se desespera em meio aos escombros de um prédio após um ataque aéreo israelense no campo de refugiados de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em 17 de outubro  Foto: Mohammed Abed / AFP

A implementação do plano, aprovada pelo ministro da Defesa, Yoav Gallant, será de responsabilidade dos líderes municipais das comunidades afetadas, que foram informados nesta manhã, bem como dos Ministérios do Interior e da Defesa. A grande maioria dos 28 núcleos afetados tem entre algumas centenas e mais de mil habitantes, mas a lista também inclui a cidade de Shlomi, com 7 mil habitantes.

Ataques de domingo, 15, levaram o exército israelense a declarar uma faixa de quatro quilômetros a partir da fronteira como área fechada e a ordenar que todos os civis que vivem a menos de dois quilômetros de lá permaneçam perto de locais protegidos.

Desde o dia 8 de outubro, um dia após o ataque lançado a partir de Gaza pelo grupo terrorista Hamas contra o sul de Israel, trocas de fogo com artilharia e mísseis antitanque têm ocorrido na fronteira libanesa. Alguns dos ataques foram reivindicados pela milícia xiita libanesa Hezbollah e outros por facções palestinas presentes no território libanês.

Esses episódios resultaram em um total de 17 mortes: cinco em Israel - quatro soldados e um civil - e pelo menos 12 no Líbano, incluindo 3 civis, incluindo um cinegrafista da agência Reuters, quatro membros do Hezbollah e cinco membros de milícias palestinas.

Duas das mortes ocorreram ontem: um soldado morreu em um ataque com mísseis antitanque lançados pelo Hezbollah contra o posto militar de Nurit, e um civil de cerca de 40 anos morreu na cidade de Shtula, em um ataque também do Hezbollah./AFP, AP e EFE

Israel realizou ataques noturnos contra “alvos terroristas” do Hezbollah no Líbano que estariam planejando entrar em território israelense, informou o Exército do país na manhã desta terça-feira. A ação ameaça intensificar o conflito no Oriente Médio e envolver mais países da região.

“O Exército de Israel está atacando alvos militares da organização terrorista Hezbollah no território libanês”, diz o comunicado divulgado pelas Forças Armadas. Entre esses alvos está um banco que seria usado para financiar o grupo.

Desde o início do conflito provocado pelo ataque terrorista sem precedentes do Hamas contra Israel, em 7 de outubro, os confrontos na fronteira israelense-libanesa deixaram cerca de dez mortos do lado libanês, a maioria combatentes, além de um jornalista da agência de notícias Reuters e outros dois civis. Do lado israelense, morreram pelo menos duas pessoas.

A comunidade internacional teme que o conflito entre Israel e o Hamas extrapole, envolvendo o grupo islamista pró-iraniano Hezbollah, aliado do grupo palestino.

Fumaça de um bombardeio de artilharia israelense em Dahaira, uma vila libanesa na fronteira com Israel, no sul do Líbano, em resposta a um ataque do Hezbollah  Foto: Hussein Malla/AP Photo

‘Ação preventiva’

Nessa segunda-feira, o Irã alertou para uma possível “ação preventiva” contra Israel “nas próximas horas”, no momento em que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu prepara uma ofensiva terrestre na Faixa de Gaza.

“Espera-se uma possível ação preventiva do eixo de resistência nas próximas horas”, disse o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir Abdollahian, em uma transmissão ao vivo pela televisão estatal, ao comentar sua reunião de sábado, no Líbano, com o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah.

Teerã tem advertido repetidamente que uma invasão terrestre de Gaza provocaria uma resposta de outras frentes, gerando temores de um conflito maior que envolva outros países.

Mais cedo, nessa segunda, Amir Abdollahian e o presidente iraniano Ebrahim Raisi assinalaram que o tempo para alcançar uma solução política estava acabando e alertaram sobre a expansão da guerra entre Israel e Hamas para outras frentes.

O chanceler iraniano afirmou que “os líderes da resistência” não permitirão que Israel “faça o que quiser em Gaza”.

Israel declarou guerra contra o grupo islamista palestino Hamas um dia depois que combatentes do movimento invadiram o território israelense, em 7 de outubro, e mataram mais de 1.400 pessoas, a maioria civis.Em resposta, Israel vem bombardeando intensamente a Faixa de Gaza, matando pelo menos 2.750 pessoas, também civis em sua maioria.

Atualmente, Israel prepara uma incursão terrestre em Gaza, onde cresce o medo entre os palestinos bloqueados no território sob os ataques israelenses.

Visita de Biden ao Oriente Médio

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fará uma visita de solidariedade a Israel na quarta-feira, após um ataque do grupo terrorista Hamas. Na sequência Biden deve visitar Amã, capital da Jordânia, para se reunir com o líder do país, rei Abdullah, o presidente egípcio, Abdel Fattah El-Sisi, e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

Autoridades dos EUA e de Israel negociam um plano para levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza e criar “zonas seguras”. A situação humanitária em Gaza se deteriora com os bombardeios de Israel, que diz estar pronto para invadir o território, derrubar o Hamas e resgatar 199 reféns. O governo israelense decidiu retirar moradores de uma faixa de dois quilômetros na fronteira com o Líbano, onde vêm se intensificando ações do Hezbollah, grupo xiita libanês aliado do Hamas. Ambos são apoiados pelo Irã, a quem Biden adverte para não entrar diretamente no conflito.

Projétil de artilharia israelense explode sobre uma casa em al-Bustan, uma vila do Líbano, no domingo, 15. Foto: AP/Hussein Malla

A viagem é uma tentativa do presidente americano de medir o conflito e impedir uma escalada. “O presidente reafirmará a solidariedade dos Estados Unidos com Israel e nosso compromisso inabalável com sua segurança”, disse o secretário de Estado americano, Antony Blinken, na terça-feira em Tel Aviv.

Com o aumento da preocupação de que o conflito entre Israel e o Hamas se expanda pelo Oriente Médio, o presidente americano, Joe Biden, estará em Israel e na Jordânia amanhã para encontrar líderes israelenses e árabes. Na Jordânia, Biden conversará com o rei Abdullah e os presidentes egípcio, Abdel Fattah el-Sisi, e da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

A visita de Biden ocorre enquanto a situação humanitária na Faixa de Gaza se deteriora e Israel se diz pronto para uma invasão terrestre do território. O objetivo declarado é erradicar o grupo terrorista Hamas responsável pelo ataque mais letal contra judeus desde o Holocausto. Os EUA já fornecem apoio militar com o envio de armas e dois porta-aviões, o que dobrou o poder de fogo americano na região.

Questionado se a visita atrasaria o início da operação, um porta-voz militar, Jonathan Conricus, disse que era “preciso ver”, explicando que a ação depende de “muitas variáveis”.

Blinken, que já está em Israel, anunciou a visita de Biden após mais de sete horas de conversas com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, e outras autoridades. Pouco depois, em Washington, o portavoz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca,

John Kirby, revelou que Biden também vai à Jordânia para se encontrar com o rei Abdullah e com os presidentes egípcio, Abdel Fattah elSisi, e da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

Secretário de Estado americano, Antony Blinken (direita), fala com o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, em visita do secretario a Tel Aviv na segunda, 16: 'apoio incondicional' Foto: Jacquelyn Martin, Pool/AP Photo

Segundo fontes do governo americano, autoridades dos EUA e de Israel concordaram em trabalhar no desenvolvimento de um plano para levar ajuda humanitária a Gaza e na criação de “zonas seguras”.

A visita ocorre em um momento de risco de escalada do conflito. Israel anunciou ontem um plano para retirar os moradores de uma faixa de dois quilômetros ao longo da fronteira com o Líbano, onde vêm se intensificando as ações do Hezbollah, grupo xiita libanês aliado do Hamas. Cinco pessoas já morreram na região por disparos vindos do Líbano.

O Hezbollah destruiu ontem as câmeras de vigilância de vários postos de controle de Israel na fronteira. O grupo divulgou um vídeo no qual francoatiradores acertam os equipamentos em cinco pontos diferentes, incluindo um na cidade israelense de Metula.

Risco do Hezbollah

Israel e o movimento pró-Irã Hezbollah são inimigos que travaram uma guerra de um mês em 2006. Israel considera o grupo xiita sua ameaça imediata mais séria, estimando que a milícia tenha cerca de 150 mil foguetes e mísseis apontados para seu território.

A maior preocupação dos militares israelenses é a de que o Hezbollah possa se juntar ao Hamas e abrir uma segunda frente na guerra. Biden vem constantemente pedindo para que outros atores do Oriente Médio não entrem no conflito, em um recado para Irã, apoiador dos dois grupos.

A tensão na fronteira norte de Israel atingiu um novo patamar na segunda, 16, o que levou o governo a ordenar, pela primeira vez desde 2006, a retirada de moradores da região, deslocando israelenses de 28 núcleos.

Os moradores desta faixa, que inclui 28 núcleos habitados, serão realocados em pousadas públicas, anunciou o Ministério da Defesa de Israel. Não há precedentes de um deslocamento desta população desde 2006, na guerra de Israel com o Líbano.

Palestina se desespera em meio aos escombros de um prédio após um ataque aéreo israelense no campo de refugiados de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em 17 de outubro  Foto: Mohammed Abed / AFP

A implementação do plano, aprovada pelo ministro da Defesa, Yoav Gallant, será de responsabilidade dos líderes municipais das comunidades afetadas, que foram informados nesta manhã, bem como dos Ministérios do Interior e da Defesa. A grande maioria dos 28 núcleos afetados tem entre algumas centenas e mais de mil habitantes, mas a lista também inclui a cidade de Shlomi, com 7 mil habitantes.

Ataques de domingo, 15, levaram o exército israelense a declarar uma faixa de quatro quilômetros a partir da fronteira como área fechada e a ordenar que todos os civis que vivem a menos de dois quilômetros de lá permaneçam perto de locais protegidos.

Desde o dia 8 de outubro, um dia após o ataque lançado a partir de Gaza pelo grupo terrorista Hamas contra o sul de Israel, trocas de fogo com artilharia e mísseis antitanque têm ocorrido na fronteira libanesa. Alguns dos ataques foram reivindicados pela milícia xiita libanesa Hezbollah e outros por facções palestinas presentes no território libanês.

Esses episódios resultaram em um total de 17 mortes: cinco em Israel - quatro soldados e um civil - e pelo menos 12 no Líbano, incluindo 3 civis, incluindo um cinegrafista da agência Reuters, quatro membros do Hezbollah e cinco membros de milícias palestinas.

Duas das mortes ocorreram ontem: um soldado morreu em um ataque com mísseis antitanque lançados pelo Hezbollah contra o posto militar de Nurit, e um civil de cerca de 40 anos morreu na cidade de Shtula, em um ataque também do Hezbollah./AFP, AP e EFE

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