Minutos após a Corte Internacional de Justiça (CIJ) ordenar que Israel “suspendesse imediatamente” suas operações militares em Rafah nesta sexta-feira, 24, as Forças de Defesa de Israel (FDI) realizaram uma série de ataques aéreos no campo de Shaboura, no centro da cidade ao sul de Gaza, de acordo com relatos da imprensa internacional.
Citando moradores e médicos de Rafah, a agência Reuters afirmou que aviões de guerra israelenses bombardearam alvos em Rafah, onde uma espessa nuvem de fumaça podia ser vista subindo no ar na sequência. Para a rede britânica BBC, um morador relatou que as equipes de resgate do hospital não conseguiram chegar ao local dos ataques devido à sua intensidade.
Mais cedo, caças israelenses sobrevoaram a Faixa de Gaza durante a noite e explosões foram ouvidas ao norte, segundo equipes da AFP, que também relataram que navios de guerra israelenses dispararam contra a costa. O Exército israelense relatou tiros e morteiros contra seus soldados no centro do enclave.
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O tribunal, com sede em Haia, ordenou que Israel deveria “interromper imediatamente a sua ofensiva militar e quaisquer outras ações na província de Rafah que imponham condições de vida aos palestinos em Gaza e que possam levar à sua destruição física total ou parcial”.
A CIJ também ordenou que Israel mantivesse aberta a passagem de Rafah para que os habitantes de Gaza pudessem receber ajuda humanitária “sem restrições” e pediu a “libertação imediata e incondicional” dos reféns raptados pelo Hamas no ataque de 7 de outubro e ainda mantidos em cativeiro em Gaza.
Nesta sexta, a Casa Branca informou que o presidente do Egito, Abdel Fattah al Sissi, concordou com seu contraparte americano, Joe Biden, em permitir a entrada de ajuda da ONU pela passagem de Kerem Shalom, em Rafah.
“O presidente Biden saudou o compromisso do presidente al Sissi de permitir a chegada de assistência humanitária fornecida pela ONU” através da passagem fronteiriça, disse a residência oficial da Presidência americana, acrescentando que “isto ajudará a salvar vidas”.
Israel declarou, por sua vez, que “continuará permitindo que a passagem de Rafah permaneça aberta para a entrada de ajuda humanitária do lado egípcio da fronteira e impedirá que grupos terroristas controlem a passagem”.
Israel também afirmou que suas operações militares em Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, não supõem nenhum “risco de destruição da população civil palestina. governo de Binyamin Netanyahu, que considera essencial invadir a cidade no sul da Faixa de Gaza para derrotar o Hamas.
“Israel não realizou nem realizará operações militares na zona de Rafah que gerem condições de vida que possam causar a destruição da população civil palestina, total ou parcialmente”, declarou o assessor de Segurança Nacional, Tzachi Hanegbi, em um comunicado conjunto com o porta-voz da chancelaria./Com AFP.