Israel cobra desculpas da Rússia após chanceler afirmar que ‘Hitler tinha sangue judeu’


Em entrevista a TV italiana, Serguei Lavrov disse que fato do presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, ser judeu não impedia presença de nazistas no país e fez comparação com líder nazista

Por Steve Hendrix
Atualização:

THE WASHINGTON POST, JERUSALÉM - Autoridades israelenses reagiram com fúria nesta segunda-feira, 2, depois que o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, acusou o presidente judeu da Ucrânia, Volodmir Zelenski, de apoiar o nazismo e afirmou que “Hitler também tinha sangue judeu”.

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O ministro das Relações Exteriores de Israel, Yair Lapid, disse que o embaixador da Rússia em Israel seria formalmente convocado para explicar os comentários, que Lapid chamou de “imperdoáveis e ultrajantes”. Ele disse que Israel exigiria um pedido de desculpas do governo russo por empregar uma frase antissemita sem fundamento: que Adolf Hitler, líder do Terceiro Reich nazista e autor do Holocausto, era de ascendência judaica.

Em um comunicado, o primeiro-ministro israelense Naftali Bennett disse que as “palavras de Lavrov são falsas e suas intenções estão erradas”.

“O objetivo de tais mentiras é acusar os próprios judeus dos crimes mais terríveis da história, que foram perpetrados contra eles, e assim absolver os inimigos de Israel de responsabilidade”, disse ele. “O uso do Holocausto do povo judeu como ferramenta política deve cessar imediatamente.”

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O premiê israelense, Naftali Bennett (direita), e o chanceler Yair Lapid (esquerda) repudiaram as declarações de Serguei Lavrov. Foto: Menahem Kahana/Pool Photo via AP

Lavrov fez os comentários em uma entrevista no domingo, 1°, na televisão italiana, enquanto tentava justificar a invasão da Ucrânia pela Rússia. O presidente russo, Vladimir Putin, disse que foi obrigado a lançar uma “operação militar especial” em fevereiro, em parte porque, segundo ele, a Ucrânia é dominada e governada por neonazistas. Pressionado a conciliar essas alegações de “desnazificação” com a identidade judaica de Zelenski, Lavrov desconsiderou o fato como relevante.

“E daí se Zelenski é judeu”, disse Lavrov, de acordo com uma tradução de seus comentários, que ele fez em russo. “O fato não nega os elementos nazistas na Ucrânia. Acredito que Hitler também tinha sangue judeu”.

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Alguns dos piores antissemitas são judeus

Serguei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia

A indignação com os comentários de Lavrov rapidamente se espalhou por Israel. Dani Dayan, presidente do Yad Vashem, o principal museu e centro de pesquisa do Holocausto de Israel, classificou-os como “perigosos” e “um duro golpe para as vítimas do verdadeiro nazismo”.

O vice-ministro da Economia e Indústria de Israel, Yair Golan, disse em uma entrevista de rádio na segunda-feira que os comentários de Lavrov refletem “o que o regime russo realmente é - um regime violento que não hesita em acabar com seus rivais por dentro, invadir um país estrangeiro e acusá-lo de reviver o nazismo”.

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Na Ucrânia, o ministro das Relações Exteriores, Dmitro Kuleba, tuitou que as palavras de Lavrov “demonstram que a Rússia de hoje está cheia de ódio contra outras nações”.

Os comentários de Lavrov pareciam endurecer a reação de Israel à invasão russa, que evoluiu durante o curso da guerra.

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Jerusalém inicialmente denunciou os combates, mas moderou suas críticas diretas à Rússia por preocupações com seu relacionamento de segurança mais amplo com Moscou. Israel depende das forças russas para permitir ataques aéreos não reconhecidos contra militantes apoiados pelo Irã dentro da Síria, de acordo com analistas militares.

Bennett, que tinha boas relações com Putin e Zelenski, também disse que queria manter um grau de neutralidade para poder atuar como mediador, papel que desempenhou nas primeiras semanas do conflito.

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Mas, à medida que os combates na Ucrânia continuam e o número de civis mortos aumenta, Israel tornou-se cada vez mais enérgico ao denunciar a Rússia. Lapid, em particular, tem sido irrestrito em suas críticas.

Em abril, ele acusou a Rússia de crimes de guerra após revelações de atrocidades na cidade ucraniana de Bucha.

“Um país grande e poderoso invadiu um vizinho menor sem qualquer justificativa. Mais uma vez, o chão está encharcado com o sangue de civis inocentes”, disse Lapid durante uma aparição pública na Grécia.

Moscou expressou fúria no final de abril depois que Lapid votou nas Nações Unidas para suspender a Rússia do Conselho de Direitos Humanos da ONU. A Rússia disse que era uma tentativa de distrair o mundo do conflito israelense-palestino não resolvido.

O governo russo não fez um comentário imediato sobre o pedido de desculpas de Israel pelos comentários de Lavrov.

THE WASHINGTON POST, JERUSALÉM - Autoridades israelenses reagiram com fúria nesta segunda-feira, 2, depois que o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, acusou o presidente judeu da Ucrânia, Volodmir Zelenski, de apoiar o nazismo e afirmou que “Hitler também tinha sangue judeu”.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Yair Lapid, disse que o embaixador da Rússia em Israel seria formalmente convocado para explicar os comentários, que Lapid chamou de “imperdoáveis e ultrajantes”. Ele disse que Israel exigiria um pedido de desculpas do governo russo por empregar uma frase antissemita sem fundamento: que Adolf Hitler, líder do Terceiro Reich nazista e autor do Holocausto, era de ascendência judaica.

Em um comunicado, o primeiro-ministro israelense Naftali Bennett disse que as “palavras de Lavrov são falsas e suas intenções estão erradas”.

“O objetivo de tais mentiras é acusar os próprios judeus dos crimes mais terríveis da história, que foram perpetrados contra eles, e assim absolver os inimigos de Israel de responsabilidade”, disse ele. “O uso do Holocausto do povo judeu como ferramenta política deve cessar imediatamente.”

O premiê israelense, Naftali Bennett (direita), e o chanceler Yair Lapid (esquerda) repudiaram as declarações de Serguei Lavrov. Foto: Menahem Kahana/Pool Photo via AP

Lavrov fez os comentários em uma entrevista no domingo, 1°, na televisão italiana, enquanto tentava justificar a invasão da Ucrânia pela Rússia. O presidente russo, Vladimir Putin, disse que foi obrigado a lançar uma “operação militar especial” em fevereiro, em parte porque, segundo ele, a Ucrânia é dominada e governada por neonazistas. Pressionado a conciliar essas alegações de “desnazificação” com a identidade judaica de Zelenski, Lavrov desconsiderou o fato como relevante.

“E daí se Zelenski é judeu”, disse Lavrov, de acordo com uma tradução de seus comentários, que ele fez em russo. “O fato não nega os elementos nazistas na Ucrânia. Acredito que Hitler também tinha sangue judeu”.

Alguns dos piores antissemitas são judeus

Serguei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia

A indignação com os comentários de Lavrov rapidamente se espalhou por Israel. Dani Dayan, presidente do Yad Vashem, o principal museu e centro de pesquisa do Holocausto de Israel, classificou-os como “perigosos” e “um duro golpe para as vítimas do verdadeiro nazismo”.

O vice-ministro da Economia e Indústria de Israel, Yair Golan, disse em uma entrevista de rádio na segunda-feira que os comentários de Lavrov refletem “o que o regime russo realmente é - um regime violento que não hesita em acabar com seus rivais por dentro, invadir um país estrangeiro e acusá-lo de reviver o nazismo”.

Na Ucrânia, o ministro das Relações Exteriores, Dmitro Kuleba, tuitou que as palavras de Lavrov “demonstram que a Rússia de hoje está cheia de ódio contra outras nações”.

Os comentários de Lavrov pareciam endurecer a reação de Israel à invasão russa, que evoluiu durante o curso da guerra.

Jerusalém inicialmente denunciou os combates, mas moderou suas críticas diretas à Rússia por preocupações com seu relacionamento de segurança mais amplo com Moscou. Israel depende das forças russas para permitir ataques aéreos não reconhecidos contra militantes apoiados pelo Irã dentro da Síria, de acordo com analistas militares.

Bennett, que tinha boas relações com Putin e Zelenski, também disse que queria manter um grau de neutralidade para poder atuar como mediador, papel que desempenhou nas primeiras semanas do conflito.

Mas, à medida que os combates na Ucrânia continuam e o número de civis mortos aumenta, Israel tornou-se cada vez mais enérgico ao denunciar a Rússia. Lapid, em particular, tem sido irrestrito em suas críticas.

Em abril, ele acusou a Rússia de crimes de guerra após revelações de atrocidades na cidade ucraniana de Bucha.

“Um país grande e poderoso invadiu um vizinho menor sem qualquer justificativa. Mais uma vez, o chão está encharcado com o sangue de civis inocentes”, disse Lapid durante uma aparição pública na Grécia.

Moscou expressou fúria no final de abril depois que Lapid votou nas Nações Unidas para suspender a Rússia do Conselho de Direitos Humanos da ONU. A Rússia disse que era uma tentativa de distrair o mundo do conflito israelense-palestino não resolvido.

O governo russo não fez um comentário imediato sobre o pedido de desculpas de Israel pelos comentários de Lavrov.

THE WASHINGTON POST, JERUSALÉM - Autoridades israelenses reagiram com fúria nesta segunda-feira, 2, depois que o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, acusou o presidente judeu da Ucrânia, Volodmir Zelenski, de apoiar o nazismo e afirmou que “Hitler também tinha sangue judeu”.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Yair Lapid, disse que o embaixador da Rússia em Israel seria formalmente convocado para explicar os comentários, que Lapid chamou de “imperdoáveis e ultrajantes”. Ele disse que Israel exigiria um pedido de desculpas do governo russo por empregar uma frase antissemita sem fundamento: que Adolf Hitler, líder do Terceiro Reich nazista e autor do Holocausto, era de ascendência judaica.

Em um comunicado, o primeiro-ministro israelense Naftali Bennett disse que as “palavras de Lavrov são falsas e suas intenções estão erradas”.

“O objetivo de tais mentiras é acusar os próprios judeus dos crimes mais terríveis da história, que foram perpetrados contra eles, e assim absolver os inimigos de Israel de responsabilidade”, disse ele. “O uso do Holocausto do povo judeu como ferramenta política deve cessar imediatamente.”

O premiê israelense, Naftali Bennett (direita), e o chanceler Yair Lapid (esquerda) repudiaram as declarações de Serguei Lavrov. Foto: Menahem Kahana/Pool Photo via AP

Lavrov fez os comentários em uma entrevista no domingo, 1°, na televisão italiana, enquanto tentava justificar a invasão da Ucrânia pela Rússia. O presidente russo, Vladimir Putin, disse que foi obrigado a lançar uma “operação militar especial” em fevereiro, em parte porque, segundo ele, a Ucrânia é dominada e governada por neonazistas. Pressionado a conciliar essas alegações de “desnazificação” com a identidade judaica de Zelenski, Lavrov desconsiderou o fato como relevante.

“E daí se Zelenski é judeu”, disse Lavrov, de acordo com uma tradução de seus comentários, que ele fez em russo. “O fato não nega os elementos nazistas na Ucrânia. Acredito que Hitler também tinha sangue judeu”.

Alguns dos piores antissemitas são judeus

Serguei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia

A indignação com os comentários de Lavrov rapidamente se espalhou por Israel. Dani Dayan, presidente do Yad Vashem, o principal museu e centro de pesquisa do Holocausto de Israel, classificou-os como “perigosos” e “um duro golpe para as vítimas do verdadeiro nazismo”.

O vice-ministro da Economia e Indústria de Israel, Yair Golan, disse em uma entrevista de rádio na segunda-feira que os comentários de Lavrov refletem “o que o regime russo realmente é - um regime violento que não hesita em acabar com seus rivais por dentro, invadir um país estrangeiro e acusá-lo de reviver o nazismo”.

Na Ucrânia, o ministro das Relações Exteriores, Dmitro Kuleba, tuitou que as palavras de Lavrov “demonstram que a Rússia de hoje está cheia de ódio contra outras nações”.

Os comentários de Lavrov pareciam endurecer a reação de Israel à invasão russa, que evoluiu durante o curso da guerra.

Jerusalém inicialmente denunciou os combates, mas moderou suas críticas diretas à Rússia por preocupações com seu relacionamento de segurança mais amplo com Moscou. Israel depende das forças russas para permitir ataques aéreos não reconhecidos contra militantes apoiados pelo Irã dentro da Síria, de acordo com analistas militares.

Bennett, que tinha boas relações com Putin e Zelenski, também disse que queria manter um grau de neutralidade para poder atuar como mediador, papel que desempenhou nas primeiras semanas do conflito.

Mas, à medida que os combates na Ucrânia continuam e o número de civis mortos aumenta, Israel tornou-se cada vez mais enérgico ao denunciar a Rússia. Lapid, em particular, tem sido irrestrito em suas críticas.

Em abril, ele acusou a Rússia de crimes de guerra após revelações de atrocidades na cidade ucraniana de Bucha.

“Um país grande e poderoso invadiu um vizinho menor sem qualquer justificativa. Mais uma vez, o chão está encharcado com o sangue de civis inocentes”, disse Lapid durante uma aparição pública na Grécia.

Moscou expressou fúria no final de abril depois que Lapid votou nas Nações Unidas para suspender a Rússia do Conselho de Direitos Humanos da ONU. A Rússia disse que era uma tentativa de distrair o mundo do conflito israelense-palestino não resolvido.

O governo russo não fez um comentário imediato sobre o pedido de desculpas de Israel pelos comentários de Lavrov.

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