Israel declarou “estado de alerta para guerra” e convocou reservas depois que militantes do Hamas se infiltraram no território israelense a partir da Faixa de Gaza e dispararam foguetes contra Israel, matando pelo menos uma pessoa na madrugada deste sábado, 7. Esse é um dos confrontos mais sérios dos últimos anos, após semanas de tensões crescentes ao longo da fronteira volátil.
Em uma rara declaração, o comandante militar do Hamas, Mohammed Deif, conclamou os palestinos dentro de Israel e os vizinhos árabes de Israel a participarem da luta. A mídia israelense e imagens compartilhadas on-line e localizadas geograficamente em Sderot, a nordeste de Gaza, pelo The Washington Post, mostraram tiroteios em bairros da cidade fronteiriça.
No início do sábado, horário local, Israel ordenou que os moradores das áreas ao redor de Gaza permanecessem dentro de casa após “infiltrações” de vários militantes do Hamas, informaram as Forças de Defesa de Israel. O gabinete israelense disse que convocará uma sessão de emergência.
Mais de 140 pessoas, das quais pelo menos 20 estão em estado grave ou muito grave, foram hospitalizadas no Soroka Medical Center em Beersheba, que atende o sul de Israel, disse a porta-voz Sharon Edri ao The Post. Ela disse que alguns dos feridos têm “lesões em vários sistemas” e que as salas de cirurgia estão funcionando sem parar.
O ministro da defesa de Israel, Yoav Gallant, disse em uma declaração televisionada que o Hamas “cometeu um grave erro esta manhã e lançou uma guerra contra o Estado de Israel”. Ele disse que as tropas israelenses estavam “lutando contra o inimigo em todos os locais”, acrescentando: “O Estado de Israel vencerá essa guerra”.
O que se sabe sobre o ataque
Militares israelenses relataram que homens armados atravessaram cerca da fronteira em vários locais e se infiltraram em comunidades israelenses na madrugada deste sábado, 7. Pelo menos uma mulher foi morta nas primeiras barragens, segundo o serviço de ambulância de Israel.
O ataque começou sem qualquer aviso por volta das 6h30 da manhã, no sabá judaico e na manhã de um festival, o último da série de feriados judaicos. Foi quase 50 anos depois do ataque surpresa das forças egípcias e sírias sobre as fronteiras norte e sul de Israel na abertura da guerra de 1973, que traumatizou a nação.
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Na primeira hora após o ataque, salvas de foguetes atingiram implacavelmente as cidades israelenses, atingindo até o norte de Rishon LeZion, cerca de 16 quilômetros ao sul de Tel Aviv, e Ramla, perto do aeroporto internacional de Israel. Às 8h15, as sirenes também soaram no centro de Jerusalém, e barulhos altos puderam ser ouvidos.
Imagens não verificadas na televisão mostraram homens armados em uma caminhonete atirando em uma comunidade israelense, bem como pelo menos uma asa-delta no céu. Os militantes que cruzaram a fronteira com o território israelense estavam fortemente armados, de acordo com relatos da mídia israelense.
O exército israelense atribuiu o ataque ao Hamas, a organização militante que controla a Faixa de Gaza, um enclave costeiro pobre que está sob bloqueio de Israel e do vizinho Egito há cerca de 15 anos, dizendo em um comunicado: “A organização terrorista Hamas pagará um preço alto por suas ações”.
As Brigadas Al Qassam, a ala militar do Hamas, afirmaram que seria uma operação militar “em defesa da mesquita de Aqsa”, o local sagrado em Jerusalém, muito disputado, que milhares de judeus visitaram nas últimas semanas, e contra o bloqueio israelense.
O serviço de ambulância, Magen David Adom, emitiu um pedido urgente de sangue e estava organizando uma campanha especial de doação de sangue em um hospital no centro de Tel Aviv./NYT e T.Post