O Catar confirmou a ampliação do cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas por mais dois dias. A trégua encerraria na madrugada de terça-feira (pelo horário de Brasília) e foi prorrogada apesar do impasse que atrasou a liberação de reféns e prisioneiros prevista para esta segunda-feira, 27.
Até agora, o Hamas entregou 39 israelenses e a expectativa é que mais 11 sejam liberados ainda hoje, totalizando os 50 que haviam sido acordados. Além disso, mais 19 pessoas sequestradas no ataque terrorista de 7 de outubro foram libertas, sendo 17 tailandeses, um filipino e um cidadão com dupla nacionalidade russo-israelense, contemplados por negociações separadas. Em troca, 117 prisioneiros palestinos foram soltos por Israel.
Tel-Aviv já havia dito que poderia prorrogar o cessar-fogo por um dia a cada 10 reféns libertos além dos 50 já contemplados pelo acordo da semana passada. Ou seja, a ampliação do cessar-fogo por dois dias significa que mais 20 israelenses e 60 palestinos devem ser liberados entre a terça e a quarta-feira.
O acordo foi confirmado por Israel e pelo grupo terrorista Hamas, que citou os esforço do Egito e do Catar para mediar a negociação. “Com a mediação dos nossos irmãos do Catar e do Egito, nós chegamos a um acordo para ampliar o cessar fogo por dois dias sob as mesmas circunstâncias da trégua atual”, disse em comunicado.
Atraso na troca de prisioneiros
Assim como havia acontecido no sábado, a troca prevista para esta segunda-feira atrasou. Oficialmente, Israel confirmou apenas que havia uma discussão sobre a lista. Segundo informações da imprensa local, o problema para Tel-Aviv seria uma tentativa do Hamas de separar crianças das suas mães. Apesar do impasse, uma autoridade disse ao portal Walla que se mantém “cautelosamente otimista”. A expectativa é que novas listas sejam preparadas a partir de agora.
Pressão internacional
Mais cedo, o secretário-geral da ONU, António Guterres destacou que as Nações Unidas intensificaram a assistência humanitária para a Faixa de Gaza ao longo desses quatro dias de cessar-fogo. Mas lembrou que essa ajuda é insuficiente para atender as necessidades de 1,7 milhão de palestinos deslocados pelo conflito e apelou para ampliação do cessar-fogo humanitário.
“O diálogo levou a liberação dos reféns mantidos pelo Hamas e dos prisioneiros palestinos de prisões de Israel deve continuar”, disse em comunicado compartilhado no X (antigo Twitter). “Os países devem usar sua influência pelo cessar-fogo humanitário e apoiar os passos irreversíveis em direção ao único futuro sustentável para a região: a solução de dois Estados”, concluiu Guterres em referência ao plano de criação do Estado Palestino./COM THE NEW YORK TIMES e AP