Israel e Hamas concordaram em estender a pausa nos combates em Gaza por mais um dia nesta quinta-feira, 30, enquanto as negociações continuam sobre a libertação de reféns.
Minutos antes de a trégua expirar na manhã de quinta-feira, às 7h, horário local, o Hamas disse em um comunicado que ela duraria mais um dia. As forças armadas de Israel anunciaram o acordo nas mídias sociais por volta do mesmo horário, mas não forneceram imediatamente detalhes sobre um cronograma.
O Catar, o principal mediador, disse que os dois lados concordaram em estender a pausa por mais um dia com as mesmas condições em vigor.
Os negociadores internacionais trabalharam durante a noite para conseguir uma prorrogação, considerando-a como a melhor maneira de aliviar a crise humanitária em Gaza, garantir a libertação de mais prisioneiros israelenses e diminuir o número crescente de mortos na guerra por pelo menos um pouco mais de tempo.
Autoridades com conhecimento das negociações disseram que também esperavam que a sucessão de pausas de curto prazo abrisse caminho para um objetivo maior: negociações sobre um cessar-fogo de longo prazo para encerrar a guerra.
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Conseguir isso não é uma tarefa fácil. As autoridades israelenses prometeram não interromper sua campanha militar até que a liderança do Hamas seja eliminada e a infraestrutura militar e de governança do grupo, seja removida de Gaza, objetivos que permanecem distantes.
O acordo que sustentou o cessar-fogo até agora - a libertação de reféns de Gaza, quase todos eles mulheres e crianças, em troca da libertação de mulheres e menores palestinos das prisões israelenses e da entrada de mais ajuda em Gaza - provavelmente se tornará muito mais complicado quando as partes começarem a negociar a troca de combatentes capturados.
Acredita-se que o Hamas tenha capturado algumas dezenas de soldados israelenses durante o tumulto que liderou no sul de Israel em 7 de outubro, que matou cerca de 1.200 pessoas e arrastou cerca de 240 para Gaza como reféns, de acordo com autoridades israelenses. E Israel mantém muitos prisioneiros palestinos de alto nível, incluindo membros proeminentes do Hamas condenados por crimes graves, cuja libertação o grupo prometeu buscar.
Autoridades de alto escalão do Catar, dos Estados Unidos, do Egito e de Israel estavam reunidas no Catar em conversações que se concentraram em estendê-lo para permitir mais trocas. Essa fórmula conseguiu, em grande parte, interromper a guerra desde sexta-feira. Todos os dias, os israelenses assistiam ao retorno de grupos de seus reféns para casa, enquanto os palestinos viam seus detidos serem libertos da prisão, eventos de intensa emoção para cada lado.
Uma autoridade israelense sênior, falando sob condição de anonimato para discutir conversas delicadas, disse que atualmente não há negociações para um cessar-fogo de longo prazo. E o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu que a guerra continuaria.
Mas duas pessoas com conhecimento das conversações no Catar disseram que, além de mais uma extensão de curto prazo, os mediadores esperavam manter a guerra em pausa pelo maior tempo possível para criar condições que, segundo eles, permitiriam negociações sobre um cessar-fogo de longo prazo.
Uma dessas pessoas disse que os mediadores esperam que, quanto mais tempo durar o silêncio, mais difícil será para Israel reiniciar sua ofensiva e estendê-la ao sul de Gaza, onde se acredita que os líderes do Hamas estejam escondidos.
As negociações ganharam ainda mais urgência devido ao número de mortos e à crise humanitária em espiral em Gaza. O bombardeio do território por Israel e a subsequente invasão terrestre arrasaram bairros inteiros e mataram mais de 13 mil pessoas, segundo as autoridades de saúde de Gaza. A maioria dos 2,2 milhões de palestinos do território foi deslocada, e a destruição significa que muitos não terão casas para onde voltar após o fim da guerra.
O Hamas libertou 16 reféns e Israel libertou 30 palestinos presos na quarta-feira. As autoridades israelenses afirmaram que qualquer continuação será apenas para permitir que mais reféns sejam trocados por prisioneiros e não levará a um cessar-fogo mais permanente.
Antes do prazo final na manhã de quinta-feira, 30, a ala militar do Hamas, as Brigadas Izzedine al-Qassam, havia dito a seus combatentes, em um post no Telegram, que estivessem prontos para retomar a batalha se a pausa não fosse estendida./W.POST e NYT