O Exército israelense avançará sua ofensiva militar na Faixa de Gaza até Rafah, próximo à fronteira com o Egito, anunciou o ministro da Defesa, Yoav Gallant. A cidade, no sul do enclave, tornou-se abrigo de civis palestinos que se deslocaram para desde o início da guerra, e a ONU descreveu a situação na região como uma “panela de pressão de desespero” .
“A Brigada Khan Younis da organização Hamas foi dissolvida, completaremos a missão lá e seguiremos para Rafah. A grande pressão que as nossas forças exercem sobre os alvos do Hamas aproxima-nos do retorno dos raptados, mais do que qualquer outra coisa [que possamos fazer]”, escreveu Gallant em uma publicação no X, na quinta-feira, 1º, acrescentando que Israel “continuará até o fim”.
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Como reação, a ONU alertou nesta sexta-feira, 2, que a cidade está se tornando uma “panela de pressão de desespero” à medida que milhares de pessoas fogem de Khan Younis e de outras partes do sul de Gaza para a cidade, conforme a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas avança.
Jens Laerke, porta-voz do Escritório das ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha, na sigla em inglês), também disse que a situação em Rafah “não parece bem” em meio a preocupações de que a cidade seja o novo foco da campanha de Israel. “Rafah é uma panela de pressão de desespero e tememos pelo que vem a seguir”, disse ele em uma reunião da ONU em Genebra, nesta sexta-feira.
“É como se toda semana pensássemos, você sabe, não pode ficar pior. Bem, vai entender. Fica pior. É muito importante para nós e para o Ocha deixar hoje registada a nossa profunda preocupação com o que está acontecendo em Khan Yunis e Rafah, na parte sul da faixa, porque realmente não parece bom”, acrescentou Laerke.
Falando de Jerusalém, Rik Peeperkorn, representante da Organização Mundial da Saúde nas áreas palestinas ocupadas, disse que a agência de saúde da ONU estima que pelo menos 8 mil habitantes de Gaza deveriam ser enviados ao exterior para cuidados médicos. Destes, cerca 6 mil necessitam de cuidados para ferimentos de guerra – como tratamento de queimaduras ou cirurgia reconstrutiva – enquanto o restante necessita de cuidados médicos para condições como cancro ou outras doenças, disse Peeperkorn.
Desde o início da guerra, em 7 de outubro, um total de 243 pessoas foram encaminhadas para o exterior, disse ele, acrescentando: “Isso é uma ninharia… é muito pouco”. Ele continuou: “Rafah costumava ser uma cidade de 200 mil habitantes – uma cidade um pouco pacata... e agora abriga mais de metade da população de Gaza. Então, lembre-se, para onde essas pessoas deveriam ir? Talvez a questão devesse ser: isso não deveria acontecer. E Rafah não deveria ser atacada.”/Associated Press.