Israel invade Cisjordânia com blindados e drones e mata nove na maior operação na região em 20 anos


Ataque a alvos militantes na cidade ocupada de Jenin, na Cisjordânia, envolveu uma série de ataques aéreos com drones e centenas de forças terrestres

Por Redação
Atualização:

JERUSALÉM - O Exército de Israel lançou a maior ofensiva militar contra a Cisjordânia em quase duas décadas nesta segunda-feira, 3. A operação contou com mais de mil soldados, blindados e ataques de drones, e deixou ao menos oito palestinos mortos em Jenin. Segundo o governo de Israel, eles fariam parte de grupos terroristas palestinos.

Operações na Cisjordânia, governada pela Autoridade Palestina são raras. A Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, é um palco mais frequente de tensão. Nos últimos meses, no entanto, o número de atentados de militantes palestinos saídos do território contra colonos israelenses tem aumentado. Desde janeiro, 23 israelenses morreram em atentados na Cisjordânia em Israel. As retaliações israelenses provocaram a morte de 140 palestinos, sendo metade deles membros de grupos radicais.

O Exército israelense afirmou que a operação começou com ataques de drones aéreos ao que chamou de “infraestrutura terrorista” na área de Jenin, seguidos por centenas de forças terrestres apoiadas por blindados avançando o densamente povoado campo de refugiados de Jenin, que tem cerca de 17 mil habitantes.

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Blindados israelenses entram na Cisjordânia Foto: Majdi Mohammed/ AP

Reduto da Jihad Islâmica

Por muito tempo um símbolo da militância palestina e um refúgio para grupos armados que se opõem à ocupação israelense da Cisjordânia, Jenin é um reduto do grupo Jihad Islâmica, que é apoiado pelo Irã. Oficiais militares israelenses dizem que mais de 50 ataques a tiros foram realizados na área de Jenin contra alvos israelenses nos últimos seis meses.

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“O campo é uma zona de guerra no sentido pleno da palavra”, afirmou Muhammad Sbaghi, membro do comitê local que ajuda a administrar o campo de Jenin, após o início da operação na segunda-feira. Ele acrescentou que os moradores temiam uma incursão em larga escala dos militares israelenses, mas não esperavam algo tão violento e destrutivo.

“O exército de ocupação está nos atacando vingativamente”, disse ele. “As pessoas estão apavoradas”, acrescentou, dizendo que os moradores estavam escondidos em suas casas em todo o campo de refugiados de Jenin.

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Suspeitos de ataques terroristas

Um porta-voz do exército israelense, o tenente-coronel Richard Hecht, afirmou que o objetivo da operação israelense era “quebrar a mentalidade de segurança” do campo de refugiados. Pelo menos 19 pessoas suspeitas de ataques a israelenses encontraram abrigo lá nos últimos meses, segundo os militares.

O coronel Hecht disse que os ataques aéreos tinham como objetivo “minimizar o atrito” no solo e o risco para as tropas israelenses, acrescentando que o ataque continuaria “pelo tempo que fosse necessário”. As forças terrestres dentro do campo estavam apreendendo armas, disse ele.

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As incursões de prisões do Exército levaram a trocas de tiros cada vez mais ferozes entre as tropas e os militantes, levando à incursão de segunda-feira.

Relatos da mídia israelense estimam que cerca de 1.000 soldados terrestres estavam em Jenin como parte da operação.

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Militantes palestinos disparam contra tropas israelenses na cidade de Jenin  Foto: JAAFAR ASHTIYEH / AFP

Palestinos confirmam mortos

O ministério da saúde palestino confirmou que pelo menos oito palestinos foram mortos em Jenin e cerca de 50 ficaram feridos, 10 deles de forma grave. Os militares descreveram a cidade de Jenin como “uma área de combate ativo” e disseram que as trocas de tiros continuavam.

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Este ano foi um dos mais mortíferos até agora para os palestinos na Cisjordânia em mais de uma década, com mais de 140 mortes nos últimos seis meses. A maioria foi morta em confrontos armados durante ataques militares. Também foi um dos anos com o maior número de mortos para os israelenses em algum tempo, com quase 30 mortos em ataques árabes.

De acordo com o porta-voz da Palestina, Nabil Abu Rudeineh, o presidente Mahmoud Abbas condenou a operação israelense como “um novo crime de guerra contra nosso povo indefeso”.

A última vez que Israel realizou ataques aéreos tão extensos na Cisjordânia foi durante a segunda intifada palestina, no início dos anos 2000.

Autoridades israelenses disseram na segunda-feira que estiveram em contato com representantes da Autoridade Palestina e Jordânia.

O porta-voz da presidência palestina, Nabil Abu Rudeineh, denunciou o ataque israelense a Jenin como “um novo crime de guerra contra nosso povo indefeso”, segundo Wafa, a agência oficial de notícias palestina./NY TImes

JERUSALÉM - O Exército de Israel lançou a maior ofensiva militar contra a Cisjordânia em quase duas décadas nesta segunda-feira, 3. A operação contou com mais de mil soldados, blindados e ataques de drones, e deixou ao menos oito palestinos mortos em Jenin. Segundo o governo de Israel, eles fariam parte de grupos terroristas palestinos.

Operações na Cisjordânia, governada pela Autoridade Palestina são raras. A Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, é um palco mais frequente de tensão. Nos últimos meses, no entanto, o número de atentados de militantes palestinos saídos do território contra colonos israelenses tem aumentado. Desde janeiro, 23 israelenses morreram em atentados na Cisjordânia em Israel. As retaliações israelenses provocaram a morte de 140 palestinos, sendo metade deles membros de grupos radicais.

O Exército israelense afirmou que a operação começou com ataques de drones aéreos ao que chamou de “infraestrutura terrorista” na área de Jenin, seguidos por centenas de forças terrestres apoiadas por blindados avançando o densamente povoado campo de refugiados de Jenin, que tem cerca de 17 mil habitantes.

Blindados israelenses entram na Cisjordânia Foto: Majdi Mohammed/ AP

Reduto da Jihad Islâmica

Por muito tempo um símbolo da militância palestina e um refúgio para grupos armados que se opõem à ocupação israelense da Cisjordânia, Jenin é um reduto do grupo Jihad Islâmica, que é apoiado pelo Irã. Oficiais militares israelenses dizem que mais de 50 ataques a tiros foram realizados na área de Jenin contra alvos israelenses nos últimos seis meses.

“O campo é uma zona de guerra no sentido pleno da palavra”, afirmou Muhammad Sbaghi, membro do comitê local que ajuda a administrar o campo de Jenin, após o início da operação na segunda-feira. Ele acrescentou que os moradores temiam uma incursão em larga escala dos militares israelenses, mas não esperavam algo tão violento e destrutivo.

“O exército de ocupação está nos atacando vingativamente”, disse ele. “As pessoas estão apavoradas”, acrescentou, dizendo que os moradores estavam escondidos em suas casas em todo o campo de refugiados de Jenin.

Suspeitos de ataques terroristas

Um porta-voz do exército israelense, o tenente-coronel Richard Hecht, afirmou que o objetivo da operação israelense era “quebrar a mentalidade de segurança” do campo de refugiados. Pelo menos 19 pessoas suspeitas de ataques a israelenses encontraram abrigo lá nos últimos meses, segundo os militares.

O coronel Hecht disse que os ataques aéreos tinham como objetivo “minimizar o atrito” no solo e o risco para as tropas israelenses, acrescentando que o ataque continuaria “pelo tempo que fosse necessário”. As forças terrestres dentro do campo estavam apreendendo armas, disse ele.

As incursões de prisões do Exército levaram a trocas de tiros cada vez mais ferozes entre as tropas e os militantes, levando à incursão de segunda-feira.

Relatos da mídia israelense estimam que cerca de 1.000 soldados terrestres estavam em Jenin como parte da operação.

Militantes palestinos disparam contra tropas israelenses na cidade de Jenin  Foto: JAAFAR ASHTIYEH / AFP

Palestinos confirmam mortos

O ministério da saúde palestino confirmou que pelo menos oito palestinos foram mortos em Jenin e cerca de 50 ficaram feridos, 10 deles de forma grave. Os militares descreveram a cidade de Jenin como “uma área de combate ativo” e disseram que as trocas de tiros continuavam.

Este ano foi um dos mais mortíferos até agora para os palestinos na Cisjordânia em mais de uma década, com mais de 140 mortes nos últimos seis meses. A maioria foi morta em confrontos armados durante ataques militares. Também foi um dos anos com o maior número de mortos para os israelenses em algum tempo, com quase 30 mortos em ataques árabes.

De acordo com o porta-voz da Palestina, Nabil Abu Rudeineh, o presidente Mahmoud Abbas condenou a operação israelense como “um novo crime de guerra contra nosso povo indefeso”.

A última vez que Israel realizou ataques aéreos tão extensos na Cisjordânia foi durante a segunda intifada palestina, no início dos anos 2000.

Autoridades israelenses disseram na segunda-feira que estiveram em contato com representantes da Autoridade Palestina e Jordânia.

O porta-voz da presidência palestina, Nabil Abu Rudeineh, denunciou o ataque israelense a Jenin como “um novo crime de guerra contra nosso povo indefeso”, segundo Wafa, a agência oficial de notícias palestina./NY TImes

JERUSALÉM - O Exército de Israel lançou a maior ofensiva militar contra a Cisjordânia em quase duas décadas nesta segunda-feira, 3. A operação contou com mais de mil soldados, blindados e ataques de drones, e deixou ao menos oito palestinos mortos em Jenin. Segundo o governo de Israel, eles fariam parte de grupos terroristas palestinos.

Operações na Cisjordânia, governada pela Autoridade Palestina são raras. A Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, é um palco mais frequente de tensão. Nos últimos meses, no entanto, o número de atentados de militantes palestinos saídos do território contra colonos israelenses tem aumentado. Desde janeiro, 23 israelenses morreram em atentados na Cisjordânia em Israel. As retaliações israelenses provocaram a morte de 140 palestinos, sendo metade deles membros de grupos radicais.

O Exército israelense afirmou que a operação começou com ataques de drones aéreos ao que chamou de “infraestrutura terrorista” na área de Jenin, seguidos por centenas de forças terrestres apoiadas por blindados avançando o densamente povoado campo de refugiados de Jenin, que tem cerca de 17 mil habitantes.

Blindados israelenses entram na Cisjordânia Foto: Majdi Mohammed/ AP

Reduto da Jihad Islâmica

Por muito tempo um símbolo da militância palestina e um refúgio para grupos armados que se opõem à ocupação israelense da Cisjordânia, Jenin é um reduto do grupo Jihad Islâmica, que é apoiado pelo Irã. Oficiais militares israelenses dizem que mais de 50 ataques a tiros foram realizados na área de Jenin contra alvos israelenses nos últimos seis meses.

“O campo é uma zona de guerra no sentido pleno da palavra”, afirmou Muhammad Sbaghi, membro do comitê local que ajuda a administrar o campo de Jenin, após o início da operação na segunda-feira. Ele acrescentou que os moradores temiam uma incursão em larga escala dos militares israelenses, mas não esperavam algo tão violento e destrutivo.

“O exército de ocupação está nos atacando vingativamente”, disse ele. “As pessoas estão apavoradas”, acrescentou, dizendo que os moradores estavam escondidos em suas casas em todo o campo de refugiados de Jenin.

Suspeitos de ataques terroristas

Um porta-voz do exército israelense, o tenente-coronel Richard Hecht, afirmou que o objetivo da operação israelense era “quebrar a mentalidade de segurança” do campo de refugiados. Pelo menos 19 pessoas suspeitas de ataques a israelenses encontraram abrigo lá nos últimos meses, segundo os militares.

O coronel Hecht disse que os ataques aéreos tinham como objetivo “minimizar o atrito” no solo e o risco para as tropas israelenses, acrescentando que o ataque continuaria “pelo tempo que fosse necessário”. As forças terrestres dentro do campo estavam apreendendo armas, disse ele.

As incursões de prisões do Exército levaram a trocas de tiros cada vez mais ferozes entre as tropas e os militantes, levando à incursão de segunda-feira.

Relatos da mídia israelense estimam que cerca de 1.000 soldados terrestres estavam em Jenin como parte da operação.

Militantes palestinos disparam contra tropas israelenses na cidade de Jenin  Foto: JAAFAR ASHTIYEH / AFP

Palestinos confirmam mortos

O ministério da saúde palestino confirmou que pelo menos oito palestinos foram mortos em Jenin e cerca de 50 ficaram feridos, 10 deles de forma grave. Os militares descreveram a cidade de Jenin como “uma área de combate ativo” e disseram que as trocas de tiros continuavam.

Este ano foi um dos mais mortíferos até agora para os palestinos na Cisjordânia em mais de uma década, com mais de 140 mortes nos últimos seis meses. A maioria foi morta em confrontos armados durante ataques militares. Também foi um dos anos com o maior número de mortos para os israelenses em algum tempo, com quase 30 mortos em ataques árabes.

De acordo com o porta-voz da Palestina, Nabil Abu Rudeineh, o presidente Mahmoud Abbas condenou a operação israelense como “um novo crime de guerra contra nosso povo indefeso”.

A última vez que Israel realizou ataques aéreos tão extensos na Cisjordânia foi durante a segunda intifada palestina, no início dos anos 2000.

Autoridades israelenses disseram na segunda-feira que estiveram em contato com representantes da Autoridade Palestina e Jordânia.

O porta-voz da presidência palestina, Nabil Abu Rudeineh, denunciou o ataque israelense a Jenin como “um novo crime de guerra contra nosso povo indefeso”, segundo Wafa, a agência oficial de notícias palestina./NY TImes

JERUSALÉM - O Exército de Israel lançou a maior ofensiva militar contra a Cisjordânia em quase duas décadas nesta segunda-feira, 3. A operação contou com mais de mil soldados, blindados e ataques de drones, e deixou ao menos oito palestinos mortos em Jenin. Segundo o governo de Israel, eles fariam parte de grupos terroristas palestinos.

Operações na Cisjordânia, governada pela Autoridade Palestina são raras. A Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, é um palco mais frequente de tensão. Nos últimos meses, no entanto, o número de atentados de militantes palestinos saídos do território contra colonos israelenses tem aumentado. Desde janeiro, 23 israelenses morreram em atentados na Cisjordânia em Israel. As retaliações israelenses provocaram a morte de 140 palestinos, sendo metade deles membros de grupos radicais.

O Exército israelense afirmou que a operação começou com ataques de drones aéreos ao que chamou de “infraestrutura terrorista” na área de Jenin, seguidos por centenas de forças terrestres apoiadas por blindados avançando o densamente povoado campo de refugiados de Jenin, que tem cerca de 17 mil habitantes.

Blindados israelenses entram na Cisjordânia Foto: Majdi Mohammed/ AP

Reduto da Jihad Islâmica

Por muito tempo um símbolo da militância palestina e um refúgio para grupos armados que se opõem à ocupação israelense da Cisjordânia, Jenin é um reduto do grupo Jihad Islâmica, que é apoiado pelo Irã. Oficiais militares israelenses dizem que mais de 50 ataques a tiros foram realizados na área de Jenin contra alvos israelenses nos últimos seis meses.

“O campo é uma zona de guerra no sentido pleno da palavra”, afirmou Muhammad Sbaghi, membro do comitê local que ajuda a administrar o campo de Jenin, após o início da operação na segunda-feira. Ele acrescentou que os moradores temiam uma incursão em larga escala dos militares israelenses, mas não esperavam algo tão violento e destrutivo.

“O exército de ocupação está nos atacando vingativamente”, disse ele. “As pessoas estão apavoradas”, acrescentou, dizendo que os moradores estavam escondidos em suas casas em todo o campo de refugiados de Jenin.

Suspeitos de ataques terroristas

Um porta-voz do exército israelense, o tenente-coronel Richard Hecht, afirmou que o objetivo da operação israelense era “quebrar a mentalidade de segurança” do campo de refugiados. Pelo menos 19 pessoas suspeitas de ataques a israelenses encontraram abrigo lá nos últimos meses, segundo os militares.

O coronel Hecht disse que os ataques aéreos tinham como objetivo “minimizar o atrito” no solo e o risco para as tropas israelenses, acrescentando que o ataque continuaria “pelo tempo que fosse necessário”. As forças terrestres dentro do campo estavam apreendendo armas, disse ele.

As incursões de prisões do Exército levaram a trocas de tiros cada vez mais ferozes entre as tropas e os militantes, levando à incursão de segunda-feira.

Relatos da mídia israelense estimam que cerca de 1.000 soldados terrestres estavam em Jenin como parte da operação.

Militantes palestinos disparam contra tropas israelenses na cidade de Jenin  Foto: JAAFAR ASHTIYEH / AFP

Palestinos confirmam mortos

O ministério da saúde palestino confirmou que pelo menos oito palestinos foram mortos em Jenin e cerca de 50 ficaram feridos, 10 deles de forma grave. Os militares descreveram a cidade de Jenin como “uma área de combate ativo” e disseram que as trocas de tiros continuavam.

Este ano foi um dos mais mortíferos até agora para os palestinos na Cisjordânia em mais de uma década, com mais de 140 mortes nos últimos seis meses. A maioria foi morta em confrontos armados durante ataques militares. Também foi um dos anos com o maior número de mortos para os israelenses em algum tempo, com quase 30 mortos em ataques árabes.

De acordo com o porta-voz da Palestina, Nabil Abu Rudeineh, o presidente Mahmoud Abbas condenou a operação israelense como “um novo crime de guerra contra nosso povo indefeso”.

A última vez que Israel realizou ataques aéreos tão extensos na Cisjordânia foi durante a segunda intifada palestina, no início dos anos 2000.

Autoridades israelenses disseram na segunda-feira que estiveram em contato com representantes da Autoridade Palestina e Jordânia.

O porta-voz da presidência palestina, Nabil Abu Rudeineh, denunciou o ataque israelense a Jenin como “um novo crime de guerra contra nosso povo indefeso”, segundo Wafa, a agência oficial de notícias palestina./NY TImes

JERUSALÉM - O Exército de Israel lançou a maior ofensiva militar contra a Cisjordânia em quase duas décadas nesta segunda-feira, 3. A operação contou com mais de mil soldados, blindados e ataques de drones, e deixou ao menos oito palestinos mortos em Jenin. Segundo o governo de Israel, eles fariam parte de grupos terroristas palestinos.

Operações na Cisjordânia, governada pela Autoridade Palestina são raras. A Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, é um palco mais frequente de tensão. Nos últimos meses, no entanto, o número de atentados de militantes palestinos saídos do território contra colonos israelenses tem aumentado. Desde janeiro, 23 israelenses morreram em atentados na Cisjordânia em Israel. As retaliações israelenses provocaram a morte de 140 palestinos, sendo metade deles membros de grupos radicais.

O Exército israelense afirmou que a operação começou com ataques de drones aéreos ao que chamou de “infraestrutura terrorista” na área de Jenin, seguidos por centenas de forças terrestres apoiadas por blindados avançando o densamente povoado campo de refugiados de Jenin, que tem cerca de 17 mil habitantes.

Blindados israelenses entram na Cisjordânia Foto: Majdi Mohammed/ AP

Reduto da Jihad Islâmica

Por muito tempo um símbolo da militância palestina e um refúgio para grupos armados que se opõem à ocupação israelense da Cisjordânia, Jenin é um reduto do grupo Jihad Islâmica, que é apoiado pelo Irã. Oficiais militares israelenses dizem que mais de 50 ataques a tiros foram realizados na área de Jenin contra alvos israelenses nos últimos seis meses.

“O campo é uma zona de guerra no sentido pleno da palavra”, afirmou Muhammad Sbaghi, membro do comitê local que ajuda a administrar o campo de Jenin, após o início da operação na segunda-feira. Ele acrescentou que os moradores temiam uma incursão em larga escala dos militares israelenses, mas não esperavam algo tão violento e destrutivo.

“O exército de ocupação está nos atacando vingativamente”, disse ele. “As pessoas estão apavoradas”, acrescentou, dizendo que os moradores estavam escondidos em suas casas em todo o campo de refugiados de Jenin.

Suspeitos de ataques terroristas

Um porta-voz do exército israelense, o tenente-coronel Richard Hecht, afirmou que o objetivo da operação israelense era “quebrar a mentalidade de segurança” do campo de refugiados. Pelo menos 19 pessoas suspeitas de ataques a israelenses encontraram abrigo lá nos últimos meses, segundo os militares.

O coronel Hecht disse que os ataques aéreos tinham como objetivo “minimizar o atrito” no solo e o risco para as tropas israelenses, acrescentando que o ataque continuaria “pelo tempo que fosse necessário”. As forças terrestres dentro do campo estavam apreendendo armas, disse ele.

As incursões de prisões do Exército levaram a trocas de tiros cada vez mais ferozes entre as tropas e os militantes, levando à incursão de segunda-feira.

Relatos da mídia israelense estimam que cerca de 1.000 soldados terrestres estavam em Jenin como parte da operação.

Militantes palestinos disparam contra tropas israelenses na cidade de Jenin  Foto: JAAFAR ASHTIYEH / AFP

Palestinos confirmam mortos

O ministério da saúde palestino confirmou que pelo menos oito palestinos foram mortos em Jenin e cerca de 50 ficaram feridos, 10 deles de forma grave. Os militares descreveram a cidade de Jenin como “uma área de combate ativo” e disseram que as trocas de tiros continuavam.

Este ano foi um dos mais mortíferos até agora para os palestinos na Cisjordânia em mais de uma década, com mais de 140 mortes nos últimos seis meses. A maioria foi morta em confrontos armados durante ataques militares. Também foi um dos anos com o maior número de mortos para os israelenses em algum tempo, com quase 30 mortos em ataques árabes.

De acordo com o porta-voz da Palestina, Nabil Abu Rudeineh, o presidente Mahmoud Abbas condenou a operação israelense como “um novo crime de guerra contra nosso povo indefeso”.

A última vez que Israel realizou ataques aéreos tão extensos na Cisjordânia foi durante a segunda intifada palestina, no início dos anos 2000.

Autoridades israelenses disseram na segunda-feira que estiveram em contato com representantes da Autoridade Palestina e Jordânia.

O porta-voz da presidência palestina, Nabil Abu Rudeineh, denunciou o ataque israelense a Jenin como “um novo crime de guerra contra nosso povo indefeso”, segundo Wafa, a agência oficial de notícias palestina./NY TImes

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