Israel lançou ataques aéreos contra usinas de energia e um importante porto marítimo no Iêmen para atingir os rebeldes houthis apoiados pelo Irã. De acordo com a mídia controlada pelos houthis, quatro pessoas morreram.
As Forças Aéreas de Israel informaram neste domingo, 29, em um comunicado postado no X, que “em uma operação aérea de grande escala, dezenas de aeronaves, incluindo caças, aviões de reabastecimento e inteligência atacaram alvos militares do regime terrorista Houthi nas áreas de Ras Issa e Hodeidah no Iêmen”.
“O IDF atacou usinas de energia e um porto marítimo, que são usados para importar petróleo”. A agência de notícias Houthi divulgou um comunicado respondendo à “agressão israelense em Hodeidah”, dizendo: “A frente de apoio iemenita não vai parar, nossos ataques contra o inimigo sionista não vão parar”.
A mídia dirigida pelos Houthi relatou quatro mortos e 33 fetidos no ataque. Os mortos incluem um trabalhador do porto da cidade de Hodeida e três engenheiros da usina de energia da cidade de Hali, informou a TV al-Masirah. As equipes de resgate ainda procuravam pessoas desaparecidas sob os escombros da usina.
O ataque acontece após os houthis terem disparado mísseis contra Israel durante os últimos dois dias, e intensifica os conflitos no Oriente Médio.
Os houthis são rebeldes iemenitas, que pertencem à minoria xiiita do país, e são financiados pelo Irã com armas e apoio militar e logístico. Eles fazem parte do chamado eixo da resistência liderado por Irã, que inclui o Hamas e o Hezbollah.
“Ao longo do último ano, os Houthis têm operado sob a direção e o financiamento do Irã, e em cooperação a milícias iraquianas, a fim de atacar o Estado de Israel, prejudicar a estabilidade regional e interromper a liberdade global de navegação”, afirmaram os militares israelenses em comunicado oficial.
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Em meados de setembro, o grupo havia feito um ataque de míssil ao centro de Israel, em apoio aos palestinos. À época, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, havia afirmado que os houthis pagariam um preço alto pelo ataque.
Israel tem feito uma série de ataques a outros países do Oriente Médio nas últimas semanas. No sábado, por exemplo, o país já havia anunciado a morte de Sayyed Hassan Nasrallah, número 1 e principal rosto do Hezbollah, que comandava o grupo extremista no Líbano desde 1992.
Novos bombardeios no Líbano
O Exército de Israel bombardeou “dezenas” de novos alvos no Líbano contra a milícia xiita radical libanesa Hezbollah neste domingo, 29, dois dias após matar o chefe do movimento pró-iraniano, Hasan Nasrallah.
A aviação militar israelense “atacou dezenas de alvos terroristas em território libanês nas últimas horas”, informou um porta-voz militar no Telegram.
Ele especificou que os ataques tiveram como alvo locais de lançamento de foguetes contra Israel, edifícios militares e depósitos de armas.
A Força de Defesa israelense, desde sábado, 28, “bombardeou centenas de alvos terroristas do Hezbollah no Líbano”, acrescentou o porta-voz.
Na última sexta-feira, 27, um ataque aéreo de Israel matou Hasan Nasrallah, líder da milícia radical. Os líderes israelenses estavam cientes de seu paradeiro havia meses e decidiram atacá-lo na semana passada porque acreditavam ter apenas uma pequena janela de oportunidade antes de o líder do Hezbollah desaparecer em outro local, segundo três altos funcionários da defesa israelense.
Dois dos oficiais disseram que mais de 80 bombas foram lançadas em um período de vários minutos para matá-lo. Eles não confirmaram o peso ou o tipo das bombas.
Os agentes do Hezbollah encontraram e identificaram o corpo de Nasrallah no início do sábado, juntamente com o de um dos principais comandantes militares do grupo, Ali Karaki, de acordo com as autoridades, que citaram informações de inteligência obtidas de dentro do Líbano. Todas as três autoridades falaram sob condição de anonimato.
Em suas primeiras declarações públicas desde o assassinato do líder da milícia xiita radical, Binyamin Netanyahu afirmou que a eliminação de Nasrallah se tornou uma “condição essencial” para que seu país atingisse seus objetivos de guerra.
“Acertamos nossas contas com o responsável pelo assassinato de inúmeros israelenses e muitos cidadãos de outros países, incluindo centenas de americanos e dezenas de franceses”, disse Netanyahu, que afirmou que a morte de outros comandantes de alto escalão do Hezbollah não foi suficiente e que decidiu que Nasrallah também precisava ser eliminado. Ele culpou Nasrallah por ser o “arquiteto” de um plano para “aniquilar” Israel. /Com AFP