Israel prometeu continuar invasão após o fim da trégua. Isso poderia mudar?


Prorrogação da trégua daria alívio aos israelenses que veem a liberdade dos reféns como prioridade, mas poderia comprometer estratégia militar de Israel

Por Patrick Kingsley

THE NEW YORK TIMES - A alegria desencadeada em Israel neste fim de semana com a libertação de alguns reféns de Gaza criou um dilema para os líderes israelenses, dizem analistas.

Por enquanto, Israel deve continuar a invasão de Gaza após a trégua de quatro dias que termina na manhã de terça-feira.

Mas os termos da trégua também permitem a prorrogação do cessar-fogo. Israel disse que estava preparado para conceder mais um dia de pausa para cada 10 reféns que o Hamas libertasse, além dos 50 previstos no acordo.

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“A questão é o quinto dia”, disse Alon Pinkas, comentarista político israelense e ex-diplomata. “Israel vai retomar a guerra?”

Reféns liberados pelo Hamas são levados para Israel pela Cruz Vermelha. Foto: SAID KHATIB

Uma prorrogação que permita mais libertações de reféns daria ainda mais alívio aos israelenses que veem a liberdade dos reféns como a maior prioridade imediata de Israel. Esse sentimento pode se espalhar entre a população israelense à medida que cada dia do cessar-fogo passar e mais reféns forem libertados.

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“E o Hamas sabe muito bem disso”, disse Shira Efron, pesquisadora sênior do Israel Policy Forum, um grupo de pesquisa política com sede em Nova York. “Eles vão jogar com Israel e dizer: ‘Ah, encontramos mais cinco crianças. Se vocês nos derem mais um dia, talvez encontremos mais algumas no norte’”.

Efron disse: “Há uma probabilidade muito alta de que vejamos uma prorrogação no quinto, no sexto e no sétimo dia”.

Mas uma pausa mais longa poderia comprometer o objetivo principal da campanha militar de Israel em Gaza: a destruição e o desmantelamento do Hamas, o grupo armado que liderou o ataque de 7 de outubro que matou cerca de 1.200 pessoas no sul de Israel e levou ao sequestro de cerca de 240 reféns.

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Se o cessar-fogo durar mais de quatro dias, o Hamas – que controlava toda Gaza até Israel a invadir no mês passado – terá mais tempo para se reagrupar, o que permitiria montar uma defesa mais feroz para quando e se Israel retomar sua campanha militar.

Também se espera que um cessar-fogo prolongado crie mais oportunidades para potências estrangeiras – especialmente os Estados Unidos – pressionarem Israel a reduzir seus objetivos militares. A resposta israelense ao ataque de 7 de outubro matou mais de 12 mil habitantes de Gaza, de acordo com autoridades de saúde locais, ocasionando um alarme crescente entre os aliados de Israel sobre a condução da campanha militar.

O presidente Biden, falando na sexta-feira de Nantucket, Massachusetts, disse que “há boas chances” de que a pausa possa abrir a porta para um cessar-fogo mais longo.

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Mas, mesmo que os Estados Unidos pressionem Israel para pôr fim ou moderar a campanha militar, os líderes israelenses talvez ignorem as críticas e avancem com a invasão.

Terminar a guerra agora deixaria o Hamas ainda no comando da maior parte de Gaza. E também adiantaria as recriminações do pós-guerra – incluindo um inquérito governamental sobre quem foi o culpado pelo ataque de 7 de outubro – o que poderia ser prejudicial para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o chefe do Estado-Maior, Herzi Halevi, e outros responsáveis pela segurança do país.

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Ao prosseguirem com a invasão – mesmo que isso atrase novas libertações de reféns e aumente as críticas internacionais a Israel – os líderes israelenses poderiam adiar esse esforço para a responsabilização e talvez até mesmo salvar um pouco de sua reputação interna, especialmente se acabarem por expulsar o Hamas.

A decisão também adiaria uma conversa difícil sobre quem deveria governar as partes de Gaza que Israel já tomou – dilema que nenhum líder israelense abordou de forma conclusiva em público.

Para os líderes israelenses, a guerra “significa erradicar e destruir o Hamas”, disse Pinkas. “Portanto, qualquer coisa menos do que isso não é vitória. Se o Hamas mantiver o que resta de poder político, então poderá afirmar que venceu”.

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Quando a euforia com a libertação dos reféns passar, pode ser que o público israelense ainda apoie esmagadoramente a retomada da invasão, mesmo que isso impeça a libertação imediata de mais reféns.

À medida que mais reféns forem libertados, os israelenses vão ouvir mais relatos sobre como foram tratados durante o cativeiro – relatos que poderão amplificar os apelos à destruição do Hamas, disse Efron. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

THE NEW YORK TIMES - A alegria desencadeada em Israel neste fim de semana com a libertação de alguns reféns de Gaza criou um dilema para os líderes israelenses, dizem analistas.

Por enquanto, Israel deve continuar a invasão de Gaza após a trégua de quatro dias que termina na manhã de terça-feira.

Mas os termos da trégua também permitem a prorrogação do cessar-fogo. Israel disse que estava preparado para conceder mais um dia de pausa para cada 10 reféns que o Hamas libertasse, além dos 50 previstos no acordo.

“A questão é o quinto dia”, disse Alon Pinkas, comentarista político israelense e ex-diplomata. “Israel vai retomar a guerra?”

Reféns liberados pelo Hamas são levados para Israel pela Cruz Vermelha. Foto: SAID KHATIB

Uma prorrogação que permita mais libertações de reféns daria ainda mais alívio aos israelenses que veem a liberdade dos reféns como a maior prioridade imediata de Israel. Esse sentimento pode se espalhar entre a população israelense à medida que cada dia do cessar-fogo passar e mais reféns forem libertados.

“E o Hamas sabe muito bem disso”, disse Shira Efron, pesquisadora sênior do Israel Policy Forum, um grupo de pesquisa política com sede em Nova York. “Eles vão jogar com Israel e dizer: ‘Ah, encontramos mais cinco crianças. Se vocês nos derem mais um dia, talvez encontremos mais algumas no norte’”.

Efron disse: “Há uma probabilidade muito alta de que vejamos uma prorrogação no quinto, no sexto e no sétimo dia”.

Mas uma pausa mais longa poderia comprometer o objetivo principal da campanha militar de Israel em Gaza: a destruição e o desmantelamento do Hamas, o grupo armado que liderou o ataque de 7 de outubro que matou cerca de 1.200 pessoas no sul de Israel e levou ao sequestro de cerca de 240 reféns.

Se o cessar-fogo durar mais de quatro dias, o Hamas – que controlava toda Gaza até Israel a invadir no mês passado – terá mais tempo para se reagrupar, o que permitiria montar uma defesa mais feroz para quando e se Israel retomar sua campanha militar.

Também se espera que um cessar-fogo prolongado crie mais oportunidades para potências estrangeiras – especialmente os Estados Unidos – pressionarem Israel a reduzir seus objetivos militares. A resposta israelense ao ataque de 7 de outubro matou mais de 12 mil habitantes de Gaza, de acordo com autoridades de saúde locais, ocasionando um alarme crescente entre os aliados de Israel sobre a condução da campanha militar.

O presidente Biden, falando na sexta-feira de Nantucket, Massachusetts, disse que “há boas chances” de que a pausa possa abrir a porta para um cessar-fogo mais longo.

Mas, mesmo que os Estados Unidos pressionem Israel para pôr fim ou moderar a campanha militar, os líderes israelenses talvez ignorem as críticas e avancem com a invasão.

Terminar a guerra agora deixaria o Hamas ainda no comando da maior parte de Gaza. E também adiantaria as recriminações do pós-guerra – incluindo um inquérito governamental sobre quem foi o culpado pelo ataque de 7 de outubro – o que poderia ser prejudicial para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o chefe do Estado-Maior, Herzi Halevi, e outros responsáveis pela segurança do país.

Ao prosseguirem com a invasão – mesmo que isso atrase novas libertações de reféns e aumente as críticas internacionais a Israel – os líderes israelenses poderiam adiar esse esforço para a responsabilização e talvez até mesmo salvar um pouco de sua reputação interna, especialmente se acabarem por expulsar o Hamas.

A decisão também adiaria uma conversa difícil sobre quem deveria governar as partes de Gaza que Israel já tomou – dilema que nenhum líder israelense abordou de forma conclusiva em público.

Para os líderes israelenses, a guerra “significa erradicar e destruir o Hamas”, disse Pinkas. “Portanto, qualquer coisa menos do que isso não é vitória. Se o Hamas mantiver o que resta de poder político, então poderá afirmar que venceu”.

Quando a euforia com a libertação dos reféns passar, pode ser que o público israelense ainda apoie esmagadoramente a retomada da invasão, mesmo que isso impeça a libertação imediata de mais reféns.

À medida que mais reféns forem libertados, os israelenses vão ouvir mais relatos sobre como foram tratados durante o cativeiro – relatos que poderão amplificar os apelos à destruição do Hamas, disse Efron. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

THE NEW YORK TIMES - A alegria desencadeada em Israel neste fim de semana com a libertação de alguns reféns de Gaza criou um dilema para os líderes israelenses, dizem analistas.

Por enquanto, Israel deve continuar a invasão de Gaza após a trégua de quatro dias que termina na manhã de terça-feira.

Mas os termos da trégua também permitem a prorrogação do cessar-fogo. Israel disse que estava preparado para conceder mais um dia de pausa para cada 10 reféns que o Hamas libertasse, além dos 50 previstos no acordo.

“A questão é o quinto dia”, disse Alon Pinkas, comentarista político israelense e ex-diplomata. “Israel vai retomar a guerra?”

Reféns liberados pelo Hamas são levados para Israel pela Cruz Vermelha. Foto: SAID KHATIB

Uma prorrogação que permita mais libertações de reféns daria ainda mais alívio aos israelenses que veem a liberdade dos reféns como a maior prioridade imediata de Israel. Esse sentimento pode se espalhar entre a população israelense à medida que cada dia do cessar-fogo passar e mais reféns forem libertados.

“E o Hamas sabe muito bem disso”, disse Shira Efron, pesquisadora sênior do Israel Policy Forum, um grupo de pesquisa política com sede em Nova York. “Eles vão jogar com Israel e dizer: ‘Ah, encontramos mais cinco crianças. Se vocês nos derem mais um dia, talvez encontremos mais algumas no norte’”.

Efron disse: “Há uma probabilidade muito alta de que vejamos uma prorrogação no quinto, no sexto e no sétimo dia”.

Mas uma pausa mais longa poderia comprometer o objetivo principal da campanha militar de Israel em Gaza: a destruição e o desmantelamento do Hamas, o grupo armado que liderou o ataque de 7 de outubro que matou cerca de 1.200 pessoas no sul de Israel e levou ao sequestro de cerca de 240 reféns.

Se o cessar-fogo durar mais de quatro dias, o Hamas – que controlava toda Gaza até Israel a invadir no mês passado – terá mais tempo para se reagrupar, o que permitiria montar uma defesa mais feroz para quando e se Israel retomar sua campanha militar.

Também se espera que um cessar-fogo prolongado crie mais oportunidades para potências estrangeiras – especialmente os Estados Unidos – pressionarem Israel a reduzir seus objetivos militares. A resposta israelense ao ataque de 7 de outubro matou mais de 12 mil habitantes de Gaza, de acordo com autoridades de saúde locais, ocasionando um alarme crescente entre os aliados de Israel sobre a condução da campanha militar.

O presidente Biden, falando na sexta-feira de Nantucket, Massachusetts, disse que “há boas chances” de que a pausa possa abrir a porta para um cessar-fogo mais longo.

Mas, mesmo que os Estados Unidos pressionem Israel para pôr fim ou moderar a campanha militar, os líderes israelenses talvez ignorem as críticas e avancem com a invasão.

Terminar a guerra agora deixaria o Hamas ainda no comando da maior parte de Gaza. E também adiantaria as recriminações do pós-guerra – incluindo um inquérito governamental sobre quem foi o culpado pelo ataque de 7 de outubro – o que poderia ser prejudicial para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o chefe do Estado-Maior, Herzi Halevi, e outros responsáveis pela segurança do país.

Ao prosseguirem com a invasão – mesmo que isso atrase novas libertações de reféns e aumente as críticas internacionais a Israel – os líderes israelenses poderiam adiar esse esforço para a responsabilização e talvez até mesmo salvar um pouco de sua reputação interna, especialmente se acabarem por expulsar o Hamas.

A decisão também adiaria uma conversa difícil sobre quem deveria governar as partes de Gaza que Israel já tomou – dilema que nenhum líder israelense abordou de forma conclusiva em público.

Para os líderes israelenses, a guerra “significa erradicar e destruir o Hamas”, disse Pinkas. “Portanto, qualquer coisa menos do que isso não é vitória. Se o Hamas mantiver o que resta de poder político, então poderá afirmar que venceu”.

Quando a euforia com a libertação dos reféns passar, pode ser que o público israelense ainda apoie esmagadoramente a retomada da invasão, mesmo que isso impeça a libertação imediata de mais reféns.

À medida que mais reféns forem libertados, os israelenses vão ouvir mais relatos sobre como foram tratados durante o cativeiro – relatos que poderão amplificar os apelos à destruição do Hamas, disse Efron. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

THE NEW YORK TIMES - A alegria desencadeada em Israel neste fim de semana com a libertação de alguns reféns de Gaza criou um dilema para os líderes israelenses, dizem analistas.

Por enquanto, Israel deve continuar a invasão de Gaza após a trégua de quatro dias que termina na manhã de terça-feira.

Mas os termos da trégua também permitem a prorrogação do cessar-fogo. Israel disse que estava preparado para conceder mais um dia de pausa para cada 10 reféns que o Hamas libertasse, além dos 50 previstos no acordo.

“A questão é o quinto dia”, disse Alon Pinkas, comentarista político israelense e ex-diplomata. “Israel vai retomar a guerra?”

Reféns liberados pelo Hamas são levados para Israel pela Cruz Vermelha. Foto: SAID KHATIB

Uma prorrogação que permita mais libertações de reféns daria ainda mais alívio aos israelenses que veem a liberdade dos reféns como a maior prioridade imediata de Israel. Esse sentimento pode se espalhar entre a população israelense à medida que cada dia do cessar-fogo passar e mais reféns forem libertados.

“E o Hamas sabe muito bem disso”, disse Shira Efron, pesquisadora sênior do Israel Policy Forum, um grupo de pesquisa política com sede em Nova York. “Eles vão jogar com Israel e dizer: ‘Ah, encontramos mais cinco crianças. Se vocês nos derem mais um dia, talvez encontremos mais algumas no norte’”.

Efron disse: “Há uma probabilidade muito alta de que vejamos uma prorrogação no quinto, no sexto e no sétimo dia”.

Mas uma pausa mais longa poderia comprometer o objetivo principal da campanha militar de Israel em Gaza: a destruição e o desmantelamento do Hamas, o grupo armado que liderou o ataque de 7 de outubro que matou cerca de 1.200 pessoas no sul de Israel e levou ao sequestro de cerca de 240 reféns.

Se o cessar-fogo durar mais de quatro dias, o Hamas – que controlava toda Gaza até Israel a invadir no mês passado – terá mais tempo para se reagrupar, o que permitiria montar uma defesa mais feroz para quando e se Israel retomar sua campanha militar.

Também se espera que um cessar-fogo prolongado crie mais oportunidades para potências estrangeiras – especialmente os Estados Unidos – pressionarem Israel a reduzir seus objetivos militares. A resposta israelense ao ataque de 7 de outubro matou mais de 12 mil habitantes de Gaza, de acordo com autoridades de saúde locais, ocasionando um alarme crescente entre os aliados de Israel sobre a condução da campanha militar.

O presidente Biden, falando na sexta-feira de Nantucket, Massachusetts, disse que “há boas chances” de que a pausa possa abrir a porta para um cessar-fogo mais longo.

Mas, mesmo que os Estados Unidos pressionem Israel para pôr fim ou moderar a campanha militar, os líderes israelenses talvez ignorem as críticas e avancem com a invasão.

Terminar a guerra agora deixaria o Hamas ainda no comando da maior parte de Gaza. E também adiantaria as recriminações do pós-guerra – incluindo um inquérito governamental sobre quem foi o culpado pelo ataque de 7 de outubro – o que poderia ser prejudicial para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o chefe do Estado-Maior, Herzi Halevi, e outros responsáveis pela segurança do país.

Ao prosseguirem com a invasão – mesmo que isso atrase novas libertações de reféns e aumente as críticas internacionais a Israel – os líderes israelenses poderiam adiar esse esforço para a responsabilização e talvez até mesmo salvar um pouco de sua reputação interna, especialmente se acabarem por expulsar o Hamas.

A decisão também adiaria uma conversa difícil sobre quem deveria governar as partes de Gaza que Israel já tomou – dilema que nenhum líder israelense abordou de forma conclusiva em público.

Para os líderes israelenses, a guerra “significa erradicar e destruir o Hamas”, disse Pinkas. “Portanto, qualquer coisa menos do que isso não é vitória. Se o Hamas mantiver o que resta de poder político, então poderá afirmar que venceu”.

Quando a euforia com a libertação dos reféns passar, pode ser que o público israelense ainda apoie esmagadoramente a retomada da invasão, mesmo que isso impeça a libertação imediata de mais reféns.

À medida que mais reféns forem libertados, os israelenses vão ouvir mais relatos sobre como foram tratados durante o cativeiro – relatos que poderão amplificar os apelos à destruição do Hamas, disse Efron. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

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