Israel vs Irã, Hamas, Hezbollah: entenda em 14 análises os conflitos que envolvem o país


Morte do líder do Hezbollah é o mais recente capítulo de um cenário que beira uma guerra total no Líbano, enquanto ofensiva israelense segue ativa em Gaza

Por Redação
Atualização:

O Hezbollah anunciou neste sábado, 28, a morte de seu líder, Hassan Nasrallah, em um ataque aéreo israelense nos arredores de Beirute, no Líbano. O episódio representa um golpe devastador para a milícia xiita libanesa pró-Irã, gerando condenações generalizadas na região e promessas de retaliação contra Israel que, por sua vez, comemorou o assassinato de Nasrallah, descrevendo-o como um “ponto de virada histórico”.

A morte do líder do Hezbollah é o mais recente capítulo de um cenário que beira uma guerra total no Líbano. Israel e Hezbollah têm trocado fogo desde o início do conflito de Israel com o grupo terrorista Hamas em Gaza, há quase um ano. No entanto, nas últimas semanas, a escalada entre os dois lados atingiu novos níveis de tensão, especialmente após Israel realizar explosões de pagers e walkie-talkies usados pela milícia xiita radical, intensificando o confronto — e, em paralelo, os ataques em Gaza seguiram.

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O aumento das hostilidades entre Israel e o Hezbollah sinaliza uma escalada perigosa no conflito. Os ataques entre ambos, que inicialmente pareciam ser ações isoladas, agora ameaçam colocar Israel em duas guerras simultâneas. Enquanto os dois lados trocam ofensivas, a comunidade internacional observa com apreensão, temendo consequências imprevisíveis para o Oriente Médio.

O Estadão vem acompanhando diariamente os confrontos em Gaza e no Líbano. Nas análises apresentadas abaixo, é possível entender os conflitos que envolvem o país.

Por que Israel está travando tantas batalhas?

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Israel vive um dos períodos de conflito mais complexos dos seus 76 anos de história. Além da guerra em Gaza, desencadeada após o ataque do Hamas em 7 de outubro, Israel está batalhando com o Hezbollah ao longo de sua fronteira com o Líbano, operando uma contrainsurgência na Cisjordânia ocupada e trocando fogo esporádico com o Irã.

Em Gaza, Israel definiu um critério exigente para a vitória: a erradicação da liderança do Hamas e o resgate de cerca de 100 reféns ainda mantidos pelo grupo, e os túneis do grupo terrorista tornam isso ainda mais difícil. Na Cisjordânia, grupos militantes que se opõem à existência de Israel são alvos de ataques crescentes desde o início na guerra em Gaza. E na fronteira com o Líbano, confrontos com o Hezbollah, aliado do Irã, escalam, com o risco de um conflito regional mais amplo.

Esses conflitos são alimentados pela persistente hostilidade entre Israel e seus vizinhos, especialmente o Irã, que apoia grupos como o Hezbollah e o Hamas. Israel defende o uso da força como resposta a essas ameaças, enquanto críticos apontam para a falta de esforços diplomáticos e as consequências devastadoras sobre civis. A guerra em Gaza continua sem solução próxima, e a tensão em outras frentes pode desencadear um confronto regional mais amplo. Leia mais aqui.

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Sistema de defesa aérea israelense Iron Dome dispara para interceptar foguetes lançados do Líbano, visto de Safed, norte de Israel. Foto: AP/Baz Ratner

Qual foi a estratégia adotada por Israel para matar o líder do Hezbollah?

Israel lançou uma operação cirúrgica para eliminar o líder do Hezbollah, Hasan Nasrallah, após meses de monitoramento. Nasrallah foi morto em um bombardeio aéreo coordenado, que envolveu mais de 80 bombas, visando impedir que ele escapasse para outro esconderijo. A morte do líder foi confirmada no sábado, junto com a de Ali Karaki, um comandante militar importante do Hezbollah. A ação faz parte de uma ofensiva israelense mais ampla contra as capacidades de comando do Hezbollah, e o primo de Nasrallah, Hashem Safieddine, é apontado como seu possível sucessor.

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A operação gerou uma resposta imediata do Irã, com Teerã convocando tropas para um possível envio ao Líbano. O aiatolá Ali Khamenei condenou as mortes no Líbano, culpando Israel pelas ações violentas. A movimentação militar iraniana e o reforço de alianças com o Hezbollah aumentam os temores de uma escalada no conflito, enquanto Israel mantém suas forças em alerta máximo para possíveis retaliações.

Israel pode vencer várias guerras ao mesmo tempo?

Somente na última semana, Israel lançou mais de 2.000 ataques aéreos contra o Hezbollah no Líbano e continuou seus bombardeios quase diários contra o Hamas na Faixa de Gaza — e não há sinais de que os ataques estejam diminuindo, deixando dúvidas sobre quanto tempo Israel pode seguir enfrentando vários conflitos ao mesmo tempo.

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Especialistas militares e em armamentos dizem que isso não está claro. Israel, como muitos países, mantem as armas em seu arsenal em sigilo absoluto, mas com o apoio militar dos EUA e uma produção interna significativa de armamentos, Israel parece preparado para manter uma ofensiva prolongada. No entanto, especialistas destacam que, apesar de sua capacidade de defesa, o número de ataques inimigos, especialmente do Hezbollah, pode pressionar seus recursos no longo prazo. Leia mais aqui.

Fumaça sobe dos ataques aéreos israelenses nos subúrbios ao sul de Beirute, Líbano. Foto: Hassan Ammar/AP

Quais os riscos de uma guerra total entre Israel e o Hezzbollah?

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Autoridades internacionais estão tentando evitar uma guerra total entre Israel e o Hezbollah. Embora Israel e Hezbollah já tenham se enfrentado na Guerra do Líbano de 2006, a preocupação atual é que uma nova guerra total tenha consequências ainda mais devastadoras, com potencial de desestabilizar o Oriente Médio. Com ambos os lados reforçando seus arsenais, a possibilidade de um conflito maior aumenta.

A guerra total significaria o uso completo dos recursos militares e civis de ambos os lados, algo que muitos temem desestabilizaria ainda mais a região, envolvendo outras potências como EUA e Irã. Leia mais aqui.

Israel x Irã e Hezbollah: entenda qual o arsenal dos dois lados do conflito

Se Israel entrar em guerra com o Hezbollah, poderá ter que enfrentar ameaças simultâneas de diferentes tipos, vindas de diversas frentes. Além de lidar com o arsenal militar da milícia xiita radical — que é a força paramilitar mais fortemente armada de todo o mundo —, possivelmente também enfrentaria o armamento do Irã, que possui maior e mais diverso arsenal de mísseis do Oriente Médio, com milhares de mísseis balísticos e de cruzeiro.

Um ataque coordenado de grandes proporções poderia pressionar o sistema de defesa de Israel, que é mundialmente conhecido pelo Iron Dome. Leia mais aqui.

Soldados israelenses em tanques no norte de Israel. Foto: Baz Ratner/AP

Qual o papel do Irã nos conflitos de Israel?

O Irã está em uma posição difícil devido à guerra entre Israel e o Hezbollah, seu aliado no Líbano. O presidente Masoud Pezeshkian busca manter um tom moderado ao tentar reativar as negociações nucleares e aliviar as sanções, evitando uma guerra total com Israel. Ao mesmo tempo, precisa defender seus aliados regionais sem provocar um conflito maior, que poderia envolver os EUA e ter consequências devastadoras internamente. A sobrevivência do Hezbollah é essencial para a estratégia de defesa avançada do Irã, tornando este um dilema complexo. Leia mais aqui.

Existe alguma chance de paz em um futuro próximo?

Os recentes ataques israelenses contra o Hezbollah, incluindo a explosão de pagers e walkie-talkies usados pela milícia, intensificaram o conflito de um ano entre Israel e o grupo. Esses ataques, que resultaram em mortes e feridos no Líbano, são um novo capítulo na guerra de desgaste entre as duas partes, sem sinais de uma solução imediata. Embora muitos em Israel vejam essas operações como uma estratégia eficaz para minar o Hezbollah, as perspectivas de paz parecem cada vez mais distantes.

Por outro lado, o Hezbollah se encontra em estado de choque após essas ofensivas, tendo que lidar com a maior violação de sua segurança em décadas. Ainda que o arsenal do grupo esteja enfraquecido, a resposta do Hezbollah sugere que a escalada pode continuar. As tensões permanecem altas, e tanto Israel quanto o Hezbollah mostram-se relutantes em dar passos concretos rumo a um cessar-fogo duradouro, enquanto a guerra em Gaza segue sem uma solução. Leia mais aqui.

Por que é tolice achar que o Hezbollah é problema de Israel?

Até os ataques da al-Qaeda em 11 de setembro de 2001, nenhum grupo terrorista havia assassinado mais americanos do que o Hezbollah. E a milícia xiita assassinou e a matou de fome um número incontável de sírios. Também não pode ser do interesse do Ocidente que um grupo terrorista com laços crescentes com o Kremlin mantenha o controle efetivo de um Estado mediterrâneo.

Além dos interesses de Israel em ter fronteiras seguras contra o Eixo de Resistência de Teerã, há um interesse americano em limitar a expansão do que chamo de Eixo de Repressão, um grupo mais amplo que inclui o Irã, a China, a Rússia e a Coreia do Norte. Assim, este é um conflito que vai desde a fronteira da Noruega com a Rússia até a luta do povo iraniano contra seu próprio governo. Leia mais aqui.

Israelenses participam de um protesto antigovernamental pedindo ação para garantir a libertação de reféns israelenses. Foto: Jack Guez/AFP.

Por que a política do Oriente Médio parece estar desmoronando?

Israel enfrenta uma pergunta urgente: o que qualquer país faria se atacado por dois grupos como Hamas e Hezbollah, com o apoio do Irã? A resposta, de acordo com o governo israelense, seria esmagar essas ameaças com força militar. Mas sem um plano claro de saída, a estratégia pode ser uma armadilha.

O gatilho e objetivo imediato da guerra foi um interesse iraniano e do Hamas em sabotar a iniciativa diplomática da equipe de Biden para reunir Israel, a Autoridade Palestina e a Arábia Saudita em um anel de paz

A guerra, na visão de muitos, é uma extensão de uma estratégia iraniana maior para enfraquecer Israel e seus aliados. Nesse cenário, Israel enfrenta não apenas ameaças externas, mas também uma falta de estratégia unificada internamente, o que pode colocar em risco sua própria sobrevivência a longo prazo. Leia mais aqui.

Quais as implicações das ações de Israel para o Oriente Médio?

As recentes ações de Israel no Líbano, envolvendo um sofisticado ataque cibernético em pagers e walkie-talkies contra o Hezbollah, podem trazer sérias implicações para o Oriente Médio. O incidente, que expôs a vulnerabilidade da rede de comunicação do Hezbollah, eleva as tensões regionais e agrava o cenário diplomático, complicando os esforços de cessar-fogo em Gaza e ampliando o envolvimento de potências como o Irã e os EUA, tornando a estabilidade da região ainda mais frágil. Leia mais aqui.

Fumaça sobe de um ataque aéreo israelense nos subúrbios ao sul de Beirute, Líbano, no sábado, 28. Foto: AP/Hussein Malla

Netanyahu tem segundas intenções além da segurança de Israel?

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, tem dado prioridade à sua sobrevivência política e jurídica, especialmente diante das acusações de corrupção que enfrenta. Para isso, ele se aliou a grupos religiosos extremistas, aceitando ministros radicais em seu governo, e propondo uma reforma judicial que gerou críticas dentro e fora de Israel. No entanto, sua popularidade despencou após o ataque do Hamas em outubro de 2023, evidenciando falhas de segurança e comprometendo ainda mais seu governo.

Netanyahu parece apostar na crise atual para manter sua posição política, ignorando soluções diplomáticas que poderiam aliviar as tensões regionais. Embora a maioria dos reféns israelenses tenha sido libertada por meio de acordos, ele insiste em uma solução militar para a situação com o Hamas e o Hezbollah, provocando temores de uma escalada que pode desencadear um conflito regional. Enquanto busca se manter no poder, a possibilidade de novas eleições ameaça seu futuro político. Leia mais aqui.

Israel poderia fazer um acordo para acabar com os conflitos?

Enormes manifestações em Tel-Aviv exigiram que Netanyahu concordasse com um pacto de cessar-fogo para obter a libertação dos reféns restantes, sob o custo de conceder ao Hamas uma de suas principais demandas: a retirada Israel de uma faixa de território conhecida como Corredor Filadélfia, que separa Gaza do Egito. Netanyahu se recusou.

Os críticos alertam que o imperativo moral de resgatar reféns não deve se sobrepor à segurança nacional. A história do acordo de Shalit ainda pesa nas famílias israelenses, que temem as consequências de novos compromissos com o Hamas. Embora o sofrimento dos reféns seja inegável, a solidariedade não deve eclipsar o raciocínio estratégico, e um cessar-fogo poderia permitir ao Hamas recuperar forças. Leia mais aqui.

Famílias sentam-se no chão na Praça dos Mártires após fugir dos ataques aéreos israelenses nos subúrbios ao sul de Beirute. Foto: Bilal Hussein/AP

Os exemplos de momentos de tensão que foram solucionados

A crise entre Israel e o Hezbollah se intensifica, com ambos os lados engajando em uma escalada de retaliações. A situação é comparada à Crise dos Mísseis em Cuba, onde ações imprudentes poderiam levar a um conflito global.

Analistas alertam para as fragilidades de Israel diante de um potencial ataque, dada a geografia e a densidade populacional do país. Enquanto Netanyahu parece adotar uma postura de provocação similar à “Teoria do Maluco” de Nixon, o risco de um erro de cálculo é alarmante, considerando que o Hezbollah possui um arsenal militar significativo e a capacidade de infligir danos substanciais a Israel. O futuro da região permanece incerto, à medida que as apostas aumentam e a diplomacia se mostra cada vez mais escassa. Leia mais aqui.

O papel dos Estados Unidos no complexo mundo em que vivemos

Administrar a política externa dos Estados Unidos é muito mais difícil do que a maioria das pessoas jamais imaginaria. A complexidade da política externa contemporânea envolve lidar simultaneamente com superpotências, corporações globais, redes terroristas e crises climáticas. Ao contrário da diplomacia direta da Guerra Fria, hoje em dia é preciso equilibrar interesses de múltiplos atores não estatais e países em colapso. Antony Blinken, atual secretário de Estado americano, enfrenta desafios que vão desde as milícias armadas no Oriente Médio até a construção de alianças estratégicas, algo vital para a política americana.

A diplomacia dos EUA é agora mais dependente do que nunca de alianças fortes, especialmente diante de adversários como Rússia, China e Irã. Enquanto Donald Trump adotava uma abordagem transacional que minava essas parcerias, a atual administração, liderada por Joe Biden, tem conseguido usar essas alianças para contrabalançar ameaças globais. O próximo presidente americano terá que navegar essa geopolítica complexa e reverter décadas de desinvestimento militar, exigindo, mais do que nunca, apoio de aliados. Leia mais aqui.

O Hezbollah anunciou neste sábado, 28, a morte de seu líder, Hassan Nasrallah, em um ataque aéreo israelense nos arredores de Beirute, no Líbano. O episódio representa um golpe devastador para a milícia xiita libanesa pró-Irã, gerando condenações generalizadas na região e promessas de retaliação contra Israel que, por sua vez, comemorou o assassinato de Nasrallah, descrevendo-o como um “ponto de virada histórico”.

A morte do líder do Hezbollah é o mais recente capítulo de um cenário que beira uma guerra total no Líbano. Israel e Hezbollah têm trocado fogo desde o início do conflito de Israel com o grupo terrorista Hamas em Gaza, há quase um ano. No entanto, nas últimas semanas, a escalada entre os dois lados atingiu novos níveis de tensão, especialmente após Israel realizar explosões de pagers e walkie-talkies usados pela milícia xiita radical, intensificando o confronto — e, em paralelo, os ataques em Gaza seguiram.

O aumento das hostilidades entre Israel e o Hezbollah sinaliza uma escalada perigosa no conflito. Os ataques entre ambos, que inicialmente pareciam ser ações isoladas, agora ameaçam colocar Israel em duas guerras simultâneas. Enquanto os dois lados trocam ofensivas, a comunidade internacional observa com apreensão, temendo consequências imprevisíveis para o Oriente Médio.

O Estadão vem acompanhando diariamente os confrontos em Gaza e no Líbano. Nas análises apresentadas abaixo, é possível entender os conflitos que envolvem o país.

Por que Israel está travando tantas batalhas?

Israel vive um dos períodos de conflito mais complexos dos seus 76 anos de história. Além da guerra em Gaza, desencadeada após o ataque do Hamas em 7 de outubro, Israel está batalhando com o Hezbollah ao longo de sua fronteira com o Líbano, operando uma contrainsurgência na Cisjordânia ocupada e trocando fogo esporádico com o Irã.

Em Gaza, Israel definiu um critério exigente para a vitória: a erradicação da liderança do Hamas e o resgate de cerca de 100 reféns ainda mantidos pelo grupo, e os túneis do grupo terrorista tornam isso ainda mais difícil. Na Cisjordânia, grupos militantes que se opõem à existência de Israel são alvos de ataques crescentes desde o início na guerra em Gaza. E na fronteira com o Líbano, confrontos com o Hezbollah, aliado do Irã, escalam, com o risco de um conflito regional mais amplo.

Esses conflitos são alimentados pela persistente hostilidade entre Israel e seus vizinhos, especialmente o Irã, que apoia grupos como o Hezbollah e o Hamas. Israel defende o uso da força como resposta a essas ameaças, enquanto críticos apontam para a falta de esforços diplomáticos e as consequências devastadoras sobre civis. A guerra em Gaza continua sem solução próxima, e a tensão em outras frentes pode desencadear um confronto regional mais amplo. Leia mais aqui.

Sistema de defesa aérea israelense Iron Dome dispara para interceptar foguetes lançados do Líbano, visto de Safed, norte de Israel. Foto: AP/Baz Ratner

Qual foi a estratégia adotada por Israel para matar o líder do Hezbollah?

Israel lançou uma operação cirúrgica para eliminar o líder do Hezbollah, Hasan Nasrallah, após meses de monitoramento. Nasrallah foi morto em um bombardeio aéreo coordenado, que envolveu mais de 80 bombas, visando impedir que ele escapasse para outro esconderijo. A morte do líder foi confirmada no sábado, junto com a de Ali Karaki, um comandante militar importante do Hezbollah. A ação faz parte de uma ofensiva israelense mais ampla contra as capacidades de comando do Hezbollah, e o primo de Nasrallah, Hashem Safieddine, é apontado como seu possível sucessor.

A operação gerou uma resposta imediata do Irã, com Teerã convocando tropas para um possível envio ao Líbano. O aiatolá Ali Khamenei condenou as mortes no Líbano, culpando Israel pelas ações violentas. A movimentação militar iraniana e o reforço de alianças com o Hezbollah aumentam os temores de uma escalada no conflito, enquanto Israel mantém suas forças em alerta máximo para possíveis retaliações.

Israel pode vencer várias guerras ao mesmo tempo?

Somente na última semana, Israel lançou mais de 2.000 ataques aéreos contra o Hezbollah no Líbano e continuou seus bombardeios quase diários contra o Hamas na Faixa de Gaza — e não há sinais de que os ataques estejam diminuindo, deixando dúvidas sobre quanto tempo Israel pode seguir enfrentando vários conflitos ao mesmo tempo.

Especialistas militares e em armamentos dizem que isso não está claro. Israel, como muitos países, mantem as armas em seu arsenal em sigilo absoluto, mas com o apoio militar dos EUA e uma produção interna significativa de armamentos, Israel parece preparado para manter uma ofensiva prolongada. No entanto, especialistas destacam que, apesar de sua capacidade de defesa, o número de ataques inimigos, especialmente do Hezbollah, pode pressionar seus recursos no longo prazo. Leia mais aqui.

Fumaça sobe dos ataques aéreos israelenses nos subúrbios ao sul de Beirute, Líbano. Foto: Hassan Ammar/AP

Quais os riscos de uma guerra total entre Israel e o Hezzbollah?

Autoridades internacionais estão tentando evitar uma guerra total entre Israel e o Hezbollah. Embora Israel e Hezbollah já tenham se enfrentado na Guerra do Líbano de 2006, a preocupação atual é que uma nova guerra total tenha consequências ainda mais devastadoras, com potencial de desestabilizar o Oriente Médio. Com ambos os lados reforçando seus arsenais, a possibilidade de um conflito maior aumenta.

A guerra total significaria o uso completo dos recursos militares e civis de ambos os lados, algo que muitos temem desestabilizaria ainda mais a região, envolvendo outras potências como EUA e Irã. Leia mais aqui.

Israel x Irã e Hezbollah: entenda qual o arsenal dos dois lados do conflito

Se Israel entrar em guerra com o Hezbollah, poderá ter que enfrentar ameaças simultâneas de diferentes tipos, vindas de diversas frentes. Além de lidar com o arsenal militar da milícia xiita radical — que é a força paramilitar mais fortemente armada de todo o mundo —, possivelmente também enfrentaria o armamento do Irã, que possui maior e mais diverso arsenal de mísseis do Oriente Médio, com milhares de mísseis balísticos e de cruzeiro.

Um ataque coordenado de grandes proporções poderia pressionar o sistema de defesa de Israel, que é mundialmente conhecido pelo Iron Dome. Leia mais aqui.

Soldados israelenses em tanques no norte de Israel. Foto: Baz Ratner/AP

Qual o papel do Irã nos conflitos de Israel?

O Irã está em uma posição difícil devido à guerra entre Israel e o Hezbollah, seu aliado no Líbano. O presidente Masoud Pezeshkian busca manter um tom moderado ao tentar reativar as negociações nucleares e aliviar as sanções, evitando uma guerra total com Israel. Ao mesmo tempo, precisa defender seus aliados regionais sem provocar um conflito maior, que poderia envolver os EUA e ter consequências devastadoras internamente. A sobrevivência do Hezbollah é essencial para a estratégia de defesa avançada do Irã, tornando este um dilema complexo. Leia mais aqui.

Existe alguma chance de paz em um futuro próximo?

Os recentes ataques israelenses contra o Hezbollah, incluindo a explosão de pagers e walkie-talkies usados pela milícia, intensificaram o conflito de um ano entre Israel e o grupo. Esses ataques, que resultaram em mortes e feridos no Líbano, são um novo capítulo na guerra de desgaste entre as duas partes, sem sinais de uma solução imediata. Embora muitos em Israel vejam essas operações como uma estratégia eficaz para minar o Hezbollah, as perspectivas de paz parecem cada vez mais distantes.

Por outro lado, o Hezbollah se encontra em estado de choque após essas ofensivas, tendo que lidar com a maior violação de sua segurança em décadas. Ainda que o arsenal do grupo esteja enfraquecido, a resposta do Hezbollah sugere que a escalada pode continuar. As tensões permanecem altas, e tanto Israel quanto o Hezbollah mostram-se relutantes em dar passos concretos rumo a um cessar-fogo duradouro, enquanto a guerra em Gaza segue sem uma solução. Leia mais aqui.

Por que é tolice achar que o Hezbollah é problema de Israel?

Até os ataques da al-Qaeda em 11 de setembro de 2001, nenhum grupo terrorista havia assassinado mais americanos do que o Hezbollah. E a milícia xiita assassinou e a matou de fome um número incontável de sírios. Também não pode ser do interesse do Ocidente que um grupo terrorista com laços crescentes com o Kremlin mantenha o controle efetivo de um Estado mediterrâneo.

Além dos interesses de Israel em ter fronteiras seguras contra o Eixo de Resistência de Teerã, há um interesse americano em limitar a expansão do que chamo de Eixo de Repressão, um grupo mais amplo que inclui o Irã, a China, a Rússia e a Coreia do Norte. Assim, este é um conflito que vai desde a fronteira da Noruega com a Rússia até a luta do povo iraniano contra seu próprio governo. Leia mais aqui.

Israelenses participam de um protesto antigovernamental pedindo ação para garantir a libertação de reféns israelenses. Foto: Jack Guez/AFP.

Por que a política do Oriente Médio parece estar desmoronando?

Israel enfrenta uma pergunta urgente: o que qualquer país faria se atacado por dois grupos como Hamas e Hezbollah, com o apoio do Irã? A resposta, de acordo com o governo israelense, seria esmagar essas ameaças com força militar. Mas sem um plano claro de saída, a estratégia pode ser uma armadilha.

O gatilho e objetivo imediato da guerra foi um interesse iraniano e do Hamas em sabotar a iniciativa diplomática da equipe de Biden para reunir Israel, a Autoridade Palestina e a Arábia Saudita em um anel de paz

A guerra, na visão de muitos, é uma extensão de uma estratégia iraniana maior para enfraquecer Israel e seus aliados. Nesse cenário, Israel enfrenta não apenas ameaças externas, mas também uma falta de estratégia unificada internamente, o que pode colocar em risco sua própria sobrevivência a longo prazo. Leia mais aqui.

Quais as implicações das ações de Israel para o Oriente Médio?

As recentes ações de Israel no Líbano, envolvendo um sofisticado ataque cibernético em pagers e walkie-talkies contra o Hezbollah, podem trazer sérias implicações para o Oriente Médio. O incidente, que expôs a vulnerabilidade da rede de comunicação do Hezbollah, eleva as tensões regionais e agrava o cenário diplomático, complicando os esforços de cessar-fogo em Gaza e ampliando o envolvimento de potências como o Irã e os EUA, tornando a estabilidade da região ainda mais frágil. Leia mais aqui.

Fumaça sobe de um ataque aéreo israelense nos subúrbios ao sul de Beirute, Líbano, no sábado, 28. Foto: AP/Hussein Malla

Netanyahu tem segundas intenções além da segurança de Israel?

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, tem dado prioridade à sua sobrevivência política e jurídica, especialmente diante das acusações de corrupção que enfrenta. Para isso, ele se aliou a grupos religiosos extremistas, aceitando ministros radicais em seu governo, e propondo uma reforma judicial que gerou críticas dentro e fora de Israel. No entanto, sua popularidade despencou após o ataque do Hamas em outubro de 2023, evidenciando falhas de segurança e comprometendo ainda mais seu governo.

Netanyahu parece apostar na crise atual para manter sua posição política, ignorando soluções diplomáticas que poderiam aliviar as tensões regionais. Embora a maioria dos reféns israelenses tenha sido libertada por meio de acordos, ele insiste em uma solução militar para a situação com o Hamas e o Hezbollah, provocando temores de uma escalada que pode desencadear um conflito regional. Enquanto busca se manter no poder, a possibilidade de novas eleições ameaça seu futuro político. Leia mais aqui.

Israel poderia fazer um acordo para acabar com os conflitos?

Enormes manifestações em Tel-Aviv exigiram que Netanyahu concordasse com um pacto de cessar-fogo para obter a libertação dos reféns restantes, sob o custo de conceder ao Hamas uma de suas principais demandas: a retirada Israel de uma faixa de território conhecida como Corredor Filadélfia, que separa Gaza do Egito. Netanyahu se recusou.

Os críticos alertam que o imperativo moral de resgatar reféns não deve se sobrepor à segurança nacional. A história do acordo de Shalit ainda pesa nas famílias israelenses, que temem as consequências de novos compromissos com o Hamas. Embora o sofrimento dos reféns seja inegável, a solidariedade não deve eclipsar o raciocínio estratégico, e um cessar-fogo poderia permitir ao Hamas recuperar forças. Leia mais aqui.

Famílias sentam-se no chão na Praça dos Mártires após fugir dos ataques aéreos israelenses nos subúrbios ao sul de Beirute. Foto: Bilal Hussein/AP

Os exemplos de momentos de tensão que foram solucionados

A crise entre Israel e o Hezbollah se intensifica, com ambos os lados engajando em uma escalada de retaliações. A situação é comparada à Crise dos Mísseis em Cuba, onde ações imprudentes poderiam levar a um conflito global.

Analistas alertam para as fragilidades de Israel diante de um potencial ataque, dada a geografia e a densidade populacional do país. Enquanto Netanyahu parece adotar uma postura de provocação similar à “Teoria do Maluco” de Nixon, o risco de um erro de cálculo é alarmante, considerando que o Hezbollah possui um arsenal militar significativo e a capacidade de infligir danos substanciais a Israel. O futuro da região permanece incerto, à medida que as apostas aumentam e a diplomacia se mostra cada vez mais escassa. Leia mais aqui.

O papel dos Estados Unidos no complexo mundo em que vivemos

Administrar a política externa dos Estados Unidos é muito mais difícil do que a maioria das pessoas jamais imaginaria. A complexidade da política externa contemporânea envolve lidar simultaneamente com superpotências, corporações globais, redes terroristas e crises climáticas. Ao contrário da diplomacia direta da Guerra Fria, hoje em dia é preciso equilibrar interesses de múltiplos atores não estatais e países em colapso. Antony Blinken, atual secretário de Estado americano, enfrenta desafios que vão desde as milícias armadas no Oriente Médio até a construção de alianças estratégicas, algo vital para a política americana.

A diplomacia dos EUA é agora mais dependente do que nunca de alianças fortes, especialmente diante de adversários como Rússia, China e Irã. Enquanto Donald Trump adotava uma abordagem transacional que minava essas parcerias, a atual administração, liderada por Joe Biden, tem conseguido usar essas alianças para contrabalançar ameaças globais. O próximo presidente americano terá que navegar essa geopolítica complexa e reverter décadas de desinvestimento militar, exigindo, mais do que nunca, apoio de aliados. Leia mais aqui.

O Hezbollah anunciou neste sábado, 28, a morte de seu líder, Hassan Nasrallah, em um ataque aéreo israelense nos arredores de Beirute, no Líbano. O episódio representa um golpe devastador para a milícia xiita libanesa pró-Irã, gerando condenações generalizadas na região e promessas de retaliação contra Israel que, por sua vez, comemorou o assassinato de Nasrallah, descrevendo-o como um “ponto de virada histórico”.

A morte do líder do Hezbollah é o mais recente capítulo de um cenário que beira uma guerra total no Líbano. Israel e Hezbollah têm trocado fogo desde o início do conflito de Israel com o grupo terrorista Hamas em Gaza, há quase um ano. No entanto, nas últimas semanas, a escalada entre os dois lados atingiu novos níveis de tensão, especialmente após Israel realizar explosões de pagers e walkie-talkies usados pela milícia xiita radical, intensificando o confronto — e, em paralelo, os ataques em Gaza seguiram.

O aumento das hostilidades entre Israel e o Hezbollah sinaliza uma escalada perigosa no conflito. Os ataques entre ambos, que inicialmente pareciam ser ações isoladas, agora ameaçam colocar Israel em duas guerras simultâneas. Enquanto os dois lados trocam ofensivas, a comunidade internacional observa com apreensão, temendo consequências imprevisíveis para o Oriente Médio.

O Estadão vem acompanhando diariamente os confrontos em Gaza e no Líbano. Nas análises apresentadas abaixo, é possível entender os conflitos que envolvem o país.

Por que Israel está travando tantas batalhas?

Israel vive um dos períodos de conflito mais complexos dos seus 76 anos de história. Além da guerra em Gaza, desencadeada após o ataque do Hamas em 7 de outubro, Israel está batalhando com o Hezbollah ao longo de sua fronteira com o Líbano, operando uma contrainsurgência na Cisjordânia ocupada e trocando fogo esporádico com o Irã.

Em Gaza, Israel definiu um critério exigente para a vitória: a erradicação da liderança do Hamas e o resgate de cerca de 100 reféns ainda mantidos pelo grupo, e os túneis do grupo terrorista tornam isso ainda mais difícil. Na Cisjordânia, grupos militantes que se opõem à existência de Israel são alvos de ataques crescentes desde o início na guerra em Gaza. E na fronteira com o Líbano, confrontos com o Hezbollah, aliado do Irã, escalam, com o risco de um conflito regional mais amplo.

Esses conflitos são alimentados pela persistente hostilidade entre Israel e seus vizinhos, especialmente o Irã, que apoia grupos como o Hezbollah e o Hamas. Israel defende o uso da força como resposta a essas ameaças, enquanto críticos apontam para a falta de esforços diplomáticos e as consequências devastadoras sobre civis. A guerra em Gaza continua sem solução próxima, e a tensão em outras frentes pode desencadear um confronto regional mais amplo. Leia mais aqui.

Sistema de defesa aérea israelense Iron Dome dispara para interceptar foguetes lançados do Líbano, visto de Safed, norte de Israel. Foto: AP/Baz Ratner

Qual foi a estratégia adotada por Israel para matar o líder do Hezbollah?

Israel lançou uma operação cirúrgica para eliminar o líder do Hezbollah, Hasan Nasrallah, após meses de monitoramento. Nasrallah foi morto em um bombardeio aéreo coordenado, que envolveu mais de 80 bombas, visando impedir que ele escapasse para outro esconderijo. A morte do líder foi confirmada no sábado, junto com a de Ali Karaki, um comandante militar importante do Hezbollah. A ação faz parte de uma ofensiva israelense mais ampla contra as capacidades de comando do Hezbollah, e o primo de Nasrallah, Hashem Safieddine, é apontado como seu possível sucessor.

A operação gerou uma resposta imediata do Irã, com Teerã convocando tropas para um possível envio ao Líbano. O aiatolá Ali Khamenei condenou as mortes no Líbano, culpando Israel pelas ações violentas. A movimentação militar iraniana e o reforço de alianças com o Hezbollah aumentam os temores de uma escalada no conflito, enquanto Israel mantém suas forças em alerta máximo para possíveis retaliações.

Israel pode vencer várias guerras ao mesmo tempo?

Somente na última semana, Israel lançou mais de 2.000 ataques aéreos contra o Hezbollah no Líbano e continuou seus bombardeios quase diários contra o Hamas na Faixa de Gaza — e não há sinais de que os ataques estejam diminuindo, deixando dúvidas sobre quanto tempo Israel pode seguir enfrentando vários conflitos ao mesmo tempo.

Especialistas militares e em armamentos dizem que isso não está claro. Israel, como muitos países, mantem as armas em seu arsenal em sigilo absoluto, mas com o apoio militar dos EUA e uma produção interna significativa de armamentos, Israel parece preparado para manter uma ofensiva prolongada. No entanto, especialistas destacam que, apesar de sua capacidade de defesa, o número de ataques inimigos, especialmente do Hezbollah, pode pressionar seus recursos no longo prazo. Leia mais aqui.

Fumaça sobe dos ataques aéreos israelenses nos subúrbios ao sul de Beirute, Líbano. Foto: Hassan Ammar/AP

Quais os riscos de uma guerra total entre Israel e o Hezzbollah?

Autoridades internacionais estão tentando evitar uma guerra total entre Israel e o Hezbollah. Embora Israel e Hezbollah já tenham se enfrentado na Guerra do Líbano de 2006, a preocupação atual é que uma nova guerra total tenha consequências ainda mais devastadoras, com potencial de desestabilizar o Oriente Médio. Com ambos os lados reforçando seus arsenais, a possibilidade de um conflito maior aumenta.

A guerra total significaria o uso completo dos recursos militares e civis de ambos os lados, algo que muitos temem desestabilizaria ainda mais a região, envolvendo outras potências como EUA e Irã. Leia mais aqui.

Israel x Irã e Hezbollah: entenda qual o arsenal dos dois lados do conflito

Se Israel entrar em guerra com o Hezbollah, poderá ter que enfrentar ameaças simultâneas de diferentes tipos, vindas de diversas frentes. Além de lidar com o arsenal militar da milícia xiita radical — que é a força paramilitar mais fortemente armada de todo o mundo —, possivelmente também enfrentaria o armamento do Irã, que possui maior e mais diverso arsenal de mísseis do Oriente Médio, com milhares de mísseis balísticos e de cruzeiro.

Um ataque coordenado de grandes proporções poderia pressionar o sistema de defesa de Israel, que é mundialmente conhecido pelo Iron Dome. Leia mais aqui.

Soldados israelenses em tanques no norte de Israel. Foto: Baz Ratner/AP

Qual o papel do Irã nos conflitos de Israel?

O Irã está em uma posição difícil devido à guerra entre Israel e o Hezbollah, seu aliado no Líbano. O presidente Masoud Pezeshkian busca manter um tom moderado ao tentar reativar as negociações nucleares e aliviar as sanções, evitando uma guerra total com Israel. Ao mesmo tempo, precisa defender seus aliados regionais sem provocar um conflito maior, que poderia envolver os EUA e ter consequências devastadoras internamente. A sobrevivência do Hezbollah é essencial para a estratégia de defesa avançada do Irã, tornando este um dilema complexo. Leia mais aqui.

Existe alguma chance de paz em um futuro próximo?

Os recentes ataques israelenses contra o Hezbollah, incluindo a explosão de pagers e walkie-talkies usados pela milícia, intensificaram o conflito de um ano entre Israel e o grupo. Esses ataques, que resultaram em mortes e feridos no Líbano, são um novo capítulo na guerra de desgaste entre as duas partes, sem sinais de uma solução imediata. Embora muitos em Israel vejam essas operações como uma estratégia eficaz para minar o Hezbollah, as perspectivas de paz parecem cada vez mais distantes.

Por outro lado, o Hezbollah se encontra em estado de choque após essas ofensivas, tendo que lidar com a maior violação de sua segurança em décadas. Ainda que o arsenal do grupo esteja enfraquecido, a resposta do Hezbollah sugere que a escalada pode continuar. As tensões permanecem altas, e tanto Israel quanto o Hezbollah mostram-se relutantes em dar passos concretos rumo a um cessar-fogo duradouro, enquanto a guerra em Gaza segue sem uma solução. Leia mais aqui.

Por que é tolice achar que o Hezbollah é problema de Israel?

Até os ataques da al-Qaeda em 11 de setembro de 2001, nenhum grupo terrorista havia assassinado mais americanos do que o Hezbollah. E a milícia xiita assassinou e a matou de fome um número incontável de sírios. Também não pode ser do interesse do Ocidente que um grupo terrorista com laços crescentes com o Kremlin mantenha o controle efetivo de um Estado mediterrâneo.

Além dos interesses de Israel em ter fronteiras seguras contra o Eixo de Resistência de Teerã, há um interesse americano em limitar a expansão do que chamo de Eixo de Repressão, um grupo mais amplo que inclui o Irã, a China, a Rússia e a Coreia do Norte. Assim, este é um conflito que vai desde a fronteira da Noruega com a Rússia até a luta do povo iraniano contra seu próprio governo. Leia mais aqui.

Israelenses participam de um protesto antigovernamental pedindo ação para garantir a libertação de reféns israelenses. Foto: Jack Guez/AFP.

Por que a política do Oriente Médio parece estar desmoronando?

Israel enfrenta uma pergunta urgente: o que qualquer país faria se atacado por dois grupos como Hamas e Hezbollah, com o apoio do Irã? A resposta, de acordo com o governo israelense, seria esmagar essas ameaças com força militar. Mas sem um plano claro de saída, a estratégia pode ser uma armadilha.

O gatilho e objetivo imediato da guerra foi um interesse iraniano e do Hamas em sabotar a iniciativa diplomática da equipe de Biden para reunir Israel, a Autoridade Palestina e a Arábia Saudita em um anel de paz

A guerra, na visão de muitos, é uma extensão de uma estratégia iraniana maior para enfraquecer Israel e seus aliados. Nesse cenário, Israel enfrenta não apenas ameaças externas, mas também uma falta de estratégia unificada internamente, o que pode colocar em risco sua própria sobrevivência a longo prazo. Leia mais aqui.

Quais as implicações das ações de Israel para o Oriente Médio?

As recentes ações de Israel no Líbano, envolvendo um sofisticado ataque cibernético em pagers e walkie-talkies contra o Hezbollah, podem trazer sérias implicações para o Oriente Médio. O incidente, que expôs a vulnerabilidade da rede de comunicação do Hezbollah, eleva as tensões regionais e agrava o cenário diplomático, complicando os esforços de cessar-fogo em Gaza e ampliando o envolvimento de potências como o Irã e os EUA, tornando a estabilidade da região ainda mais frágil. Leia mais aqui.

Fumaça sobe de um ataque aéreo israelense nos subúrbios ao sul de Beirute, Líbano, no sábado, 28. Foto: AP/Hussein Malla

Netanyahu tem segundas intenções além da segurança de Israel?

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, tem dado prioridade à sua sobrevivência política e jurídica, especialmente diante das acusações de corrupção que enfrenta. Para isso, ele se aliou a grupos religiosos extremistas, aceitando ministros radicais em seu governo, e propondo uma reforma judicial que gerou críticas dentro e fora de Israel. No entanto, sua popularidade despencou após o ataque do Hamas em outubro de 2023, evidenciando falhas de segurança e comprometendo ainda mais seu governo.

Netanyahu parece apostar na crise atual para manter sua posição política, ignorando soluções diplomáticas que poderiam aliviar as tensões regionais. Embora a maioria dos reféns israelenses tenha sido libertada por meio de acordos, ele insiste em uma solução militar para a situação com o Hamas e o Hezbollah, provocando temores de uma escalada que pode desencadear um conflito regional. Enquanto busca se manter no poder, a possibilidade de novas eleições ameaça seu futuro político. Leia mais aqui.

Israel poderia fazer um acordo para acabar com os conflitos?

Enormes manifestações em Tel-Aviv exigiram que Netanyahu concordasse com um pacto de cessar-fogo para obter a libertação dos reféns restantes, sob o custo de conceder ao Hamas uma de suas principais demandas: a retirada Israel de uma faixa de território conhecida como Corredor Filadélfia, que separa Gaza do Egito. Netanyahu se recusou.

Os críticos alertam que o imperativo moral de resgatar reféns não deve se sobrepor à segurança nacional. A história do acordo de Shalit ainda pesa nas famílias israelenses, que temem as consequências de novos compromissos com o Hamas. Embora o sofrimento dos reféns seja inegável, a solidariedade não deve eclipsar o raciocínio estratégico, e um cessar-fogo poderia permitir ao Hamas recuperar forças. Leia mais aqui.

Famílias sentam-se no chão na Praça dos Mártires após fugir dos ataques aéreos israelenses nos subúrbios ao sul de Beirute. Foto: Bilal Hussein/AP

Os exemplos de momentos de tensão que foram solucionados

A crise entre Israel e o Hezbollah se intensifica, com ambos os lados engajando em uma escalada de retaliações. A situação é comparada à Crise dos Mísseis em Cuba, onde ações imprudentes poderiam levar a um conflito global.

Analistas alertam para as fragilidades de Israel diante de um potencial ataque, dada a geografia e a densidade populacional do país. Enquanto Netanyahu parece adotar uma postura de provocação similar à “Teoria do Maluco” de Nixon, o risco de um erro de cálculo é alarmante, considerando que o Hezbollah possui um arsenal militar significativo e a capacidade de infligir danos substanciais a Israel. O futuro da região permanece incerto, à medida que as apostas aumentam e a diplomacia se mostra cada vez mais escassa. Leia mais aqui.

O papel dos Estados Unidos no complexo mundo em que vivemos

Administrar a política externa dos Estados Unidos é muito mais difícil do que a maioria das pessoas jamais imaginaria. A complexidade da política externa contemporânea envolve lidar simultaneamente com superpotências, corporações globais, redes terroristas e crises climáticas. Ao contrário da diplomacia direta da Guerra Fria, hoje em dia é preciso equilibrar interesses de múltiplos atores não estatais e países em colapso. Antony Blinken, atual secretário de Estado americano, enfrenta desafios que vão desde as milícias armadas no Oriente Médio até a construção de alianças estratégicas, algo vital para a política americana.

A diplomacia dos EUA é agora mais dependente do que nunca de alianças fortes, especialmente diante de adversários como Rússia, China e Irã. Enquanto Donald Trump adotava uma abordagem transacional que minava essas parcerias, a atual administração, liderada por Joe Biden, tem conseguido usar essas alianças para contrabalançar ameaças globais. O próximo presidente americano terá que navegar essa geopolítica complexa e reverter décadas de desinvestimento militar, exigindo, mais do que nunca, apoio de aliados. Leia mais aqui.

O Hezbollah anunciou neste sábado, 28, a morte de seu líder, Hassan Nasrallah, em um ataque aéreo israelense nos arredores de Beirute, no Líbano. O episódio representa um golpe devastador para a milícia xiita libanesa pró-Irã, gerando condenações generalizadas na região e promessas de retaliação contra Israel que, por sua vez, comemorou o assassinato de Nasrallah, descrevendo-o como um “ponto de virada histórico”.

A morte do líder do Hezbollah é o mais recente capítulo de um cenário que beira uma guerra total no Líbano. Israel e Hezbollah têm trocado fogo desde o início do conflito de Israel com o grupo terrorista Hamas em Gaza, há quase um ano. No entanto, nas últimas semanas, a escalada entre os dois lados atingiu novos níveis de tensão, especialmente após Israel realizar explosões de pagers e walkie-talkies usados pela milícia xiita radical, intensificando o confronto — e, em paralelo, os ataques em Gaza seguiram.

O aumento das hostilidades entre Israel e o Hezbollah sinaliza uma escalada perigosa no conflito. Os ataques entre ambos, que inicialmente pareciam ser ações isoladas, agora ameaçam colocar Israel em duas guerras simultâneas. Enquanto os dois lados trocam ofensivas, a comunidade internacional observa com apreensão, temendo consequências imprevisíveis para o Oriente Médio.

O Estadão vem acompanhando diariamente os confrontos em Gaza e no Líbano. Nas análises apresentadas abaixo, é possível entender os conflitos que envolvem o país.

Por que Israel está travando tantas batalhas?

Israel vive um dos períodos de conflito mais complexos dos seus 76 anos de história. Além da guerra em Gaza, desencadeada após o ataque do Hamas em 7 de outubro, Israel está batalhando com o Hezbollah ao longo de sua fronteira com o Líbano, operando uma contrainsurgência na Cisjordânia ocupada e trocando fogo esporádico com o Irã.

Em Gaza, Israel definiu um critério exigente para a vitória: a erradicação da liderança do Hamas e o resgate de cerca de 100 reféns ainda mantidos pelo grupo, e os túneis do grupo terrorista tornam isso ainda mais difícil. Na Cisjordânia, grupos militantes que se opõem à existência de Israel são alvos de ataques crescentes desde o início na guerra em Gaza. E na fronteira com o Líbano, confrontos com o Hezbollah, aliado do Irã, escalam, com o risco de um conflito regional mais amplo.

Esses conflitos são alimentados pela persistente hostilidade entre Israel e seus vizinhos, especialmente o Irã, que apoia grupos como o Hezbollah e o Hamas. Israel defende o uso da força como resposta a essas ameaças, enquanto críticos apontam para a falta de esforços diplomáticos e as consequências devastadoras sobre civis. A guerra em Gaza continua sem solução próxima, e a tensão em outras frentes pode desencadear um confronto regional mais amplo. Leia mais aqui.

Sistema de defesa aérea israelense Iron Dome dispara para interceptar foguetes lançados do Líbano, visto de Safed, norte de Israel. Foto: AP/Baz Ratner

Qual foi a estratégia adotada por Israel para matar o líder do Hezbollah?

Israel lançou uma operação cirúrgica para eliminar o líder do Hezbollah, Hasan Nasrallah, após meses de monitoramento. Nasrallah foi morto em um bombardeio aéreo coordenado, que envolveu mais de 80 bombas, visando impedir que ele escapasse para outro esconderijo. A morte do líder foi confirmada no sábado, junto com a de Ali Karaki, um comandante militar importante do Hezbollah. A ação faz parte de uma ofensiva israelense mais ampla contra as capacidades de comando do Hezbollah, e o primo de Nasrallah, Hashem Safieddine, é apontado como seu possível sucessor.

A operação gerou uma resposta imediata do Irã, com Teerã convocando tropas para um possível envio ao Líbano. O aiatolá Ali Khamenei condenou as mortes no Líbano, culpando Israel pelas ações violentas. A movimentação militar iraniana e o reforço de alianças com o Hezbollah aumentam os temores de uma escalada no conflito, enquanto Israel mantém suas forças em alerta máximo para possíveis retaliações.

Israel pode vencer várias guerras ao mesmo tempo?

Somente na última semana, Israel lançou mais de 2.000 ataques aéreos contra o Hezbollah no Líbano e continuou seus bombardeios quase diários contra o Hamas na Faixa de Gaza — e não há sinais de que os ataques estejam diminuindo, deixando dúvidas sobre quanto tempo Israel pode seguir enfrentando vários conflitos ao mesmo tempo.

Especialistas militares e em armamentos dizem que isso não está claro. Israel, como muitos países, mantem as armas em seu arsenal em sigilo absoluto, mas com o apoio militar dos EUA e uma produção interna significativa de armamentos, Israel parece preparado para manter uma ofensiva prolongada. No entanto, especialistas destacam que, apesar de sua capacidade de defesa, o número de ataques inimigos, especialmente do Hezbollah, pode pressionar seus recursos no longo prazo. Leia mais aqui.

Fumaça sobe dos ataques aéreos israelenses nos subúrbios ao sul de Beirute, Líbano. Foto: Hassan Ammar/AP

Quais os riscos de uma guerra total entre Israel e o Hezzbollah?

Autoridades internacionais estão tentando evitar uma guerra total entre Israel e o Hezbollah. Embora Israel e Hezbollah já tenham se enfrentado na Guerra do Líbano de 2006, a preocupação atual é que uma nova guerra total tenha consequências ainda mais devastadoras, com potencial de desestabilizar o Oriente Médio. Com ambos os lados reforçando seus arsenais, a possibilidade de um conflito maior aumenta.

A guerra total significaria o uso completo dos recursos militares e civis de ambos os lados, algo que muitos temem desestabilizaria ainda mais a região, envolvendo outras potências como EUA e Irã. Leia mais aqui.

Israel x Irã e Hezbollah: entenda qual o arsenal dos dois lados do conflito

Se Israel entrar em guerra com o Hezbollah, poderá ter que enfrentar ameaças simultâneas de diferentes tipos, vindas de diversas frentes. Além de lidar com o arsenal militar da milícia xiita radical — que é a força paramilitar mais fortemente armada de todo o mundo —, possivelmente também enfrentaria o armamento do Irã, que possui maior e mais diverso arsenal de mísseis do Oriente Médio, com milhares de mísseis balísticos e de cruzeiro.

Um ataque coordenado de grandes proporções poderia pressionar o sistema de defesa de Israel, que é mundialmente conhecido pelo Iron Dome. Leia mais aqui.

Soldados israelenses em tanques no norte de Israel. Foto: Baz Ratner/AP

Qual o papel do Irã nos conflitos de Israel?

O Irã está em uma posição difícil devido à guerra entre Israel e o Hezbollah, seu aliado no Líbano. O presidente Masoud Pezeshkian busca manter um tom moderado ao tentar reativar as negociações nucleares e aliviar as sanções, evitando uma guerra total com Israel. Ao mesmo tempo, precisa defender seus aliados regionais sem provocar um conflito maior, que poderia envolver os EUA e ter consequências devastadoras internamente. A sobrevivência do Hezbollah é essencial para a estratégia de defesa avançada do Irã, tornando este um dilema complexo. Leia mais aqui.

Existe alguma chance de paz em um futuro próximo?

Os recentes ataques israelenses contra o Hezbollah, incluindo a explosão de pagers e walkie-talkies usados pela milícia, intensificaram o conflito de um ano entre Israel e o grupo. Esses ataques, que resultaram em mortes e feridos no Líbano, são um novo capítulo na guerra de desgaste entre as duas partes, sem sinais de uma solução imediata. Embora muitos em Israel vejam essas operações como uma estratégia eficaz para minar o Hezbollah, as perspectivas de paz parecem cada vez mais distantes.

Por outro lado, o Hezbollah se encontra em estado de choque após essas ofensivas, tendo que lidar com a maior violação de sua segurança em décadas. Ainda que o arsenal do grupo esteja enfraquecido, a resposta do Hezbollah sugere que a escalada pode continuar. As tensões permanecem altas, e tanto Israel quanto o Hezbollah mostram-se relutantes em dar passos concretos rumo a um cessar-fogo duradouro, enquanto a guerra em Gaza segue sem uma solução. Leia mais aqui.

Por que é tolice achar que o Hezbollah é problema de Israel?

Até os ataques da al-Qaeda em 11 de setembro de 2001, nenhum grupo terrorista havia assassinado mais americanos do que o Hezbollah. E a milícia xiita assassinou e a matou de fome um número incontável de sírios. Também não pode ser do interesse do Ocidente que um grupo terrorista com laços crescentes com o Kremlin mantenha o controle efetivo de um Estado mediterrâneo.

Além dos interesses de Israel em ter fronteiras seguras contra o Eixo de Resistência de Teerã, há um interesse americano em limitar a expansão do que chamo de Eixo de Repressão, um grupo mais amplo que inclui o Irã, a China, a Rússia e a Coreia do Norte. Assim, este é um conflito que vai desde a fronteira da Noruega com a Rússia até a luta do povo iraniano contra seu próprio governo. Leia mais aqui.

Israelenses participam de um protesto antigovernamental pedindo ação para garantir a libertação de reféns israelenses. Foto: Jack Guez/AFP.

Por que a política do Oriente Médio parece estar desmoronando?

Israel enfrenta uma pergunta urgente: o que qualquer país faria se atacado por dois grupos como Hamas e Hezbollah, com o apoio do Irã? A resposta, de acordo com o governo israelense, seria esmagar essas ameaças com força militar. Mas sem um plano claro de saída, a estratégia pode ser uma armadilha.

O gatilho e objetivo imediato da guerra foi um interesse iraniano e do Hamas em sabotar a iniciativa diplomática da equipe de Biden para reunir Israel, a Autoridade Palestina e a Arábia Saudita em um anel de paz

A guerra, na visão de muitos, é uma extensão de uma estratégia iraniana maior para enfraquecer Israel e seus aliados. Nesse cenário, Israel enfrenta não apenas ameaças externas, mas também uma falta de estratégia unificada internamente, o que pode colocar em risco sua própria sobrevivência a longo prazo. Leia mais aqui.

Quais as implicações das ações de Israel para o Oriente Médio?

As recentes ações de Israel no Líbano, envolvendo um sofisticado ataque cibernético em pagers e walkie-talkies contra o Hezbollah, podem trazer sérias implicações para o Oriente Médio. O incidente, que expôs a vulnerabilidade da rede de comunicação do Hezbollah, eleva as tensões regionais e agrava o cenário diplomático, complicando os esforços de cessar-fogo em Gaza e ampliando o envolvimento de potências como o Irã e os EUA, tornando a estabilidade da região ainda mais frágil. Leia mais aqui.

Fumaça sobe de um ataque aéreo israelense nos subúrbios ao sul de Beirute, Líbano, no sábado, 28. Foto: AP/Hussein Malla

Netanyahu tem segundas intenções além da segurança de Israel?

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, tem dado prioridade à sua sobrevivência política e jurídica, especialmente diante das acusações de corrupção que enfrenta. Para isso, ele se aliou a grupos religiosos extremistas, aceitando ministros radicais em seu governo, e propondo uma reforma judicial que gerou críticas dentro e fora de Israel. No entanto, sua popularidade despencou após o ataque do Hamas em outubro de 2023, evidenciando falhas de segurança e comprometendo ainda mais seu governo.

Netanyahu parece apostar na crise atual para manter sua posição política, ignorando soluções diplomáticas que poderiam aliviar as tensões regionais. Embora a maioria dos reféns israelenses tenha sido libertada por meio de acordos, ele insiste em uma solução militar para a situação com o Hamas e o Hezbollah, provocando temores de uma escalada que pode desencadear um conflito regional. Enquanto busca se manter no poder, a possibilidade de novas eleições ameaça seu futuro político. Leia mais aqui.

Israel poderia fazer um acordo para acabar com os conflitos?

Enormes manifestações em Tel-Aviv exigiram que Netanyahu concordasse com um pacto de cessar-fogo para obter a libertação dos reféns restantes, sob o custo de conceder ao Hamas uma de suas principais demandas: a retirada Israel de uma faixa de território conhecida como Corredor Filadélfia, que separa Gaza do Egito. Netanyahu se recusou.

Os críticos alertam que o imperativo moral de resgatar reféns não deve se sobrepor à segurança nacional. A história do acordo de Shalit ainda pesa nas famílias israelenses, que temem as consequências de novos compromissos com o Hamas. Embora o sofrimento dos reféns seja inegável, a solidariedade não deve eclipsar o raciocínio estratégico, e um cessar-fogo poderia permitir ao Hamas recuperar forças. Leia mais aqui.

Famílias sentam-se no chão na Praça dos Mártires após fugir dos ataques aéreos israelenses nos subúrbios ao sul de Beirute. Foto: Bilal Hussein/AP

Os exemplos de momentos de tensão que foram solucionados

A crise entre Israel e o Hezbollah se intensifica, com ambos os lados engajando em uma escalada de retaliações. A situação é comparada à Crise dos Mísseis em Cuba, onde ações imprudentes poderiam levar a um conflito global.

Analistas alertam para as fragilidades de Israel diante de um potencial ataque, dada a geografia e a densidade populacional do país. Enquanto Netanyahu parece adotar uma postura de provocação similar à “Teoria do Maluco” de Nixon, o risco de um erro de cálculo é alarmante, considerando que o Hezbollah possui um arsenal militar significativo e a capacidade de infligir danos substanciais a Israel. O futuro da região permanece incerto, à medida que as apostas aumentam e a diplomacia se mostra cada vez mais escassa. Leia mais aqui.

O papel dos Estados Unidos no complexo mundo em que vivemos

Administrar a política externa dos Estados Unidos é muito mais difícil do que a maioria das pessoas jamais imaginaria. A complexidade da política externa contemporânea envolve lidar simultaneamente com superpotências, corporações globais, redes terroristas e crises climáticas. Ao contrário da diplomacia direta da Guerra Fria, hoje em dia é preciso equilibrar interesses de múltiplos atores não estatais e países em colapso. Antony Blinken, atual secretário de Estado americano, enfrenta desafios que vão desde as milícias armadas no Oriente Médio até a construção de alianças estratégicas, algo vital para a política americana.

A diplomacia dos EUA é agora mais dependente do que nunca de alianças fortes, especialmente diante de adversários como Rússia, China e Irã. Enquanto Donald Trump adotava uma abordagem transacional que minava essas parcerias, a atual administração, liderada por Joe Biden, tem conseguido usar essas alianças para contrabalançar ameaças globais. O próximo presidente americano terá que navegar essa geopolítica complexa e reverter décadas de desinvestimento militar, exigindo, mais do que nunca, apoio de aliados. Leia mais aqui.

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