Rússia e Egito na berlinda


Enquanto parece se confirmar a tese de atentado a bomba no acidente do dia 31 com o Airbus A-321 da Metrojet que caiu na Península do Sinai, no Egito, o conflito da Síria assume uma nova dimensão, na qual estão implicadas, de perto ou de longe, diversas potências mundiais ou regionais.

Por ISSA GORAIEB

Desde o início, os perigos inerentes à intervenção da Rússia nesse conflito eram diversos e previsíveis: o risco de se afundar no atoleiro sírio, de suscitar a hostilidade de grande parte do mundo árabe-muçulmano e de agitação nas repúblicas muçulmanas e ex-soviéticas vizinhas da Rússia, por exemplo. De todas essas ameaças, um ataque terrorista contra cidadãos russos seria a mais premente e imediata.

Enquanto o mundo espera que sejam completamente decifradas as informações contidas nas caixas-pretas do avião acidentado, os indícios não deixam de favorecer a tese do atentado. A companhia russa Metrojet, proprietária da aeronave, está convencida de que a perda do avião foi provocada por um fator externo. 

Americanos e britânicos consideram extremamente provável a possibilidade de um atentado. 

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Se os combatentes do Estado Islâmico (EI) não dispõem efetivamente de mísseis terra-ar capazes de atingir um avião em altitude de cruzeiro, por outro lado, eles estão presentes no Egito, e mais particularmente no Sinai. Acrescente-se a isso a porosidade notória dos aeroportos egípcios, onde os terroristas se beneficiam sem dúvida de cúmplices ativos, que poderiam perfeitamente ter permitido a entrada de uma mala com um explosivo a bordo da aeronave. Todos esses indícios são qualificados como especulações pelas autoridades de Moscou, como também pelo Cairo. Mas será difícil para as duas capitais dissimular os desgastes consideráveis.

A Rússia do exibicionista Vladimir Putin, que imprimiu seu ritmo às operações de guerra na Síria, apareceria então como um colosso com os pés de barro, pois, apesar de seu poderio militar, teria sido atingida no que ela tem de mais precioso, sua população civil – situação tão humilhante quanto doloro0sa, já experimentada pelo gigante americano nos eventos tristemente famosos do 11 de Setembro.

Aliás, foi contra uma variante desse atentado perpetrado pelo ar e visando suas tropas estacionadas na Síria que Moscou quis se precaver enviando para esse país sistemas de mísseis antiaéreos. “Imaginemos que um avião militar seja capturado num território vizinho e dirigido contra nós; devemos estar preparados para isso”, explicou um militar russo.

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Não menos duro é o golpe para o Egito, dessa vez tanto no plano político quanto no econômico. O turismo é um dos principais recursos do país. Quase quanto os sítios faraônicos, os complexos balneários no Mar Vermelho, principalmente Sharm el-Sheik, atraem todos os anos milhões de turistas. A repatriação de urgência dos turistas britânicos, o cancelamento dos cruzeiros e dos voos serão tão catastróficos quanto o fato de que as receitas do setor do turismo ainda não terem se recuperado desde a derrubada, em 2011, do presidente Hosni Mubarak.

Para o presidente Abdel Fattah al-Sissi, que se proclama avalista da estabilidade do Egito e bastião contra o terrorismo, o incidente não poderia ter ocorrido num momento pior: ele realizava visita oficial a Londres, justamente o primeiro governo a decretar o fim das férias no Mar Vermelho.

Desde o início, os perigos inerentes à intervenção da Rússia nesse conflito eram diversos e previsíveis: o risco de se afundar no atoleiro sírio, de suscitar a hostilidade de grande parte do mundo árabe-muçulmano e de agitação nas repúblicas muçulmanas e ex-soviéticas vizinhas da Rússia, por exemplo. De todas essas ameaças, um ataque terrorista contra cidadãos russos seria a mais premente e imediata.

Enquanto o mundo espera que sejam completamente decifradas as informações contidas nas caixas-pretas do avião acidentado, os indícios não deixam de favorecer a tese do atentado. A companhia russa Metrojet, proprietária da aeronave, está convencida de que a perda do avião foi provocada por um fator externo. 

Americanos e britânicos consideram extremamente provável a possibilidade de um atentado. 

Se os combatentes do Estado Islâmico (EI) não dispõem efetivamente de mísseis terra-ar capazes de atingir um avião em altitude de cruzeiro, por outro lado, eles estão presentes no Egito, e mais particularmente no Sinai. Acrescente-se a isso a porosidade notória dos aeroportos egípcios, onde os terroristas se beneficiam sem dúvida de cúmplices ativos, que poderiam perfeitamente ter permitido a entrada de uma mala com um explosivo a bordo da aeronave. Todos esses indícios são qualificados como especulações pelas autoridades de Moscou, como também pelo Cairo. Mas será difícil para as duas capitais dissimular os desgastes consideráveis.

A Rússia do exibicionista Vladimir Putin, que imprimiu seu ritmo às operações de guerra na Síria, apareceria então como um colosso com os pés de barro, pois, apesar de seu poderio militar, teria sido atingida no que ela tem de mais precioso, sua população civil – situação tão humilhante quanto doloro0sa, já experimentada pelo gigante americano nos eventos tristemente famosos do 11 de Setembro.

Aliás, foi contra uma variante desse atentado perpetrado pelo ar e visando suas tropas estacionadas na Síria que Moscou quis se precaver enviando para esse país sistemas de mísseis antiaéreos. “Imaginemos que um avião militar seja capturado num território vizinho e dirigido contra nós; devemos estar preparados para isso”, explicou um militar russo.

Não menos duro é o golpe para o Egito, dessa vez tanto no plano político quanto no econômico. O turismo é um dos principais recursos do país. Quase quanto os sítios faraônicos, os complexos balneários no Mar Vermelho, principalmente Sharm el-Sheik, atraem todos os anos milhões de turistas. A repatriação de urgência dos turistas britânicos, o cancelamento dos cruzeiros e dos voos serão tão catastróficos quanto o fato de que as receitas do setor do turismo ainda não terem se recuperado desde a derrubada, em 2011, do presidente Hosni Mubarak.

Para o presidente Abdel Fattah al-Sissi, que se proclama avalista da estabilidade do Egito e bastião contra o terrorismo, o incidente não poderia ter ocorrido num momento pior: ele realizava visita oficial a Londres, justamente o primeiro governo a decretar o fim das férias no Mar Vermelho.

Desde o início, os perigos inerentes à intervenção da Rússia nesse conflito eram diversos e previsíveis: o risco de se afundar no atoleiro sírio, de suscitar a hostilidade de grande parte do mundo árabe-muçulmano e de agitação nas repúblicas muçulmanas e ex-soviéticas vizinhas da Rússia, por exemplo. De todas essas ameaças, um ataque terrorista contra cidadãos russos seria a mais premente e imediata.

Enquanto o mundo espera que sejam completamente decifradas as informações contidas nas caixas-pretas do avião acidentado, os indícios não deixam de favorecer a tese do atentado. A companhia russa Metrojet, proprietária da aeronave, está convencida de que a perda do avião foi provocada por um fator externo. 

Americanos e britânicos consideram extremamente provável a possibilidade de um atentado. 

Se os combatentes do Estado Islâmico (EI) não dispõem efetivamente de mísseis terra-ar capazes de atingir um avião em altitude de cruzeiro, por outro lado, eles estão presentes no Egito, e mais particularmente no Sinai. Acrescente-se a isso a porosidade notória dos aeroportos egípcios, onde os terroristas se beneficiam sem dúvida de cúmplices ativos, que poderiam perfeitamente ter permitido a entrada de uma mala com um explosivo a bordo da aeronave. Todos esses indícios são qualificados como especulações pelas autoridades de Moscou, como também pelo Cairo. Mas será difícil para as duas capitais dissimular os desgastes consideráveis.

A Rússia do exibicionista Vladimir Putin, que imprimiu seu ritmo às operações de guerra na Síria, apareceria então como um colosso com os pés de barro, pois, apesar de seu poderio militar, teria sido atingida no que ela tem de mais precioso, sua população civil – situação tão humilhante quanto doloro0sa, já experimentada pelo gigante americano nos eventos tristemente famosos do 11 de Setembro.

Aliás, foi contra uma variante desse atentado perpetrado pelo ar e visando suas tropas estacionadas na Síria que Moscou quis se precaver enviando para esse país sistemas de mísseis antiaéreos. “Imaginemos que um avião militar seja capturado num território vizinho e dirigido contra nós; devemos estar preparados para isso”, explicou um militar russo.

Não menos duro é o golpe para o Egito, dessa vez tanto no plano político quanto no econômico. O turismo é um dos principais recursos do país. Quase quanto os sítios faraônicos, os complexos balneários no Mar Vermelho, principalmente Sharm el-Sheik, atraem todos os anos milhões de turistas. A repatriação de urgência dos turistas britânicos, o cancelamento dos cruzeiros e dos voos serão tão catastróficos quanto o fato de que as receitas do setor do turismo ainda não terem se recuperado desde a derrubada, em 2011, do presidente Hosni Mubarak.

Para o presidente Abdel Fattah al-Sissi, que se proclama avalista da estabilidade do Egito e bastião contra o terrorismo, o incidente não poderia ter ocorrido num momento pior: ele realizava visita oficial a Londres, justamente o primeiro governo a decretar o fim das férias no Mar Vermelho.

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