Italianos vão às urnas neste domingo; Giorgia Meloni é favorita para ser premiê


Giorgia Meloni, líder da direita radical e do partido Fratelli d’Italia (Irmãos da Itália), tem posições polêmicas, mas diz não ser uma extremista

Por Redação
Atualização:

ROMA - Mais de 50 milhões de italianos devem ir às urnas neste domingo, 25, para eleger o novo Parlamento do país, em meio a temores sobre a ascensão da direita radical ao poder pela primeira vez desde a 2ª Guerra, e às posições da favorita a ocupar o cargo, Giorgia Meloni.

A eleição começou às 7 horas (02h, horario de Brasília) e segue até 23h (19h, horario de Brasília), quando os centros de votação serão fechados e a contagem dos votos começará. Não há previsão de resultados, e a formação oficial da coalizão pode levar alguns dias. A coligação de Meloni coligação diz que o partido mais votado fará a indicação do premiê, a ser aprovado pelo presidente Sergio Mattarella.

O bloco da direita, liderado pelo partido radical Fratelli d’Italia (Irmãos da Itália), é favorito para conseguir o maior número de cadeiras no Parlamento. Sua líder, Giorgia Meloni, é a favorita para ser a primeira mulher premiê da Itália. Ela tem grandes chances de formar uma coalizão de governo depois de ter se aliado ao populista de direita Matteo Salvini, da Liga, e ao ex-premiê Silvio Berlusconi, do Força Itália.

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A união da direita e a fragmentação da esquerda é apontada por analistas como o fator principal para o favoritismo de Meloni.

Giorgia Meloni, favorita para ser a primeira mulher premiê da Itália, faz último discurso antes da eleição, em Roma  Foto: Andreas Solaro / AFP

Giorgia Meloni, Mussolini e o ‘pós-fascismo’

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A ascensão de Meloni, oriunda de um partido ligado ao pós-fascismo, com raízes ligadas preocupa a União Europeia, em razão de suas posições contrárias a direitos da comunidade LGBT, minorias religiosas e imigrantes, bem como a proximidade de seus aliados com o líder russo, Vladimir Putin.

Giorgial Meloni é líder do Fratelli d’Italia (Irmãos da Itália), partido criado após décadas de reabilitação da imagem e moderação de uma ala política iniciada por partidários do ditador fascista Benito Mussolini logo após a 2ª Guerra, o MSI (Movimento Social Italiano). O Fratelli d’Italia exibe em sua bandeira um nó verde, vermelho e branco, um símbolo criado em 1946 pelo grupo de veteranos fascistas que fundou o MSI.

Em agosto, Meloni esclareceu sua controvertida relação com o fascismo. “A direita italiana relegou o fascismo à um capítulo antigo da história, condenando sem ambiguidades a privação da democracia e as infames leis que perseguiam judeus”, disse Meloni em um vídeo divulgado em diferentes idiomas aos meios de comunicação estrangeiros.

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Para analistas, Meloni pode ser considerada uma conservadora radical, mas não fascista. “Giorgia Meloni não quer abandonar o símbolo da direita, porque é a identidade da qual ela não pode escapar; é sua juventude”, disse à BBC Gianluca Passarelli, professor de ciência política da Universidade Sapienza de Roma. “O partido dela não é fascista”, explica. “Fascismo significa tomar o poder e destruir o sistema. Ela não vai fazer isso e não poderia. Mas há alas no partido ligadas ao movimento neofascista. Ela sempre jogou de alguma forma no meio.”

Itália realiza eleições gerais antecipadas neste domingo, 25, após a renúncia de seu primeiro-ministro em julho. Os resultados finais devem ser anunciados em 26 de setembro Foto: Alessandro Di Marco/EFE/EPA

Eleições na Itália com novo sistema

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Previsto inicialmente para 2023, o pleito foi antecipado após a renúncia do então primeiro-ministro Mario Draghi, em julho deste ano. Essa é também a primeira eleição a ser realizada desde a reforma aprovada em referendo, em que foram adotadas mudanças constitucionais para reduzir o tamanho das duas câmaras parlamentares.

Esta será a primeira eleição após a redução do número de parlamentares, o que altera a essência da lei eleitoral de 2017. Serão eleitos 400 deputados e 200 senadores (antes eram 630 e 315, respectivamente). No sistema italiano, misto, majoritário e proporcional, um terço das cadeiras é ocupado pelos mais votados, e o restante, por distribuição proporcional. As regras são complexas e teme-se que provoquem uma tendência de formação de maioria simples, com sub-representação dos demais partidos.

Se a votação confirmar os resultados das últimas pesquisas publicadas, Giorgia Meloni, líder dos Irmãos da Itália, um partido que tem suas raízes formação que vem da tradição neofascista, pode se tornar a primeira mulher a chegar à chefia do governo na Itália. Meloni, de 45 anos, tem todas as pesquisas a seu favor. Segundo a última estimativa de 9 de setembro, ela lidera a corrida eleitoral com cerca de 47% das intenções de voto, contra 22% do principal concorrente, o progressista Enrico Letta, da coalizão de esquerda liderada pelo Partido Democrático (PD).

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As pesquisas de opinião também mostraram que a campanha não conseguiu despertar o interesse dos italianos, já que, no último dia permitido pela lei italiana para divulgar estimativas, o percentual previsto de abstenção e indecisão nesta eleição estava em torno de 40%.

Estima-se ainda que cerca de 2,7 milhões de jovens terão a oportunidade de votar pela primeira vez. A idade mínima de votação para o Senado foi reduzida de 25 para 18 anos, alinhando-a com a da Câmara dos Deputados. As duas Casas do Parlamento têm poderes iguais. /AP, EFE e AFP

ROMA - Mais de 50 milhões de italianos devem ir às urnas neste domingo, 25, para eleger o novo Parlamento do país, em meio a temores sobre a ascensão da direita radical ao poder pela primeira vez desde a 2ª Guerra, e às posições da favorita a ocupar o cargo, Giorgia Meloni.

A eleição começou às 7 horas (02h, horario de Brasília) e segue até 23h (19h, horario de Brasília), quando os centros de votação serão fechados e a contagem dos votos começará. Não há previsão de resultados, e a formação oficial da coalizão pode levar alguns dias. A coligação de Meloni coligação diz que o partido mais votado fará a indicação do premiê, a ser aprovado pelo presidente Sergio Mattarella.

O bloco da direita, liderado pelo partido radical Fratelli d’Italia (Irmãos da Itália), é favorito para conseguir o maior número de cadeiras no Parlamento. Sua líder, Giorgia Meloni, é a favorita para ser a primeira mulher premiê da Itália. Ela tem grandes chances de formar uma coalizão de governo depois de ter se aliado ao populista de direita Matteo Salvini, da Liga, e ao ex-premiê Silvio Berlusconi, do Força Itália.

A união da direita e a fragmentação da esquerda é apontada por analistas como o fator principal para o favoritismo de Meloni.

Giorgia Meloni, favorita para ser a primeira mulher premiê da Itália, faz último discurso antes da eleição, em Roma  Foto: Andreas Solaro / AFP

Giorgia Meloni, Mussolini e o ‘pós-fascismo’

A ascensão de Meloni, oriunda de um partido ligado ao pós-fascismo, com raízes ligadas preocupa a União Europeia, em razão de suas posições contrárias a direitos da comunidade LGBT, minorias religiosas e imigrantes, bem como a proximidade de seus aliados com o líder russo, Vladimir Putin.

Giorgial Meloni é líder do Fratelli d’Italia (Irmãos da Itália), partido criado após décadas de reabilitação da imagem e moderação de uma ala política iniciada por partidários do ditador fascista Benito Mussolini logo após a 2ª Guerra, o MSI (Movimento Social Italiano). O Fratelli d’Italia exibe em sua bandeira um nó verde, vermelho e branco, um símbolo criado em 1946 pelo grupo de veteranos fascistas que fundou o MSI.

Em agosto, Meloni esclareceu sua controvertida relação com o fascismo. “A direita italiana relegou o fascismo à um capítulo antigo da história, condenando sem ambiguidades a privação da democracia e as infames leis que perseguiam judeus”, disse Meloni em um vídeo divulgado em diferentes idiomas aos meios de comunicação estrangeiros.

Para analistas, Meloni pode ser considerada uma conservadora radical, mas não fascista. “Giorgia Meloni não quer abandonar o símbolo da direita, porque é a identidade da qual ela não pode escapar; é sua juventude”, disse à BBC Gianluca Passarelli, professor de ciência política da Universidade Sapienza de Roma. “O partido dela não é fascista”, explica. “Fascismo significa tomar o poder e destruir o sistema. Ela não vai fazer isso e não poderia. Mas há alas no partido ligadas ao movimento neofascista. Ela sempre jogou de alguma forma no meio.”

Itália realiza eleições gerais antecipadas neste domingo, 25, após a renúncia de seu primeiro-ministro em julho. Os resultados finais devem ser anunciados em 26 de setembro Foto: Alessandro Di Marco/EFE/EPA

Eleições na Itália com novo sistema

Previsto inicialmente para 2023, o pleito foi antecipado após a renúncia do então primeiro-ministro Mario Draghi, em julho deste ano. Essa é também a primeira eleição a ser realizada desde a reforma aprovada em referendo, em que foram adotadas mudanças constitucionais para reduzir o tamanho das duas câmaras parlamentares.

Esta será a primeira eleição após a redução do número de parlamentares, o que altera a essência da lei eleitoral de 2017. Serão eleitos 400 deputados e 200 senadores (antes eram 630 e 315, respectivamente). No sistema italiano, misto, majoritário e proporcional, um terço das cadeiras é ocupado pelos mais votados, e o restante, por distribuição proporcional. As regras são complexas e teme-se que provoquem uma tendência de formação de maioria simples, com sub-representação dos demais partidos.

Se a votação confirmar os resultados das últimas pesquisas publicadas, Giorgia Meloni, líder dos Irmãos da Itália, um partido que tem suas raízes formação que vem da tradição neofascista, pode se tornar a primeira mulher a chegar à chefia do governo na Itália. Meloni, de 45 anos, tem todas as pesquisas a seu favor. Segundo a última estimativa de 9 de setembro, ela lidera a corrida eleitoral com cerca de 47% das intenções de voto, contra 22% do principal concorrente, o progressista Enrico Letta, da coalizão de esquerda liderada pelo Partido Democrático (PD).

As pesquisas de opinião também mostraram que a campanha não conseguiu despertar o interesse dos italianos, já que, no último dia permitido pela lei italiana para divulgar estimativas, o percentual previsto de abstenção e indecisão nesta eleição estava em torno de 40%.

Estima-se ainda que cerca de 2,7 milhões de jovens terão a oportunidade de votar pela primeira vez. A idade mínima de votação para o Senado foi reduzida de 25 para 18 anos, alinhando-a com a da Câmara dos Deputados. As duas Casas do Parlamento têm poderes iguais. /AP, EFE e AFP

ROMA - Mais de 50 milhões de italianos devem ir às urnas neste domingo, 25, para eleger o novo Parlamento do país, em meio a temores sobre a ascensão da direita radical ao poder pela primeira vez desde a 2ª Guerra, e às posições da favorita a ocupar o cargo, Giorgia Meloni.

A eleição começou às 7 horas (02h, horario de Brasília) e segue até 23h (19h, horario de Brasília), quando os centros de votação serão fechados e a contagem dos votos começará. Não há previsão de resultados, e a formação oficial da coalizão pode levar alguns dias. A coligação de Meloni coligação diz que o partido mais votado fará a indicação do premiê, a ser aprovado pelo presidente Sergio Mattarella.

O bloco da direita, liderado pelo partido radical Fratelli d’Italia (Irmãos da Itália), é favorito para conseguir o maior número de cadeiras no Parlamento. Sua líder, Giorgia Meloni, é a favorita para ser a primeira mulher premiê da Itália. Ela tem grandes chances de formar uma coalizão de governo depois de ter se aliado ao populista de direita Matteo Salvini, da Liga, e ao ex-premiê Silvio Berlusconi, do Força Itália.

A união da direita e a fragmentação da esquerda é apontada por analistas como o fator principal para o favoritismo de Meloni.

Giorgia Meloni, favorita para ser a primeira mulher premiê da Itália, faz último discurso antes da eleição, em Roma  Foto: Andreas Solaro / AFP

Giorgia Meloni, Mussolini e o ‘pós-fascismo’

A ascensão de Meloni, oriunda de um partido ligado ao pós-fascismo, com raízes ligadas preocupa a União Europeia, em razão de suas posições contrárias a direitos da comunidade LGBT, minorias religiosas e imigrantes, bem como a proximidade de seus aliados com o líder russo, Vladimir Putin.

Giorgial Meloni é líder do Fratelli d’Italia (Irmãos da Itália), partido criado após décadas de reabilitação da imagem e moderação de uma ala política iniciada por partidários do ditador fascista Benito Mussolini logo após a 2ª Guerra, o MSI (Movimento Social Italiano). O Fratelli d’Italia exibe em sua bandeira um nó verde, vermelho e branco, um símbolo criado em 1946 pelo grupo de veteranos fascistas que fundou o MSI.

Em agosto, Meloni esclareceu sua controvertida relação com o fascismo. “A direita italiana relegou o fascismo à um capítulo antigo da história, condenando sem ambiguidades a privação da democracia e as infames leis que perseguiam judeus”, disse Meloni em um vídeo divulgado em diferentes idiomas aos meios de comunicação estrangeiros.

Para analistas, Meloni pode ser considerada uma conservadora radical, mas não fascista. “Giorgia Meloni não quer abandonar o símbolo da direita, porque é a identidade da qual ela não pode escapar; é sua juventude”, disse à BBC Gianluca Passarelli, professor de ciência política da Universidade Sapienza de Roma. “O partido dela não é fascista”, explica. “Fascismo significa tomar o poder e destruir o sistema. Ela não vai fazer isso e não poderia. Mas há alas no partido ligadas ao movimento neofascista. Ela sempre jogou de alguma forma no meio.”

Itália realiza eleições gerais antecipadas neste domingo, 25, após a renúncia de seu primeiro-ministro em julho. Os resultados finais devem ser anunciados em 26 de setembro Foto: Alessandro Di Marco/EFE/EPA

Eleições na Itália com novo sistema

Previsto inicialmente para 2023, o pleito foi antecipado após a renúncia do então primeiro-ministro Mario Draghi, em julho deste ano. Essa é também a primeira eleição a ser realizada desde a reforma aprovada em referendo, em que foram adotadas mudanças constitucionais para reduzir o tamanho das duas câmaras parlamentares.

Esta será a primeira eleição após a redução do número de parlamentares, o que altera a essência da lei eleitoral de 2017. Serão eleitos 400 deputados e 200 senadores (antes eram 630 e 315, respectivamente). No sistema italiano, misto, majoritário e proporcional, um terço das cadeiras é ocupado pelos mais votados, e o restante, por distribuição proporcional. As regras são complexas e teme-se que provoquem uma tendência de formação de maioria simples, com sub-representação dos demais partidos.

Se a votação confirmar os resultados das últimas pesquisas publicadas, Giorgia Meloni, líder dos Irmãos da Itália, um partido que tem suas raízes formação que vem da tradição neofascista, pode se tornar a primeira mulher a chegar à chefia do governo na Itália. Meloni, de 45 anos, tem todas as pesquisas a seu favor. Segundo a última estimativa de 9 de setembro, ela lidera a corrida eleitoral com cerca de 47% das intenções de voto, contra 22% do principal concorrente, o progressista Enrico Letta, da coalizão de esquerda liderada pelo Partido Democrático (PD).

As pesquisas de opinião também mostraram que a campanha não conseguiu despertar o interesse dos italianos, já que, no último dia permitido pela lei italiana para divulgar estimativas, o percentual previsto de abstenção e indecisão nesta eleição estava em torno de 40%.

Estima-se ainda que cerca de 2,7 milhões de jovens terão a oportunidade de votar pela primeira vez. A idade mínima de votação para o Senado foi reduzida de 25 para 18 anos, alinhando-a com a da Câmara dos Deputados. As duas Casas do Parlamento têm poderes iguais. /AP, EFE e AFP

ROMA - Mais de 50 milhões de italianos devem ir às urnas neste domingo, 25, para eleger o novo Parlamento do país, em meio a temores sobre a ascensão da direita radical ao poder pela primeira vez desde a 2ª Guerra, e às posições da favorita a ocupar o cargo, Giorgia Meloni.

A eleição começou às 7 horas (02h, horario de Brasília) e segue até 23h (19h, horario de Brasília), quando os centros de votação serão fechados e a contagem dos votos começará. Não há previsão de resultados, e a formação oficial da coalizão pode levar alguns dias. A coligação de Meloni coligação diz que o partido mais votado fará a indicação do premiê, a ser aprovado pelo presidente Sergio Mattarella.

O bloco da direita, liderado pelo partido radical Fratelli d’Italia (Irmãos da Itália), é favorito para conseguir o maior número de cadeiras no Parlamento. Sua líder, Giorgia Meloni, é a favorita para ser a primeira mulher premiê da Itália. Ela tem grandes chances de formar uma coalizão de governo depois de ter se aliado ao populista de direita Matteo Salvini, da Liga, e ao ex-premiê Silvio Berlusconi, do Força Itália.

A união da direita e a fragmentação da esquerda é apontada por analistas como o fator principal para o favoritismo de Meloni.

Giorgia Meloni, favorita para ser a primeira mulher premiê da Itália, faz último discurso antes da eleição, em Roma  Foto: Andreas Solaro / AFP

Giorgia Meloni, Mussolini e o ‘pós-fascismo’

A ascensão de Meloni, oriunda de um partido ligado ao pós-fascismo, com raízes ligadas preocupa a União Europeia, em razão de suas posições contrárias a direitos da comunidade LGBT, minorias religiosas e imigrantes, bem como a proximidade de seus aliados com o líder russo, Vladimir Putin.

Giorgial Meloni é líder do Fratelli d’Italia (Irmãos da Itália), partido criado após décadas de reabilitação da imagem e moderação de uma ala política iniciada por partidários do ditador fascista Benito Mussolini logo após a 2ª Guerra, o MSI (Movimento Social Italiano). O Fratelli d’Italia exibe em sua bandeira um nó verde, vermelho e branco, um símbolo criado em 1946 pelo grupo de veteranos fascistas que fundou o MSI.

Em agosto, Meloni esclareceu sua controvertida relação com o fascismo. “A direita italiana relegou o fascismo à um capítulo antigo da história, condenando sem ambiguidades a privação da democracia e as infames leis que perseguiam judeus”, disse Meloni em um vídeo divulgado em diferentes idiomas aos meios de comunicação estrangeiros.

Para analistas, Meloni pode ser considerada uma conservadora radical, mas não fascista. “Giorgia Meloni não quer abandonar o símbolo da direita, porque é a identidade da qual ela não pode escapar; é sua juventude”, disse à BBC Gianluca Passarelli, professor de ciência política da Universidade Sapienza de Roma. “O partido dela não é fascista”, explica. “Fascismo significa tomar o poder e destruir o sistema. Ela não vai fazer isso e não poderia. Mas há alas no partido ligadas ao movimento neofascista. Ela sempre jogou de alguma forma no meio.”

Itália realiza eleições gerais antecipadas neste domingo, 25, após a renúncia de seu primeiro-ministro em julho. Os resultados finais devem ser anunciados em 26 de setembro Foto: Alessandro Di Marco/EFE/EPA

Eleições na Itália com novo sistema

Previsto inicialmente para 2023, o pleito foi antecipado após a renúncia do então primeiro-ministro Mario Draghi, em julho deste ano. Essa é também a primeira eleição a ser realizada desde a reforma aprovada em referendo, em que foram adotadas mudanças constitucionais para reduzir o tamanho das duas câmaras parlamentares.

Esta será a primeira eleição após a redução do número de parlamentares, o que altera a essência da lei eleitoral de 2017. Serão eleitos 400 deputados e 200 senadores (antes eram 630 e 315, respectivamente). No sistema italiano, misto, majoritário e proporcional, um terço das cadeiras é ocupado pelos mais votados, e o restante, por distribuição proporcional. As regras são complexas e teme-se que provoquem uma tendência de formação de maioria simples, com sub-representação dos demais partidos.

Se a votação confirmar os resultados das últimas pesquisas publicadas, Giorgia Meloni, líder dos Irmãos da Itália, um partido que tem suas raízes formação que vem da tradição neofascista, pode se tornar a primeira mulher a chegar à chefia do governo na Itália. Meloni, de 45 anos, tem todas as pesquisas a seu favor. Segundo a última estimativa de 9 de setembro, ela lidera a corrida eleitoral com cerca de 47% das intenções de voto, contra 22% do principal concorrente, o progressista Enrico Letta, da coalizão de esquerda liderada pelo Partido Democrático (PD).

As pesquisas de opinião também mostraram que a campanha não conseguiu despertar o interesse dos italianos, já que, no último dia permitido pela lei italiana para divulgar estimativas, o percentual previsto de abstenção e indecisão nesta eleição estava em torno de 40%.

Estima-se ainda que cerca de 2,7 milhões de jovens terão a oportunidade de votar pela primeira vez. A idade mínima de votação para o Senado foi reduzida de 25 para 18 anos, alinhando-a com a da Câmara dos Deputados. As duas Casas do Parlamento têm poderes iguais. /AP, EFE e AFP

ROMA - Mais de 50 milhões de italianos devem ir às urnas neste domingo, 25, para eleger o novo Parlamento do país, em meio a temores sobre a ascensão da direita radical ao poder pela primeira vez desde a 2ª Guerra, e às posições da favorita a ocupar o cargo, Giorgia Meloni.

A eleição começou às 7 horas (02h, horario de Brasília) e segue até 23h (19h, horario de Brasília), quando os centros de votação serão fechados e a contagem dos votos começará. Não há previsão de resultados, e a formação oficial da coalizão pode levar alguns dias. A coligação de Meloni coligação diz que o partido mais votado fará a indicação do premiê, a ser aprovado pelo presidente Sergio Mattarella.

O bloco da direita, liderado pelo partido radical Fratelli d’Italia (Irmãos da Itália), é favorito para conseguir o maior número de cadeiras no Parlamento. Sua líder, Giorgia Meloni, é a favorita para ser a primeira mulher premiê da Itália. Ela tem grandes chances de formar uma coalizão de governo depois de ter se aliado ao populista de direita Matteo Salvini, da Liga, e ao ex-premiê Silvio Berlusconi, do Força Itália.

A união da direita e a fragmentação da esquerda é apontada por analistas como o fator principal para o favoritismo de Meloni.

Giorgia Meloni, favorita para ser a primeira mulher premiê da Itália, faz último discurso antes da eleição, em Roma  Foto: Andreas Solaro / AFP

Giorgia Meloni, Mussolini e o ‘pós-fascismo’

A ascensão de Meloni, oriunda de um partido ligado ao pós-fascismo, com raízes ligadas preocupa a União Europeia, em razão de suas posições contrárias a direitos da comunidade LGBT, minorias religiosas e imigrantes, bem como a proximidade de seus aliados com o líder russo, Vladimir Putin.

Giorgial Meloni é líder do Fratelli d’Italia (Irmãos da Itália), partido criado após décadas de reabilitação da imagem e moderação de uma ala política iniciada por partidários do ditador fascista Benito Mussolini logo após a 2ª Guerra, o MSI (Movimento Social Italiano). O Fratelli d’Italia exibe em sua bandeira um nó verde, vermelho e branco, um símbolo criado em 1946 pelo grupo de veteranos fascistas que fundou o MSI.

Em agosto, Meloni esclareceu sua controvertida relação com o fascismo. “A direita italiana relegou o fascismo à um capítulo antigo da história, condenando sem ambiguidades a privação da democracia e as infames leis que perseguiam judeus”, disse Meloni em um vídeo divulgado em diferentes idiomas aos meios de comunicação estrangeiros.

Para analistas, Meloni pode ser considerada uma conservadora radical, mas não fascista. “Giorgia Meloni não quer abandonar o símbolo da direita, porque é a identidade da qual ela não pode escapar; é sua juventude”, disse à BBC Gianluca Passarelli, professor de ciência política da Universidade Sapienza de Roma. “O partido dela não é fascista”, explica. “Fascismo significa tomar o poder e destruir o sistema. Ela não vai fazer isso e não poderia. Mas há alas no partido ligadas ao movimento neofascista. Ela sempre jogou de alguma forma no meio.”

Itália realiza eleições gerais antecipadas neste domingo, 25, após a renúncia de seu primeiro-ministro em julho. Os resultados finais devem ser anunciados em 26 de setembro Foto: Alessandro Di Marco/EFE/EPA

Eleições na Itália com novo sistema

Previsto inicialmente para 2023, o pleito foi antecipado após a renúncia do então primeiro-ministro Mario Draghi, em julho deste ano. Essa é também a primeira eleição a ser realizada desde a reforma aprovada em referendo, em que foram adotadas mudanças constitucionais para reduzir o tamanho das duas câmaras parlamentares.

Esta será a primeira eleição após a redução do número de parlamentares, o que altera a essência da lei eleitoral de 2017. Serão eleitos 400 deputados e 200 senadores (antes eram 630 e 315, respectivamente). No sistema italiano, misto, majoritário e proporcional, um terço das cadeiras é ocupado pelos mais votados, e o restante, por distribuição proporcional. As regras são complexas e teme-se que provoquem uma tendência de formação de maioria simples, com sub-representação dos demais partidos.

Se a votação confirmar os resultados das últimas pesquisas publicadas, Giorgia Meloni, líder dos Irmãos da Itália, um partido que tem suas raízes formação que vem da tradição neofascista, pode se tornar a primeira mulher a chegar à chefia do governo na Itália. Meloni, de 45 anos, tem todas as pesquisas a seu favor. Segundo a última estimativa de 9 de setembro, ela lidera a corrida eleitoral com cerca de 47% das intenções de voto, contra 22% do principal concorrente, o progressista Enrico Letta, da coalizão de esquerda liderada pelo Partido Democrático (PD).

As pesquisas de opinião também mostraram que a campanha não conseguiu despertar o interesse dos italianos, já que, no último dia permitido pela lei italiana para divulgar estimativas, o percentual previsto de abstenção e indecisão nesta eleição estava em torno de 40%.

Estima-se ainda que cerca de 2,7 milhões de jovens terão a oportunidade de votar pela primeira vez. A idade mínima de votação para o Senado foi reduzida de 25 para 18 anos, alinhando-a com a da Câmara dos Deputados. As duas Casas do Parlamento têm poderes iguais. /AP, EFE e AFP

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