BRASÍLIA – Integrantes do Ministério das Relações Exteriores avaliam a retirada de brasileiros do Líbano após a intensificação dos ataques de Israel contra a milícia xiita Hezbollah, radicada no país, nos últimos dias. A avaliação atual, no entanto, é que há poucos brasileiros no sul do país, próximo a fronteira com Israel, onde os ataques se concentram.
A medida faz parte de planos analisados por diplomatas junto com a comunidade brasileira no Líbano. As duas nações têm forte ligações culturais porque o País foi um dos principais destinos da diáspora libanesa.
Nenhum país realiza operações de retirada no Líbano até o momento, e o aeroporto de Beirute está aberto, o que possibilita fugas por conta própria. Apesar disso, o receio dos diplomatas é que a situação atual se deteriore rápido depois dos novos bombardeios.
Durante quase um ano, Israel combateu com o Hezbollah na fronteira num confronto com baixa intensidade. Na semana passada, no entanto, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, disse que o país entrou numa nova fase da guerra, o que coincidiu com o aumento de ações no território libanês e escalada do conflito. Nesta segunda-feira, um ataque aéreo israelense contra estruturas da milícia matou mais de 490 pessoas, o maior número de mortes causadas por Israel no Líbano desde 2006.
Segundo analistas, a aposta de Tel-Aviv é fazer o Hezbollah recuar dos ataques de mísseis no território israelense, que começaram após o 7 de outubro em apoio ao grupo terrorista Hamas, em guerra contra Israel na Faixa de Gaza. Na ocasião, o governo federal fez operações para retirar brasileiros da região.
O Hezbollah, apesar das intenções de Israel, afirma que vai continuar com a ofensiva até um cessar-fogo na Faixa de Gaza. As negociações estão paralisadas por diferenças sem solução entre Israel e o Hamas.
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O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, acusou Israel nesta segunda-feira, 23, de buscar e preparar armadilhas para empurrar Teerã a uma guerra maior no Oriente Médio. O país é um dos principais financiadores do Hezbollah e do Hamas na região.
Em uma coletiva de imprensa em Nova York, onde está para participar da Assembleia-Geral da ONU, Pezeshkian disse que o seu governo não quer ver o conflito expandido por toda a região. “Eles estão nos arrastando a um ponto em que não queremos ir”, declarou o presidente iraniano sobre Israel. “Não há vencedor na guerra. Estamos apenas nos enganando se acreditarmos que alguém será vitorioso em uma guerra regional.”