Biden assina pacote de medidas para colocar mudança climática no centro das decisões de seu governo


Presidente dos Estados Unidos anunciou encontro sobre o clima com líderes internacionais para o Dia da Terra, em 22 de abril 

Por Beatriz Bulla e Correspondente

WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou nesta quarta-feira, 27,  medidas executivas para colocar as mudanças climáticas no centro de decisões de política doméstica, segurança nacional e relações exteriores do governo. "Nós já esperamos demais para lidar com a crise climática e não podemos esperar mais", disse Biden, ao anunciar o plano. "Nós vimos com nossos próprios olhos. Nós sentimos isso. Nós sabemos disso. E é hora de agir", afirmou, após citar incêndios na Califórnia no ano passado, furacões e tempestades tropicais que atingiram os EUA nos últimos anos. 

A preocupação ambiental foi um dos principais pilares da campanha do democrata à presidência. Antes de chegar à Casa Branca, ele se comprometeu em realizar uma guinada na política adotada no governo anterior. O ex-presidente Donald Trump chegou a chamar as mudanças climáticas de enganação e costumava criticar o que chamou de "alarmismo" ambiental. 

No governo Biden, a preocupação deixou de ser qualificada como uma farsa e passou a ser chamada de crise. "Assim como precisamos de uma resposta nacional à pandemia, precisamos desesperadamente de uma resposta nacional unificada à crise climática. Porque há uma crise climática", disse Biden.

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Presidente Joe Biden faz pronunciamento sobre o clima ao lado de seu enviado especial para o tema, John Kerry, e sua vice-presidente, Kamala Harris, na Casa Branca Foto: Evan Vucci/AP

Na mesma tarde de sua posse presidencial, Biden recolocou os EUA no Acordo Climático de Paris. Trump havia retirado o país do tratado, que foi negociado no governo Obama-Biden.Com as ordens executivas assinadas nesta quarta-feira, a Casa Branca estabeleceu que considerações sobre o clima são "elemento essencial da política externa americana e da segurança nacional" e agendou um encontro sobre o clima com líderes internacionais para o Dia da Terra, em 22 de abril. 

Czar do clima no Conselho de Segurança Nacional, o diplomata John Kerry, um dos mais experientes dos EUA, afirmou que a reunião de líderes em abril é "essencial para garantir que 2021 será o ano em que vamos compensar o tempo perdido nos últimos quatro anos". O encontro também é uma forma de trabalhar, disse ele, para que a cúpula do clima em Glasgow, prevista para novembro, seja um sucesso. Segundo Kerry, no encontro em abril os EUA devem informar como pretendem reduzir as emissões de carbono sob os termos do Acordo de Paris.

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O cargo de czar do clima foi criado por Biden pela primeira vez, para que a política ambiental atravesse toda a política externa. "Biden é profundamente comprometido com essa questão. É por isso que ele voltou ao Acordo de Paris rapidamente, mas ele também sabe que apenas isso não é o bastante", disse Kerry. 

Com as ordens executivas assinadas nesta qurta-feira, o presidente também suspendeu a concessão de novas propriedades federais para a indústria de óleo e gás, se comprometeu com a conservação de 30% das terras e da água do país até 2030, recriou o Conselho Presidencial de Especialistas em Ciência e Tecnologia e assinou um memorando para se comprometer com a independência dos cientistas do país. Nas medidas, o governo também determina que agências federais devem eliminar subsídios a combustíveis fósseis e identificar novas oportunidades de inovação com energia limpa.

A suspensão do arrendamento de terras para a indústria de petróleo e gás não interrompe os contratos já assinados. Segundo o jornal The New York Times, em 2019, 26 milhões de acres de terras federais estavam em uso por empresas de petróleo e gás. No ano passado, Trump acelerou o processo para possibilitar o uso pela indústria de mais terras públicas.

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A defesa de uma agenda ambiental enfrenta resistência entre parte dos republicanos no Congresso e ameaçou Biden durante a campanha, quando Trump acusou o democrata de querer acabar com a indústria de extração de gás. No anúncio desta quarta-feira, Biden fez questão de repetir que não banirá o 'fracking' (extração) e o plano é criar empregos em uma economia mais moderna, resiliente e limpa."Hoje é o dia do clima na Casa Branca. O que significa que hoje é dia do emprego na Casa Branca", disse Biden, no início de seu discurso.

Pressão ao Brasil

A reorientação do governo Biden deve pressionar o Brasil a assumir compromissos de preservação ambiental. Nos últimos dois anos, o País entrou no foco dos europeus pela alta nas queimadas na Amazônia e pela minimização da crise climática pelo governo Bolsonaro. Biden não apenas rejeita o negacionismo climático encampado por Trump como busca assumir o papel de protagonismo na liderança mundial pela preservação ambiental e transição para uma economia verde. 

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Durante a campanha, ele disse que ia “reunir o mundo” para coletar fundos para preservação da Amazônia e haveria consequências econômicas caso o Brasil não se comprometesse com a proteção da floresta.

WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou nesta quarta-feira, 27,  medidas executivas para colocar as mudanças climáticas no centro de decisões de política doméstica, segurança nacional e relações exteriores do governo. "Nós já esperamos demais para lidar com a crise climática e não podemos esperar mais", disse Biden, ao anunciar o plano. "Nós vimos com nossos próprios olhos. Nós sentimos isso. Nós sabemos disso. E é hora de agir", afirmou, após citar incêndios na Califórnia no ano passado, furacões e tempestades tropicais que atingiram os EUA nos últimos anos. 

A preocupação ambiental foi um dos principais pilares da campanha do democrata à presidência. Antes de chegar à Casa Branca, ele se comprometeu em realizar uma guinada na política adotada no governo anterior. O ex-presidente Donald Trump chegou a chamar as mudanças climáticas de enganação e costumava criticar o que chamou de "alarmismo" ambiental. 

No governo Biden, a preocupação deixou de ser qualificada como uma farsa e passou a ser chamada de crise. "Assim como precisamos de uma resposta nacional à pandemia, precisamos desesperadamente de uma resposta nacional unificada à crise climática. Porque há uma crise climática", disse Biden.

Presidente Joe Biden faz pronunciamento sobre o clima ao lado de seu enviado especial para o tema, John Kerry, e sua vice-presidente, Kamala Harris, na Casa Branca Foto: Evan Vucci/AP

Na mesma tarde de sua posse presidencial, Biden recolocou os EUA no Acordo Climático de Paris. Trump havia retirado o país do tratado, que foi negociado no governo Obama-Biden.Com as ordens executivas assinadas nesta quarta-feira, a Casa Branca estabeleceu que considerações sobre o clima são "elemento essencial da política externa americana e da segurança nacional" e agendou um encontro sobre o clima com líderes internacionais para o Dia da Terra, em 22 de abril. 

Czar do clima no Conselho de Segurança Nacional, o diplomata John Kerry, um dos mais experientes dos EUA, afirmou que a reunião de líderes em abril é "essencial para garantir que 2021 será o ano em que vamos compensar o tempo perdido nos últimos quatro anos". O encontro também é uma forma de trabalhar, disse ele, para que a cúpula do clima em Glasgow, prevista para novembro, seja um sucesso. Segundo Kerry, no encontro em abril os EUA devem informar como pretendem reduzir as emissões de carbono sob os termos do Acordo de Paris.

O cargo de czar do clima foi criado por Biden pela primeira vez, para que a política ambiental atravesse toda a política externa. "Biden é profundamente comprometido com essa questão. É por isso que ele voltou ao Acordo de Paris rapidamente, mas ele também sabe que apenas isso não é o bastante", disse Kerry. 

Com as ordens executivas assinadas nesta qurta-feira, o presidente também suspendeu a concessão de novas propriedades federais para a indústria de óleo e gás, se comprometeu com a conservação de 30% das terras e da água do país até 2030, recriou o Conselho Presidencial de Especialistas em Ciência e Tecnologia e assinou um memorando para se comprometer com a independência dos cientistas do país. Nas medidas, o governo também determina que agências federais devem eliminar subsídios a combustíveis fósseis e identificar novas oportunidades de inovação com energia limpa.

A suspensão do arrendamento de terras para a indústria de petróleo e gás não interrompe os contratos já assinados. Segundo o jornal The New York Times, em 2019, 26 milhões de acres de terras federais estavam em uso por empresas de petróleo e gás. No ano passado, Trump acelerou o processo para possibilitar o uso pela indústria de mais terras públicas.

A defesa de uma agenda ambiental enfrenta resistência entre parte dos republicanos no Congresso e ameaçou Biden durante a campanha, quando Trump acusou o democrata de querer acabar com a indústria de extração de gás. No anúncio desta quarta-feira, Biden fez questão de repetir que não banirá o 'fracking' (extração) e o plano é criar empregos em uma economia mais moderna, resiliente e limpa."Hoje é o dia do clima na Casa Branca. O que significa que hoje é dia do emprego na Casa Branca", disse Biden, no início de seu discurso.

Pressão ao Brasil

A reorientação do governo Biden deve pressionar o Brasil a assumir compromissos de preservação ambiental. Nos últimos dois anos, o País entrou no foco dos europeus pela alta nas queimadas na Amazônia e pela minimização da crise climática pelo governo Bolsonaro. Biden não apenas rejeita o negacionismo climático encampado por Trump como busca assumir o papel de protagonismo na liderança mundial pela preservação ambiental e transição para uma economia verde. 

Durante a campanha, ele disse que ia “reunir o mundo” para coletar fundos para preservação da Amazônia e haveria consequências econômicas caso o Brasil não se comprometesse com a proteção da floresta.

WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou nesta quarta-feira, 27,  medidas executivas para colocar as mudanças climáticas no centro de decisões de política doméstica, segurança nacional e relações exteriores do governo. "Nós já esperamos demais para lidar com a crise climática e não podemos esperar mais", disse Biden, ao anunciar o plano. "Nós vimos com nossos próprios olhos. Nós sentimos isso. Nós sabemos disso. E é hora de agir", afirmou, após citar incêndios na Califórnia no ano passado, furacões e tempestades tropicais que atingiram os EUA nos últimos anos. 

A preocupação ambiental foi um dos principais pilares da campanha do democrata à presidência. Antes de chegar à Casa Branca, ele se comprometeu em realizar uma guinada na política adotada no governo anterior. O ex-presidente Donald Trump chegou a chamar as mudanças climáticas de enganação e costumava criticar o que chamou de "alarmismo" ambiental. 

No governo Biden, a preocupação deixou de ser qualificada como uma farsa e passou a ser chamada de crise. "Assim como precisamos de uma resposta nacional à pandemia, precisamos desesperadamente de uma resposta nacional unificada à crise climática. Porque há uma crise climática", disse Biden.

Presidente Joe Biden faz pronunciamento sobre o clima ao lado de seu enviado especial para o tema, John Kerry, e sua vice-presidente, Kamala Harris, na Casa Branca Foto: Evan Vucci/AP

Na mesma tarde de sua posse presidencial, Biden recolocou os EUA no Acordo Climático de Paris. Trump havia retirado o país do tratado, que foi negociado no governo Obama-Biden.Com as ordens executivas assinadas nesta quarta-feira, a Casa Branca estabeleceu que considerações sobre o clima são "elemento essencial da política externa americana e da segurança nacional" e agendou um encontro sobre o clima com líderes internacionais para o Dia da Terra, em 22 de abril. 

Czar do clima no Conselho de Segurança Nacional, o diplomata John Kerry, um dos mais experientes dos EUA, afirmou que a reunião de líderes em abril é "essencial para garantir que 2021 será o ano em que vamos compensar o tempo perdido nos últimos quatro anos". O encontro também é uma forma de trabalhar, disse ele, para que a cúpula do clima em Glasgow, prevista para novembro, seja um sucesso. Segundo Kerry, no encontro em abril os EUA devem informar como pretendem reduzir as emissões de carbono sob os termos do Acordo de Paris.

O cargo de czar do clima foi criado por Biden pela primeira vez, para que a política ambiental atravesse toda a política externa. "Biden é profundamente comprometido com essa questão. É por isso que ele voltou ao Acordo de Paris rapidamente, mas ele também sabe que apenas isso não é o bastante", disse Kerry. 

Com as ordens executivas assinadas nesta qurta-feira, o presidente também suspendeu a concessão de novas propriedades federais para a indústria de óleo e gás, se comprometeu com a conservação de 30% das terras e da água do país até 2030, recriou o Conselho Presidencial de Especialistas em Ciência e Tecnologia e assinou um memorando para se comprometer com a independência dos cientistas do país. Nas medidas, o governo também determina que agências federais devem eliminar subsídios a combustíveis fósseis e identificar novas oportunidades de inovação com energia limpa.

A suspensão do arrendamento de terras para a indústria de petróleo e gás não interrompe os contratos já assinados. Segundo o jornal The New York Times, em 2019, 26 milhões de acres de terras federais estavam em uso por empresas de petróleo e gás. No ano passado, Trump acelerou o processo para possibilitar o uso pela indústria de mais terras públicas.

A defesa de uma agenda ambiental enfrenta resistência entre parte dos republicanos no Congresso e ameaçou Biden durante a campanha, quando Trump acusou o democrata de querer acabar com a indústria de extração de gás. No anúncio desta quarta-feira, Biden fez questão de repetir que não banirá o 'fracking' (extração) e o plano é criar empregos em uma economia mais moderna, resiliente e limpa."Hoje é o dia do clima na Casa Branca. O que significa que hoje é dia do emprego na Casa Branca", disse Biden, no início de seu discurso.

Pressão ao Brasil

A reorientação do governo Biden deve pressionar o Brasil a assumir compromissos de preservação ambiental. Nos últimos dois anos, o País entrou no foco dos europeus pela alta nas queimadas na Amazônia e pela minimização da crise climática pelo governo Bolsonaro. Biden não apenas rejeita o negacionismo climático encampado por Trump como busca assumir o papel de protagonismo na liderança mundial pela preservação ambiental e transição para uma economia verde. 

Durante a campanha, ele disse que ia “reunir o mundo” para coletar fundos para preservação da Amazônia e haveria consequências econômicas caso o Brasil não se comprometesse com a proteção da floresta.

WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou nesta quarta-feira, 27,  medidas executivas para colocar as mudanças climáticas no centro de decisões de política doméstica, segurança nacional e relações exteriores do governo. "Nós já esperamos demais para lidar com a crise climática e não podemos esperar mais", disse Biden, ao anunciar o plano. "Nós vimos com nossos próprios olhos. Nós sentimos isso. Nós sabemos disso. E é hora de agir", afirmou, após citar incêndios na Califórnia no ano passado, furacões e tempestades tropicais que atingiram os EUA nos últimos anos. 

A preocupação ambiental foi um dos principais pilares da campanha do democrata à presidência. Antes de chegar à Casa Branca, ele se comprometeu em realizar uma guinada na política adotada no governo anterior. O ex-presidente Donald Trump chegou a chamar as mudanças climáticas de enganação e costumava criticar o que chamou de "alarmismo" ambiental. 

No governo Biden, a preocupação deixou de ser qualificada como uma farsa e passou a ser chamada de crise. "Assim como precisamos de uma resposta nacional à pandemia, precisamos desesperadamente de uma resposta nacional unificada à crise climática. Porque há uma crise climática", disse Biden.

Presidente Joe Biden faz pronunciamento sobre o clima ao lado de seu enviado especial para o tema, John Kerry, e sua vice-presidente, Kamala Harris, na Casa Branca Foto: Evan Vucci/AP

Na mesma tarde de sua posse presidencial, Biden recolocou os EUA no Acordo Climático de Paris. Trump havia retirado o país do tratado, que foi negociado no governo Obama-Biden.Com as ordens executivas assinadas nesta quarta-feira, a Casa Branca estabeleceu que considerações sobre o clima são "elemento essencial da política externa americana e da segurança nacional" e agendou um encontro sobre o clima com líderes internacionais para o Dia da Terra, em 22 de abril. 

Czar do clima no Conselho de Segurança Nacional, o diplomata John Kerry, um dos mais experientes dos EUA, afirmou que a reunião de líderes em abril é "essencial para garantir que 2021 será o ano em que vamos compensar o tempo perdido nos últimos quatro anos". O encontro também é uma forma de trabalhar, disse ele, para que a cúpula do clima em Glasgow, prevista para novembro, seja um sucesso. Segundo Kerry, no encontro em abril os EUA devem informar como pretendem reduzir as emissões de carbono sob os termos do Acordo de Paris.

O cargo de czar do clima foi criado por Biden pela primeira vez, para que a política ambiental atravesse toda a política externa. "Biden é profundamente comprometido com essa questão. É por isso que ele voltou ao Acordo de Paris rapidamente, mas ele também sabe que apenas isso não é o bastante", disse Kerry. 

Com as ordens executivas assinadas nesta qurta-feira, o presidente também suspendeu a concessão de novas propriedades federais para a indústria de óleo e gás, se comprometeu com a conservação de 30% das terras e da água do país até 2030, recriou o Conselho Presidencial de Especialistas em Ciência e Tecnologia e assinou um memorando para se comprometer com a independência dos cientistas do país. Nas medidas, o governo também determina que agências federais devem eliminar subsídios a combustíveis fósseis e identificar novas oportunidades de inovação com energia limpa.

A suspensão do arrendamento de terras para a indústria de petróleo e gás não interrompe os contratos já assinados. Segundo o jornal The New York Times, em 2019, 26 milhões de acres de terras federais estavam em uso por empresas de petróleo e gás. No ano passado, Trump acelerou o processo para possibilitar o uso pela indústria de mais terras públicas.

A defesa de uma agenda ambiental enfrenta resistência entre parte dos republicanos no Congresso e ameaçou Biden durante a campanha, quando Trump acusou o democrata de querer acabar com a indústria de extração de gás. No anúncio desta quarta-feira, Biden fez questão de repetir que não banirá o 'fracking' (extração) e o plano é criar empregos em uma economia mais moderna, resiliente e limpa."Hoje é o dia do clima na Casa Branca. O que significa que hoje é dia do emprego na Casa Branca", disse Biden, no início de seu discurso.

Pressão ao Brasil

A reorientação do governo Biden deve pressionar o Brasil a assumir compromissos de preservação ambiental. Nos últimos dois anos, o País entrou no foco dos europeus pela alta nas queimadas na Amazônia e pela minimização da crise climática pelo governo Bolsonaro. Biden não apenas rejeita o negacionismo climático encampado por Trump como busca assumir o papel de protagonismo na liderança mundial pela preservação ambiental e transição para uma economia verde. 

Durante a campanha, ele disse que ia “reunir o mundo” para coletar fundos para preservação da Amazônia e haveria consequências econômicas caso o Brasil não se comprometesse com a proteção da floresta.

WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou nesta quarta-feira, 27,  medidas executivas para colocar as mudanças climáticas no centro de decisões de política doméstica, segurança nacional e relações exteriores do governo. "Nós já esperamos demais para lidar com a crise climática e não podemos esperar mais", disse Biden, ao anunciar o plano. "Nós vimos com nossos próprios olhos. Nós sentimos isso. Nós sabemos disso. E é hora de agir", afirmou, após citar incêndios na Califórnia no ano passado, furacões e tempestades tropicais que atingiram os EUA nos últimos anos. 

A preocupação ambiental foi um dos principais pilares da campanha do democrata à presidência. Antes de chegar à Casa Branca, ele se comprometeu em realizar uma guinada na política adotada no governo anterior. O ex-presidente Donald Trump chegou a chamar as mudanças climáticas de enganação e costumava criticar o que chamou de "alarmismo" ambiental. 

No governo Biden, a preocupação deixou de ser qualificada como uma farsa e passou a ser chamada de crise. "Assim como precisamos de uma resposta nacional à pandemia, precisamos desesperadamente de uma resposta nacional unificada à crise climática. Porque há uma crise climática", disse Biden.

Presidente Joe Biden faz pronunciamento sobre o clima ao lado de seu enviado especial para o tema, John Kerry, e sua vice-presidente, Kamala Harris, na Casa Branca Foto: Evan Vucci/AP

Na mesma tarde de sua posse presidencial, Biden recolocou os EUA no Acordo Climático de Paris. Trump havia retirado o país do tratado, que foi negociado no governo Obama-Biden.Com as ordens executivas assinadas nesta quarta-feira, a Casa Branca estabeleceu que considerações sobre o clima são "elemento essencial da política externa americana e da segurança nacional" e agendou um encontro sobre o clima com líderes internacionais para o Dia da Terra, em 22 de abril. 

Czar do clima no Conselho de Segurança Nacional, o diplomata John Kerry, um dos mais experientes dos EUA, afirmou que a reunião de líderes em abril é "essencial para garantir que 2021 será o ano em que vamos compensar o tempo perdido nos últimos quatro anos". O encontro também é uma forma de trabalhar, disse ele, para que a cúpula do clima em Glasgow, prevista para novembro, seja um sucesso. Segundo Kerry, no encontro em abril os EUA devem informar como pretendem reduzir as emissões de carbono sob os termos do Acordo de Paris.

O cargo de czar do clima foi criado por Biden pela primeira vez, para que a política ambiental atravesse toda a política externa. "Biden é profundamente comprometido com essa questão. É por isso que ele voltou ao Acordo de Paris rapidamente, mas ele também sabe que apenas isso não é o bastante", disse Kerry. 

Com as ordens executivas assinadas nesta qurta-feira, o presidente também suspendeu a concessão de novas propriedades federais para a indústria de óleo e gás, se comprometeu com a conservação de 30% das terras e da água do país até 2030, recriou o Conselho Presidencial de Especialistas em Ciência e Tecnologia e assinou um memorando para se comprometer com a independência dos cientistas do país. Nas medidas, o governo também determina que agências federais devem eliminar subsídios a combustíveis fósseis e identificar novas oportunidades de inovação com energia limpa.

A suspensão do arrendamento de terras para a indústria de petróleo e gás não interrompe os contratos já assinados. Segundo o jornal The New York Times, em 2019, 26 milhões de acres de terras federais estavam em uso por empresas de petróleo e gás. No ano passado, Trump acelerou o processo para possibilitar o uso pela indústria de mais terras públicas.

A defesa de uma agenda ambiental enfrenta resistência entre parte dos republicanos no Congresso e ameaçou Biden durante a campanha, quando Trump acusou o democrata de querer acabar com a indústria de extração de gás. No anúncio desta quarta-feira, Biden fez questão de repetir que não banirá o 'fracking' (extração) e o plano é criar empregos em uma economia mais moderna, resiliente e limpa."Hoje é o dia do clima na Casa Branca. O que significa que hoje é dia do emprego na Casa Branca", disse Biden, no início de seu discurso.

Pressão ao Brasil

A reorientação do governo Biden deve pressionar o Brasil a assumir compromissos de preservação ambiental. Nos últimos dois anos, o País entrou no foco dos europeus pela alta nas queimadas na Amazônia e pela minimização da crise climática pelo governo Bolsonaro. Biden não apenas rejeita o negacionismo climático encampado por Trump como busca assumir o papel de protagonismo na liderança mundial pela preservação ambiental e transição para uma economia verde. 

Durante a campanha, ele disse que ia “reunir o mundo” para coletar fundos para preservação da Amazônia e haveria consequências econômicas caso o Brasil não se comprometesse com a proteção da floresta.

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