(Atualizada às 16h)
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TÓQUIO - O grupo radical Estado Islâmico (EI) divulgou neste sábado um áudio no qual o refém japonês Kenji Goto afirma que seu companheiro de cativeiro, Haruna Yukawa, foi executado pelos jihadistas. O governo japonês disse que estava investigando a veracidade do áudio, mas manifestou sua profunda condenação.
Após uma reunião de gabinete emergencial para tratar do assunto, o primeiro-ministro Shinzo Abe qualificou de "ato violento imperdoável" a execução e pediu a libertação imediata de Goto, jornalista sequestrado na Síria no fim de outubro. O Conselho de Segurança Nacional (CSN) dos EUA condenou as ações do EI e pediu a libertação do outro refém japonês.
Na gravação, divulgada no Twitter por simpatizantes do EI e cuja autenticidade não estava comprovada, aparece uma fotografia de Goto segurando outra de Yukawa, supostamente degolado, junto com o áudio.
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De acordo com o grupo radical, tanto o governo japonês quanto a família de Goto receberam o áudio. Nele, o jornalista diz em inglês que o que mostra é uma fotografia do colega "assassinado na terra do califado islâmico".
"Vocês foram advertidos e receberam um prazo, por isso meus sequestradores atuaram de acordo com as palavras deles", declara Goto, dirigindo-se ao Executivo de seu país e a Abe, o qual acusa de ter assassinado Yukawa por não ter reagido ao ultimato dado pelos radicais.
O EI havia ameaçado, na terça-feira, executar os reféns em 72 horas se não recebesse US$ 200 milhões de resgate. O prazo venceu na sexta-feira. A mãe de Goto, Junko Ishido, fez um apelo pela libertação de seu filho. "Por favor, salvem a vida de Kenji", pediu Junko ao governo do Japão. "Membros de EI, por favor, libertem-no."
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Na nova gravação, de 2 minutos e 52 segundos, Goto explica que já não é necessário o pagamento do resgate , porque agora o que o grupo radical pede é a libertação de uma extremista detida na Jordânia.
"Eles (os jihadistas) já não querem dinheiro, por isso não vocês não devem se preocupar com o financiamento do terrorismo. Eles só exigem a libertação de sua irmã Sayida al-Rishawi. É simples: entreguem Sayida, e eles me libertarão."
Sayia al-Rishawi, de nacionalidade iraquiana, está detida na Jordânia onde foi condenada à morte por um tribunal após ter tentado realizar um ataque suicida contra um hotel em 2005 em Amã. O atentado, contudo, não aconteceu porque o cinto de explosivos que ela carregava falhou. / REUTERS, EFE e AP
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