Japão quer facilitar caça e abate de ursos em meio a aumento de ataques; caçadores apontam riscos


Governo planeja rever lei para que armas possam ser usadas com mais liberdade em situações com risco de ataque a humanos; animais se aventuram nas áreas residenciais e seus hábitos se tornam cada vez mais imprevisíveis com as mudanças climáticas afetando a produção de suas principais fontes de alimento

Por Marcos Furtado

O Japão quer facilitar o abate de ursos em áreas residenciais, em uma tentativa de conter o número de ataques dos animais a humanos, que têm aumentado nos últimos meses. As informações são da BBC.

A emissora destaca que, atualmente, a lei do Japão estipula que caçadores licenciados podem disparar suas armas em áreas residenciais somente após a aprovação de um policial. O governo planeja rever a lei para que as armas possam ser usadas com mais liberdade em situações em que há risco de um indivíduo ser atacado, como no caso de um urso entrar em um prédio.

Os caçadores, no entanto, estão preocupados com a mudança na legislação. “É assustador e muito perigoso encontrar um urso pela frente. Nunca é garantido que possamos matar um urso atirando”, disse à BBC Satoshi Saito, diretor executivo da Associação de Caçadores da ilha Hokkaido.

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Capturar e matar os animais não é o caminho a seguir, afirmou à emissora Junpei Tanaka, do Centro de Pesquisa da Vida Selvagem Picchio. Ele aponta que, em vez disso, o governo precisa proteger o habitat dos ursos para que eles não sejam obrigados a se aventurar muito longe.

Tanaka acrescenta que o governo também precisa esclarecer quem deve assumir a responsabilidade pelos ursos que vagam pelas zonas residenciais – autoridades locais ou caçadores. “Idealmente, deveria haver atiradores totalmente treinados, como caçadores do governo, que respondem a emergências, mas atualmente não existem tais empregos no Japão”, disse à BBC. “Essa alteração à lei é inevitável, mas é apenas uma medida provisória em uma emergência”, afirmou.

Japão quer facilitar abate de ursos em áreas residenciais, em uma tentativa de conter o número de ataques dos animais a humanos.  Foto: egyjanek/adobe.stock
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O número de ursos no Japão voltou a crescer em paralelo ao envelhecimento e diminuição da população humana do país, especialmente nas áreas mais afastadas dos grandes centros urbanos. Segundo a BBC, as consequências têm sido perigosas, embora geralmente resultem em ferimentos e não em morte.

Neste ano, até abril o país registrou o número recorde de 219 ataques de urso, sendo seis fatais. Com os animais se aventurando nas áreas residenciais cada vez mais, ataques mortais continuaram ocorrendo nos meses mais recentes.

Os avistamentos e incidentes envolvendo ursos geralmente ocorrem em torno de abril, quando eles acordam da hibernação em busca de alimento. Os animais também podem ser vistos em setembro e outubro, quando se alimentam para armazenar gordura para enfrentar os meses de inverno. Mas as movimentações dos ursos se tornam cada vez mais imprevisíveis à medida que as mudanças climáticas afetam a produção de suas principais fontes de alimento.

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Com cerca de 5 milhões de habitantes, a ilha Hokkaido, no norte do Japão, não tem grande concentração populacional e passou a ser um exemplo do crescente problema dos ursos no país: o número de ursos na ilha mais que dobrou desde 1990. Há 12 mil ursos pardos, conhecidos por serem mais agressivos do que os ursos-negros, dos quais existem cerca de 10 mil em todo o Japão, segundo estimativas de especialistas.

Os governos locais estão usando estratégias diversas para afastar os animais. Em alguns locais, as autoridades recorreram a lobos robôs, com olhos vermelhos e uivos assustadores para afugentar os bichos. Já em outras cidades, as autoridades estão testando sistemas de alerta com base em inteligência artificial.

Na cidade de Naie, em Hokkaido, o governo está tentando contratar caçadores por cerca de R$ 355 por dia, para patrulhar as ruas, colocar armadilhas e matar os animais se necessário. O trabalho, no entanto, não tem chamado atenção dos locais por ser de alto risco e com remuneração pouco atraente. Além disso, muitos dos caçadores são idosos. “Não vale a pena, porque confrontar um urso colocará nossas vidas em risco”, disse um caçador de 72 anos da região ao jornal The Asahi Shimbun.

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O Japão quer facilitar o abate de ursos em áreas residenciais, em uma tentativa de conter o número de ataques dos animais a humanos, que têm aumentado nos últimos meses. As informações são da BBC.

A emissora destaca que, atualmente, a lei do Japão estipula que caçadores licenciados podem disparar suas armas em áreas residenciais somente após a aprovação de um policial. O governo planeja rever a lei para que as armas possam ser usadas com mais liberdade em situações em que há risco de um indivíduo ser atacado, como no caso de um urso entrar em um prédio.

Os caçadores, no entanto, estão preocupados com a mudança na legislação. “É assustador e muito perigoso encontrar um urso pela frente. Nunca é garantido que possamos matar um urso atirando”, disse à BBC Satoshi Saito, diretor executivo da Associação de Caçadores da ilha Hokkaido.

Capturar e matar os animais não é o caminho a seguir, afirmou à emissora Junpei Tanaka, do Centro de Pesquisa da Vida Selvagem Picchio. Ele aponta que, em vez disso, o governo precisa proteger o habitat dos ursos para que eles não sejam obrigados a se aventurar muito longe.

Tanaka acrescenta que o governo também precisa esclarecer quem deve assumir a responsabilidade pelos ursos que vagam pelas zonas residenciais – autoridades locais ou caçadores. “Idealmente, deveria haver atiradores totalmente treinados, como caçadores do governo, que respondem a emergências, mas atualmente não existem tais empregos no Japão”, disse à BBC. “Essa alteração à lei é inevitável, mas é apenas uma medida provisória em uma emergência”, afirmou.

Japão quer facilitar abate de ursos em áreas residenciais, em uma tentativa de conter o número de ataques dos animais a humanos.  Foto: egyjanek/adobe.stock

O número de ursos no Japão voltou a crescer em paralelo ao envelhecimento e diminuição da população humana do país, especialmente nas áreas mais afastadas dos grandes centros urbanos. Segundo a BBC, as consequências têm sido perigosas, embora geralmente resultem em ferimentos e não em morte.

Neste ano, até abril o país registrou o número recorde de 219 ataques de urso, sendo seis fatais. Com os animais se aventurando nas áreas residenciais cada vez mais, ataques mortais continuaram ocorrendo nos meses mais recentes.

Os avistamentos e incidentes envolvendo ursos geralmente ocorrem em torno de abril, quando eles acordam da hibernação em busca de alimento. Os animais também podem ser vistos em setembro e outubro, quando se alimentam para armazenar gordura para enfrentar os meses de inverno. Mas as movimentações dos ursos se tornam cada vez mais imprevisíveis à medida que as mudanças climáticas afetam a produção de suas principais fontes de alimento.

Com cerca de 5 milhões de habitantes, a ilha Hokkaido, no norte do Japão, não tem grande concentração populacional e passou a ser um exemplo do crescente problema dos ursos no país: o número de ursos na ilha mais que dobrou desde 1990. Há 12 mil ursos pardos, conhecidos por serem mais agressivos do que os ursos-negros, dos quais existem cerca de 10 mil em todo o Japão, segundo estimativas de especialistas.

Os governos locais estão usando estratégias diversas para afastar os animais. Em alguns locais, as autoridades recorreram a lobos robôs, com olhos vermelhos e uivos assustadores para afugentar os bichos. Já em outras cidades, as autoridades estão testando sistemas de alerta com base em inteligência artificial.

Na cidade de Naie, em Hokkaido, o governo está tentando contratar caçadores por cerca de R$ 355 por dia, para patrulhar as ruas, colocar armadilhas e matar os animais se necessário. O trabalho, no entanto, não tem chamado atenção dos locais por ser de alto risco e com remuneração pouco atraente. Além disso, muitos dos caçadores são idosos. “Não vale a pena, porque confrontar um urso colocará nossas vidas em risco”, disse um caçador de 72 anos da região ao jornal The Asahi Shimbun.

O Japão quer facilitar o abate de ursos em áreas residenciais, em uma tentativa de conter o número de ataques dos animais a humanos, que têm aumentado nos últimos meses. As informações são da BBC.

A emissora destaca que, atualmente, a lei do Japão estipula que caçadores licenciados podem disparar suas armas em áreas residenciais somente após a aprovação de um policial. O governo planeja rever a lei para que as armas possam ser usadas com mais liberdade em situações em que há risco de um indivíduo ser atacado, como no caso de um urso entrar em um prédio.

Os caçadores, no entanto, estão preocupados com a mudança na legislação. “É assustador e muito perigoso encontrar um urso pela frente. Nunca é garantido que possamos matar um urso atirando”, disse à BBC Satoshi Saito, diretor executivo da Associação de Caçadores da ilha Hokkaido.

Capturar e matar os animais não é o caminho a seguir, afirmou à emissora Junpei Tanaka, do Centro de Pesquisa da Vida Selvagem Picchio. Ele aponta que, em vez disso, o governo precisa proteger o habitat dos ursos para que eles não sejam obrigados a se aventurar muito longe.

Tanaka acrescenta que o governo também precisa esclarecer quem deve assumir a responsabilidade pelos ursos que vagam pelas zonas residenciais – autoridades locais ou caçadores. “Idealmente, deveria haver atiradores totalmente treinados, como caçadores do governo, que respondem a emergências, mas atualmente não existem tais empregos no Japão”, disse à BBC. “Essa alteração à lei é inevitável, mas é apenas uma medida provisória em uma emergência”, afirmou.

Japão quer facilitar abate de ursos em áreas residenciais, em uma tentativa de conter o número de ataques dos animais a humanos.  Foto: egyjanek/adobe.stock

O número de ursos no Japão voltou a crescer em paralelo ao envelhecimento e diminuição da população humana do país, especialmente nas áreas mais afastadas dos grandes centros urbanos. Segundo a BBC, as consequências têm sido perigosas, embora geralmente resultem em ferimentos e não em morte.

Neste ano, até abril o país registrou o número recorde de 219 ataques de urso, sendo seis fatais. Com os animais se aventurando nas áreas residenciais cada vez mais, ataques mortais continuaram ocorrendo nos meses mais recentes.

Os avistamentos e incidentes envolvendo ursos geralmente ocorrem em torno de abril, quando eles acordam da hibernação em busca de alimento. Os animais também podem ser vistos em setembro e outubro, quando se alimentam para armazenar gordura para enfrentar os meses de inverno. Mas as movimentações dos ursos se tornam cada vez mais imprevisíveis à medida que as mudanças climáticas afetam a produção de suas principais fontes de alimento.

Com cerca de 5 milhões de habitantes, a ilha Hokkaido, no norte do Japão, não tem grande concentração populacional e passou a ser um exemplo do crescente problema dos ursos no país: o número de ursos na ilha mais que dobrou desde 1990. Há 12 mil ursos pardos, conhecidos por serem mais agressivos do que os ursos-negros, dos quais existem cerca de 10 mil em todo o Japão, segundo estimativas de especialistas.

Os governos locais estão usando estratégias diversas para afastar os animais. Em alguns locais, as autoridades recorreram a lobos robôs, com olhos vermelhos e uivos assustadores para afugentar os bichos. Já em outras cidades, as autoridades estão testando sistemas de alerta com base em inteligência artificial.

Na cidade de Naie, em Hokkaido, o governo está tentando contratar caçadores por cerca de R$ 355 por dia, para patrulhar as ruas, colocar armadilhas e matar os animais se necessário. O trabalho, no entanto, não tem chamado atenção dos locais por ser de alto risco e com remuneração pouco atraente. Além disso, muitos dos caçadores são idosos. “Não vale a pena, porque confrontar um urso colocará nossas vidas em risco”, disse um caçador de 72 anos da região ao jornal The Asahi Shimbun.

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