Neste 6 de janeiro, a ordem será convocada. Atendentes, funcionários e membros do Congresso se reunirão para certificar os resultados de uma eleição presidencial livre e justa e garantir uma transição pacífica de poder. A Polícia do Capitólio estará em guarda na fortaleza da nossa democracia.
A vice-presidente dos Estados Unidos, fiel ao seu dever sob nossa Constituição, presidirá a certificação da vitória de seu oponente na eleição de novembro.
Trata-se de uma cerimônia que, por mais de dois séculos, torna os EUA um farol para o mundo, uma cerimônia que ratifica a vontade dos eleitores.
Durante grande parte da nossa história, essa prática foi tratada como uma formalidade, um ato de rotina. Mas depois do que todos testemunhamos em 6 de janeiro de 2021, nós sabemos que nunca mais poderemos considerá-la algo garantido.
Insurgentes violentos atacaram o Capitólio, ameaçaram as vidas de autoridades eleitas e agrediram policiais corajosos.
Nós deveríamos nos orgulhar por nossa democracia ter resistido a esse ataque. E deveríamos estar contentes por não vermos um ataque tão vergonhoso novamente este ano.
Mas não devemos esquecer. Temos a obrigação de recordar-nos da sabedoria do ditado que afirma que qualquer nação que esquece seu passado está fadada a repeti-lo. Não podemos aceitar uma repetição do que ocorreu quatro anos atrás.
Há um esforço implacável em andamento para reescrever — até mesmo apagar — a história daquele dia. Para nos dizer que não vimos o que todos vimos com nossos próprios olhos. Para desmerecer preocupações sobre o que aconteceu, classificando os fatos como algum tipo de obsessão partidária. Para qualificar o ocorrido como um protesto que simplesmente saiu do controle.
Não foi isso que ocorreu.
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Com o tempo, haverá americanos que não testemunharam o motim de 6 de janeiro de 2021 em primeira mão, mas que saberão o que aconteceu por meio de imagens daquele dia e testemunhos, lendo o que estará escrito nos livros de história e a partir da verdade que passarmos para nossos filhos. Não podemos permitir que a verdade se perca.
Milhares de manifestantes atravessaram o National Mall e escalaram os muros do Capitólio, quebrando janelas e derrubando portas. A poucos quarteirões de distância, uma bomba foi encontrada perto de onde estava a vice-presidente prestes a assumir, ameaçando sua vida. Policiais foram espancados, arrastados, deixados inconscientes e pisoteados. Alguns acabaram morrendo como resultado.
Enquanto presidente eleito, falei naquele dia ao país, pedi paz e que a certificação fosse retomada.
Quatro anos depois, deixando o cargo, estou determinado a fazer tudo o que puder para respeitar a transição pacífica de poder e restaurar as tradições que respeitamos há muito nos EUA. A eleição será certificada pacificamente. Receberei o novo presidente na Casa Branca na manhã de 20 de janeiro e estarei presente em sua posse nessa tarde.
Mas hoje, não podemos esquecer. Devemos isso aos fundadores desta nação, àqueles que lutaram e morreram por ela.
E devemos nos comprometer em lembrar do 6 de janeiro de 2021 todos os anos. Para recordá-lo como um dia em que nossa democracia foi posta à prova e venceu. Para recordar-nos de que a democracia — mesmo nos EUA — nunca é garantida.
Jamais devemos esquecer que é a nossa democracia que torna tudo possível — nossas liberdades, nossos direitos, nossas liberdades, nossos sonhos. E que cabe a cada geração de americanos defendê-la e protegê-la. /TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO