John Bolton se torna alvo de aliados do presidente na internet


Matéria de blog com base em insinuações contra ex-secretário se espalha por Twitter, Facebook e redes de TV

Por Redação

WASHINGTON - A manchete chamou pouca atenção quando apareceu em maio do ano passado em um blog chamado Desobedient Media (Mídia Desobediente): “John Bolton levou dinheiro de bancos ligados a cartéis, terroristas e o Irã”. Na segunda-feira, o blog ganhou súbita popularidade. Sua principal matéria, com base em insinuações e meias-verdades, veio de bandeja para os mais inflamados apoiadores online de Donald Trump, ansiosos em desacreditar o ex-conselheiro de Segurança Nacional desde que surgiram notícias de que seu novo livro confirmaria informações de que o presidente reteve ajuda destinada à Ucrânia para forçar o país a investigar políticos democratas.

A história teve imediatamente mais de 5 mil intervenções no Facebook, espalhando-se por sites e grupos empenhados em defender Trump. Logo se tornou um trunfo na campanha para desacreditar Bolton ao questionar sua motivação e retratá-lo como vira-casaca. Os ataques, que se desdobraram nas 24 horas seguintes, após ficar claro que Bolton tinha informações potencialmente desastrosas para compartilhar, inundaram canais de TV, podcasts conservadores e ganharam força no universo da extrema direita.

O ex-conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton Foto: Jabin Botsford/WP
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Na terça-feira, já havia um estudo sobre como a internet favorável a Trump fulmina um inimigo, mesmo que se trate de um falcão ultraconservador. A desconstrução de Bolton, rotulando-o de traidor e membro do “Estado profundo” – referência a uma teoria da conspiração incentivada pelo presidente de que um governo nas sombras está trabalhando para sabotar seu governo –, faz uso de textos enganosos e memes chamativos. 

Ela abrange desde contas obscuras do Twitter, com umas poucas dezenas de seguidores, a âncoras de primeira linha da Fox News, com público de centenas de milhares de pessoas. A desconstrução acabou chegando ao Congresso, quando o senador Rand Paul, republicano de Kentucky, descreveu Bolton como “funcionário frustrado demitido que agora tem motivos para incendiar a casa”.  O próprio Trump ecoou os ataques na segunda-feira, ao retuitar um post em que Lou Dobbs, da Fox News Business, chamou Bolton de “neoconservador rejeitado executando o desesperado ato final do Estado profundo”.

A situação, segundo especialistas, ilustra como insultos pessoais orientados por teorias da conspiração online – que Trump usou em seu caminho para a presidência – continuam sendo fundamentais para que ele controle suas bases. “Você dança com quem você convidou para o baile”, disse Joseph Uscinki, cientista político da Universidade de Miami e coautor de American Conspiracy Theories (“Teorias da conspiração americanas”).

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O caminho seguido pela Desobedient Media mostra também como brechas da internet podem ser usadas em propaganda política. O blog é escrito por William Craddick, advogado formado pela Universidade Pepperdine, que trabalha na defesa do consumidor em Los Angeles. O nome do blog, segundo ele, tem como base uma “brincadeira entre amigos que captura o sentimento de ir contra a corrente”.

A manchete sensacionalista descaracteriza o texto da mensagem, com base numa reportagem do Washington Post sobre como Bolton fez palestras pagas para o Deutsche Bank, para o banco britânico HSBC e para uma fundação administrada por um magnata do aço ucraniano. Mas todas as diferenças de interpretação foram esquecidas quando o post ganhou força, na segunda-feira, publicado por duas dezenas de grupos do Facebook com um total de 300 mil membros. / THE WASHINGTON POST, TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ

WASHINGTON - A manchete chamou pouca atenção quando apareceu em maio do ano passado em um blog chamado Desobedient Media (Mídia Desobediente): “John Bolton levou dinheiro de bancos ligados a cartéis, terroristas e o Irã”. Na segunda-feira, o blog ganhou súbita popularidade. Sua principal matéria, com base em insinuações e meias-verdades, veio de bandeja para os mais inflamados apoiadores online de Donald Trump, ansiosos em desacreditar o ex-conselheiro de Segurança Nacional desde que surgiram notícias de que seu novo livro confirmaria informações de que o presidente reteve ajuda destinada à Ucrânia para forçar o país a investigar políticos democratas.

A história teve imediatamente mais de 5 mil intervenções no Facebook, espalhando-se por sites e grupos empenhados em defender Trump. Logo se tornou um trunfo na campanha para desacreditar Bolton ao questionar sua motivação e retratá-lo como vira-casaca. Os ataques, que se desdobraram nas 24 horas seguintes, após ficar claro que Bolton tinha informações potencialmente desastrosas para compartilhar, inundaram canais de TV, podcasts conservadores e ganharam força no universo da extrema direita.

O ex-conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton Foto: Jabin Botsford/WP

Na terça-feira, já havia um estudo sobre como a internet favorável a Trump fulmina um inimigo, mesmo que se trate de um falcão ultraconservador. A desconstrução de Bolton, rotulando-o de traidor e membro do “Estado profundo” – referência a uma teoria da conspiração incentivada pelo presidente de que um governo nas sombras está trabalhando para sabotar seu governo –, faz uso de textos enganosos e memes chamativos. 

Ela abrange desde contas obscuras do Twitter, com umas poucas dezenas de seguidores, a âncoras de primeira linha da Fox News, com público de centenas de milhares de pessoas. A desconstrução acabou chegando ao Congresso, quando o senador Rand Paul, republicano de Kentucky, descreveu Bolton como “funcionário frustrado demitido que agora tem motivos para incendiar a casa”.  O próprio Trump ecoou os ataques na segunda-feira, ao retuitar um post em que Lou Dobbs, da Fox News Business, chamou Bolton de “neoconservador rejeitado executando o desesperado ato final do Estado profundo”.

A situação, segundo especialistas, ilustra como insultos pessoais orientados por teorias da conspiração online – que Trump usou em seu caminho para a presidência – continuam sendo fundamentais para que ele controle suas bases. “Você dança com quem você convidou para o baile”, disse Joseph Uscinki, cientista político da Universidade de Miami e coautor de American Conspiracy Theories (“Teorias da conspiração americanas”).

O caminho seguido pela Desobedient Media mostra também como brechas da internet podem ser usadas em propaganda política. O blog é escrito por William Craddick, advogado formado pela Universidade Pepperdine, que trabalha na defesa do consumidor em Los Angeles. O nome do blog, segundo ele, tem como base uma “brincadeira entre amigos que captura o sentimento de ir contra a corrente”.

A manchete sensacionalista descaracteriza o texto da mensagem, com base numa reportagem do Washington Post sobre como Bolton fez palestras pagas para o Deutsche Bank, para o banco britânico HSBC e para uma fundação administrada por um magnata do aço ucraniano. Mas todas as diferenças de interpretação foram esquecidas quando o post ganhou força, na segunda-feira, publicado por duas dezenas de grupos do Facebook com um total de 300 mil membros. / THE WASHINGTON POST, TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ

WASHINGTON - A manchete chamou pouca atenção quando apareceu em maio do ano passado em um blog chamado Desobedient Media (Mídia Desobediente): “John Bolton levou dinheiro de bancos ligados a cartéis, terroristas e o Irã”. Na segunda-feira, o blog ganhou súbita popularidade. Sua principal matéria, com base em insinuações e meias-verdades, veio de bandeja para os mais inflamados apoiadores online de Donald Trump, ansiosos em desacreditar o ex-conselheiro de Segurança Nacional desde que surgiram notícias de que seu novo livro confirmaria informações de que o presidente reteve ajuda destinada à Ucrânia para forçar o país a investigar políticos democratas.

A história teve imediatamente mais de 5 mil intervenções no Facebook, espalhando-se por sites e grupos empenhados em defender Trump. Logo se tornou um trunfo na campanha para desacreditar Bolton ao questionar sua motivação e retratá-lo como vira-casaca. Os ataques, que se desdobraram nas 24 horas seguintes, após ficar claro que Bolton tinha informações potencialmente desastrosas para compartilhar, inundaram canais de TV, podcasts conservadores e ganharam força no universo da extrema direita.

O ex-conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton Foto: Jabin Botsford/WP

Na terça-feira, já havia um estudo sobre como a internet favorável a Trump fulmina um inimigo, mesmo que se trate de um falcão ultraconservador. A desconstrução de Bolton, rotulando-o de traidor e membro do “Estado profundo” – referência a uma teoria da conspiração incentivada pelo presidente de que um governo nas sombras está trabalhando para sabotar seu governo –, faz uso de textos enganosos e memes chamativos. 

Ela abrange desde contas obscuras do Twitter, com umas poucas dezenas de seguidores, a âncoras de primeira linha da Fox News, com público de centenas de milhares de pessoas. A desconstrução acabou chegando ao Congresso, quando o senador Rand Paul, republicano de Kentucky, descreveu Bolton como “funcionário frustrado demitido que agora tem motivos para incendiar a casa”.  O próprio Trump ecoou os ataques na segunda-feira, ao retuitar um post em que Lou Dobbs, da Fox News Business, chamou Bolton de “neoconservador rejeitado executando o desesperado ato final do Estado profundo”.

A situação, segundo especialistas, ilustra como insultos pessoais orientados por teorias da conspiração online – que Trump usou em seu caminho para a presidência – continuam sendo fundamentais para que ele controle suas bases. “Você dança com quem você convidou para o baile”, disse Joseph Uscinki, cientista político da Universidade de Miami e coautor de American Conspiracy Theories (“Teorias da conspiração americanas”).

O caminho seguido pela Desobedient Media mostra também como brechas da internet podem ser usadas em propaganda política. O blog é escrito por William Craddick, advogado formado pela Universidade Pepperdine, que trabalha na defesa do consumidor em Los Angeles. O nome do blog, segundo ele, tem como base uma “brincadeira entre amigos que captura o sentimento de ir contra a corrente”.

A manchete sensacionalista descaracteriza o texto da mensagem, com base numa reportagem do Washington Post sobre como Bolton fez palestras pagas para o Deutsche Bank, para o banco britânico HSBC e para uma fundação administrada por um magnata do aço ucraniano. Mas todas as diferenças de interpretação foram esquecidas quando o post ganhou força, na segunda-feira, publicado por duas dezenas de grupos do Facebook com um total de 300 mil membros. / THE WASHINGTON POST, TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ

WASHINGTON - A manchete chamou pouca atenção quando apareceu em maio do ano passado em um blog chamado Desobedient Media (Mídia Desobediente): “John Bolton levou dinheiro de bancos ligados a cartéis, terroristas e o Irã”. Na segunda-feira, o blog ganhou súbita popularidade. Sua principal matéria, com base em insinuações e meias-verdades, veio de bandeja para os mais inflamados apoiadores online de Donald Trump, ansiosos em desacreditar o ex-conselheiro de Segurança Nacional desde que surgiram notícias de que seu novo livro confirmaria informações de que o presidente reteve ajuda destinada à Ucrânia para forçar o país a investigar políticos democratas.

A história teve imediatamente mais de 5 mil intervenções no Facebook, espalhando-se por sites e grupos empenhados em defender Trump. Logo se tornou um trunfo na campanha para desacreditar Bolton ao questionar sua motivação e retratá-lo como vira-casaca. Os ataques, que se desdobraram nas 24 horas seguintes, após ficar claro que Bolton tinha informações potencialmente desastrosas para compartilhar, inundaram canais de TV, podcasts conservadores e ganharam força no universo da extrema direita.

O ex-conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton Foto: Jabin Botsford/WP

Na terça-feira, já havia um estudo sobre como a internet favorável a Trump fulmina um inimigo, mesmo que se trate de um falcão ultraconservador. A desconstrução de Bolton, rotulando-o de traidor e membro do “Estado profundo” – referência a uma teoria da conspiração incentivada pelo presidente de que um governo nas sombras está trabalhando para sabotar seu governo –, faz uso de textos enganosos e memes chamativos. 

Ela abrange desde contas obscuras do Twitter, com umas poucas dezenas de seguidores, a âncoras de primeira linha da Fox News, com público de centenas de milhares de pessoas. A desconstrução acabou chegando ao Congresso, quando o senador Rand Paul, republicano de Kentucky, descreveu Bolton como “funcionário frustrado demitido que agora tem motivos para incendiar a casa”.  O próprio Trump ecoou os ataques na segunda-feira, ao retuitar um post em que Lou Dobbs, da Fox News Business, chamou Bolton de “neoconservador rejeitado executando o desesperado ato final do Estado profundo”.

A situação, segundo especialistas, ilustra como insultos pessoais orientados por teorias da conspiração online – que Trump usou em seu caminho para a presidência – continuam sendo fundamentais para que ele controle suas bases. “Você dança com quem você convidou para o baile”, disse Joseph Uscinki, cientista político da Universidade de Miami e coautor de American Conspiracy Theories (“Teorias da conspiração americanas”).

O caminho seguido pela Desobedient Media mostra também como brechas da internet podem ser usadas em propaganda política. O blog é escrito por William Craddick, advogado formado pela Universidade Pepperdine, que trabalha na defesa do consumidor em Los Angeles. O nome do blog, segundo ele, tem como base uma “brincadeira entre amigos que captura o sentimento de ir contra a corrente”.

A manchete sensacionalista descaracteriza o texto da mensagem, com base numa reportagem do Washington Post sobre como Bolton fez palestras pagas para o Deutsche Bank, para o banco britânico HSBC e para uma fundação administrada por um magnata do aço ucraniano. Mas todas as diferenças de interpretação foram esquecidas quando o post ganhou força, na segunda-feira, publicado por duas dezenas de grupos do Facebook com um total de 300 mil membros. / THE WASHINGTON POST, TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ

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