TEGUCIGALPA - Um juiz hondurenho autorizou nesta quarta-feira, 17, a extradição do ex-presidente Juan Orlando Hernandez para os Estados Unidos por acusações de tráfico de drogas e de armas de fogo.
Hernandez, que foi preso em meados de fevereiro após o pedido de extradição dos EUA, tem três dias para recorrer da decisão do juiz, segundo um porta-voz judicial.
A decisão do juiz, Edwin Ortez, foi anunciada pelo porta-voz do Supremo Tribunal de Justiça, Melvin Duarte, no final de uma audiência de mais de 11 horas para a “apresentação e avaliação de provas”.
“Juiz de Extradição de Primeira Instância resolve: conceder pedido de extradição enviado pelo Tribunal do Distrito Sul de Nova York para o ex-presidente da República Juan Orlando Hernández Alvarado”, informou o Supremo Tribunal de Justiça no Twitter.
Em 16 de fevereiro, um juiz da Suprema Corte de Honduras ordenou a prisão provisória do ex-presidente, após sua detenção, no dia antes, em Tegucigalpa, em resposta ao pedido de extradição, com base em três acusações relacionadas a tráfico de drogas. Em uma delas, ele é acusado de traficar cerca de 500 toneladas de cocaína aos EUA através de Honduras.
Para os promotores dos EUA, Hernández foi cúmplice de seu irmão Tony Hernández, um ex-deputado que foi condenado à prisão perpétua por tráfico de drogas em Nova York no ano passado. Eles alegaram que o ex-presidente transformou Honduras em um “narcoestado”.
Durante o julgamento de Tony, os promotores afirmaram que o ex-presidente recebeu milhões de dólares em propinas de traficantes de drogas como Chapo Guzmán, que pessoalmente pagou US$ 1 milhão a Tony para subornar seu irmão.
Geovanny Fuentes, outro traficante hondurenho julgado em Nova York e condenado à prisão perpétua em fevereiro, foi acusado pelos EUA de agir em conluio com Hernández.
O ex-presidente nega as acusações e alega que os Estados Unidos baseiam seus argumentos em declarações de traficantes de drogas e assassinos confessos extraditados por seu governo.
Hernández é atualmente deputado do Parlamento Centro-Americano (Parlacen), benefício ao qual todos os ex-presidentes da região têm acesso ao deixar o cargo.
Embora seus advogados afirmem que a posição lhe confere imunidade, os regulamentos do Parlacen não contemplam esse privilégio para quem não goza de imunidade em seu próprio país. /AFP, EFE, REUTERS