Júri condena Trump a pagar multa de R$ 25 mi por abusar e difamar jornalista que o acusa de estupro


No veredicto, o júri considerou haver provas de que o ex-presidente abusou sexualmente da vítima, apesar de não haver evidências de estupro

Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - Um júri condenou nesta terça-feira, 9, o ex-presidente americano Donald Trump a pagar uma multa de quase US$ 5 milhões (quase R$25 milhões) em um processo por agressão sexual e difamação movido na esfera civil da Justiça Federal americana pela jornalista E. Jean Carroll, ex-colunista de 79 anos da revista Elle. A decisão foi unânime. O júri era composto por seis homens e três mulheres.

Este é o segundo problema jurídico para o ex-presidente em menos de dois meses, em um momento em que ele tenta viabilizar sua candidatura à Casa Branca no ano que vem. Trump já responde criminalmente por fraude contábil, ao tentar ocultar pagamentos para silenciar a atriz pornô Stormy Daniels para ocultar um caso extraconjugal dos dois antes da eleição de 2016.

Carroll acusa o ex-presidente de estuprá-la em um camarim da loja de departamentos Bergdorf Goodman em meados da década de 1990 nos Estados Unidos. Pelo fato de não ter havido uma investigação criminal sobre o caso na época dos fatos, a denúncia não pode ser levada à Justiça criminal e a vítima optou por processar Trump na esfera civil. Por isso, o ex-presidente não pode ser preso e não foi condenado por nenhum crime. Ele ainda pode recorrer da multa.

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A colunista E. Jean Carroll chega ao Tribunal em NY Foto: undefined / undefined

A acusação na esfera civil só foi possível caso a uma mudança na lei estadual de NY ocorrida em 2022, na esteira da repercussão do movimento #MeToo que revelou o alcance de crimes sexuais cometidos na indústria do cinema nos EUA.

Desde novembro, a “Adult Survivors Act”, que permite, pelo período deano, que vítimas de ataques sexuais apresentem ações na esfera civil. Com base nesta lei, os advogados de Carroll apresentaram, então, uma nova ação na qual acusam Trump de “apalpá-la, tocá-la e estuprá-la”.

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Segundo o veredicto, a acusação apresentou provas suficientes de que Trump difamou Carroll ao escrever na rede social Truth Social que suas acusações eram uma armação, um boato e uma mentira. Além disso, os jurados também viram provas suficientes de que Trump expôs Carroll a um contato sexual sem consentimento, o que na Justiça de NY é definido como abuso sexual . O júri, no entanto, considerou que esse abuso não configura estupro. Pela lei de NY, o crime de estupro é definido pelo ato da penetração.

Reações

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O advogado de Trump, prometeu recorrer da condenação. “Veredicto estranho. Era uma alegação de estupro e o júri rejeitou isso e aceitou outras alegações”, disse.

À Fox News, o ex-presidente confirmou que pretende recorrer. “Não tenho ideia de quem seja essa mulher”, disse Trump sobre a vítima. “Essa é a maior caça às bruxas de todos os tempos.”

Carroll saiu em silêncio do tribunal e apenas sorriu e agradeceu a um pequeno grupo de apoiadores que estava no local. Mais tarde, ela divulgou um comunicado: “Abri este processo contra Donald Trump para limpar meu nome e recuperar minha vida. Hoje, o mundo finalmente conhece a verdade. Esta vitória não é apenas para mim, mas para todas as mulheres que sofreram porque não acreditaram nela.”

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Até agora, os problemas de Trump com a Justiça não tem afetado suas pretensões eleitorais. Ele é o favorito para ganhar a indicação do Partido Republicano para disputar a presidência no ano que vem, embora alguns analistas acreditem que as acusações podem enfraquecê-lo entre eleitores independentes na eleição geral.

Mais sobre o caso

O júri começou a deliberar sobre o caso pouco depois do meio-dia. Trump nega todas as acusações e diz que o caso é uma farsa. Ele não compareceu ao julgamento e seus advogados não convocaram testemunhas em seu nome.

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Segundo Carroll, de 79 anos, o estupro aconteceu logo depois que Trump lhe pediu opinião para comprar uma lingerie de presente.

“No momento em que eles entraram (no vestiário) tudo mudou. De repente, deixou de ser divertido. Trump era quase duas vezes maior do que ela”, afirmou a advogada dela ao júri.

Eles subiram a escada rolante até o departamento de lingerie no sexto andar, que estava sem atendimento naquele horário, disse Crowley, acrescentando que Trump acabou levando Carroll para um camarim e a jogou contra a parede. “Ele pressionou os lábios contra ela”, disse Crowley.

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Ela disse que Trump então puxou a meia-calça de Carroll para baixo e a agrediu sexualmente. A Sra. Carroll finalmente se libertou e fugiu da loja.

Quando a escritora levou a história a público, o então presidente dos Estados Unidos respondeu que não a conhecia, que ela nem “era seu tipo”, e chamou tudo de “mentira total”.

Carroll disse que ficou em silêncio por medo de que Trump retaliaria, por vergonha e por sentir que outras pessoas atacavam silenciosamente as vítimas de estupro e as viam como responsáveis pelo ataque.

Embora várias mulheres tenham acusado Trump de crimes sexuais ao longo dos anos, alegações que ele sempre negou, o caso de Carroll é o primeiro desse tipo a ser testado com sucesso perante um júri. /AP e NYT

Trump depõe a advogados em caso de agressão sexual e difamação na Justiça de NY  Foto: Kaplan Hecker & Fink via AP

WASHINGTON - Um júri condenou nesta terça-feira, 9, o ex-presidente americano Donald Trump a pagar uma multa de quase US$ 5 milhões (quase R$25 milhões) em um processo por agressão sexual e difamação movido na esfera civil da Justiça Federal americana pela jornalista E. Jean Carroll, ex-colunista de 79 anos da revista Elle. A decisão foi unânime. O júri era composto por seis homens e três mulheres.

Este é o segundo problema jurídico para o ex-presidente em menos de dois meses, em um momento em que ele tenta viabilizar sua candidatura à Casa Branca no ano que vem. Trump já responde criminalmente por fraude contábil, ao tentar ocultar pagamentos para silenciar a atriz pornô Stormy Daniels para ocultar um caso extraconjugal dos dois antes da eleição de 2016.

Carroll acusa o ex-presidente de estuprá-la em um camarim da loja de departamentos Bergdorf Goodman em meados da década de 1990 nos Estados Unidos. Pelo fato de não ter havido uma investigação criminal sobre o caso na época dos fatos, a denúncia não pode ser levada à Justiça criminal e a vítima optou por processar Trump na esfera civil. Por isso, o ex-presidente não pode ser preso e não foi condenado por nenhum crime. Ele ainda pode recorrer da multa.

A colunista E. Jean Carroll chega ao Tribunal em NY Foto: undefined / undefined

A acusação na esfera civil só foi possível caso a uma mudança na lei estadual de NY ocorrida em 2022, na esteira da repercussão do movimento #MeToo que revelou o alcance de crimes sexuais cometidos na indústria do cinema nos EUA.

Desde novembro, a “Adult Survivors Act”, que permite, pelo período deano, que vítimas de ataques sexuais apresentem ações na esfera civil. Com base nesta lei, os advogados de Carroll apresentaram, então, uma nova ação na qual acusam Trump de “apalpá-la, tocá-la e estuprá-la”.

Segundo o veredicto, a acusação apresentou provas suficientes de que Trump difamou Carroll ao escrever na rede social Truth Social que suas acusações eram uma armação, um boato e uma mentira. Além disso, os jurados também viram provas suficientes de que Trump expôs Carroll a um contato sexual sem consentimento, o que na Justiça de NY é definido como abuso sexual . O júri, no entanto, considerou que esse abuso não configura estupro. Pela lei de NY, o crime de estupro é definido pelo ato da penetração.

Reações

O advogado de Trump, prometeu recorrer da condenação. “Veredicto estranho. Era uma alegação de estupro e o júri rejeitou isso e aceitou outras alegações”, disse.

À Fox News, o ex-presidente confirmou que pretende recorrer. “Não tenho ideia de quem seja essa mulher”, disse Trump sobre a vítima. “Essa é a maior caça às bruxas de todos os tempos.”

Carroll saiu em silêncio do tribunal e apenas sorriu e agradeceu a um pequeno grupo de apoiadores que estava no local. Mais tarde, ela divulgou um comunicado: “Abri este processo contra Donald Trump para limpar meu nome e recuperar minha vida. Hoje, o mundo finalmente conhece a verdade. Esta vitória não é apenas para mim, mas para todas as mulheres que sofreram porque não acreditaram nela.”

Até agora, os problemas de Trump com a Justiça não tem afetado suas pretensões eleitorais. Ele é o favorito para ganhar a indicação do Partido Republicano para disputar a presidência no ano que vem, embora alguns analistas acreditem que as acusações podem enfraquecê-lo entre eleitores independentes na eleição geral.

Mais sobre o caso

O júri começou a deliberar sobre o caso pouco depois do meio-dia. Trump nega todas as acusações e diz que o caso é uma farsa. Ele não compareceu ao julgamento e seus advogados não convocaram testemunhas em seu nome.

Segundo Carroll, de 79 anos, o estupro aconteceu logo depois que Trump lhe pediu opinião para comprar uma lingerie de presente.

“No momento em que eles entraram (no vestiário) tudo mudou. De repente, deixou de ser divertido. Trump era quase duas vezes maior do que ela”, afirmou a advogada dela ao júri.

Eles subiram a escada rolante até o departamento de lingerie no sexto andar, que estava sem atendimento naquele horário, disse Crowley, acrescentando que Trump acabou levando Carroll para um camarim e a jogou contra a parede. “Ele pressionou os lábios contra ela”, disse Crowley.

Ela disse que Trump então puxou a meia-calça de Carroll para baixo e a agrediu sexualmente. A Sra. Carroll finalmente se libertou e fugiu da loja.

Quando a escritora levou a história a público, o então presidente dos Estados Unidos respondeu que não a conhecia, que ela nem “era seu tipo”, e chamou tudo de “mentira total”.

Carroll disse que ficou em silêncio por medo de que Trump retaliaria, por vergonha e por sentir que outras pessoas atacavam silenciosamente as vítimas de estupro e as viam como responsáveis pelo ataque.

Embora várias mulheres tenham acusado Trump de crimes sexuais ao longo dos anos, alegações que ele sempre negou, o caso de Carroll é o primeiro desse tipo a ser testado com sucesso perante um júri. /AP e NYT

Trump depõe a advogados em caso de agressão sexual e difamação na Justiça de NY  Foto: Kaplan Hecker & Fink via AP

WASHINGTON - Um júri condenou nesta terça-feira, 9, o ex-presidente americano Donald Trump a pagar uma multa de quase US$ 5 milhões (quase R$25 milhões) em um processo por agressão sexual e difamação movido na esfera civil da Justiça Federal americana pela jornalista E. Jean Carroll, ex-colunista de 79 anos da revista Elle. A decisão foi unânime. O júri era composto por seis homens e três mulheres.

Este é o segundo problema jurídico para o ex-presidente em menos de dois meses, em um momento em que ele tenta viabilizar sua candidatura à Casa Branca no ano que vem. Trump já responde criminalmente por fraude contábil, ao tentar ocultar pagamentos para silenciar a atriz pornô Stormy Daniels para ocultar um caso extraconjugal dos dois antes da eleição de 2016.

Carroll acusa o ex-presidente de estuprá-la em um camarim da loja de departamentos Bergdorf Goodman em meados da década de 1990 nos Estados Unidos. Pelo fato de não ter havido uma investigação criminal sobre o caso na época dos fatos, a denúncia não pode ser levada à Justiça criminal e a vítima optou por processar Trump na esfera civil. Por isso, o ex-presidente não pode ser preso e não foi condenado por nenhum crime. Ele ainda pode recorrer da multa.

A colunista E. Jean Carroll chega ao Tribunal em NY Foto: undefined / undefined

A acusação na esfera civil só foi possível caso a uma mudança na lei estadual de NY ocorrida em 2022, na esteira da repercussão do movimento #MeToo que revelou o alcance de crimes sexuais cometidos na indústria do cinema nos EUA.

Desde novembro, a “Adult Survivors Act”, que permite, pelo período deano, que vítimas de ataques sexuais apresentem ações na esfera civil. Com base nesta lei, os advogados de Carroll apresentaram, então, uma nova ação na qual acusam Trump de “apalpá-la, tocá-la e estuprá-la”.

Segundo o veredicto, a acusação apresentou provas suficientes de que Trump difamou Carroll ao escrever na rede social Truth Social que suas acusações eram uma armação, um boato e uma mentira. Além disso, os jurados também viram provas suficientes de que Trump expôs Carroll a um contato sexual sem consentimento, o que na Justiça de NY é definido como abuso sexual . O júri, no entanto, considerou que esse abuso não configura estupro. Pela lei de NY, o crime de estupro é definido pelo ato da penetração.

Reações

O advogado de Trump, prometeu recorrer da condenação. “Veredicto estranho. Era uma alegação de estupro e o júri rejeitou isso e aceitou outras alegações”, disse.

À Fox News, o ex-presidente confirmou que pretende recorrer. “Não tenho ideia de quem seja essa mulher”, disse Trump sobre a vítima. “Essa é a maior caça às bruxas de todos os tempos.”

Carroll saiu em silêncio do tribunal e apenas sorriu e agradeceu a um pequeno grupo de apoiadores que estava no local. Mais tarde, ela divulgou um comunicado: “Abri este processo contra Donald Trump para limpar meu nome e recuperar minha vida. Hoje, o mundo finalmente conhece a verdade. Esta vitória não é apenas para mim, mas para todas as mulheres que sofreram porque não acreditaram nela.”

Até agora, os problemas de Trump com a Justiça não tem afetado suas pretensões eleitorais. Ele é o favorito para ganhar a indicação do Partido Republicano para disputar a presidência no ano que vem, embora alguns analistas acreditem que as acusações podem enfraquecê-lo entre eleitores independentes na eleição geral.

Mais sobre o caso

O júri começou a deliberar sobre o caso pouco depois do meio-dia. Trump nega todas as acusações e diz que o caso é uma farsa. Ele não compareceu ao julgamento e seus advogados não convocaram testemunhas em seu nome.

Segundo Carroll, de 79 anos, o estupro aconteceu logo depois que Trump lhe pediu opinião para comprar uma lingerie de presente.

“No momento em que eles entraram (no vestiário) tudo mudou. De repente, deixou de ser divertido. Trump era quase duas vezes maior do que ela”, afirmou a advogada dela ao júri.

Eles subiram a escada rolante até o departamento de lingerie no sexto andar, que estava sem atendimento naquele horário, disse Crowley, acrescentando que Trump acabou levando Carroll para um camarim e a jogou contra a parede. “Ele pressionou os lábios contra ela”, disse Crowley.

Ela disse que Trump então puxou a meia-calça de Carroll para baixo e a agrediu sexualmente. A Sra. Carroll finalmente se libertou e fugiu da loja.

Quando a escritora levou a história a público, o então presidente dos Estados Unidos respondeu que não a conhecia, que ela nem “era seu tipo”, e chamou tudo de “mentira total”.

Carroll disse que ficou em silêncio por medo de que Trump retaliaria, por vergonha e por sentir que outras pessoas atacavam silenciosamente as vítimas de estupro e as viam como responsáveis pelo ataque.

Embora várias mulheres tenham acusado Trump de crimes sexuais ao longo dos anos, alegações que ele sempre negou, o caso de Carroll é o primeiro desse tipo a ser testado com sucesso perante um júri. /AP e NYT

Trump depõe a advogados em caso de agressão sexual e difamação na Justiça de NY  Foto: Kaplan Hecker & Fink via AP

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