A crise de imigração ilegal na fronteira entre Estados Unidos e México vem batendo recorde atrás de recorde desde o fim da pandemia da covid-19. Para tentar diminuir as ações de entrada ilegal no país, o governo americano tem um novo aliado: o personagem Kiko, interpretado pelo ator mexicano Carlos Villagrán no seriado Chaves.
Kiko apareceu em alguns vídeos da embaixada dos Estados Unidos no México para alertar a população sobre os chamados “coiotes”, contrabandistas que levam imigrantes ilegalmente para o outro lado da fronteira, em busca do sonho americano.
“Os coiotes sempre te deixam encalhado, é melhor dizer a eles para saírem, para irem embora”, diz o personagem, que veste sua tradicional roupa de marinheiro.
No vídeo, ele usa carros de brinquedo para simular um acidente com um caminhão de contrabandistas de pessoas, algo que é recorrente na fronteira. Em agosto, por exemplo, uma colisão envolvendo um ônibus com migrantes, a maioria de nacionalidade venezuelana, deixou 16 mortos e 36 feridos.
Na gravação, também divulgada nas redes sociais, Kiko incentiva os imigrantes a entrarem legalmente nos EUA e a usarem o aplicativo CBP One, da Alfândega e Proteção de Fronteiras, por meio do qual é possível agendar um horário com as autoridades de imigração, o que torna o processo ordenado e seguro.
Aos contrabandistas, Kiko usa um dos seus bordões clássicos: “Calem-se, calem-se, calem-se, vocês me deixam loucos, e depois atravessem legalmente para os Estados Unidos”.
Recorde de detenções
Apesar do recorde de prisões de 2023 em agosto, a CBP avalia que as detenções “continuam abaixo dos níveis observados em novembro e dezembro de 2022, quando a Ordem de Saúde Pública do CDC (Centers for Disease Control and Prevention), o Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, estava em vigor, em conformidade com o Título 42.
Essa foi uma medida criada em 2020, nos primeiros meses da pandemia de Covid-19, no governo de Donald Trump, para permitir que as autoridades de imigração removessem rapidamente os estrangeiros que tentavam entrar no país, incluindo os solicitantes de asilo na fronteira sudoeste.
De acordo com o CBP, a reincidência após o fim da ordem de saúde do Título 42 diminuiu significativamente. Entre as 232.972 detenções de agosto, “11% envolveram indivíduos que tiveram pelo menos uma detenção nos 12 meses anteriores”. Em agosto de 2022, essa taxa foi de 35%, informou o órgão.
Em abril de 2023, último mês em que a ordem de saúde estava totalmente em vigor, as detenções “repetidas” representaram quase 23% do total./EFE