A líder do partido de extrema direita Rassemblement National (Reunião Nacional, RN), Marine Le Pen, celebrou o resultado das eleições para o Parlamento Europeu na França e declarou que o partido está “pronto para exercer o poder”, depois de o presidente francês, Emmanuel Macron, convocar inesperadamente, neste domingo, 9, eleições legislativas antecipadas no país.
“Estamos prontos para exercer o poder se os franceses confiarem em nós nas próximas eleições legislativas”, assegurou Marine Le Pen, cujo partido lançaria Jordan Bardella como candidato a primeiro-ministro.
Bardella, de 28 anos, obteve entre 31,5% e 32,4% dos votos nas eleições europeias deste domingo, seguido de longe pela candidata governista Valérie Hayer (15,2%) e pelo socialista Raphaël Glucksmann (14% a 14,3%), segundo as primeiras estimativas dos institutos de pesquisa Ifop e Ipsos.
O resultado do RN, um dos melhores de sua história, confirma também os esforços de Le Pen, para dar uma imagem mais moderada à formação que herdou em 2018 de seu pai, Jean-Marie Le Pen, conhecido por seus comentários racistas e antissemitas.
As eleições antecipadas não afetariam Macron, que permaneceria como presidente até 2027, mas ele poderia ter de compartilhar o poder com um governo de outro espectro político pouco antes dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, uma “coabitação” que ocorreu apenas duas vezes, entre conservadores e socialistas, desde 1958.
Leia mais
Nas eleições legislativas de 2022, o RN já se tornou o principal partido da oposição na câmara baixa (88 deputados entre 577) com um discurso duro contra a imigração e a insegurança, e o governo perdeu sua maioria absoluta, obrigando Macron a pactuar com o partido de direita Os Republicanos (LR) suas reformas mais emblemáticas, como a trabalhista e migratória.
Esses resultados também poderiam impulsionar as chances de Le Pen para a eleição presidencial de 2027, na qual Macron não poderá concorrer. Em 2022, o centrista venceu a ultradireitista no segundo turno com 58,54% dos votos, quase oito pontos a menos do que em 2017, quando venceu seu rival com 66,1% dos votos./AFP