O gabinete libanês aprovou nesta quarta-feira um plano para iniciar o envio de tropas do Exército libanês para o sul do Rio Litani na quinta-feira, um dos pontos principais da resolução de cessar-fogo imposta pela ONU que pôs fim a 34 dias de lutas entre Israel e o Hezbollah. A reunião de emergência do Conselho de Ministros durou aproximadamente três horas. Ainda assim, o governo libanês aparentemente evitou uma outra demanda da ONU; o desarmamento do Hezbollah. "Está aprovada", disse ao sair da reunião do gabinete o ministro do Interior libanês, Ahmed Fatfat, referindo-se ao envio das tropas. O encontro, que fora adiado duas vezes, aprovou o envio do Exército para o sul do país, onde iniciará lentamente a retomada dos territórios ocupados por Israel durante o conflito. As tropas israelenses já iniciaram a retirada, que deverá durar vários dias. O acordo adotado pelo Governo para deslocar as tropas libanesas para a zona dominada pelo Hezbollah chega três dias depois do instável cessar-fogo que começou na segunda-feira. Em Beirute e Nova York continuam intensas as negociações para formar a força de paz internacional que deve trabalhar na área junto com as tropas libanesas. A ONU anunciou que espera poder enviar 3.500 soldados para o local em um prazo máximo de 15 dias, ainda que os países que enviarão tropas não definiram quantos homens vão estar à disposição. Retirada israelense Segundo o jornal israelense Haaretz , o chefe do Estado Maior de Israel, Dan Halutz, disse nesta quarta-feira que o Exército iria parar com a retirada do sul do Líbano se o Exército libanês não for enviado à região nos próximos dias. "A retirada das forças israelenses em dez dias depende do envio do exército libanês", afirmou ao Parlamento de Israel. "Se as forças libanesas não chegarem nos próximos dias, devemos interromper a retirada." Um general do Estado judeu afirmou na quarta-feira de manhã que o exército israelense poderia ser forçado a ficar na região por meses até o envio das tropas internacionais.