Após 45 dias da guerra na Faixa de Gaza, o líder do grupo terrorista Hamas, Ismail Haniye, anunciou, nesta terça-feira, 21, que estaria próximo de concretizar um acordo de suspensão temporária dos conflitos com Israel. O anúncio foi publicado no Telegram, no qual Haniyeh disse: “Estamos perto de alcançar um acordo para uma trégua”.
Duas fontes próximas às negociações relataram à AFP que um acordo provisório incluiria uma trégua de cinco dias, envolvendo um cessar-fogo no terreno e restrições às operações aéreas de Israel no sul de Gaza.
Em contrapartida, entre 50 e 100 reféns mantidos pelo Hamas e pela Jihad Islâmica seriam soltos, incluindo civis israelenses e de outras nacionalidades, mas excluindo pessoal militar.
Ainda conforme a proposta de acordo, aproximadamente 300 palestinos seriam libertados de prisões israelenses, incluindo mulheres e crianças.
Andamento das negociações
O Catar, onde o Hamas tem um escritório político e Haniyeh está instalado, atua como mediador nas intensas negociações. No domingo, dia 19, o primeiro-ministro do Catar, Mohammed ben Abdelrahmane Al-Thani, afirmou que um acordo para liberar alguns dos reféns em troca de um cessar-fogo temporário depende de questões práticas “menores”.
Na segunda-feira, dia 20, o presidente americano, Joe Biden, ao ser perguntado sobre, expressou a crença de que um acordo para liberar os reféns estava próximo, mostrando otimismo em um desfecho positivo ao cruzar os dedos. “Eu acredito que sim”, disse.
Os negociadores têm trabalhado para fechar um acordo que possibilite a libertação dos cerca de 240 reféns do Hamas, a maioria israelenses, sequestrados no dia 7 de outubro durante o ataque a Israel.
A Casa Branca informou que as negociações estão em fase de “finalização”, mas recusou-se a fornecer mais detalhes para não comprometer um desfecho bem-sucedido.
Em uma nota separada, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha anunciou na segunda-feira que sua presidente, Mirjana Spoljaric, viajou para o Catar para se reunir com Haniyeh e avançar em questões humanitárias relacionadas ao conflito armado em Israel e Gaza.
A organização sediada em Genebra reiterou seu apelo pela proteção urgente de todas as vítimas do conflito, pelo alívio da situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza e pela libertação imediata dos reféns./ AFP.