Líderes da Europa e da África iniciaram um encontro de dois dias em busca de um compromisso entre o desejo da Europa de retornar imigrantes econômicos e o desejo da África de ter mais canais legais para que seus cidadãos entrem na Europa. Diante de um influxo de imigrantes e refugiados sem precedentes, vindos principalmente do Oriente Médio, a União Europeia (UE) planeja dar incentivos para os países africanos para que aceitem de volta alguns de seus cidadãos que chegaram na Europa por razões econômicas em troca de mais ajuda financeira, bolsas de estudo e programas de treinamento. Entretanto, os governos africanos estão relutantes em aceitar o retorno forçado de imigrantes que já estão na Europa, pois eles enviam dinheiro para seu países e ajudam as economias locais. "A readmissão é um tópico difícil. Não podemos nos engajar nesse debate do ponto da vista da União Europeia. Temos pessoal que enfrentaram a morte, cruzaram o deserto o oceano, centenas morreram. Então precisamos ter uma discussão franca sobre aqueles que já estão na Europa e regularizar sua situação", disse o presidente do Senegal, Macky Sall. A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, cujo país é o principal destino para os imigrantes e refugiados que cruzam o Mar Mediterrâneo pela Grécia e Itália, afirmou que os países africanos podem esperar por mais ajuda financeira mas também "demandas e expectativas claras" que acompanham a ajuda. Ela mencionou desmantelar a atividade comercial do tráfico de pessoas. O ministro de Relações Exteriores de Luxemburgo, Jean Asselborn, que reprenta a presidência rotativa da UE, tentou fazer um balanço entre as duas visões: "Não podemos vir aqui com uma atitude egoísta, esperando que tudo irá se tratar sobre nós. Se essa é a nossa estratégia, estamos perdidos", afirmou. Os diplomatas que preparam o comunicado que será divulgado na quinta-feira pelos 60 líderes presentes no encontro, precisam de mais de 20 horas para encontrar formulações vagas o suficiente para contornar o desacordo principal sobre retornar os imigrantes para a África. Fonte: Dow Jones Newswires.
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