É colunista do 'Estadão' e analista de assuntos internacionais. Escreve uma vez por semana.

Opinião|Audiências do Congresso dos EUA apontam que Donald Trump tentou impor vitória à força


Revelações do comitê que investiga o episódio de 6 de janeiro de 2021 permitem ver com clareza as motivações do ex-presidente

Por Lourival Sant'Anna
Atualização:

As revelações da comissão que investiga a invasão do Capitólio, combinadas com a sequência de acontecimentos no governo de Donald Trump, permitem ver agora com mais clareza as motivações do ex-presidente e o alcance de sua campanha para reverter o resultado da eleição de 2020.

Logo no início de seu mandato, Trump criou a “Comissão de Assessoria Presidencial sobre Integridade Eleitoral”, com base em suas alegações, nunca comprovadas, de que “milhões” de eleitores teriam votado ilegalmente em 2016.

Ele venceu no Colégio Eleitoral e perdeu no voto popular. Isso gerou questionamentos sobre a força moral de seu mandato. A pandemia introduziu o risco de Trump não se reeleger, e ele passou a explicitar a intenção de não aceitar eventual derrota em 2020.

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Uma imagem do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, aparece em uma tela durante uma audiência pública do Comitê da Câmara dos EUA para investigar o ataque de 6 de janeiro ao Capitólio dos EUA Foto: Evelyn Hockstein/Reuters

Em junho de 2020, quando protestos pelo assassinato de George Floyd haviam evoluído para manifestações contra Trump, o presidente se fez fotografar ao lado do chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, Mark Milley, enquanto a polícia dispersava a multidão. Milley gravou um vídeo se desculpando: “Eu não deveria estar lá”. Vários generais condenaram a tentativa de Trump de politizar as Forças Armadas.

Em setembro de 2020, Trump nomeou apressadamente Amy Coney Barrett para a vaga na Suprema Corte aberta com a morte da juíza Ruth Bader Ginsburg, declarando que ela seria necessária para evitar que a eleição fosse “roubada”. Mesmo assim, as ações de Trump para rever os resultados das eleições foram recusadas pela Corte, por unanimidade.

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Em reunião na Casa Branca em 18 de dezembro de 2020, conselheiros de Trump rascunharam decretos ordenando que o Departamento de Defesa ou de Segurança Interna confiscassem urnas. Assessores presentes à reunião consideraram a ideia insana. Foi depois dessa reunião que Trump convocou seus seguidores a se reunir em Washington no dia 6 de janeiro. À 1h42 do dia 19, Trump tuitou: “Estejam lá. Vai ser animal”.

Em 29 de dezembro, Trump pressionou, sem sucesso, o secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, a “encontrar 11.780 votos” para sagrá-lo vencedor. Entre 30 de dezembro e 1.º de janeiro, Mark Meadows, chefe de gabinete de Trump, enviou e-mails a Jeffrey Rosen, vice-procurador-geral, pressionando-o a entrar com ação na Suprema Corte para exigir novas eleições em seis Estados. O secretário de Justiça, William Barr, renunciou para não cumprir as ordens.

No discurso que antecedeu a invasão, Trump pressionou o vice-presidente Mike Pence a impedir a certificação da vitória de Joe Biden. Pence desobedeceu. Trump orientou seus seguidores a marcharem até o Capitólio, e disse que estaria lá. Mas seus seguranças negaram-se a levá-lo. Tudo isso indica que Trump pretendia mudar à força o resultado da eleição. Mas não encontrou apoio de nenhuma instituição.

As revelações da comissão que investiga a invasão do Capitólio, combinadas com a sequência de acontecimentos no governo de Donald Trump, permitem ver agora com mais clareza as motivações do ex-presidente e o alcance de sua campanha para reverter o resultado da eleição de 2020.

Logo no início de seu mandato, Trump criou a “Comissão de Assessoria Presidencial sobre Integridade Eleitoral”, com base em suas alegações, nunca comprovadas, de que “milhões” de eleitores teriam votado ilegalmente em 2016.

Ele venceu no Colégio Eleitoral e perdeu no voto popular. Isso gerou questionamentos sobre a força moral de seu mandato. A pandemia introduziu o risco de Trump não se reeleger, e ele passou a explicitar a intenção de não aceitar eventual derrota em 2020.

Uma imagem do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, aparece em uma tela durante uma audiência pública do Comitê da Câmara dos EUA para investigar o ataque de 6 de janeiro ao Capitólio dos EUA Foto: Evelyn Hockstein/Reuters

Em junho de 2020, quando protestos pelo assassinato de George Floyd haviam evoluído para manifestações contra Trump, o presidente se fez fotografar ao lado do chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, Mark Milley, enquanto a polícia dispersava a multidão. Milley gravou um vídeo se desculpando: “Eu não deveria estar lá”. Vários generais condenaram a tentativa de Trump de politizar as Forças Armadas.

Em setembro de 2020, Trump nomeou apressadamente Amy Coney Barrett para a vaga na Suprema Corte aberta com a morte da juíza Ruth Bader Ginsburg, declarando que ela seria necessária para evitar que a eleição fosse “roubada”. Mesmo assim, as ações de Trump para rever os resultados das eleições foram recusadas pela Corte, por unanimidade.

Em reunião na Casa Branca em 18 de dezembro de 2020, conselheiros de Trump rascunharam decretos ordenando que o Departamento de Defesa ou de Segurança Interna confiscassem urnas. Assessores presentes à reunião consideraram a ideia insana. Foi depois dessa reunião que Trump convocou seus seguidores a se reunir em Washington no dia 6 de janeiro. À 1h42 do dia 19, Trump tuitou: “Estejam lá. Vai ser animal”.

Em 29 de dezembro, Trump pressionou, sem sucesso, o secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, a “encontrar 11.780 votos” para sagrá-lo vencedor. Entre 30 de dezembro e 1.º de janeiro, Mark Meadows, chefe de gabinete de Trump, enviou e-mails a Jeffrey Rosen, vice-procurador-geral, pressionando-o a entrar com ação na Suprema Corte para exigir novas eleições em seis Estados. O secretário de Justiça, William Barr, renunciou para não cumprir as ordens.

No discurso que antecedeu a invasão, Trump pressionou o vice-presidente Mike Pence a impedir a certificação da vitória de Joe Biden. Pence desobedeceu. Trump orientou seus seguidores a marcharem até o Capitólio, e disse que estaria lá. Mas seus seguranças negaram-se a levá-lo. Tudo isso indica que Trump pretendia mudar à força o resultado da eleição. Mas não encontrou apoio de nenhuma instituição.

As revelações da comissão que investiga a invasão do Capitólio, combinadas com a sequência de acontecimentos no governo de Donald Trump, permitem ver agora com mais clareza as motivações do ex-presidente e o alcance de sua campanha para reverter o resultado da eleição de 2020.

Logo no início de seu mandato, Trump criou a “Comissão de Assessoria Presidencial sobre Integridade Eleitoral”, com base em suas alegações, nunca comprovadas, de que “milhões” de eleitores teriam votado ilegalmente em 2016.

Ele venceu no Colégio Eleitoral e perdeu no voto popular. Isso gerou questionamentos sobre a força moral de seu mandato. A pandemia introduziu o risco de Trump não se reeleger, e ele passou a explicitar a intenção de não aceitar eventual derrota em 2020.

Uma imagem do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, aparece em uma tela durante uma audiência pública do Comitê da Câmara dos EUA para investigar o ataque de 6 de janeiro ao Capitólio dos EUA Foto: Evelyn Hockstein/Reuters

Em junho de 2020, quando protestos pelo assassinato de George Floyd haviam evoluído para manifestações contra Trump, o presidente se fez fotografar ao lado do chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, Mark Milley, enquanto a polícia dispersava a multidão. Milley gravou um vídeo se desculpando: “Eu não deveria estar lá”. Vários generais condenaram a tentativa de Trump de politizar as Forças Armadas.

Em setembro de 2020, Trump nomeou apressadamente Amy Coney Barrett para a vaga na Suprema Corte aberta com a morte da juíza Ruth Bader Ginsburg, declarando que ela seria necessária para evitar que a eleição fosse “roubada”. Mesmo assim, as ações de Trump para rever os resultados das eleições foram recusadas pela Corte, por unanimidade.

Em reunião na Casa Branca em 18 de dezembro de 2020, conselheiros de Trump rascunharam decretos ordenando que o Departamento de Defesa ou de Segurança Interna confiscassem urnas. Assessores presentes à reunião consideraram a ideia insana. Foi depois dessa reunião que Trump convocou seus seguidores a se reunir em Washington no dia 6 de janeiro. À 1h42 do dia 19, Trump tuitou: “Estejam lá. Vai ser animal”.

Em 29 de dezembro, Trump pressionou, sem sucesso, o secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, a “encontrar 11.780 votos” para sagrá-lo vencedor. Entre 30 de dezembro e 1.º de janeiro, Mark Meadows, chefe de gabinete de Trump, enviou e-mails a Jeffrey Rosen, vice-procurador-geral, pressionando-o a entrar com ação na Suprema Corte para exigir novas eleições em seis Estados. O secretário de Justiça, William Barr, renunciou para não cumprir as ordens.

No discurso que antecedeu a invasão, Trump pressionou o vice-presidente Mike Pence a impedir a certificação da vitória de Joe Biden. Pence desobedeceu. Trump orientou seus seguidores a marcharem até o Capitólio, e disse que estaria lá. Mas seus seguranças negaram-se a levá-lo. Tudo isso indica que Trump pretendia mudar à força o resultado da eleição. Mas não encontrou apoio de nenhuma instituição.

As revelações da comissão que investiga a invasão do Capitólio, combinadas com a sequência de acontecimentos no governo de Donald Trump, permitem ver agora com mais clareza as motivações do ex-presidente e o alcance de sua campanha para reverter o resultado da eleição de 2020.

Logo no início de seu mandato, Trump criou a “Comissão de Assessoria Presidencial sobre Integridade Eleitoral”, com base em suas alegações, nunca comprovadas, de que “milhões” de eleitores teriam votado ilegalmente em 2016.

Ele venceu no Colégio Eleitoral e perdeu no voto popular. Isso gerou questionamentos sobre a força moral de seu mandato. A pandemia introduziu o risco de Trump não se reeleger, e ele passou a explicitar a intenção de não aceitar eventual derrota em 2020.

Uma imagem do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, aparece em uma tela durante uma audiência pública do Comitê da Câmara dos EUA para investigar o ataque de 6 de janeiro ao Capitólio dos EUA Foto: Evelyn Hockstein/Reuters

Em junho de 2020, quando protestos pelo assassinato de George Floyd haviam evoluído para manifestações contra Trump, o presidente se fez fotografar ao lado do chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, Mark Milley, enquanto a polícia dispersava a multidão. Milley gravou um vídeo se desculpando: “Eu não deveria estar lá”. Vários generais condenaram a tentativa de Trump de politizar as Forças Armadas.

Em setembro de 2020, Trump nomeou apressadamente Amy Coney Barrett para a vaga na Suprema Corte aberta com a morte da juíza Ruth Bader Ginsburg, declarando que ela seria necessária para evitar que a eleição fosse “roubada”. Mesmo assim, as ações de Trump para rever os resultados das eleições foram recusadas pela Corte, por unanimidade.

Em reunião na Casa Branca em 18 de dezembro de 2020, conselheiros de Trump rascunharam decretos ordenando que o Departamento de Defesa ou de Segurança Interna confiscassem urnas. Assessores presentes à reunião consideraram a ideia insana. Foi depois dessa reunião que Trump convocou seus seguidores a se reunir em Washington no dia 6 de janeiro. À 1h42 do dia 19, Trump tuitou: “Estejam lá. Vai ser animal”.

Em 29 de dezembro, Trump pressionou, sem sucesso, o secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, a “encontrar 11.780 votos” para sagrá-lo vencedor. Entre 30 de dezembro e 1.º de janeiro, Mark Meadows, chefe de gabinete de Trump, enviou e-mails a Jeffrey Rosen, vice-procurador-geral, pressionando-o a entrar com ação na Suprema Corte para exigir novas eleições em seis Estados. O secretário de Justiça, William Barr, renunciou para não cumprir as ordens.

No discurso que antecedeu a invasão, Trump pressionou o vice-presidente Mike Pence a impedir a certificação da vitória de Joe Biden. Pence desobedeceu. Trump orientou seus seguidores a marcharem até o Capitólio, e disse que estaria lá. Mas seus seguranças negaram-se a levá-lo. Tudo isso indica que Trump pretendia mudar à força o resultado da eleição. Mas não encontrou apoio de nenhuma instituição.

Opinião por Lourival Sant'Anna

É colunista do 'Estadão' e analista de assuntos internacionais

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