É colunista do 'Estadão' e analista de assuntos internacionais. Escreve uma vez por semana.

Opinião|Como Putin pode salvar a própria pele na Ucrânia? Leia a coluna de Lourival Sant’Anna


Guerra não é movida por fatores geopolíticos, mas pela intenção do líder russo de se perpetuar no poder.

Por Lourival Sant'Anna

Ao longo desses sete meses de guerra, uma pergunta me tem sido feita constantemente: como ela vai terminar? A resposta sempre residiu na situação política de Vladimir Putin. Pois sempre sustentei que essa não é uma guerra movida por fatores geopolíticos, mas pela intenção de Putin de se perpetuar no poder.

Nas últimas semanas, os ucranianos recuperaram milhares de quilômetros quadrados no nordeste e centenas no sul. Desde a fantasiosa anexação das províncias de Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzia, no dia 30, os russos perderam território nas quatro, deixando para trás soldados mortos e equipamentos.

Estima-se que 60 mil militares russos tenham sido mortos desde fevereiro, entre eles integrantes das forças especiais e oficiais de alta patente. A mobilização decretada no dia 21 apenas agravará o problema. Os recrutas estão sendo enviados sem treinamento, equipamento e comando adequados.

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Tragicamente, eles desempenharão o papel de carne de canhão – uma contenção temporária aos avanços ucranianos, enquanto Putin imagina os próximos passos, com o auxílio do inverno, que também pode frear a contraofensiva.

Soldados ucranianos capturam tanque russo na província de Kherson, no sul do país  Foto: Heidi Levine /The Washington Post

A dinâmica no terreno tornou realista o objetivo ucraniano de recuperar todo o território perdido, desde a primeira invasão, em 2014. Isso inclui a Crimeia. Essa reconquista teria impacto político devastador sobre Putin: como justificar a morte de dezenas de milhares de russos?

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O emprego de uma ou mais armas nucleares táticas não mudaria o quadro. Os ucranianos, motivados e equipados, continuariam avançando. E o cruzamento dessa linha vermelha causaria envolvimento mais direto da Otan.

Restaria a Putin tentar mascarar a derrota como vitória, recrudescer o controle sobre a internet e calar os ultranacionalistas, que têm denunciado a incompetência das Forças Armadas russas.

A probabilidade de golpe continua baixa. Os russos com ambições políticas estão exilados, presos ou mortos. A Rússia não tem histórico de golpes militares. Mas as tensões internas crescem rapidamente.

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Depois de se queixar do sacrifício de seus homens e do alto custo das derrotas na Ucrânia, o líder checheno Ramzan Kadyrov foi condecorado general por Putin na tentativa de apaziguá-lo. Yevgeni Prigozhin, amigo de Putin e dono do grupo mercenário Wagner, também tem criticado acidamente as Forças Armadas.

Segundo a página gulagu.net no Telegram, um mercenário atirou contra um tenente-coronel em Donetsk, e não foi o primeiro incidente. A ascensão dessas milícias, a desmoralização das Forças Armadas e a revolta da população com as mortes e a mobilização poderiam conduzir a uma guerra civil. Para se concentrar em salvar a própria pele, Putin pode ter de se desengajar da Ucrânia.

Líder russo Vladimir Putin celebra anexação de quatro regiões da Ucrânia Foto: Grigory Sysoyev, Sputnik, Government Pool Photo via AP

Ao longo desses sete meses de guerra, uma pergunta me tem sido feita constantemente: como ela vai terminar? A resposta sempre residiu na situação política de Vladimir Putin. Pois sempre sustentei que essa não é uma guerra movida por fatores geopolíticos, mas pela intenção de Putin de se perpetuar no poder.

Nas últimas semanas, os ucranianos recuperaram milhares de quilômetros quadrados no nordeste e centenas no sul. Desde a fantasiosa anexação das províncias de Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzia, no dia 30, os russos perderam território nas quatro, deixando para trás soldados mortos e equipamentos.

Estima-se que 60 mil militares russos tenham sido mortos desde fevereiro, entre eles integrantes das forças especiais e oficiais de alta patente. A mobilização decretada no dia 21 apenas agravará o problema. Os recrutas estão sendo enviados sem treinamento, equipamento e comando adequados.

Tragicamente, eles desempenharão o papel de carne de canhão – uma contenção temporária aos avanços ucranianos, enquanto Putin imagina os próximos passos, com o auxílio do inverno, que também pode frear a contraofensiva.

Soldados ucranianos capturam tanque russo na província de Kherson, no sul do país  Foto: Heidi Levine /The Washington Post

A dinâmica no terreno tornou realista o objetivo ucraniano de recuperar todo o território perdido, desde a primeira invasão, em 2014. Isso inclui a Crimeia. Essa reconquista teria impacto político devastador sobre Putin: como justificar a morte de dezenas de milhares de russos?

O emprego de uma ou mais armas nucleares táticas não mudaria o quadro. Os ucranianos, motivados e equipados, continuariam avançando. E o cruzamento dessa linha vermelha causaria envolvimento mais direto da Otan.

Restaria a Putin tentar mascarar a derrota como vitória, recrudescer o controle sobre a internet e calar os ultranacionalistas, que têm denunciado a incompetência das Forças Armadas russas.

A probabilidade de golpe continua baixa. Os russos com ambições políticas estão exilados, presos ou mortos. A Rússia não tem histórico de golpes militares. Mas as tensões internas crescem rapidamente.

Depois de se queixar do sacrifício de seus homens e do alto custo das derrotas na Ucrânia, o líder checheno Ramzan Kadyrov foi condecorado general por Putin na tentativa de apaziguá-lo. Yevgeni Prigozhin, amigo de Putin e dono do grupo mercenário Wagner, também tem criticado acidamente as Forças Armadas.

Segundo a página gulagu.net no Telegram, um mercenário atirou contra um tenente-coronel em Donetsk, e não foi o primeiro incidente. A ascensão dessas milícias, a desmoralização das Forças Armadas e a revolta da população com as mortes e a mobilização poderiam conduzir a uma guerra civil. Para se concentrar em salvar a própria pele, Putin pode ter de se desengajar da Ucrânia.

Líder russo Vladimir Putin celebra anexação de quatro regiões da Ucrânia Foto: Grigory Sysoyev, Sputnik, Government Pool Photo via AP

Ao longo desses sete meses de guerra, uma pergunta me tem sido feita constantemente: como ela vai terminar? A resposta sempre residiu na situação política de Vladimir Putin. Pois sempre sustentei que essa não é uma guerra movida por fatores geopolíticos, mas pela intenção de Putin de se perpetuar no poder.

Nas últimas semanas, os ucranianos recuperaram milhares de quilômetros quadrados no nordeste e centenas no sul. Desde a fantasiosa anexação das províncias de Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzia, no dia 30, os russos perderam território nas quatro, deixando para trás soldados mortos e equipamentos.

Estima-se que 60 mil militares russos tenham sido mortos desde fevereiro, entre eles integrantes das forças especiais e oficiais de alta patente. A mobilização decretada no dia 21 apenas agravará o problema. Os recrutas estão sendo enviados sem treinamento, equipamento e comando adequados.

Tragicamente, eles desempenharão o papel de carne de canhão – uma contenção temporária aos avanços ucranianos, enquanto Putin imagina os próximos passos, com o auxílio do inverno, que também pode frear a contraofensiva.

Soldados ucranianos capturam tanque russo na província de Kherson, no sul do país  Foto: Heidi Levine /The Washington Post

A dinâmica no terreno tornou realista o objetivo ucraniano de recuperar todo o território perdido, desde a primeira invasão, em 2014. Isso inclui a Crimeia. Essa reconquista teria impacto político devastador sobre Putin: como justificar a morte de dezenas de milhares de russos?

O emprego de uma ou mais armas nucleares táticas não mudaria o quadro. Os ucranianos, motivados e equipados, continuariam avançando. E o cruzamento dessa linha vermelha causaria envolvimento mais direto da Otan.

Restaria a Putin tentar mascarar a derrota como vitória, recrudescer o controle sobre a internet e calar os ultranacionalistas, que têm denunciado a incompetência das Forças Armadas russas.

A probabilidade de golpe continua baixa. Os russos com ambições políticas estão exilados, presos ou mortos. A Rússia não tem histórico de golpes militares. Mas as tensões internas crescem rapidamente.

Depois de se queixar do sacrifício de seus homens e do alto custo das derrotas na Ucrânia, o líder checheno Ramzan Kadyrov foi condecorado general por Putin na tentativa de apaziguá-lo. Yevgeni Prigozhin, amigo de Putin e dono do grupo mercenário Wagner, também tem criticado acidamente as Forças Armadas.

Segundo a página gulagu.net no Telegram, um mercenário atirou contra um tenente-coronel em Donetsk, e não foi o primeiro incidente. A ascensão dessas milícias, a desmoralização das Forças Armadas e a revolta da população com as mortes e a mobilização poderiam conduzir a uma guerra civil. Para se concentrar em salvar a própria pele, Putin pode ter de se desengajar da Ucrânia.

Líder russo Vladimir Putin celebra anexação de quatro regiões da Ucrânia Foto: Grigory Sysoyev, Sputnik, Government Pool Photo via AP

Ao longo desses sete meses de guerra, uma pergunta me tem sido feita constantemente: como ela vai terminar? A resposta sempre residiu na situação política de Vladimir Putin. Pois sempre sustentei que essa não é uma guerra movida por fatores geopolíticos, mas pela intenção de Putin de se perpetuar no poder.

Nas últimas semanas, os ucranianos recuperaram milhares de quilômetros quadrados no nordeste e centenas no sul. Desde a fantasiosa anexação das províncias de Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzia, no dia 30, os russos perderam território nas quatro, deixando para trás soldados mortos e equipamentos.

Estima-se que 60 mil militares russos tenham sido mortos desde fevereiro, entre eles integrantes das forças especiais e oficiais de alta patente. A mobilização decretada no dia 21 apenas agravará o problema. Os recrutas estão sendo enviados sem treinamento, equipamento e comando adequados.

Tragicamente, eles desempenharão o papel de carne de canhão – uma contenção temporária aos avanços ucranianos, enquanto Putin imagina os próximos passos, com o auxílio do inverno, que também pode frear a contraofensiva.

Soldados ucranianos capturam tanque russo na província de Kherson, no sul do país  Foto: Heidi Levine /The Washington Post

A dinâmica no terreno tornou realista o objetivo ucraniano de recuperar todo o território perdido, desde a primeira invasão, em 2014. Isso inclui a Crimeia. Essa reconquista teria impacto político devastador sobre Putin: como justificar a morte de dezenas de milhares de russos?

O emprego de uma ou mais armas nucleares táticas não mudaria o quadro. Os ucranianos, motivados e equipados, continuariam avançando. E o cruzamento dessa linha vermelha causaria envolvimento mais direto da Otan.

Restaria a Putin tentar mascarar a derrota como vitória, recrudescer o controle sobre a internet e calar os ultranacionalistas, que têm denunciado a incompetência das Forças Armadas russas.

A probabilidade de golpe continua baixa. Os russos com ambições políticas estão exilados, presos ou mortos. A Rússia não tem histórico de golpes militares. Mas as tensões internas crescem rapidamente.

Depois de se queixar do sacrifício de seus homens e do alto custo das derrotas na Ucrânia, o líder checheno Ramzan Kadyrov foi condecorado general por Putin na tentativa de apaziguá-lo. Yevgeni Prigozhin, amigo de Putin e dono do grupo mercenário Wagner, também tem criticado acidamente as Forças Armadas.

Segundo a página gulagu.net no Telegram, um mercenário atirou contra um tenente-coronel em Donetsk, e não foi o primeiro incidente. A ascensão dessas milícias, a desmoralização das Forças Armadas e a revolta da população com as mortes e a mobilização poderiam conduzir a uma guerra civil. Para se concentrar em salvar a própria pele, Putin pode ter de se desengajar da Ucrânia.

Líder russo Vladimir Putin celebra anexação de quatro regiões da Ucrânia Foto: Grigory Sysoyev, Sputnik, Government Pool Photo via AP

Ao longo desses sete meses de guerra, uma pergunta me tem sido feita constantemente: como ela vai terminar? A resposta sempre residiu na situação política de Vladimir Putin. Pois sempre sustentei que essa não é uma guerra movida por fatores geopolíticos, mas pela intenção de Putin de se perpetuar no poder.

Nas últimas semanas, os ucranianos recuperaram milhares de quilômetros quadrados no nordeste e centenas no sul. Desde a fantasiosa anexação das províncias de Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzia, no dia 30, os russos perderam território nas quatro, deixando para trás soldados mortos e equipamentos.

Estima-se que 60 mil militares russos tenham sido mortos desde fevereiro, entre eles integrantes das forças especiais e oficiais de alta patente. A mobilização decretada no dia 21 apenas agravará o problema. Os recrutas estão sendo enviados sem treinamento, equipamento e comando adequados.

Tragicamente, eles desempenharão o papel de carne de canhão – uma contenção temporária aos avanços ucranianos, enquanto Putin imagina os próximos passos, com o auxílio do inverno, que também pode frear a contraofensiva.

Soldados ucranianos capturam tanque russo na província de Kherson, no sul do país  Foto: Heidi Levine /The Washington Post

A dinâmica no terreno tornou realista o objetivo ucraniano de recuperar todo o território perdido, desde a primeira invasão, em 2014. Isso inclui a Crimeia. Essa reconquista teria impacto político devastador sobre Putin: como justificar a morte de dezenas de milhares de russos?

O emprego de uma ou mais armas nucleares táticas não mudaria o quadro. Os ucranianos, motivados e equipados, continuariam avançando. E o cruzamento dessa linha vermelha causaria envolvimento mais direto da Otan.

Restaria a Putin tentar mascarar a derrota como vitória, recrudescer o controle sobre a internet e calar os ultranacionalistas, que têm denunciado a incompetência das Forças Armadas russas.

A probabilidade de golpe continua baixa. Os russos com ambições políticas estão exilados, presos ou mortos. A Rússia não tem histórico de golpes militares. Mas as tensões internas crescem rapidamente.

Depois de se queixar do sacrifício de seus homens e do alto custo das derrotas na Ucrânia, o líder checheno Ramzan Kadyrov foi condecorado general por Putin na tentativa de apaziguá-lo. Yevgeni Prigozhin, amigo de Putin e dono do grupo mercenário Wagner, também tem criticado acidamente as Forças Armadas.

Segundo a página gulagu.net no Telegram, um mercenário atirou contra um tenente-coronel em Donetsk, e não foi o primeiro incidente. A ascensão dessas milícias, a desmoralização das Forças Armadas e a revolta da população com as mortes e a mobilização poderiam conduzir a uma guerra civil. Para se concentrar em salvar a própria pele, Putin pode ter de se desengajar da Ucrânia.

Líder russo Vladimir Putin celebra anexação de quatro regiões da Ucrânia Foto: Grigory Sysoyev, Sputnik, Government Pool Photo via AP
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