É colunista do 'Estadão' e analista de assuntos internacionais. Escreve uma vez por semana.

Opinião|Guerra na Europa embaralha alinhamentos; leia coluna de Lourival Sant’Anna


As monarquias árabes do Golfo, assim como a China, estão no campo ideológico da Rússia

Por Lourival Sant'Anna

As sanções econômicas impostas por EUA, União Europeia, Reino Unido, Canadá, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Austrália e Nova Zelândia contra a Rússia entram agora numa segunda fase: fechar as brechas abertas pelos países que não aderiram, principalmente a China, mas também Brasil, Índia e outras economias importantes.

Uma segunda frente é obter a cooperação de Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e outros integrantes da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) no sentido de aumentar sua produção para reduzir o preço do barril e facilitar o embargo à Rússia.

O presidente Joe Biden disse na quinta-feira que, na reunião virtual com Xi Jinping, no dia 18, o lembrou de conversas anteriores nas quais o presidente chinês havia reconhecido que os objetivos da China estavam associados às relações econômicas com o Ocidente. Biden afirmou ter observado a Xi que ele não atingiria esses objetivos se trocasse os EUA e a Europa pela Rússia.

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Joe Biden e Xi Jinping tiveram uma reunião virtual no dia 18 de março Foto: The White House/Reuters - 18/3/2022

Essas observações revelam que o presidente americano tem em mente aplicar sanções contra a China se ela apoiar a Rússia materialmente. No primeiro sinal de impacto na China das sanções, o grupo chinês Sinopec, maior refinador de petróleo da Ásia, suspendeu negociações de investimentos nos setores petroquímico e de gás natural na Rússia. Há uma fuga de capitais estrangeiros da China, e uma das causas parece ser a insegurança decorrente da parceria do país com a Rússia.

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Antes de invadir a Ucrânia, a Rússia exportava 5 milhões de barris de petróleo por dia. Somados, Arábia Saudita e Emirados têm mais de 3 milhões de barris diários de capacidade ociosa. Os outros 11 países-membros do grupo, sobretudo Irã e Venezuela, que estão sob embargo, poderiam suprir o restante. Mas sauditas e árabes não aceitaram o pedido de americanos e britânicos, alegando que a invasão da Ucrânia ainda não afetou o fornecimento de petróleo. Ou seja, não estão interessados em ajudar no isolamento da Rússia.

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Campo ideológico

As monarquias do Golfo, assim como a China, estão no campo ideológico da Rússia, o das autocracias, não das democracias liberais. Uma semana após assumir a presidência, em janeiro do ano passado, Biden suspendeu as vendas de armas para Arábia Saudita e Emirados, que haviam sido assinadas com grande festa pelo seu antecessor, Donald Trump.

As armas são empregadas pelos dois países no Iêmen contra a milícia houthi, apoiada pelo Irã, na maior tragédia humanitária antes da invasão da Ucrânia. Além disso, Biden retomou o acordo nuclear com o Irã, maior inimigo das duas monarquias árabes. Quando anunciou que sua política externa seria pautada pela defesa da democracia contra a ameaça da autocracia, Biden não imaginou que uma guerra na Europa embaralharia tantos alinhamentos.

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*É COLUNISTA DO ESTADÃO E ANALISTA DE ASSUNTOS INTERNACIONAIS

As sanções econômicas impostas por EUA, União Europeia, Reino Unido, Canadá, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Austrália e Nova Zelândia contra a Rússia entram agora numa segunda fase: fechar as brechas abertas pelos países que não aderiram, principalmente a China, mas também Brasil, Índia e outras economias importantes.

Uma segunda frente é obter a cooperação de Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e outros integrantes da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) no sentido de aumentar sua produção para reduzir o preço do barril e facilitar o embargo à Rússia.

O presidente Joe Biden disse na quinta-feira que, na reunião virtual com Xi Jinping, no dia 18, o lembrou de conversas anteriores nas quais o presidente chinês havia reconhecido que os objetivos da China estavam associados às relações econômicas com o Ocidente. Biden afirmou ter observado a Xi que ele não atingiria esses objetivos se trocasse os EUA e a Europa pela Rússia.

Joe Biden e Xi Jinping tiveram uma reunião virtual no dia 18 de março Foto: The White House/Reuters - 18/3/2022

Essas observações revelam que o presidente americano tem em mente aplicar sanções contra a China se ela apoiar a Rússia materialmente. No primeiro sinal de impacto na China das sanções, o grupo chinês Sinopec, maior refinador de petróleo da Ásia, suspendeu negociações de investimentos nos setores petroquímico e de gás natural na Rússia. Há uma fuga de capitais estrangeiros da China, e uma das causas parece ser a insegurança decorrente da parceria do país com a Rússia.

Antes de invadir a Ucrânia, a Rússia exportava 5 milhões de barris de petróleo por dia. Somados, Arábia Saudita e Emirados têm mais de 3 milhões de barris diários de capacidade ociosa. Os outros 11 países-membros do grupo, sobretudo Irã e Venezuela, que estão sob embargo, poderiam suprir o restante. Mas sauditas e árabes não aceitaram o pedido de americanos e britânicos, alegando que a invasão da Ucrânia ainda não afetou o fornecimento de petróleo. Ou seja, não estão interessados em ajudar no isolamento da Rússia.

Campo ideológico

As monarquias do Golfo, assim como a China, estão no campo ideológico da Rússia, o das autocracias, não das democracias liberais. Uma semana após assumir a presidência, em janeiro do ano passado, Biden suspendeu as vendas de armas para Arábia Saudita e Emirados, que haviam sido assinadas com grande festa pelo seu antecessor, Donald Trump.

As armas são empregadas pelos dois países no Iêmen contra a milícia houthi, apoiada pelo Irã, na maior tragédia humanitária antes da invasão da Ucrânia. Além disso, Biden retomou o acordo nuclear com o Irã, maior inimigo das duas monarquias árabes. Quando anunciou que sua política externa seria pautada pela defesa da democracia contra a ameaça da autocracia, Biden não imaginou que uma guerra na Europa embaralharia tantos alinhamentos.

*É COLUNISTA DO ESTADÃO E ANALISTA DE ASSUNTOS INTERNACIONAIS

As sanções econômicas impostas por EUA, União Europeia, Reino Unido, Canadá, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Austrália e Nova Zelândia contra a Rússia entram agora numa segunda fase: fechar as brechas abertas pelos países que não aderiram, principalmente a China, mas também Brasil, Índia e outras economias importantes.

Uma segunda frente é obter a cooperação de Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e outros integrantes da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) no sentido de aumentar sua produção para reduzir o preço do barril e facilitar o embargo à Rússia.

O presidente Joe Biden disse na quinta-feira que, na reunião virtual com Xi Jinping, no dia 18, o lembrou de conversas anteriores nas quais o presidente chinês havia reconhecido que os objetivos da China estavam associados às relações econômicas com o Ocidente. Biden afirmou ter observado a Xi que ele não atingiria esses objetivos se trocasse os EUA e a Europa pela Rússia.

Joe Biden e Xi Jinping tiveram uma reunião virtual no dia 18 de março Foto: The White House/Reuters - 18/3/2022

Essas observações revelam que o presidente americano tem em mente aplicar sanções contra a China se ela apoiar a Rússia materialmente. No primeiro sinal de impacto na China das sanções, o grupo chinês Sinopec, maior refinador de petróleo da Ásia, suspendeu negociações de investimentos nos setores petroquímico e de gás natural na Rússia. Há uma fuga de capitais estrangeiros da China, e uma das causas parece ser a insegurança decorrente da parceria do país com a Rússia.

Antes de invadir a Ucrânia, a Rússia exportava 5 milhões de barris de petróleo por dia. Somados, Arábia Saudita e Emirados têm mais de 3 milhões de barris diários de capacidade ociosa. Os outros 11 países-membros do grupo, sobretudo Irã e Venezuela, que estão sob embargo, poderiam suprir o restante. Mas sauditas e árabes não aceitaram o pedido de americanos e britânicos, alegando que a invasão da Ucrânia ainda não afetou o fornecimento de petróleo. Ou seja, não estão interessados em ajudar no isolamento da Rússia.

Campo ideológico

As monarquias do Golfo, assim como a China, estão no campo ideológico da Rússia, o das autocracias, não das democracias liberais. Uma semana após assumir a presidência, em janeiro do ano passado, Biden suspendeu as vendas de armas para Arábia Saudita e Emirados, que haviam sido assinadas com grande festa pelo seu antecessor, Donald Trump.

As armas são empregadas pelos dois países no Iêmen contra a milícia houthi, apoiada pelo Irã, na maior tragédia humanitária antes da invasão da Ucrânia. Além disso, Biden retomou o acordo nuclear com o Irã, maior inimigo das duas monarquias árabes. Quando anunciou que sua política externa seria pautada pela defesa da democracia contra a ameaça da autocracia, Biden não imaginou que uma guerra na Europa embaralharia tantos alinhamentos.

*É COLUNISTA DO ESTADÃO E ANALISTA DE ASSUNTOS INTERNACIONAIS

As sanções econômicas impostas por EUA, União Europeia, Reino Unido, Canadá, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Austrália e Nova Zelândia contra a Rússia entram agora numa segunda fase: fechar as brechas abertas pelos países que não aderiram, principalmente a China, mas também Brasil, Índia e outras economias importantes.

Uma segunda frente é obter a cooperação de Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e outros integrantes da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) no sentido de aumentar sua produção para reduzir o preço do barril e facilitar o embargo à Rússia.

O presidente Joe Biden disse na quinta-feira que, na reunião virtual com Xi Jinping, no dia 18, o lembrou de conversas anteriores nas quais o presidente chinês havia reconhecido que os objetivos da China estavam associados às relações econômicas com o Ocidente. Biden afirmou ter observado a Xi que ele não atingiria esses objetivos se trocasse os EUA e a Europa pela Rússia.

Joe Biden e Xi Jinping tiveram uma reunião virtual no dia 18 de março Foto: The White House/Reuters - 18/3/2022

Essas observações revelam que o presidente americano tem em mente aplicar sanções contra a China se ela apoiar a Rússia materialmente. No primeiro sinal de impacto na China das sanções, o grupo chinês Sinopec, maior refinador de petróleo da Ásia, suspendeu negociações de investimentos nos setores petroquímico e de gás natural na Rússia. Há uma fuga de capitais estrangeiros da China, e uma das causas parece ser a insegurança decorrente da parceria do país com a Rússia.

Antes de invadir a Ucrânia, a Rússia exportava 5 milhões de barris de petróleo por dia. Somados, Arábia Saudita e Emirados têm mais de 3 milhões de barris diários de capacidade ociosa. Os outros 11 países-membros do grupo, sobretudo Irã e Venezuela, que estão sob embargo, poderiam suprir o restante. Mas sauditas e árabes não aceitaram o pedido de americanos e britânicos, alegando que a invasão da Ucrânia ainda não afetou o fornecimento de petróleo. Ou seja, não estão interessados em ajudar no isolamento da Rússia.

Campo ideológico

As monarquias do Golfo, assim como a China, estão no campo ideológico da Rússia, o das autocracias, não das democracias liberais. Uma semana após assumir a presidência, em janeiro do ano passado, Biden suspendeu as vendas de armas para Arábia Saudita e Emirados, que haviam sido assinadas com grande festa pelo seu antecessor, Donald Trump.

As armas são empregadas pelos dois países no Iêmen contra a milícia houthi, apoiada pelo Irã, na maior tragédia humanitária antes da invasão da Ucrânia. Além disso, Biden retomou o acordo nuclear com o Irã, maior inimigo das duas monarquias árabes. Quando anunciou que sua política externa seria pautada pela defesa da democracia contra a ameaça da autocracia, Biden não imaginou que uma guerra na Europa embaralharia tantos alinhamentos.

*É COLUNISTA DO ESTADÃO E ANALISTA DE ASSUNTOS INTERNACIONAIS

As sanções econômicas impostas por EUA, União Europeia, Reino Unido, Canadá, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Austrália e Nova Zelândia contra a Rússia entram agora numa segunda fase: fechar as brechas abertas pelos países que não aderiram, principalmente a China, mas também Brasil, Índia e outras economias importantes.

Uma segunda frente é obter a cooperação de Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e outros integrantes da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) no sentido de aumentar sua produção para reduzir o preço do barril e facilitar o embargo à Rússia.

O presidente Joe Biden disse na quinta-feira que, na reunião virtual com Xi Jinping, no dia 18, o lembrou de conversas anteriores nas quais o presidente chinês havia reconhecido que os objetivos da China estavam associados às relações econômicas com o Ocidente. Biden afirmou ter observado a Xi que ele não atingiria esses objetivos se trocasse os EUA e a Europa pela Rússia.

Joe Biden e Xi Jinping tiveram uma reunião virtual no dia 18 de março Foto: The White House/Reuters - 18/3/2022

Essas observações revelam que o presidente americano tem em mente aplicar sanções contra a China se ela apoiar a Rússia materialmente. No primeiro sinal de impacto na China das sanções, o grupo chinês Sinopec, maior refinador de petróleo da Ásia, suspendeu negociações de investimentos nos setores petroquímico e de gás natural na Rússia. Há uma fuga de capitais estrangeiros da China, e uma das causas parece ser a insegurança decorrente da parceria do país com a Rússia.

Antes de invadir a Ucrânia, a Rússia exportava 5 milhões de barris de petróleo por dia. Somados, Arábia Saudita e Emirados têm mais de 3 milhões de barris diários de capacidade ociosa. Os outros 11 países-membros do grupo, sobretudo Irã e Venezuela, que estão sob embargo, poderiam suprir o restante. Mas sauditas e árabes não aceitaram o pedido de americanos e britânicos, alegando que a invasão da Ucrânia ainda não afetou o fornecimento de petróleo. Ou seja, não estão interessados em ajudar no isolamento da Rússia.

Campo ideológico

As monarquias do Golfo, assim como a China, estão no campo ideológico da Rússia, o das autocracias, não das democracias liberais. Uma semana após assumir a presidência, em janeiro do ano passado, Biden suspendeu as vendas de armas para Arábia Saudita e Emirados, que haviam sido assinadas com grande festa pelo seu antecessor, Donald Trump.

As armas são empregadas pelos dois países no Iêmen contra a milícia houthi, apoiada pelo Irã, na maior tragédia humanitária antes da invasão da Ucrânia. Além disso, Biden retomou o acordo nuclear com o Irã, maior inimigo das duas monarquias árabes. Quando anunciou que sua política externa seria pautada pela defesa da democracia contra a ameaça da autocracia, Biden não imaginou que uma guerra na Europa embaralharia tantos alinhamentos.

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