É colunista do 'Estadão' e analista de assuntos internacionais. Escreve uma vez por semana.

Opinião|Lula na China fez declarações e compromissos que ferem interesses nacionais; leia a coluna


Alguns acordos podem trazer benefícios comerciais, mas não justificam a visita de Estado nem compensam as concessões feitas pelo Brasil

Por Lourival Sant'Anna

O presidente Lula fez declarações e compromissos na China que ferem interesses e valores nacionais. Alguns acordos podem trazer benefícios comerciais, mas não justificam a visita de Estado nem compensam as concessões feitas pelo Brasil.

Há uma boa notícia: Lula resistiu às pressões de Xi Jinping para aderir à Nova Rota da Seda, eivada de denúncias de corrupção e empréstimos draconianos. O comunicado final diz que os dois presidentes “manifestaram interesse em examinar sinergias” em investimentos, incluindo a “Iniciativa do Cinturão e da Rota”.

Criado pelo ditador chinês em seu primeiro ano no poder, em 2013, o plano investiu cerca de US$ 1 trilhão em 147 países, segundo levantamento do Council on Foreign Relations. O programa é tão opaco que não há informações oficiais precisas sobre ele.

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A estratégia é vertebrar o mundo com infraestrutura que facilite o escoamento de alimentos, minérios e energia para a China, cobrando juros altos que, se não forem pagos, resultam na absorção do ativo pelo governo chinês. Para as autocracias da África e da Ásia, os contratos têm as vantagens de não incluir governança contábil nem ambiental.

Presidente da China, Xi Jinping (E) recebe no Grande Palácio do Povo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (d) Foto: Ricardo Stuckert/PR

Comércio e investimentos entre Brasil e China andam sozinhos. No governo de Jair Bolsonaro, que tinha relação ruim com a China e atravessou a pandemia, o comércio bilateral cresceu 52% e os investimentos chineses, 79%. O Brasil já é o maior destino de investimentos da China, com 13,6%. Intensificar essas relações é correr o risco de ir da interdependência para a dependência assimétrica.

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Em seu discurso na posse de Dilma Rousseff na presidência do Novo Banco de Desenvolvimento (o “Banco dos Brics”), Lula disse que “todas as noites” se pergunta por que as transações entre os países têm de passar pelo dólar. O comunicado final cita que os dois concordaram em “fortalecer o comércio em moedas locais”.

O Banco Central chinês não é independente, e o governo pode desvalorizar a moeda quando quiser, como já fez várias vezes, para baratear as exportações ou as dívidas públicas. O valor dessa parte das reservas brasileiras ficará sujeito às canetadas de Xi.

Lula visitou a fabricante de equipamentos de telefonia Huawei, que perdeu 69% de lucro líquido no ano passado porque foi excluída de contratos em países como EUA, Canadá, Reino Unido, Itália, Austrália e Nova Zelândia, e a Alemanha estuda fazer o mesmo. Mesmo que ignore as advertências desses países sobre os riscos de segurança no uso de seus equipamentos, o Brasil pode ser prejudicado pela ruptura da cadeia de fornecedores da empresa, causada pelas sanções americanas.

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Nos temas da invasão da Ucrânia pela Rússia e hostilidades da China contra Taiwan, Lula abraçou as posições chinesas, que na prática violam a soberania dos países.

O presidente Lula fez declarações e compromissos na China que ferem interesses e valores nacionais. Alguns acordos podem trazer benefícios comerciais, mas não justificam a visita de Estado nem compensam as concessões feitas pelo Brasil.

Há uma boa notícia: Lula resistiu às pressões de Xi Jinping para aderir à Nova Rota da Seda, eivada de denúncias de corrupção e empréstimos draconianos. O comunicado final diz que os dois presidentes “manifestaram interesse em examinar sinergias” em investimentos, incluindo a “Iniciativa do Cinturão e da Rota”.

Criado pelo ditador chinês em seu primeiro ano no poder, em 2013, o plano investiu cerca de US$ 1 trilhão em 147 países, segundo levantamento do Council on Foreign Relations. O programa é tão opaco que não há informações oficiais precisas sobre ele.

A estratégia é vertebrar o mundo com infraestrutura que facilite o escoamento de alimentos, minérios e energia para a China, cobrando juros altos que, se não forem pagos, resultam na absorção do ativo pelo governo chinês. Para as autocracias da África e da Ásia, os contratos têm as vantagens de não incluir governança contábil nem ambiental.

Presidente da China, Xi Jinping (E) recebe no Grande Palácio do Povo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (d) Foto: Ricardo Stuckert/PR

Comércio e investimentos entre Brasil e China andam sozinhos. No governo de Jair Bolsonaro, que tinha relação ruim com a China e atravessou a pandemia, o comércio bilateral cresceu 52% e os investimentos chineses, 79%. O Brasil já é o maior destino de investimentos da China, com 13,6%. Intensificar essas relações é correr o risco de ir da interdependência para a dependência assimétrica.

Em seu discurso na posse de Dilma Rousseff na presidência do Novo Banco de Desenvolvimento (o “Banco dos Brics”), Lula disse que “todas as noites” se pergunta por que as transações entre os países têm de passar pelo dólar. O comunicado final cita que os dois concordaram em “fortalecer o comércio em moedas locais”.

O Banco Central chinês não é independente, e o governo pode desvalorizar a moeda quando quiser, como já fez várias vezes, para baratear as exportações ou as dívidas públicas. O valor dessa parte das reservas brasileiras ficará sujeito às canetadas de Xi.

Lula visitou a fabricante de equipamentos de telefonia Huawei, que perdeu 69% de lucro líquido no ano passado porque foi excluída de contratos em países como EUA, Canadá, Reino Unido, Itália, Austrália e Nova Zelândia, e a Alemanha estuda fazer o mesmo. Mesmo que ignore as advertências desses países sobre os riscos de segurança no uso de seus equipamentos, o Brasil pode ser prejudicado pela ruptura da cadeia de fornecedores da empresa, causada pelas sanções americanas.

Nos temas da invasão da Ucrânia pela Rússia e hostilidades da China contra Taiwan, Lula abraçou as posições chinesas, que na prática violam a soberania dos países.

O presidente Lula fez declarações e compromissos na China que ferem interesses e valores nacionais. Alguns acordos podem trazer benefícios comerciais, mas não justificam a visita de Estado nem compensam as concessões feitas pelo Brasil.

Há uma boa notícia: Lula resistiu às pressões de Xi Jinping para aderir à Nova Rota da Seda, eivada de denúncias de corrupção e empréstimos draconianos. O comunicado final diz que os dois presidentes “manifestaram interesse em examinar sinergias” em investimentos, incluindo a “Iniciativa do Cinturão e da Rota”.

Criado pelo ditador chinês em seu primeiro ano no poder, em 2013, o plano investiu cerca de US$ 1 trilhão em 147 países, segundo levantamento do Council on Foreign Relations. O programa é tão opaco que não há informações oficiais precisas sobre ele.

A estratégia é vertebrar o mundo com infraestrutura que facilite o escoamento de alimentos, minérios e energia para a China, cobrando juros altos que, se não forem pagos, resultam na absorção do ativo pelo governo chinês. Para as autocracias da África e da Ásia, os contratos têm as vantagens de não incluir governança contábil nem ambiental.

Presidente da China, Xi Jinping (E) recebe no Grande Palácio do Povo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (d) Foto: Ricardo Stuckert/PR

Comércio e investimentos entre Brasil e China andam sozinhos. No governo de Jair Bolsonaro, que tinha relação ruim com a China e atravessou a pandemia, o comércio bilateral cresceu 52% e os investimentos chineses, 79%. O Brasil já é o maior destino de investimentos da China, com 13,6%. Intensificar essas relações é correr o risco de ir da interdependência para a dependência assimétrica.

Em seu discurso na posse de Dilma Rousseff na presidência do Novo Banco de Desenvolvimento (o “Banco dos Brics”), Lula disse que “todas as noites” se pergunta por que as transações entre os países têm de passar pelo dólar. O comunicado final cita que os dois concordaram em “fortalecer o comércio em moedas locais”.

O Banco Central chinês não é independente, e o governo pode desvalorizar a moeda quando quiser, como já fez várias vezes, para baratear as exportações ou as dívidas públicas. O valor dessa parte das reservas brasileiras ficará sujeito às canetadas de Xi.

Lula visitou a fabricante de equipamentos de telefonia Huawei, que perdeu 69% de lucro líquido no ano passado porque foi excluída de contratos em países como EUA, Canadá, Reino Unido, Itália, Austrália e Nova Zelândia, e a Alemanha estuda fazer o mesmo. Mesmo que ignore as advertências desses países sobre os riscos de segurança no uso de seus equipamentos, o Brasil pode ser prejudicado pela ruptura da cadeia de fornecedores da empresa, causada pelas sanções americanas.

Nos temas da invasão da Ucrânia pela Rússia e hostilidades da China contra Taiwan, Lula abraçou as posições chinesas, que na prática violam a soberania dos países.

O presidente Lula fez declarações e compromissos na China que ferem interesses e valores nacionais. Alguns acordos podem trazer benefícios comerciais, mas não justificam a visita de Estado nem compensam as concessões feitas pelo Brasil.

Há uma boa notícia: Lula resistiu às pressões de Xi Jinping para aderir à Nova Rota da Seda, eivada de denúncias de corrupção e empréstimos draconianos. O comunicado final diz que os dois presidentes “manifestaram interesse em examinar sinergias” em investimentos, incluindo a “Iniciativa do Cinturão e da Rota”.

Criado pelo ditador chinês em seu primeiro ano no poder, em 2013, o plano investiu cerca de US$ 1 trilhão em 147 países, segundo levantamento do Council on Foreign Relations. O programa é tão opaco que não há informações oficiais precisas sobre ele.

A estratégia é vertebrar o mundo com infraestrutura que facilite o escoamento de alimentos, minérios e energia para a China, cobrando juros altos que, se não forem pagos, resultam na absorção do ativo pelo governo chinês. Para as autocracias da África e da Ásia, os contratos têm as vantagens de não incluir governança contábil nem ambiental.

Presidente da China, Xi Jinping (E) recebe no Grande Palácio do Povo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (d) Foto: Ricardo Stuckert/PR

Comércio e investimentos entre Brasil e China andam sozinhos. No governo de Jair Bolsonaro, que tinha relação ruim com a China e atravessou a pandemia, o comércio bilateral cresceu 52% e os investimentos chineses, 79%. O Brasil já é o maior destino de investimentos da China, com 13,6%. Intensificar essas relações é correr o risco de ir da interdependência para a dependência assimétrica.

Em seu discurso na posse de Dilma Rousseff na presidência do Novo Banco de Desenvolvimento (o “Banco dos Brics”), Lula disse que “todas as noites” se pergunta por que as transações entre os países têm de passar pelo dólar. O comunicado final cita que os dois concordaram em “fortalecer o comércio em moedas locais”.

O Banco Central chinês não é independente, e o governo pode desvalorizar a moeda quando quiser, como já fez várias vezes, para baratear as exportações ou as dívidas públicas. O valor dessa parte das reservas brasileiras ficará sujeito às canetadas de Xi.

Lula visitou a fabricante de equipamentos de telefonia Huawei, que perdeu 69% de lucro líquido no ano passado porque foi excluída de contratos em países como EUA, Canadá, Reino Unido, Itália, Austrália e Nova Zelândia, e a Alemanha estuda fazer o mesmo. Mesmo que ignore as advertências desses países sobre os riscos de segurança no uso de seus equipamentos, o Brasil pode ser prejudicado pela ruptura da cadeia de fornecedores da empresa, causada pelas sanções americanas.

Nos temas da invasão da Ucrânia pela Rússia e hostilidades da China contra Taiwan, Lula abraçou as posições chinesas, que na prática violam a soberania dos países.

O presidente Lula fez declarações e compromissos na China que ferem interesses e valores nacionais. Alguns acordos podem trazer benefícios comerciais, mas não justificam a visita de Estado nem compensam as concessões feitas pelo Brasil.

Há uma boa notícia: Lula resistiu às pressões de Xi Jinping para aderir à Nova Rota da Seda, eivada de denúncias de corrupção e empréstimos draconianos. O comunicado final diz que os dois presidentes “manifestaram interesse em examinar sinergias” em investimentos, incluindo a “Iniciativa do Cinturão e da Rota”.

Criado pelo ditador chinês em seu primeiro ano no poder, em 2013, o plano investiu cerca de US$ 1 trilhão em 147 países, segundo levantamento do Council on Foreign Relations. O programa é tão opaco que não há informações oficiais precisas sobre ele.

A estratégia é vertebrar o mundo com infraestrutura que facilite o escoamento de alimentos, minérios e energia para a China, cobrando juros altos que, se não forem pagos, resultam na absorção do ativo pelo governo chinês. Para as autocracias da África e da Ásia, os contratos têm as vantagens de não incluir governança contábil nem ambiental.

Presidente da China, Xi Jinping (E) recebe no Grande Palácio do Povo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (d) Foto: Ricardo Stuckert/PR

Comércio e investimentos entre Brasil e China andam sozinhos. No governo de Jair Bolsonaro, que tinha relação ruim com a China e atravessou a pandemia, o comércio bilateral cresceu 52% e os investimentos chineses, 79%. O Brasil já é o maior destino de investimentos da China, com 13,6%. Intensificar essas relações é correr o risco de ir da interdependência para a dependência assimétrica.

Em seu discurso na posse de Dilma Rousseff na presidência do Novo Banco de Desenvolvimento (o “Banco dos Brics”), Lula disse que “todas as noites” se pergunta por que as transações entre os países têm de passar pelo dólar. O comunicado final cita que os dois concordaram em “fortalecer o comércio em moedas locais”.

O Banco Central chinês não é independente, e o governo pode desvalorizar a moeda quando quiser, como já fez várias vezes, para baratear as exportações ou as dívidas públicas. O valor dessa parte das reservas brasileiras ficará sujeito às canetadas de Xi.

Lula visitou a fabricante de equipamentos de telefonia Huawei, que perdeu 69% de lucro líquido no ano passado porque foi excluída de contratos em países como EUA, Canadá, Reino Unido, Itália, Austrália e Nova Zelândia, e a Alemanha estuda fazer o mesmo. Mesmo que ignore as advertências desses países sobre os riscos de segurança no uso de seus equipamentos, o Brasil pode ser prejudicado pela ruptura da cadeia de fornecedores da empresa, causada pelas sanções americanas.

Nos temas da invasão da Ucrânia pela Rússia e hostilidades da China contra Taiwan, Lula abraçou as posições chinesas, que na prática violam a soberania dos países.

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