Lula associa ataques à democracia com perda de direitos trabalhistas em cúpula da OIT


Presidente diz que resultado de eleições europeias representam perigo e forças democráticas e progressistas devem recuperar capacidade de contestação

Por Felipe Frazão
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira, dia 13, que espera tratar de riscos à democracia e do avanço da extrema-direita, durante sua passagem pela Europa, e associou o avanço de representantes desse espectro político à perda de direitos de trabalhadores. Ao discursar na Organização Internacional do Trabalho (OIT), Lula afirmou que “aventureiros espalham mentira e ódio” e que setores populares progressistas devem recuperar a “bandeira anti-hegemônica” e a capacidade de contestação da extrema direita.

No fim de semana passado, partidos e representantes da extrema direita ampliaram sua força no Parlamento Europeu, que elegeu 720 novos eurodeputados. O resultado levou a mudanças no jogo de forças do continente e dentro de países - o presidente da França, Emmanuel Macron, convocou eleições antecipadas.

Lula da Silva discursou na sessão de encerramento do Fórum Inaugural da Coalizão Global para a Justiça Social, da Conferência Internacional do Trabalho Foto: Ricardo Stuckert / PR
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“Temos um problema de risco da democracia tal como a conhecemos, porque os negacionistas negam as instituições, negam o que é o Parlamento, a Suprema Corte... São pessoas que vivem na base da construção de mentiras”, afirmou Lula a jornalistas, em Genebra, na Suíça. “Acho que é um perigo, mas é um alerta também. As pessoas que têm respeito pela democracia têm que brigar para que a democracia prevaleça na Europa, na América Latina, na Ásia, em todo lugar.”

O petista manifestou preocupação com o resultado de eleições ao redor do mundo e expressou apoio a candidatos de esquerda. O presidente disse que os trabalhistas precisam voltar ao poder no Reino Unido e que torce pela vitória de Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista, nas eleições de julho.

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Direitos trabalhistas

Durante o discurso oficial na OIT, Lula vinculou a perda de direitos dos trabalhadores, por meio de reformas legislativas e decisões governamentais, aos políticos da direita e instou uma reação de forças políticas da esquerda.

“A democracia e a participação social são essenciais para a conquista de direitos trabalhistas. Os ataques à democracia historicamente implicaram a perda de direitos. Não é mera coincidência que meu país foi investigado por violar normas desta organização durante o governo de meu antecessor”, disse Lula, em referência ao período de governo de Jair Bolsonaro.

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“O extremismo político ataca e silencia minorias, negligencia os mais vulneráveis e vende muita ilusão. A negação da política deixa um vácuo a ser preenchido por aventureiros que espalham a mentira e o ódio. A contestação da ordem vigente não pode ser privilégio da extrema direita. A bandeira anti-hegemônica precisa ser recuperada pelos setores populares progressistas e democratas.”

Em outro aceno à esquerda, o presidente também afirmou que “recuperar o papel do Estado como planejador do desenvolvimento é uma tarefa urgente” e que “a mão invisível do mercado só agrava desigualdades”.

“O crescimento da produtividade não tem sido acompanhado pelo aumento dos salários, gerando insatisfação e muita polarização”, afirmou o presidente.

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Ao falar sobre seu governo, Lula disse que possui uma “política forte de geração de emprego e de reindustrialização do País, com responsabilidade fiscal”.

Ele citou a regulação do trabalho por aplicativos de transporte, a lei para igualdade de remuneração entre homens e mulheres e a elaboração de um “Plano Nacional de Cuidados” com “olhar especial para o mundo do trabalho doméstico”.

Segundo Lula, o plano vai levar em conta “desigualdades de classe, gênero, de raça, idade, deficiências e territórios”. O presidente também disse que igualdade salarial entre homens e mulheres permanece uma “utopia” em todo o mundo e que as mulheres são as mais vulneráveis e permanecem fora do mercado de trabalho por causa da divisão desigual de responsabilidades familiares.

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Investimentos no Sul Global

Lula criticou ainda a falta de investimentos estrangeiros em países de baixa e média renda, dependentes de remessas de seus trabalhadores que emigraram. “Temos uma arquitetura financeira disfuncional, que alimenta desigualdades. Os bancos de desenvolvimento investem muito pouco”.

Lula discursou no encerramento da 112ª Conferência da OIT e como co-presidente da Coalição Global para Justiça Social. Ele afirmou que a redução da taxa de desemprego em âmbito global não vem sendo acompanhada por aumento de renda dos trabalhadores, mas por situação de informalidade, precarização e persistência da pobreza.

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O presidente afirmou que o Brasil vai defender mudanças internas na OIT para acabar com assentos permanentes no Conselho exclusivos de países mais industrializados, a fim de equilibrar a representação para nações em desenvolvimento.

Lula manifestou repúdio às guerras entre Rússia e Ucrânia e na Faixa de Gaza - a qual chamou de “massacre”. Ele lembrou da morte de trabalhadores no front no Leste Europeu, no território palestino - inclusive agentes humanitários -, além de milhares de mulheres e crianças. Lula disse que a “irracionalidade” do conflito na Europa “reacende os temores de uma catástrofe nuclear”.

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira, dia 13, que espera tratar de riscos à democracia e do avanço da extrema-direita, durante sua passagem pela Europa, e associou o avanço de representantes desse espectro político à perda de direitos de trabalhadores. Ao discursar na Organização Internacional do Trabalho (OIT), Lula afirmou que “aventureiros espalham mentira e ódio” e que setores populares progressistas devem recuperar a “bandeira anti-hegemônica” e a capacidade de contestação da extrema direita.

No fim de semana passado, partidos e representantes da extrema direita ampliaram sua força no Parlamento Europeu, que elegeu 720 novos eurodeputados. O resultado levou a mudanças no jogo de forças do continente e dentro de países - o presidente da França, Emmanuel Macron, convocou eleições antecipadas.

Lula da Silva discursou na sessão de encerramento do Fórum Inaugural da Coalizão Global para a Justiça Social, da Conferência Internacional do Trabalho Foto: Ricardo Stuckert / PR

“Temos um problema de risco da democracia tal como a conhecemos, porque os negacionistas negam as instituições, negam o que é o Parlamento, a Suprema Corte... São pessoas que vivem na base da construção de mentiras”, afirmou Lula a jornalistas, em Genebra, na Suíça. “Acho que é um perigo, mas é um alerta também. As pessoas que têm respeito pela democracia têm que brigar para que a democracia prevaleça na Europa, na América Latina, na Ásia, em todo lugar.”

O petista manifestou preocupação com o resultado de eleições ao redor do mundo e expressou apoio a candidatos de esquerda. O presidente disse que os trabalhistas precisam voltar ao poder no Reino Unido e que torce pela vitória de Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista, nas eleições de julho.

Direitos trabalhistas

Durante o discurso oficial na OIT, Lula vinculou a perda de direitos dos trabalhadores, por meio de reformas legislativas e decisões governamentais, aos políticos da direita e instou uma reação de forças políticas da esquerda.

“A democracia e a participação social são essenciais para a conquista de direitos trabalhistas. Os ataques à democracia historicamente implicaram a perda de direitos. Não é mera coincidência que meu país foi investigado por violar normas desta organização durante o governo de meu antecessor”, disse Lula, em referência ao período de governo de Jair Bolsonaro.

“O extremismo político ataca e silencia minorias, negligencia os mais vulneráveis e vende muita ilusão. A negação da política deixa um vácuo a ser preenchido por aventureiros que espalham a mentira e o ódio. A contestação da ordem vigente não pode ser privilégio da extrema direita. A bandeira anti-hegemônica precisa ser recuperada pelos setores populares progressistas e democratas.”

Em outro aceno à esquerda, o presidente também afirmou que “recuperar o papel do Estado como planejador do desenvolvimento é uma tarefa urgente” e que “a mão invisível do mercado só agrava desigualdades”.

“O crescimento da produtividade não tem sido acompanhado pelo aumento dos salários, gerando insatisfação e muita polarização”, afirmou o presidente.

Ao falar sobre seu governo, Lula disse que possui uma “política forte de geração de emprego e de reindustrialização do País, com responsabilidade fiscal”.

Ele citou a regulação do trabalho por aplicativos de transporte, a lei para igualdade de remuneração entre homens e mulheres e a elaboração de um “Plano Nacional de Cuidados” com “olhar especial para o mundo do trabalho doméstico”.

Segundo Lula, o plano vai levar em conta “desigualdades de classe, gênero, de raça, idade, deficiências e territórios”. O presidente também disse que igualdade salarial entre homens e mulheres permanece uma “utopia” em todo o mundo e que as mulheres são as mais vulneráveis e permanecem fora do mercado de trabalho por causa da divisão desigual de responsabilidades familiares.

Investimentos no Sul Global

Lula criticou ainda a falta de investimentos estrangeiros em países de baixa e média renda, dependentes de remessas de seus trabalhadores que emigraram. “Temos uma arquitetura financeira disfuncional, que alimenta desigualdades. Os bancos de desenvolvimento investem muito pouco”.

Lula discursou no encerramento da 112ª Conferência da OIT e como co-presidente da Coalição Global para Justiça Social. Ele afirmou que a redução da taxa de desemprego em âmbito global não vem sendo acompanhada por aumento de renda dos trabalhadores, mas por situação de informalidade, precarização e persistência da pobreza.

O presidente afirmou que o Brasil vai defender mudanças internas na OIT para acabar com assentos permanentes no Conselho exclusivos de países mais industrializados, a fim de equilibrar a representação para nações em desenvolvimento.

Lula manifestou repúdio às guerras entre Rússia e Ucrânia e na Faixa de Gaza - a qual chamou de “massacre”. Ele lembrou da morte de trabalhadores no front no Leste Europeu, no território palestino - inclusive agentes humanitários -, além de milhares de mulheres e crianças. Lula disse que a “irracionalidade” do conflito na Europa “reacende os temores de uma catástrofe nuclear”.

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira, dia 13, que espera tratar de riscos à democracia e do avanço da extrema-direita, durante sua passagem pela Europa, e associou o avanço de representantes desse espectro político à perda de direitos de trabalhadores. Ao discursar na Organização Internacional do Trabalho (OIT), Lula afirmou que “aventureiros espalham mentira e ódio” e que setores populares progressistas devem recuperar a “bandeira anti-hegemônica” e a capacidade de contestação da extrema direita.

No fim de semana passado, partidos e representantes da extrema direita ampliaram sua força no Parlamento Europeu, que elegeu 720 novos eurodeputados. O resultado levou a mudanças no jogo de forças do continente e dentro de países - o presidente da França, Emmanuel Macron, convocou eleições antecipadas.

Lula da Silva discursou na sessão de encerramento do Fórum Inaugural da Coalizão Global para a Justiça Social, da Conferência Internacional do Trabalho Foto: Ricardo Stuckert / PR

“Temos um problema de risco da democracia tal como a conhecemos, porque os negacionistas negam as instituições, negam o que é o Parlamento, a Suprema Corte... São pessoas que vivem na base da construção de mentiras”, afirmou Lula a jornalistas, em Genebra, na Suíça. “Acho que é um perigo, mas é um alerta também. As pessoas que têm respeito pela democracia têm que brigar para que a democracia prevaleça na Europa, na América Latina, na Ásia, em todo lugar.”

O petista manifestou preocupação com o resultado de eleições ao redor do mundo e expressou apoio a candidatos de esquerda. O presidente disse que os trabalhistas precisam voltar ao poder no Reino Unido e que torce pela vitória de Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista, nas eleições de julho.

Direitos trabalhistas

Durante o discurso oficial na OIT, Lula vinculou a perda de direitos dos trabalhadores, por meio de reformas legislativas e decisões governamentais, aos políticos da direita e instou uma reação de forças políticas da esquerda.

“A democracia e a participação social são essenciais para a conquista de direitos trabalhistas. Os ataques à democracia historicamente implicaram a perda de direitos. Não é mera coincidência que meu país foi investigado por violar normas desta organização durante o governo de meu antecessor”, disse Lula, em referência ao período de governo de Jair Bolsonaro.

“O extremismo político ataca e silencia minorias, negligencia os mais vulneráveis e vende muita ilusão. A negação da política deixa um vácuo a ser preenchido por aventureiros que espalham a mentira e o ódio. A contestação da ordem vigente não pode ser privilégio da extrema direita. A bandeira anti-hegemônica precisa ser recuperada pelos setores populares progressistas e democratas.”

Em outro aceno à esquerda, o presidente também afirmou que “recuperar o papel do Estado como planejador do desenvolvimento é uma tarefa urgente” e que “a mão invisível do mercado só agrava desigualdades”.

“O crescimento da produtividade não tem sido acompanhado pelo aumento dos salários, gerando insatisfação e muita polarização”, afirmou o presidente.

Ao falar sobre seu governo, Lula disse que possui uma “política forte de geração de emprego e de reindustrialização do País, com responsabilidade fiscal”.

Ele citou a regulação do trabalho por aplicativos de transporte, a lei para igualdade de remuneração entre homens e mulheres e a elaboração de um “Plano Nacional de Cuidados” com “olhar especial para o mundo do trabalho doméstico”.

Segundo Lula, o plano vai levar em conta “desigualdades de classe, gênero, de raça, idade, deficiências e territórios”. O presidente também disse que igualdade salarial entre homens e mulheres permanece uma “utopia” em todo o mundo e que as mulheres são as mais vulneráveis e permanecem fora do mercado de trabalho por causa da divisão desigual de responsabilidades familiares.

Investimentos no Sul Global

Lula criticou ainda a falta de investimentos estrangeiros em países de baixa e média renda, dependentes de remessas de seus trabalhadores que emigraram. “Temos uma arquitetura financeira disfuncional, que alimenta desigualdades. Os bancos de desenvolvimento investem muito pouco”.

Lula discursou no encerramento da 112ª Conferência da OIT e como co-presidente da Coalição Global para Justiça Social. Ele afirmou que a redução da taxa de desemprego em âmbito global não vem sendo acompanhada por aumento de renda dos trabalhadores, mas por situação de informalidade, precarização e persistência da pobreza.

O presidente afirmou que o Brasil vai defender mudanças internas na OIT para acabar com assentos permanentes no Conselho exclusivos de países mais industrializados, a fim de equilibrar a representação para nações em desenvolvimento.

Lula manifestou repúdio às guerras entre Rússia e Ucrânia e na Faixa de Gaza - a qual chamou de “massacre”. Ele lembrou da morte de trabalhadores no front no Leste Europeu, no território palestino - inclusive agentes humanitários -, além de milhares de mulheres e crianças. Lula disse que a “irracionalidade” do conflito na Europa “reacende os temores de uma catástrofe nuclear”.

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira, dia 13, que espera tratar de riscos à democracia e do avanço da extrema-direita, durante sua passagem pela Europa, e associou o avanço de representantes desse espectro político à perda de direitos de trabalhadores. Ao discursar na Organização Internacional do Trabalho (OIT), Lula afirmou que “aventureiros espalham mentira e ódio” e que setores populares progressistas devem recuperar a “bandeira anti-hegemônica” e a capacidade de contestação da extrema direita.

No fim de semana passado, partidos e representantes da extrema direita ampliaram sua força no Parlamento Europeu, que elegeu 720 novos eurodeputados. O resultado levou a mudanças no jogo de forças do continente e dentro de países - o presidente da França, Emmanuel Macron, convocou eleições antecipadas.

Lula da Silva discursou na sessão de encerramento do Fórum Inaugural da Coalizão Global para a Justiça Social, da Conferência Internacional do Trabalho Foto: Ricardo Stuckert / PR

“Temos um problema de risco da democracia tal como a conhecemos, porque os negacionistas negam as instituições, negam o que é o Parlamento, a Suprema Corte... São pessoas que vivem na base da construção de mentiras”, afirmou Lula a jornalistas, em Genebra, na Suíça. “Acho que é um perigo, mas é um alerta também. As pessoas que têm respeito pela democracia têm que brigar para que a democracia prevaleça na Europa, na América Latina, na Ásia, em todo lugar.”

O petista manifestou preocupação com o resultado de eleições ao redor do mundo e expressou apoio a candidatos de esquerda. O presidente disse que os trabalhistas precisam voltar ao poder no Reino Unido e que torce pela vitória de Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista, nas eleições de julho.

Direitos trabalhistas

Durante o discurso oficial na OIT, Lula vinculou a perda de direitos dos trabalhadores, por meio de reformas legislativas e decisões governamentais, aos políticos da direita e instou uma reação de forças políticas da esquerda.

“A democracia e a participação social são essenciais para a conquista de direitos trabalhistas. Os ataques à democracia historicamente implicaram a perda de direitos. Não é mera coincidência que meu país foi investigado por violar normas desta organização durante o governo de meu antecessor”, disse Lula, em referência ao período de governo de Jair Bolsonaro.

“O extremismo político ataca e silencia minorias, negligencia os mais vulneráveis e vende muita ilusão. A negação da política deixa um vácuo a ser preenchido por aventureiros que espalham a mentira e o ódio. A contestação da ordem vigente não pode ser privilégio da extrema direita. A bandeira anti-hegemônica precisa ser recuperada pelos setores populares progressistas e democratas.”

Em outro aceno à esquerda, o presidente também afirmou que “recuperar o papel do Estado como planejador do desenvolvimento é uma tarefa urgente” e que “a mão invisível do mercado só agrava desigualdades”.

“O crescimento da produtividade não tem sido acompanhado pelo aumento dos salários, gerando insatisfação e muita polarização”, afirmou o presidente.

Ao falar sobre seu governo, Lula disse que possui uma “política forte de geração de emprego e de reindustrialização do País, com responsabilidade fiscal”.

Ele citou a regulação do trabalho por aplicativos de transporte, a lei para igualdade de remuneração entre homens e mulheres e a elaboração de um “Plano Nacional de Cuidados” com “olhar especial para o mundo do trabalho doméstico”.

Segundo Lula, o plano vai levar em conta “desigualdades de classe, gênero, de raça, idade, deficiências e territórios”. O presidente também disse que igualdade salarial entre homens e mulheres permanece uma “utopia” em todo o mundo e que as mulheres são as mais vulneráveis e permanecem fora do mercado de trabalho por causa da divisão desigual de responsabilidades familiares.

Investimentos no Sul Global

Lula criticou ainda a falta de investimentos estrangeiros em países de baixa e média renda, dependentes de remessas de seus trabalhadores que emigraram. “Temos uma arquitetura financeira disfuncional, que alimenta desigualdades. Os bancos de desenvolvimento investem muito pouco”.

Lula discursou no encerramento da 112ª Conferência da OIT e como co-presidente da Coalição Global para Justiça Social. Ele afirmou que a redução da taxa de desemprego em âmbito global não vem sendo acompanhada por aumento de renda dos trabalhadores, mas por situação de informalidade, precarização e persistência da pobreza.

O presidente afirmou que o Brasil vai defender mudanças internas na OIT para acabar com assentos permanentes no Conselho exclusivos de países mais industrializados, a fim de equilibrar a representação para nações em desenvolvimento.

Lula manifestou repúdio às guerras entre Rússia e Ucrânia e na Faixa de Gaza - a qual chamou de “massacre”. Ele lembrou da morte de trabalhadores no front no Leste Europeu, no território palestino - inclusive agentes humanitários -, além de milhares de mulheres e crianças. Lula disse que a “irracionalidade” do conflito na Europa “reacende os temores de uma catástrofe nuclear”.

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira, dia 13, que espera tratar de riscos à democracia e do avanço da extrema-direita, durante sua passagem pela Europa, e associou o avanço de representantes desse espectro político à perda de direitos de trabalhadores. Ao discursar na Organização Internacional do Trabalho (OIT), Lula afirmou que “aventureiros espalham mentira e ódio” e que setores populares progressistas devem recuperar a “bandeira anti-hegemônica” e a capacidade de contestação da extrema direita.

No fim de semana passado, partidos e representantes da extrema direita ampliaram sua força no Parlamento Europeu, que elegeu 720 novos eurodeputados. O resultado levou a mudanças no jogo de forças do continente e dentro de países - o presidente da França, Emmanuel Macron, convocou eleições antecipadas.

Lula da Silva discursou na sessão de encerramento do Fórum Inaugural da Coalizão Global para a Justiça Social, da Conferência Internacional do Trabalho Foto: Ricardo Stuckert / PR

“Temos um problema de risco da democracia tal como a conhecemos, porque os negacionistas negam as instituições, negam o que é o Parlamento, a Suprema Corte... São pessoas que vivem na base da construção de mentiras”, afirmou Lula a jornalistas, em Genebra, na Suíça. “Acho que é um perigo, mas é um alerta também. As pessoas que têm respeito pela democracia têm que brigar para que a democracia prevaleça na Europa, na América Latina, na Ásia, em todo lugar.”

O petista manifestou preocupação com o resultado de eleições ao redor do mundo e expressou apoio a candidatos de esquerda. O presidente disse que os trabalhistas precisam voltar ao poder no Reino Unido e que torce pela vitória de Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista, nas eleições de julho.

Direitos trabalhistas

Durante o discurso oficial na OIT, Lula vinculou a perda de direitos dos trabalhadores, por meio de reformas legislativas e decisões governamentais, aos políticos da direita e instou uma reação de forças políticas da esquerda.

“A democracia e a participação social são essenciais para a conquista de direitos trabalhistas. Os ataques à democracia historicamente implicaram a perda de direitos. Não é mera coincidência que meu país foi investigado por violar normas desta organização durante o governo de meu antecessor”, disse Lula, em referência ao período de governo de Jair Bolsonaro.

“O extremismo político ataca e silencia minorias, negligencia os mais vulneráveis e vende muita ilusão. A negação da política deixa um vácuo a ser preenchido por aventureiros que espalham a mentira e o ódio. A contestação da ordem vigente não pode ser privilégio da extrema direita. A bandeira anti-hegemônica precisa ser recuperada pelos setores populares progressistas e democratas.”

Em outro aceno à esquerda, o presidente também afirmou que “recuperar o papel do Estado como planejador do desenvolvimento é uma tarefa urgente” e que “a mão invisível do mercado só agrava desigualdades”.

“O crescimento da produtividade não tem sido acompanhado pelo aumento dos salários, gerando insatisfação e muita polarização”, afirmou o presidente.

Ao falar sobre seu governo, Lula disse que possui uma “política forte de geração de emprego e de reindustrialização do País, com responsabilidade fiscal”.

Ele citou a regulação do trabalho por aplicativos de transporte, a lei para igualdade de remuneração entre homens e mulheres e a elaboração de um “Plano Nacional de Cuidados” com “olhar especial para o mundo do trabalho doméstico”.

Segundo Lula, o plano vai levar em conta “desigualdades de classe, gênero, de raça, idade, deficiências e territórios”. O presidente também disse que igualdade salarial entre homens e mulheres permanece uma “utopia” em todo o mundo e que as mulheres são as mais vulneráveis e permanecem fora do mercado de trabalho por causa da divisão desigual de responsabilidades familiares.

Investimentos no Sul Global

Lula criticou ainda a falta de investimentos estrangeiros em países de baixa e média renda, dependentes de remessas de seus trabalhadores que emigraram. “Temos uma arquitetura financeira disfuncional, que alimenta desigualdades. Os bancos de desenvolvimento investem muito pouco”.

Lula discursou no encerramento da 112ª Conferência da OIT e como co-presidente da Coalição Global para Justiça Social. Ele afirmou que a redução da taxa de desemprego em âmbito global não vem sendo acompanhada por aumento de renda dos trabalhadores, mas por situação de informalidade, precarização e persistência da pobreza.

O presidente afirmou que o Brasil vai defender mudanças internas na OIT para acabar com assentos permanentes no Conselho exclusivos de países mais industrializados, a fim de equilibrar a representação para nações em desenvolvimento.

Lula manifestou repúdio às guerras entre Rússia e Ucrânia e na Faixa de Gaza - a qual chamou de “massacre”. Ele lembrou da morte de trabalhadores no front no Leste Europeu, no território palestino - inclusive agentes humanitários -, além de milhares de mulheres e crianças. Lula disse que a “irracionalidade” do conflito na Europa “reacende os temores de uma catástrofe nuclear”.

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