Lula diz que vai falar com ‘amigo Biden’ sobre entrada do Brasil no Conselho de Segurança da ONU


Lula fala em conquistar uma vaga permanente no Conselho de Segurança desde 2004, mas nunca houve um avanço concreto

Por Felipe Frazão
Atualização:

ENVIADO ESPECIAL A LUANDA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado, dia 26, que pretende conversar com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para obter apoio à campanha por uma vaga permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

O Brasil cedeu à pressão da China na 15ª Cúpula do Brics, na África do Sul, após uma declaração conjunta mais favorável à sua pretensão, assinada pela China de Xi Jinping. A promessa é antiga: em 2004, Lula visitou a China e o Brasil foi a primeira grande economia a conceder ao país o status de economia de livre mercado. Em troca, o então presidente Hu Jintao ofereceu a Lula o assento permanente. Desde então não houve avanços na sonhada ampliação.

Para muitos analistas, o Brasil permitiu a adesão de autocracias ao Brics, o que vai não apenas diluir o poder brasileiro no bloco, como também vai aumentar a postura antiocidental do grupo, com países que apoiam China e Rússia.

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Lula faz discurso durante viagem a Luanda, em Angola Foto: Ampe Rogerio/EFE/EPA

“Estou há mais de 15 anos brigando pela participação no Conselho de Segurança. Agora vou falar com meu amigo Biden ‘você pode tratar de começar a defender o Brasil’”, afirmou Lula. O presidente vai aos Estados Unidos em setembro, para a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Antes, eles se encontram na cúpula do G20, em Nova Délhi, na Índia.

Dos cinco membros com assento permanente no Conselho, Reino Unido, França e Rússia haviam sinalizado positivamente, o que não ocorreu com EUA e França. “Os Estados Unidos nunca disseram sim, mas também não disseram que não. Eles não querem que a gente entre, mas acho que eles vão mudar. A gente vai brigar com eles para entrar.”

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Ministros de Lula dizem que as últimas declarações dos Estados Unidos foram mais favoráveis ao pleito brasileiro e que há um bom momento para fazer o tema avançar. Em janeiro, eles assinaram declaração que dizia: “Os dois líderes expressaram a intenção de trabalhar juntos para uma reforma significativa do Conselho de Segurança das Nações Unidas, como a expansão do órgão para incluir assentos permanentes para países na África e na América Latina e Caribe, de modo a torná-lo mais representativo dos membros da ONU e aperfeiçoar sua capacidade de responder mais efetivamente às questões mais prementes relacionadas à paz e à segurança globais.”

Segundo Lula, antes o Brasil trabalhava no G4, uma articulação para se candidatar ao Conselho, mantida por Brasil, Alemanha, Japão e Índia. A China jamais aceitou ceder para a presença de uma potência na região, com a qual tem diferenças. “A China não queria, delicadamente, que o Japão entrasse.”

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Embora a declaração do Brics não crie obrigatoriedades, os diplomatas esperam que a China siga o que disse no documento. O texto foi assinado em conjunto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O documento diz:

“Apoiamos uma reforma abrangente da ONU, incluindo o seu Conselho de Segurança, com vista a torná-lo mais democrático, representativo, eficaz e eficiente, e a aumentar a representação dos países em desenvolvimento nos membros do Conselho, para que possa responder adequadamente às desafios globais prevalecentes e apoiar as aspirações legítimas dos países emergentes e em desenvolvimento de África, Ásia e América Latina, incluindo o Brasil, a Índia e a África do Sul, de desempenharem um papel mais importante nos assuntos internacionais, em particular nas Nações Unidas, incluindo o seu Conselho de Segurança.”

Questionado se havia pedido garantias a Xi Jinping, Lula afirmou: “O acordo é entre o conjunto das pessoas. O Brics vai começar a se posicionar. O Xi Jinping tem um problema que eu sei histórico com o Japão. Mas todo mundo sabe que o Conselho de Segurança tem que mudar”.

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Troca ou perdão da dívida africana

O presidente Lula reconheceu que “vai ser difícil” convencer os credores a autorizar a substituição da dívida de países africanos por investimentos em desenvolvimento e infraestrutura nesses mesmos países. O presidente falou ainda que seria impossível obter o perdão, ou seja, anular a dívida, e falou em quem sabe prorrogar os vencimentos.

Desde que chegou à África, Lula tem dito que pretende ajudar a negociar com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para que, em vez de cobrar o pagamento da dívida, aceite a conversão em obras. A dívida dos 54 países é de cerca de U$ 700 bilhões.

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Aliança de Trabalho

O presidente informou ainda que vai articular com Biden um projeto conjunto para proteção de direitos dos trabalhadores e geração de empregos, para o G20 e a Assembleia Geral das Nações Unidas. Eles vão assinar o documento em conjunto.

ENVIADO ESPECIAL A LUANDA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado, dia 26, que pretende conversar com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para obter apoio à campanha por uma vaga permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

O Brasil cedeu à pressão da China na 15ª Cúpula do Brics, na África do Sul, após uma declaração conjunta mais favorável à sua pretensão, assinada pela China de Xi Jinping. A promessa é antiga: em 2004, Lula visitou a China e o Brasil foi a primeira grande economia a conceder ao país o status de economia de livre mercado. Em troca, o então presidente Hu Jintao ofereceu a Lula o assento permanente. Desde então não houve avanços na sonhada ampliação.

Para muitos analistas, o Brasil permitiu a adesão de autocracias ao Brics, o que vai não apenas diluir o poder brasileiro no bloco, como também vai aumentar a postura antiocidental do grupo, com países que apoiam China e Rússia.

Lula faz discurso durante viagem a Luanda, em Angola Foto: Ampe Rogerio/EFE/EPA

“Estou há mais de 15 anos brigando pela participação no Conselho de Segurança. Agora vou falar com meu amigo Biden ‘você pode tratar de começar a defender o Brasil’”, afirmou Lula. O presidente vai aos Estados Unidos em setembro, para a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Antes, eles se encontram na cúpula do G20, em Nova Délhi, na Índia.

Dos cinco membros com assento permanente no Conselho, Reino Unido, França e Rússia haviam sinalizado positivamente, o que não ocorreu com EUA e França. “Os Estados Unidos nunca disseram sim, mas também não disseram que não. Eles não querem que a gente entre, mas acho que eles vão mudar. A gente vai brigar com eles para entrar.”

Ministros de Lula dizem que as últimas declarações dos Estados Unidos foram mais favoráveis ao pleito brasileiro e que há um bom momento para fazer o tema avançar. Em janeiro, eles assinaram declaração que dizia: “Os dois líderes expressaram a intenção de trabalhar juntos para uma reforma significativa do Conselho de Segurança das Nações Unidas, como a expansão do órgão para incluir assentos permanentes para países na África e na América Latina e Caribe, de modo a torná-lo mais representativo dos membros da ONU e aperfeiçoar sua capacidade de responder mais efetivamente às questões mais prementes relacionadas à paz e à segurança globais.”

Segundo Lula, antes o Brasil trabalhava no G4, uma articulação para se candidatar ao Conselho, mantida por Brasil, Alemanha, Japão e Índia. A China jamais aceitou ceder para a presença de uma potência na região, com a qual tem diferenças. “A China não queria, delicadamente, que o Japão entrasse.”

Embora a declaração do Brics não crie obrigatoriedades, os diplomatas esperam que a China siga o que disse no documento. O texto foi assinado em conjunto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O documento diz:

“Apoiamos uma reforma abrangente da ONU, incluindo o seu Conselho de Segurança, com vista a torná-lo mais democrático, representativo, eficaz e eficiente, e a aumentar a representação dos países em desenvolvimento nos membros do Conselho, para que possa responder adequadamente às desafios globais prevalecentes e apoiar as aspirações legítimas dos países emergentes e em desenvolvimento de África, Ásia e América Latina, incluindo o Brasil, a Índia e a África do Sul, de desempenharem um papel mais importante nos assuntos internacionais, em particular nas Nações Unidas, incluindo o seu Conselho de Segurança.”

Questionado se havia pedido garantias a Xi Jinping, Lula afirmou: “O acordo é entre o conjunto das pessoas. O Brics vai começar a se posicionar. O Xi Jinping tem um problema que eu sei histórico com o Japão. Mas todo mundo sabe que o Conselho de Segurança tem que mudar”.

Troca ou perdão da dívida africana

O presidente Lula reconheceu que “vai ser difícil” convencer os credores a autorizar a substituição da dívida de países africanos por investimentos em desenvolvimento e infraestrutura nesses mesmos países. O presidente falou ainda que seria impossível obter o perdão, ou seja, anular a dívida, e falou em quem sabe prorrogar os vencimentos.

Desde que chegou à África, Lula tem dito que pretende ajudar a negociar com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para que, em vez de cobrar o pagamento da dívida, aceite a conversão em obras. A dívida dos 54 países é de cerca de U$ 700 bilhões.

Aliança de Trabalho

O presidente informou ainda que vai articular com Biden um projeto conjunto para proteção de direitos dos trabalhadores e geração de empregos, para o G20 e a Assembleia Geral das Nações Unidas. Eles vão assinar o documento em conjunto.

ENVIADO ESPECIAL A LUANDA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado, dia 26, que pretende conversar com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para obter apoio à campanha por uma vaga permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

O Brasil cedeu à pressão da China na 15ª Cúpula do Brics, na África do Sul, após uma declaração conjunta mais favorável à sua pretensão, assinada pela China de Xi Jinping. A promessa é antiga: em 2004, Lula visitou a China e o Brasil foi a primeira grande economia a conceder ao país o status de economia de livre mercado. Em troca, o então presidente Hu Jintao ofereceu a Lula o assento permanente. Desde então não houve avanços na sonhada ampliação.

Para muitos analistas, o Brasil permitiu a adesão de autocracias ao Brics, o que vai não apenas diluir o poder brasileiro no bloco, como também vai aumentar a postura antiocidental do grupo, com países que apoiam China e Rússia.

Lula faz discurso durante viagem a Luanda, em Angola Foto: Ampe Rogerio/EFE/EPA

“Estou há mais de 15 anos brigando pela participação no Conselho de Segurança. Agora vou falar com meu amigo Biden ‘você pode tratar de começar a defender o Brasil’”, afirmou Lula. O presidente vai aos Estados Unidos em setembro, para a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Antes, eles se encontram na cúpula do G20, em Nova Délhi, na Índia.

Dos cinco membros com assento permanente no Conselho, Reino Unido, França e Rússia haviam sinalizado positivamente, o que não ocorreu com EUA e França. “Os Estados Unidos nunca disseram sim, mas também não disseram que não. Eles não querem que a gente entre, mas acho que eles vão mudar. A gente vai brigar com eles para entrar.”

Ministros de Lula dizem que as últimas declarações dos Estados Unidos foram mais favoráveis ao pleito brasileiro e que há um bom momento para fazer o tema avançar. Em janeiro, eles assinaram declaração que dizia: “Os dois líderes expressaram a intenção de trabalhar juntos para uma reforma significativa do Conselho de Segurança das Nações Unidas, como a expansão do órgão para incluir assentos permanentes para países na África e na América Latina e Caribe, de modo a torná-lo mais representativo dos membros da ONU e aperfeiçoar sua capacidade de responder mais efetivamente às questões mais prementes relacionadas à paz e à segurança globais.”

Segundo Lula, antes o Brasil trabalhava no G4, uma articulação para se candidatar ao Conselho, mantida por Brasil, Alemanha, Japão e Índia. A China jamais aceitou ceder para a presença de uma potência na região, com a qual tem diferenças. “A China não queria, delicadamente, que o Japão entrasse.”

Embora a declaração do Brics não crie obrigatoriedades, os diplomatas esperam que a China siga o que disse no documento. O texto foi assinado em conjunto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O documento diz:

“Apoiamos uma reforma abrangente da ONU, incluindo o seu Conselho de Segurança, com vista a torná-lo mais democrático, representativo, eficaz e eficiente, e a aumentar a representação dos países em desenvolvimento nos membros do Conselho, para que possa responder adequadamente às desafios globais prevalecentes e apoiar as aspirações legítimas dos países emergentes e em desenvolvimento de África, Ásia e América Latina, incluindo o Brasil, a Índia e a África do Sul, de desempenharem um papel mais importante nos assuntos internacionais, em particular nas Nações Unidas, incluindo o seu Conselho de Segurança.”

Questionado se havia pedido garantias a Xi Jinping, Lula afirmou: “O acordo é entre o conjunto das pessoas. O Brics vai começar a se posicionar. O Xi Jinping tem um problema que eu sei histórico com o Japão. Mas todo mundo sabe que o Conselho de Segurança tem que mudar”.

Troca ou perdão da dívida africana

O presidente Lula reconheceu que “vai ser difícil” convencer os credores a autorizar a substituição da dívida de países africanos por investimentos em desenvolvimento e infraestrutura nesses mesmos países. O presidente falou ainda que seria impossível obter o perdão, ou seja, anular a dívida, e falou em quem sabe prorrogar os vencimentos.

Desde que chegou à África, Lula tem dito que pretende ajudar a negociar com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para que, em vez de cobrar o pagamento da dívida, aceite a conversão em obras. A dívida dos 54 países é de cerca de U$ 700 bilhões.

Aliança de Trabalho

O presidente informou ainda que vai articular com Biden um projeto conjunto para proteção de direitos dos trabalhadores e geração de empregos, para o G20 e a Assembleia Geral das Nações Unidas. Eles vão assinar o documento em conjunto.

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