Lula diz na França que zerar desmatamento na Amazônia é ‘questão de honra’


Presidente brasileiro também falou em cúpula em Paris que ‘gente predadora’ e ‘de má-fé’ quer plantar em matas nativas

Por Felipe Frazão
Atualização:

ENVIADO ESPECIAL A PARIS – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva associou produtores de grãos, como soja e milho, e de gado ao desmatamento de matas nativas do Brasil, em discurso na França. A líderes internacionais, Lula afirmou que sua meta de zerar a derrubada de árvores até 2030 virou uma “questão de honra”.

“A questão climática não é uma coisa secundária, por isso o Brasil vai levar a cabo o controle do desmatamento. Por isso vamos colocar como questão de honra e até 2030 a gente acabar com o desmatamento na Amazônia. O Brasil tem 30 milhões de hectares de terras degradadas, não precisa cortar uma árvore para plantar um pé de soja, de milho ou criar gado. É só recuperar as terras degradadas”, disse o presidente, ao discursar na cúpula do Novo Pacto Financeiro Global.

Lula disse que, especificamente na Amazônia, além de produtores rurais, a floresta é degradada por atividades criminosas e pelo garimpo. “Nessa região nós enfrentamos muitas adversidades, o garimpo, o crime organizado e muitas vezes pessoas de má-fé que querem tentar que nessa floresta se plante soja, se plante milho e se crie gado, quando na verdade não é necessário fazer isso. Os empresários responsáveis sabem que é errado e que vai causar um problema muito sério aos produtos que eles têm que vender aos outros países”, disse o petista, em recado ao agronegócio nacional.

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Imagem mostra presidente Lula durante discurso no Global Citizen, em Paris, nesta quinta-feira, 22. Lula fez críticas ao agronegócio brasileiro ao falar do desmatamento na Amazônia Foto: Mohammed Badra/EFE

Embora empresas brasileiras sejam líderes nos três produtos, elas enfrentam obstáculos no mercado global porque o cultivo e a criação são frequentemente associados ao desmatamento. Nos 27 países da União Europeia, é proibido a circulação de produtos agrícolas provenientes da área desmatada no mercado interno. Segundo a legislação, todos os produtos produzidos a partir de 2021 precisam ter a origem verificada.

A França é o país mais resistente ao acordo comercial do Mercosul com a União Europeia por causa do perfil agrícola de sua economia e da cobrança por proteção do mercado. Lula vai tratar do assunto também em almoço de trabalho com o presidente Emmanuel Macron, patrono da cúpula.

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O presidente ainda destacou a abrangência dos biomas brasileiros, que se somam à preocupação com a Amazônia. “Não temos apenas a Amazônia para cuidar, temos o bioma do Cerrado, a Caatinga, o Pantanal e a Mata Atlântica. São cinco grandes biomas que temos de cuidar porque todos eles são vítimas de ataques todo ano. Ora por fogo, ora por excesso de chuva e ora por gente predadora que quer plantar lá o que não se deve plantar”, declarou.

Lula voltou a dizer que pretende articular com o Congo e com a Indonésia uma proposta única para receber pagamentos por preservação florestal. A ideia é apresentar o formato na COP-28, nos Emirados Árabes Unidos.

O presidente vai articular o grupo do Tratado de Cooperação Amazônica com Congo e Indonésia. O conceito é que as florestas virem um “patrimônio econômico” dos povos que vivem na Amazônia e que países ricos paguem pela manutenção da “floresta em pé”, como forma de recompensar pela emissão histórica de gases estufa.

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Lula disse que convidaria os governantes Europeus a irem à Amazônia em 2030 ver o desmatamento zero. “Eu vou entregar”, garantiu sob aplausos.

Desigualdade

Em tom duro, Lula cobrou os chefes de Estado e de governo, para que discutissem a fome e desigualdades sociais, além de mudanças nas instituições globais, como as Nações Unidas, sob o risco de as discussões climáticas viraram “brincadeira” e jamais serem cumpridas.

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“Junto com a questão climática, nós temos a desigualdade mundial. Não e possível que numa reunião entre presidentes de países importantes a palavra desigualdade não apareça. A desigualdade salarial, de raça, de gênero, na educação, na saúde. Estamos num mundo cada vez mais desigual, a riqueza concentrada nas mãos de menos gente e a pobreza nas mãos de mais gente”, discursou Lula, abordando sua pauta histórica. “Se a gente não colocar isso com tanta prioridade quanto a questão climática a gente pode ter um clima muito bom e o povo continuar morrendo de fome em vários países do mundo.”

A pauta da reforma é encampada por Lula para dar mais representatividade política com peso contemporâneo a instituições multilaterais.

“A ONU precisa voltar a ter força política. Foi capaz de capaz criar o Estado de Israel em 1948 e não é capaz de resolver o problema da ocupação do Estado palestino”, questionou o presidente, citando o conflito no Oriente Médio. “Se nós não mudarmos essas instituições, a questão climática vira uma brincadeira. Quem é que vai cumprir as decisões emanadas dos fóruns que nós fazemos? Vamos francos: quem cumpriu o Protocolo de Kyoto? Quem cumpriu a COP 15 em Copenhague? Quem cumpriu o Acordo de Paris? E não se cumpre porque não tem governança mundial para decidir as coisas e a gente cumprir.

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Lula disse que alterou mais de dez vezes seu discurso e preferiu falar de improviso. Ele afirmou que seu governo restabeleceu políticas públicas e que o Brasil “estava pior do ponto de vista democrático porque tinha um fascista governado o País”. O petista não citou o ex-presidente Jair Bolsonaro.

ENVIADO ESPECIAL A PARIS – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva associou produtores de grãos, como soja e milho, e de gado ao desmatamento de matas nativas do Brasil, em discurso na França. A líderes internacionais, Lula afirmou que sua meta de zerar a derrubada de árvores até 2030 virou uma “questão de honra”.

“A questão climática não é uma coisa secundária, por isso o Brasil vai levar a cabo o controle do desmatamento. Por isso vamos colocar como questão de honra e até 2030 a gente acabar com o desmatamento na Amazônia. O Brasil tem 30 milhões de hectares de terras degradadas, não precisa cortar uma árvore para plantar um pé de soja, de milho ou criar gado. É só recuperar as terras degradadas”, disse o presidente, ao discursar na cúpula do Novo Pacto Financeiro Global.

Lula disse que, especificamente na Amazônia, além de produtores rurais, a floresta é degradada por atividades criminosas e pelo garimpo. “Nessa região nós enfrentamos muitas adversidades, o garimpo, o crime organizado e muitas vezes pessoas de má-fé que querem tentar que nessa floresta se plante soja, se plante milho e se crie gado, quando na verdade não é necessário fazer isso. Os empresários responsáveis sabem que é errado e que vai causar um problema muito sério aos produtos que eles têm que vender aos outros países”, disse o petista, em recado ao agronegócio nacional.

Imagem mostra presidente Lula durante discurso no Global Citizen, em Paris, nesta quinta-feira, 22. Lula fez críticas ao agronegócio brasileiro ao falar do desmatamento na Amazônia Foto: Mohammed Badra/EFE

Embora empresas brasileiras sejam líderes nos três produtos, elas enfrentam obstáculos no mercado global porque o cultivo e a criação são frequentemente associados ao desmatamento. Nos 27 países da União Europeia, é proibido a circulação de produtos agrícolas provenientes da área desmatada no mercado interno. Segundo a legislação, todos os produtos produzidos a partir de 2021 precisam ter a origem verificada.

A França é o país mais resistente ao acordo comercial do Mercosul com a União Europeia por causa do perfil agrícola de sua economia e da cobrança por proteção do mercado. Lula vai tratar do assunto também em almoço de trabalho com o presidente Emmanuel Macron, patrono da cúpula.

O presidente ainda destacou a abrangência dos biomas brasileiros, que se somam à preocupação com a Amazônia. “Não temos apenas a Amazônia para cuidar, temos o bioma do Cerrado, a Caatinga, o Pantanal e a Mata Atlântica. São cinco grandes biomas que temos de cuidar porque todos eles são vítimas de ataques todo ano. Ora por fogo, ora por excesso de chuva e ora por gente predadora que quer plantar lá o que não se deve plantar”, declarou.

Lula voltou a dizer que pretende articular com o Congo e com a Indonésia uma proposta única para receber pagamentos por preservação florestal. A ideia é apresentar o formato na COP-28, nos Emirados Árabes Unidos.

O presidente vai articular o grupo do Tratado de Cooperação Amazônica com Congo e Indonésia. O conceito é que as florestas virem um “patrimônio econômico” dos povos que vivem na Amazônia e que países ricos paguem pela manutenção da “floresta em pé”, como forma de recompensar pela emissão histórica de gases estufa.

Lula disse que convidaria os governantes Europeus a irem à Amazônia em 2030 ver o desmatamento zero. “Eu vou entregar”, garantiu sob aplausos.

Desigualdade

Em tom duro, Lula cobrou os chefes de Estado e de governo, para que discutissem a fome e desigualdades sociais, além de mudanças nas instituições globais, como as Nações Unidas, sob o risco de as discussões climáticas viraram “brincadeira” e jamais serem cumpridas.

“Junto com a questão climática, nós temos a desigualdade mundial. Não e possível que numa reunião entre presidentes de países importantes a palavra desigualdade não apareça. A desigualdade salarial, de raça, de gênero, na educação, na saúde. Estamos num mundo cada vez mais desigual, a riqueza concentrada nas mãos de menos gente e a pobreza nas mãos de mais gente”, discursou Lula, abordando sua pauta histórica. “Se a gente não colocar isso com tanta prioridade quanto a questão climática a gente pode ter um clima muito bom e o povo continuar morrendo de fome em vários países do mundo.”

A pauta da reforma é encampada por Lula para dar mais representatividade política com peso contemporâneo a instituições multilaterais.

“A ONU precisa voltar a ter força política. Foi capaz de capaz criar o Estado de Israel em 1948 e não é capaz de resolver o problema da ocupação do Estado palestino”, questionou o presidente, citando o conflito no Oriente Médio. “Se nós não mudarmos essas instituições, a questão climática vira uma brincadeira. Quem é que vai cumprir as decisões emanadas dos fóruns que nós fazemos? Vamos francos: quem cumpriu o Protocolo de Kyoto? Quem cumpriu a COP 15 em Copenhague? Quem cumpriu o Acordo de Paris? E não se cumpre porque não tem governança mundial para decidir as coisas e a gente cumprir.

Lula disse que alterou mais de dez vezes seu discurso e preferiu falar de improviso. Ele afirmou que seu governo restabeleceu políticas públicas e que o Brasil “estava pior do ponto de vista democrático porque tinha um fascista governado o País”. O petista não citou o ex-presidente Jair Bolsonaro.

ENVIADO ESPECIAL A PARIS – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva associou produtores de grãos, como soja e milho, e de gado ao desmatamento de matas nativas do Brasil, em discurso na França. A líderes internacionais, Lula afirmou que sua meta de zerar a derrubada de árvores até 2030 virou uma “questão de honra”.

“A questão climática não é uma coisa secundária, por isso o Brasil vai levar a cabo o controle do desmatamento. Por isso vamos colocar como questão de honra e até 2030 a gente acabar com o desmatamento na Amazônia. O Brasil tem 30 milhões de hectares de terras degradadas, não precisa cortar uma árvore para plantar um pé de soja, de milho ou criar gado. É só recuperar as terras degradadas”, disse o presidente, ao discursar na cúpula do Novo Pacto Financeiro Global.

Lula disse que, especificamente na Amazônia, além de produtores rurais, a floresta é degradada por atividades criminosas e pelo garimpo. “Nessa região nós enfrentamos muitas adversidades, o garimpo, o crime organizado e muitas vezes pessoas de má-fé que querem tentar que nessa floresta se plante soja, se plante milho e se crie gado, quando na verdade não é necessário fazer isso. Os empresários responsáveis sabem que é errado e que vai causar um problema muito sério aos produtos que eles têm que vender aos outros países”, disse o petista, em recado ao agronegócio nacional.

Imagem mostra presidente Lula durante discurso no Global Citizen, em Paris, nesta quinta-feira, 22. Lula fez críticas ao agronegócio brasileiro ao falar do desmatamento na Amazônia Foto: Mohammed Badra/EFE

Embora empresas brasileiras sejam líderes nos três produtos, elas enfrentam obstáculos no mercado global porque o cultivo e a criação são frequentemente associados ao desmatamento. Nos 27 países da União Europeia, é proibido a circulação de produtos agrícolas provenientes da área desmatada no mercado interno. Segundo a legislação, todos os produtos produzidos a partir de 2021 precisam ter a origem verificada.

A França é o país mais resistente ao acordo comercial do Mercosul com a União Europeia por causa do perfil agrícola de sua economia e da cobrança por proteção do mercado. Lula vai tratar do assunto também em almoço de trabalho com o presidente Emmanuel Macron, patrono da cúpula.

O presidente ainda destacou a abrangência dos biomas brasileiros, que se somam à preocupação com a Amazônia. “Não temos apenas a Amazônia para cuidar, temos o bioma do Cerrado, a Caatinga, o Pantanal e a Mata Atlântica. São cinco grandes biomas que temos de cuidar porque todos eles são vítimas de ataques todo ano. Ora por fogo, ora por excesso de chuva e ora por gente predadora que quer plantar lá o que não se deve plantar”, declarou.

Lula voltou a dizer que pretende articular com o Congo e com a Indonésia uma proposta única para receber pagamentos por preservação florestal. A ideia é apresentar o formato na COP-28, nos Emirados Árabes Unidos.

O presidente vai articular o grupo do Tratado de Cooperação Amazônica com Congo e Indonésia. O conceito é que as florestas virem um “patrimônio econômico” dos povos que vivem na Amazônia e que países ricos paguem pela manutenção da “floresta em pé”, como forma de recompensar pela emissão histórica de gases estufa.

Lula disse que convidaria os governantes Europeus a irem à Amazônia em 2030 ver o desmatamento zero. “Eu vou entregar”, garantiu sob aplausos.

Desigualdade

Em tom duro, Lula cobrou os chefes de Estado e de governo, para que discutissem a fome e desigualdades sociais, além de mudanças nas instituições globais, como as Nações Unidas, sob o risco de as discussões climáticas viraram “brincadeira” e jamais serem cumpridas.

“Junto com a questão climática, nós temos a desigualdade mundial. Não e possível que numa reunião entre presidentes de países importantes a palavra desigualdade não apareça. A desigualdade salarial, de raça, de gênero, na educação, na saúde. Estamos num mundo cada vez mais desigual, a riqueza concentrada nas mãos de menos gente e a pobreza nas mãos de mais gente”, discursou Lula, abordando sua pauta histórica. “Se a gente não colocar isso com tanta prioridade quanto a questão climática a gente pode ter um clima muito bom e o povo continuar morrendo de fome em vários países do mundo.”

A pauta da reforma é encampada por Lula para dar mais representatividade política com peso contemporâneo a instituições multilaterais.

“A ONU precisa voltar a ter força política. Foi capaz de capaz criar o Estado de Israel em 1948 e não é capaz de resolver o problema da ocupação do Estado palestino”, questionou o presidente, citando o conflito no Oriente Médio. “Se nós não mudarmos essas instituições, a questão climática vira uma brincadeira. Quem é que vai cumprir as decisões emanadas dos fóruns que nós fazemos? Vamos francos: quem cumpriu o Protocolo de Kyoto? Quem cumpriu a COP 15 em Copenhague? Quem cumpriu o Acordo de Paris? E não se cumpre porque não tem governança mundial para decidir as coisas e a gente cumprir.

Lula disse que alterou mais de dez vezes seu discurso e preferiu falar de improviso. Ele afirmou que seu governo restabeleceu políticas públicas e que o Brasil “estava pior do ponto de vista democrático porque tinha um fascista governado o País”. O petista não citou o ex-presidente Jair Bolsonaro.

ENVIADO ESPECIAL A PARIS – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva associou produtores de grãos, como soja e milho, e de gado ao desmatamento de matas nativas do Brasil, em discurso na França. A líderes internacionais, Lula afirmou que sua meta de zerar a derrubada de árvores até 2030 virou uma “questão de honra”.

“A questão climática não é uma coisa secundária, por isso o Brasil vai levar a cabo o controle do desmatamento. Por isso vamos colocar como questão de honra e até 2030 a gente acabar com o desmatamento na Amazônia. O Brasil tem 30 milhões de hectares de terras degradadas, não precisa cortar uma árvore para plantar um pé de soja, de milho ou criar gado. É só recuperar as terras degradadas”, disse o presidente, ao discursar na cúpula do Novo Pacto Financeiro Global.

Lula disse que, especificamente na Amazônia, além de produtores rurais, a floresta é degradada por atividades criminosas e pelo garimpo. “Nessa região nós enfrentamos muitas adversidades, o garimpo, o crime organizado e muitas vezes pessoas de má-fé que querem tentar que nessa floresta se plante soja, se plante milho e se crie gado, quando na verdade não é necessário fazer isso. Os empresários responsáveis sabem que é errado e que vai causar um problema muito sério aos produtos que eles têm que vender aos outros países”, disse o petista, em recado ao agronegócio nacional.

Imagem mostra presidente Lula durante discurso no Global Citizen, em Paris, nesta quinta-feira, 22. Lula fez críticas ao agronegócio brasileiro ao falar do desmatamento na Amazônia Foto: Mohammed Badra/EFE

Embora empresas brasileiras sejam líderes nos três produtos, elas enfrentam obstáculos no mercado global porque o cultivo e a criação são frequentemente associados ao desmatamento. Nos 27 países da União Europeia, é proibido a circulação de produtos agrícolas provenientes da área desmatada no mercado interno. Segundo a legislação, todos os produtos produzidos a partir de 2021 precisam ter a origem verificada.

A França é o país mais resistente ao acordo comercial do Mercosul com a União Europeia por causa do perfil agrícola de sua economia e da cobrança por proteção do mercado. Lula vai tratar do assunto também em almoço de trabalho com o presidente Emmanuel Macron, patrono da cúpula.

O presidente ainda destacou a abrangência dos biomas brasileiros, que se somam à preocupação com a Amazônia. “Não temos apenas a Amazônia para cuidar, temos o bioma do Cerrado, a Caatinga, o Pantanal e a Mata Atlântica. São cinco grandes biomas que temos de cuidar porque todos eles são vítimas de ataques todo ano. Ora por fogo, ora por excesso de chuva e ora por gente predadora que quer plantar lá o que não se deve plantar”, declarou.

Lula voltou a dizer que pretende articular com o Congo e com a Indonésia uma proposta única para receber pagamentos por preservação florestal. A ideia é apresentar o formato na COP-28, nos Emirados Árabes Unidos.

O presidente vai articular o grupo do Tratado de Cooperação Amazônica com Congo e Indonésia. O conceito é que as florestas virem um “patrimônio econômico” dos povos que vivem na Amazônia e que países ricos paguem pela manutenção da “floresta em pé”, como forma de recompensar pela emissão histórica de gases estufa.

Lula disse que convidaria os governantes Europeus a irem à Amazônia em 2030 ver o desmatamento zero. “Eu vou entregar”, garantiu sob aplausos.

Desigualdade

Em tom duro, Lula cobrou os chefes de Estado e de governo, para que discutissem a fome e desigualdades sociais, além de mudanças nas instituições globais, como as Nações Unidas, sob o risco de as discussões climáticas viraram “brincadeira” e jamais serem cumpridas.

“Junto com a questão climática, nós temos a desigualdade mundial. Não e possível que numa reunião entre presidentes de países importantes a palavra desigualdade não apareça. A desigualdade salarial, de raça, de gênero, na educação, na saúde. Estamos num mundo cada vez mais desigual, a riqueza concentrada nas mãos de menos gente e a pobreza nas mãos de mais gente”, discursou Lula, abordando sua pauta histórica. “Se a gente não colocar isso com tanta prioridade quanto a questão climática a gente pode ter um clima muito bom e o povo continuar morrendo de fome em vários países do mundo.”

A pauta da reforma é encampada por Lula para dar mais representatividade política com peso contemporâneo a instituições multilaterais.

“A ONU precisa voltar a ter força política. Foi capaz de capaz criar o Estado de Israel em 1948 e não é capaz de resolver o problema da ocupação do Estado palestino”, questionou o presidente, citando o conflito no Oriente Médio. “Se nós não mudarmos essas instituições, a questão climática vira uma brincadeira. Quem é que vai cumprir as decisões emanadas dos fóruns que nós fazemos? Vamos francos: quem cumpriu o Protocolo de Kyoto? Quem cumpriu a COP 15 em Copenhague? Quem cumpriu o Acordo de Paris? E não se cumpre porque não tem governança mundial para decidir as coisas e a gente cumprir.

Lula disse que alterou mais de dez vezes seu discurso e preferiu falar de improviso. Ele afirmou que seu governo restabeleceu políticas públicas e que o Brasil “estava pior do ponto de vista democrático porque tinha um fascista governado o País”. O petista não citou o ex-presidente Jair Bolsonaro.

ENVIADO ESPECIAL A PARIS – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva associou produtores de grãos, como soja e milho, e de gado ao desmatamento de matas nativas do Brasil, em discurso na França. A líderes internacionais, Lula afirmou que sua meta de zerar a derrubada de árvores até 2030 virou uma “questão de honra”.

“A questão climática não é uma coisa secundária, por isso o Brasil vai levar a cabo o controle do desmatamento. Por isso vamos colocar como questão de honra e até 2030 a gente acabar com o desmatamento na Amazônia. O Brasil tem 30 milhões de hectares de terras degradadas, não precisa cortar uma árvore para plantar um pé de soja, de milho ou criar gado. É só recuperar as terras degradadas”, disse o presidente, ao discursar na cúpula do Novo Pacto Financeiro Global.

Lula disse que, especificamente na Amazônia, além de produtores rurais, a floresta é degradada por atividades criminosas e pelo garimpo. “Nessa região nós enfrentamos muitas adversidades, o garimpo, o crime organizado e muitas vezes pessoas de má-fé que querem tentar que nessa floresta se plante soja, se plante milho e se crie gado, quando na verdade não é necessário fazer isso. Os empresários responsáveis sabem que é errado e que vai causar um problema muito sério aos produtos que eles têm que vender aos outros países”, disse o petista, em recado ao agronegócio nacional.

Imagem mostra presidente Lula durante discurso no Global Citizen, em Paris, nesta quinta-feira, 22. Lula fez críticas ao agronegócio brasileiro ao falar do desmatamento na Amazônia Foto: Mohammed Badra/EFE

Embora empresas brasileiras sejam líderes nos três produtos, elas enfrentam obstáculos no mercado global porque o cultivo e a criação são frequentemente associados ao desmatamento. Nos 27 países da União Europeia, é proibido a circulação de produtos agrícolas provenientes da área desmatada no mercado interno. Segundo a legislação, todos os produtos produzidos a partir de 2021 precisam ter a origem verificada.

A França é o país mais resistente ao acordo comercial do Mercosul com a União Europeia por causa do perfil agrícola de sua economia e da cobrança por proteção do mercado. Lula vai tratar do assunto também em almoço de trabalho com o presidente Emmanuel Macron, patrono da cúpula.

O presidente ainda destacou a abrangência dos biomas brasileiros, que se somam à preocupação com a Amazônia. “Não temos apenas a Amazônia para cuidar, temos o bioma do Cerrado, a Caatinga, o Pantanal e a Mata Atlântica. São cinco grandes biomas que temos de cuidar porque todos eles são vítimas de ataques todo ano. Ora por fogo, ora por excesso de chuva e ora por gente predadora que quer plantar lá o que não se deve plantar”, declarou.

Lula voltou a dizer que pretende articular com o Congo e com a Indonésia uma proposta única para receber pagamentos por preservação florestal. A ideia é apresentar o formato na COP-28, nos Emirados Árabes Unidos.

O presidente vai articular o grupo do Tratado de Cooperação Amazônica com Congo e Indonésia. O conceito é que as florestas virem um “patrimônio econômico” dos povos que vivem na Amazônia e que países ricos paguem pela manutenção da “floresta em pé”, como forma de recompensar pela emissão histórica de gases estufa.

Lula disse que convidaria os governantes Europeus a irem à Amazônia em 2030 ver o desmatamento zero. “Eu vou entregar”, garantiu sob aplausos.

Desigualdade

Em tom duro, Lula cobrou os chefes de Estado e de governo, para que discutissem a fome e desigualdades sociais, além de mudanças nas instituições globais, como as Nações Unidas, sob o risco de as discussões climáticas viraram “brincadeira” e jamais serem cumpridas.

“Junto com a questão climática, nós temos a desigualdade mundial. Não e possível que numa reunião entre presidentes de países importantes a palavra desigualdade não apareça. A desigualdade salarial, de raça, de gênero, na educação, na saúde. Estamos num mundo cada vez mais desigual, a riqueza concentrada nas mãos de menos gente e a pobreza nas mãos de mais gente”, discursou Lula, abordando sua pauta histórica. “Se a gente não colocar isso com tanta prioridade quanto a questão climática a gente pode ter um clima muito bom e o povo continuar morrendo de fome em vários países do mundo.”

A pauta da reforma é encampada por Lula para dar mais representatividade política com peso contemporâneo a instituições multilaterais.

“A ONU precisa voltar a ter força política. Foi capaz de capaz criar o Estado de Israel em 1948 e não é capaz de resolver o problema da ocupação do Estado palestino”, questionou o presidente, citando o conflito no Oriente Médio. “Se nós não mudarmos essas instituições, a questão climática vira uma brincadeira. Quem é que vai cumprir as decisões emanadas dos fóruns que nós fazemos? Vamos francos: quem cumpriu o Protocolo de Kyoto? Quem cumpriu a COP 15 em Copenhague? Quem cumpriu o Acordo de Paris? E não se cumpre porque não tem governança mundial para decidir as coisas e a gente cumprir.

Lula disse que alterou mais de dez vezes seu discurso e preferiu falar de improviso. Ele afirmou que seu governo restabeleceu políticas públicas e que o Brasil “estava pior do ponto de vista democrático porque tinha um fascista governado o País”. O petista não citou o ex-presidente Jair Bolsonaro.

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