O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, neste domingo, 3, a possibilidade de conflito entre a Venezuela e a Guiana por disputa territorial. Lula afirmou que a América do Sul não precisa de “confusão” e que é preciso “baixar o facho”. O presidente disse ainda que o referendo sobre anexação territorial, realizado pela Venezuela para questionar sobre a criação do Estado chamado “Guiana Essequiba”, provavelmente dará o resultado pretendido por Nicolás Maduro.
Lula comentou sobre o tema em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde participou da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-28). Lula disse que já conversou por telefone com o presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, duas vezes; e que o assessor especial da Presidência e ex-chanceler, Celso Amorim, já conversou com Maduro.
“Só tem uma coisa que a América do Sul não está precisando agora: é de confusão. Se tem uma coisa que precisamos para crescer e melhorar a vida do nosso povo é a gente baixar o facho, trabalhar com muita disposição de melhorar a vida do povo e não ficar pensando em briga. Não ficar inventando história. Espero que o bom senso prevaleça do lado da Venezuela e do lado da Guiana”, disse o presidente.
Os venezuelanos vão às urnas neste domingo para opinar sobre a anexação do território, que voltou a ser debatida após descoberta de petróleo na região. A intenção da Venezuela é anexar da fronteira até o Rio Essequibo, o que corresponde a 75% do que hoje é a Guiana.
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“Provavelmente, o referendo vai dar o que o Maduro quer, porque é um chamamento ao povo para aumentar aquilo que ele entende que seja o território dele. E ele não acata o acordo que o Brasil já acatou”, afirmou Lula.
O presidente voltou a criticar a realização de guerras no mundo. Lula tem sido uma das principais vozes contra os conflitos entre Rússia e Ucrânia, e Israel e o grupo terrorista Hamas.
“É uma contradição a gente fazer um encontro dessa magnitude para discutir a redução de gases de efeito estufa e os caras jogando bomba. A humanidade deveria ter medo de guerra, porque só faz guerra quando falta o bom senso. Quando o poder da palavra se exauriu por fragilidade dos conversadores. Vale mais a pena uma conversa do que uma guerra”, disse.
*A repórter Paula Ferreira viajou a convite do Instituto Clima e Sociedade