O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a posição do Brasil contra o embargo dos Estados Unidos em relação a Cuba, classificando-o como ilegal.
“O Brasil é contra qualquer medida coercitiva de caráter unilateral. Rechaçamos a inclusão de Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo”, disse o presidente, durante discurso na Cúpula do G77 + China, realizada em Havana neste sábado, 16.
“Cuba tem sido defensora de uma governança global mais justa. E até hoje é vítima de um embargo econômico ilegal.”
A Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprova todos os anos um texto denunciando os efeitos negativos da política americana e pedindo o fim do embargo — a medida não tem, porém, efeito vinculante.
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O Brasil se posicionava a favor da resolução desde que foi apresentada pela primeira vez, em 1992. Contudo, sob a presidência de Jair Bolsonaro, em 2019, o País se opôs à condenação, rompendo uma tradição diplomática de apoio à resolução pedindo o fim do bloqueio.
Naquele ano, apenas Estados Unidos, sob Donald Trump, e Israel votaram da mesma maneira que o Brasil.
Encontro diplomático
Ainda na tarde deste sábado, após condenar o embargo americano à Cuba, Lula se reuniu com o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, em um encontro bilateral de reaproximação entre as duas nações.
Este é o terceiro encontro entre os presidentes em 2023, e a primeira visita de um chefe de Estado brasileiro à ilha desde 2014, quando a então presidente Dilma Rousseff visitou o país.
Além do encontro diplomático entre os chefes de Estado, uma comitiva do governo federal que acompanha o presidente Lula em Cuba assinou uma lista de acordos de cooperação entre as duas economias para ampliar a troca de tecnologias.