Após uma reunião de Lula com representantes do governo e da oposição da Venezuela, o presidente brasileiro junto com seus homólogos da França, Colômbia e Argentina pediram esta terça-feira, 18, por eleições livres no país em 2024 e sugeriram o levantamento de sanções em troca. Os líderes se reuniram com as duas partes na última segunda-feira, 17, durante a 3ª cúpula entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia (UE).
Lula, Emmanuel Macron, Gustavo Petro e Alberto Fernández, bem como o Alto Representante da União Europeia para Relações Exteriores, Josep Borrell, pediram que o governo e oposição retomem as negociações que ocorrem no México e defenderam o acompanhamento internacional do pleito do ano que vem.
“Eles fizeram um apelo em prol de uma negociação política que leve à organização de eleições justas para todos, transparentes e inclusivas, que permitam a participação de todos que desejem, de acordo com a lei e os tratados internacionais em vigor, com acompanhamento internacional”, disse o comunicado conjunto.
E completa: “Esse processo deve ser acompanhado de uma suspensão das sanções, de todos os tipos, com vistas à sua suspensão completa”.
Os líderes se reuniram com Gerardo Blyde, um dos principais negociadores da oposição venezuelana, e com Delcy Rodríguez, vice-presidente e a mais alta represente do governo venezuelano na cúpula. O objetivo, segundo o governo brasileiro, era promover o diálogo visando às eleições presidenciais do ano que vem.
O encontro foi promovido pela França e teve duração de uma hora e meia. Macron disse ter se tratado de “uma reunião bastante longa”, que dava sequência à reunião realizada em novembro do ano passado em Paris entre a oposição e o governo venezuelano.
“Os chefes de Estado e o alto representante concordaram que o relançamento das relações entre a UE e a Celac representa uma oportunidade de trabalhar em conjunto em prol da resolução da situação venezuelana. Eles propuseram que os participantes da reunião continuem a dialogar, no marco das iniciativas estabelecidas, de forma a fazer um novo balanço no Fórum de Paz de Paris em 11 de novembro de 2023″, completa.
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Segundo Borrell, a discussão centrou-se em como “fazer as eleições avançarem de forma inclusiva, eleições livres que possam ser reconhecidas pela comunidade internacional”. No encontro, Borrell voltou a oferecer o envio de uma missão de observação eleitoral à Venezuela, desde que o país siga as recomendações que os enviados de Bruxelas formularam após as últimas eleições.
Na semana passada, o principal negociador do governo e presidente do Parlamento venezuelano, Jorge Rodríguez, descartou o envio de uma delegação eleitoral da UE para as eleições de 2024. O envio dessa missão não ficou decidido, disse Borrell. “Apenas ofereci essa possibilidade”, afirmou.
A UE enviou uma missão de observação à Venezuela no final de 2021 para as eleições regionais e municipais – as primeiras desde 2006 – e destacou os avanços, mas também criticou “a inabilitação arbitrária de candidatos”.
No fim de junho, a ditadura de Maduro tornou inelegível por 15 anos María Corina Machado, uma das pré-candidatas favoritas. Ela se junta a outros dois nomes importantes da oposição que já haviam sido barrado da disputa eleitoral: Juan Guaidó e Henrique Capriles./AFP e EFE