Papa Francisco discute situação política da América Latina com Lula em encontro, diz Vaticano


Em nota, o Vaticano disse que houve ‘troca positiva de pontos de vista sobre a situação sociopolítica da região e temas de interesse comum’, entre eles, a ‘promoção da paz e da reconciliação, a luta contra a pobreza e as desigualdades’

Por Felipe Frazão
Atualização:

ENVIADO ESPECIAL A ROMA E AO VATICANO - O papa Francisco e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversaram nesta quarta-feira, dia 21, sobre a situação política na América Latina. A informação consta em comunicado oficial divulgado pelo Vaticano, após a audiência entre eles. Outro tema foi a guerra na Ucrânia e as iniciativas de mediação da paz que ambos propõem.

O papa Francisco já recebeu a visita do presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, e enviou um representante a Kiev. Moscou acenou positivamente e disse que o presidente Vladimir Putin aprecia a posição “equilibrada” do papa e se dispôs a receber um membro da Cúria Romana.

“Houve uma troca positiva de pontos de vista sobre a situação sociopolítica da Região e foram abordados alguns temas de interesse comum, como a promoção da paz e da reconciliação, a luta contra a pobreza e as desigualdades, o respeito às populações indígenas e a proteção do meio ambiente”, informou um boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé.

continua após a publicidade

Além do papa, o presidente Lula conversou com o arcebispo Edgar Parra Peña, secretário de Estado substituto para Assuntos Gerais. Ele fez a função de chanceler da Santa Sé.

“Durante os encontros cordiais, manifestou-se o apreço pelas boas relações entre o Brasil e a Santa Sé, destacando-se a colaboração harmoniosa entre a Igreja e o Estado em prol da promoção dos valores morais e do bem comum”, disse o Vaticano.

continua após a publicidade
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e a primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja, ao lado do papa Francisco, na chegada ao Vaticano Foto: Ricardo Stuckert / Presidência da República

Como o Estadão mostrou, a repressão à presença da Igreja Católica na Nicarágua era parte da agenda prioritária para o conversa do papa com Lula. A Santa Sé não tem mais um núncio apostólico, representante diplomático do papa, no país da América Central, governado pelo ditador Daniel Ortega.

Além disso, preocupam o papa as situações de outros dois governos autoritários com os quais Lula mantém laços próximos, Cuba e Venezuela, com restrição a direitos humanos e políticos de opositores.

continua após a publicidade

O papa se reuniu na véspera com o presidente cubano Miguel Díaz-Canel. O líder da ilha comunista conversará agora com Lula em Paris, na França.

A primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja, também entrou na sala e ficou na audiência com o papa. O encontro a portas fechadas foi um dos vários compromissos do petista na Itália, primeira parada da segunda viagem que faz à Europa desde que seu governo começou em janeiro.

continua após a publicidade

O encontro na sala Paulo VI do Vaticano, perto da residência do Papa, durou cerca de 45 minutos. Ao fim do encontro, o mandatário brasileiro tuitou agradecendo pela audiência e afirmando que os dois tiveram uma “boa conversa sobre a paz no mundo”. Antes, fontes do Planalto haviam indicado que Lula desejava discutir o combate à fome e uma solução pacífica para a Guerra na Ucrânia.

Imagem divulgada pelo Vaticano mostra encontro do papa Francisco com a primeira-dama Janja, em encontro nesta quarta-feira, 21. Janja dispensou o uso do véu previsto no protocolo  Foto: Imprensa do Vaticano / via AFP

Em uma nota, o Vaticano disse que houve “troca positiva de pontos de vista sobre a situação sociopolítica da região e foram abordados alguns temas de interesse comum”. Entre eles, a promoção da paz e da reconciliação, a luta contra a pobreza e as desigualdades, o respeito às populações indígenas e a proteção do meio ambiente.

continua após a publicidade

Lula deu ao papa uma gravura da Sagrada Família feita pelo artista pernambucano J. F. Borges, enquanto Janja levou ao pontífice uma imagem de Nossa Senhora de Nazaré, padroeira da Amazônia.

O papa deu a Lula e Janja uma arte de bronze com a frase “A paz é também uma flor frágil”. Presenteou o casal ainda com uma cópia de sua Mensagem da Paz para 2023, do documento sobre a Fraternidade Humana e do livro com a oração que fez em uma Praça de São Pedro deserta, em 27 de março de 2020, rezando pelo fim da pandemia.

Diplomatas já esperavam que o papa mencionasse crises regionais na América Latina e apelasse ao presidente para ajudar na interlocução com o regime de Daniel Ortega, que tem perseguido membros da igreja na Nicarágua. Um bispo foi condenado a 26 anos de prisão, escolas católicas foram tomadas e rádios fechadas. Ordens de freiras já foram expulsas do país, assim como o núncio apostólico.

continua após a publicidade

A situação na Nicarágua é descrita como muito preocupante por parte das autoridades católicas. Em perseguição a opositores, o regime de Ortega, que Lula evita criticar, fez uma caçada contra autoridades católicas.

O bispo de Matapalga Rolando Álvarez está em prisão domiciliar. Ele foi condenado a 26 anos de prisão, depois de se recusar a deixar o país com outros sacerdotes e opositores do regime.

Ordens de freiras foram expulsas, como a fundada por Madre Teresa de Calcutá. O papa não tem mais interlocução direta com Ortega. O ditador expulsou o núncio apostólico do país. Agora, o representante do papa mais próximo do país fica na Costa Rica. Ortega lacrou meios de comunicação católicos, acusados de conspirar contra a revolução sandinista, e tomou escolas de orientação católica.

Embora o governo brasileiro diga repudiar a repressão e a violência contra opositores, a posição é vista como pouco eloquente e hesitante por aliados como os Estados Unidos. O próprio Lula se esquiva de criticar Ortega, de quem foi muito próximo e a quem já defendeu publicamente. Na campanha eleitoral, ele minimizou atos de repressão do regime e a manutenção de Ortega no poder, sem alternância.

ENVIADO ESPECIAL A ROMA E AO VATICANO - O papa Francisco e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversaram nesta quarta-feira, dia 21, sobre a situação política na América Latina. A informação consta em comunicado oficial divulgado pelo Vaticano, após a audiência entre eles. Outro tema foi a guerra na Ucrânia e as iniciativas de mediação da paz que ambos propõem.

O papa Francisco já recebeu a visita do presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, e enviou um representante a Kiev. Moscou acenou positivamente e disse que o presidente Vladimir Putin aprecia a posição “equilibrada” do papa e se dispôs a receber um membro da Cúria Romana.

“Houve uma troca positiva de pontos de vista sobre a situação sociopolítica da Região e foram abordados alguns temas de interesse comum, como a promoção da paz e da reconciliação, a luta contra a pobreza e as desigualdades, o respeito às populações indígenas e a proteção do meio ambiente”, informou um boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé.

Além do papa, o presidente Lula conversou com o arcebispo Edgar Parra Peña, secretário de Estado substituto para Assuntos Gerais. Ele fez a função de chanceler da Santa Sé.

“Durante os encontros cordiais, manifestou-se o apreço pelas boas relações entre o Brasil e a Santa Sé, destacando-se a colaboração harmoniosa entre a Igreja e o Estado em prol da promoção dos valores morais e do bem comum”, disse o Vaticano.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e a primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja, ao lado do papa Francisco, na chegada ao Vaticano Foto: Ricardo Stuckert / Presidência da República

Como o Estadão mostrou, a repressão à presença da Igreja Católica na Nicarágua era parte da agenda prioritária para o conversa do papa com Lula. A Santa Sé não tem mais um núncio apostólico, representante diplomático do papa, no país da América Central, governado pelo ditador Daniel Ortega.

Além disso, preocupam o papa as situações de outros dois governos autoritários com os quais Lula mantém laços próximos, Cuba e Venezuela, com restrição a direitos humanos e políticos de opositores.

O papa se reuniu na véspera com o presidente cubano Miguel Díaz-Canel. O líder da ilha comunista conversará agora com Lula em Paris, na França.

A primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja, também entrou na sala e ficou na audiência com o papa. O encontro a portas fechadas foi um dos vários compromissos do petista na Itália, primeira parada da segunda viagem que faz à Europa desde que seu governo começou em janeiro.

O encontro na sala Paulo VI do Vaticano, perto da residência do Papa, durou cerca de 45 minutos. Ao fim do encontro, o mandatário brasileiro tuitou agradecendo pela audiência e afirmando que os dois tiveram uma “boa conversa sobre a paz no mundo”. Antes, fontes do Planalto haviam indicado que Lula desejava discutir o combate à fome e uma solução pacífica para a Guerra na Ucrânia.

Imagem divulgada pelo Vaticano mostra encontro do papa Francisco com a primeira-dama Janja, em encontro nesta quarta-feira, 21. Janja dispensou o uso do véu previsto no protocolo  Foto: Imprensa do Vaticano / via AFP

Em uma nota, o Vaticano disse que houve “troca positiva de pontos de vista sobre a situação sociopolítica da região e foram abordados alguns temas de interesse comum”. Entre eles, a promoção da paz e da reconciliação, a luta contra a pobreza e as desigualdades, o respeito às populações indígenas e a proteção do meio ambiente.

Lula deu ao papa uma gravura da Sagrada Família feita pelo artista pernambucano J. F. Borges, enquanto Janja levou ao pontífice uma imagem de Nossa Senhora de Nazaré, padroeira da Amazônia.

O papa deu a Lula e Janja uma arte de bronze com a frase “A paz é também uma flor frágil”. Presenteou o casal ainda com uma cópia de sua Mensagem da Paz para 2023, do documento sobre a Fraternidade Humana e do livro com a oração que fez em uma Praça de São Pedro deserta, em 27 de março de 2020, rezando pelo fim da pandemia.

Diplomatas já esperavam que o papa mencionasse crises regionais na América Latina e apelasse ao presidente para ajudar na interlocução com o regime de Daniel Ortega, que tem perseguido membros da igreja na Nicarágua. Um bispo foi condenado a 26 anos de prisão, escolas católicas foram tomadas e rádios fechadas. Ordens de freiras já foram expulsas do país, assim como o núncio apostólico.

A situação na Nicarágua é descrita como muito preocupante por parte das autoridades católicas. Em perseguição a opositores, o regime de Ortega, que Lula evita criticar, fez uma caçada contra autoridades católicas.

O bispo de Matapalga Rolando Álvarez está em prisão domiciliar. Ele foi condenado a 26 anos de prisão, depois de se recusar a deixar o país com outros sacerdotes e opositores do regime.

Ordens de freiras foram expulsas, como a fundada por Madre Teresa de Calcutá. O papa não tem mais interlocução direta com Ortega. O ditador expulsou o núncio apostólico do país. Agora, o representante do papa mais próximo do país fica na Costa Rica. Ortega lacrou meios de comunicação católicos, acusados de conspirar contra a revolução sandinista, e tomou escolas de orientação católica.

Embora o governo brasileiro diga repudiar a repressão e a violência contra opositores, a posição é vista como pouco eloquente e hesitante por aliados como os Estados Unidos. O próprio Lula se esquiva de criticar Ortega, de quem foi muito próximo e a quem já defendeu publicamente. Na campanha eleitoral, ele minimizou atos de repressão do regime e a manutenção de Ortega no poder, sem alternância.

ENVIADO ESPECIAL A ROMA E AO VATICANO - O papa Francisco e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversaram nesta quarta-feira, dia 21, sobre a situação política na América Latina. A informação consta em comunicado oficial divulgado pelo Vaticano, após a audiência entre eles. Outro tema foi a guerra na Ucrânia e as iniciativas de mediação da paz que ambos propõem.

O papa Francisco já recebeu a visita do presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, e enviou um representante a Kiev. Moscou acenou positivamente e disse que o presidente Vladimir Putin aprecia a posição “equilibrada” do papa e se dispôs a receber um membro da Cúria Romana.

“Houve uma troca positiva de pontos de vista sobre a situação sociopolítica da Região e foram abordados alguns temas de interesse comum, como a promoção da paz e da reconciliação, a luta contra a pobreza e as desigualdades, o respeito às populações indígenas e a proteção do meio ambiente”, informou um boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé.

Além do papa, o presidente Lula conversou com o arcebispo Edgar Parra Peña, secretário de Estado substituto para Assuntos Gerais. Ele fez a função de chanceler da Santa Sé.

“Durante os encontros cordiais, manifestou-se o apreço pelas boas relações entre o Brasil e a Santa Sé, destacando-se a colaboração harmoniosa entre a Igreja e o Estado em prol da promoção dos valores morais e do bem comum”, disse o Vaticano.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e a primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja, ao lado do papa Francisco, na chegada ao Vaticano Foto: Ricardo Stuckert / Presidência da República

Como o Estadão mostrou, a repressão à presença da Igreja Católica na Nicarágua era parte da agenda prioritária para o conversa do papa com Lula. A Santa Sé não tem mais um núncio apostólico, representante diplomático do papa, no país da América Central, governado pelo ditador Daniel Ortega.

Além disso, preocupam o papa as situações de outros dois governos autoritários com os quais Lula mantém laços próximos, Cuba e Venezuela, com restrição a direitos humanos e políticos de opositores.

O papa se reuniu na véspera com o presidente cubano Miguel Díaz-Canel. O líder da ilha comunista conversará agora com Lula em Paris, na França.

A primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja, também entrou na sala e ficou na audiência com o papa. O encontro a portas fechadas foi um dos vários compromissos do petista na Itália, primeira parada da segunda viagem que faz à Europa desde que seu governo começou em janeiro.

O encontro na sala Paulo VI do Vaticano, perto da residência do Papa, durou cerca de 45 minutos. Ao fim do encontro, o mandatário brasileiro tuitou agradecendo pela audiência e afirmando que os dois tiveram uma “boa conversa sobre a paz no mundo”. Antes, fontes do Planalto haviam indicado que Lula desejava discutir o combate à fome e uma solução pacífica para a Guerra na Ucrânia.

Imagem divulgada pelo Vaticano mostra encontro do papa Francisco com a primeira-dama Janja, em encontro nesta quarta-feira, 21. Janja dispensou o uso do véu previsto no protocolo  Foto: Imprensa do Vaticano / via AFP

Em uma nota, o Vaticano disse que houve “troca positiva de pontos de vista sobre a situação sociopolítica da região e foram abordados alguns temas de interesse comum”. Entre eles, a promoção da paz e da reconciliação, a luta contra a pobreza e as desigualdades, o respeito às populações indígenas e a proteção do meio ambiente.

Lula deu ao papa uma gravura da Sagrada Família feita pelo artista pernambucano J. F. Borges, enquanto Janja levou ao pontífice uma imagem de Nossa Senhora de Nazaré, padroeira da Amazônia.

O papa deu a Lula e Janja uma arte de bronze com a frase “A paz é também uma flor frágil”. Presenteou o casal ainda com uma cópia de sua Mensagem da Paz para 2023, do documento sobre a Fraternidade Humana e do livro com a oração que fez em uma Praça de São Pedro deserta, em 27 de março de 2020, rezando pelo fim da pandemia.

Diplomatas já esperavam que o papa mencionasse crises regionais na América Latina e apelasse ao presidente para ajudar na interlocução com o regime de Daniel Ortega, que tem perseguido membros da igreja na Nicarágua. Um bispo foi condenado a 26 anos de prisão, escolas católicas foram tomadas e rádios fechadas. Ordens de freiras já foram expulsas do país, assim como o núncio apostólico.

A situação na Nicarágua é descrita como muito preocupante por parte das autoridades católicas. Em perseguição a opositores, o regime de Ortega, que Lula evita criticar, fez uma caçada contra autoridades católicas.

O bispo de Matapalga Rolando Álvarez está em prisão domiciliar. Ele foi condenado a 26 anos de prisão, depois de se recusar a deixar o país com outros sacerdotes e opositores do regime.

Ordens de freiras foram expulsas, como a fundada por Madre Teresa de Calcutá. O papa não tem mais interlocução direta com Ortega. O ditador expulsou o núncio apostólico do país. Agora, o representante do papa mais próximo do país fica na Costa Rica. Ortega lacrou meios de comunicação católicos, acusados de conspirar contra a revolução sandinista, e tomou escolas de orientação católica.

Embora o governo brasileiro diga repudiar a repressão e a violência contra opositores, a posição é vista como pouco eloquente e hesitante por aliados como os Estados Unidos. O próprio Lula se esquiva de criticar Ortega, de quem foi muito próximo e a quem já defendeu publicamente. Na campanha eleitoral, ele minimizou atos de repressão do regime e a manutenção de Ortega no poder, sem alternância.

ENVIADO ESPECIAL A ROMA E AO VATICANO - O papa Francisco e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversaram nesta quarta-feira, dia 21, sobre a situação política na América Latina. A informação consta em comunicado oficial divulgado pelo Vaticano, após a audiência entre eles. Outro tema foi a guerra na Ucrânia e as iniciativas de mediação da paz que ambos propõem.

O papa Francisco já recebeu a visita do presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, e enviou um representante a Kiev. Moscou acenou positivamente e disse que o presidente Vladimir Putin aprecia a posição “equilibrada” do papa e se dispôs a receber um membro da Cúria Romana.

“Houve uma troca positiva de pontos de vista sobre a situação sociopolítica da Região e foram abordados alguns temas de interesse comum, como a promoção da paz e da reconciliação, a luta contra a pobreza e as desigualdades, o respeito às populações indígenas e a proteção do meio ambiente”, informou um boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé.

Além do papa, o presidente Lula conversou com o arcebispo Edgar Parra Peña, secretário de Estado substituto para Assuntos Gerais. Ele fez a função de chanceler da Santa Sé.

“Durante os encontros cordiais, manifestou-se o apreço pelas boas relações entre o Brasil e a Santa Sé, destacando-se a colaboração harmoniosa entre a Igreja e o Estado em prol da promoção dos valores morais e do bem comum”, disse o Vaticano.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e a primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja, ao lado do papa Francisco, na chegada ao Vaticano Foto: Ricardo Stuckert / Presidência da República

Como o Estadão mostrou, a repressão à presença da Igreja Católica na Nicarágua era parte da agenda prioritária para o conversa do papa com Lula. A Santa Sé não tem mais um núncio apostólico, representante diplomático do papa, no país da América Central, governado pelo ditador Daniel Ortega.

Além disso, preocupam o papa as situações de outros dois governos autoritários com os quais Lula mantém laços próximos, Cuba e Venezuela, com restrição a direitos humanos e políticos de opositores.

O papa se reuniu na véspera com o presidente cubano Miguel Díaz-Canel. O líder da ilha comunista conversará agora com Lula em Paris, na França.

A primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja, também entrou na sala e ficou na audiência com o papa. O encontro a portas fechadas foi um dos vários compromissos do petista na Itália, primeira parada da segunda viagem que faz à Europa desde que seu governo começou em janeiro.

O encontro na sala Paulo VI do Vaticano, perto da residência do Papa, durou cerca de 45 minutos. Ao fim do encontro, o mandatário brasileiro tuitou agradecendo pela audiência e afirmando que os dois tiveram uma “boa conversa sobre a paz no mundo”. Antes, fontes do Planalto haviam indicado que Lula desejava discutir o combate à fome e uma solução pacífica para a Guerra na Ucrânia.

Imagem divulgada pelo Vaticano mostra encontro do papa Francisco com a primeira-dama Janja, em encontro nesta quarta-feira, 21. Janja dispensou o uso do véu previsto no protocolo  Foto: Imprensa do Vaticano / via AFP

Em uma nota, o Vaticano disse que houve “troca positiva de pontos de vista sobre a situação sociopolítica da região e foram abordados alguns temas de interesse comum”. Entre eles, a promoção da paz e da reconciliação, a luta contra a pobreza e as desigualdades, o respeito às populações indígenas e a proteção do meio ambiente.

Lula deu ao papa uma gravura da Sagrada Família feita pelo artista pernambucano J. F. Borges, enquanto Janja levou ao pontífice uma imagem de Nossa Senhora de Nazaré, padroeira da Amazônia.

O papa deu a Lula e Janja uma arte de bronze com a frase “A paz é também uma flor frágil”. Presenteou o casal ainda com uma cópia de sua Mensagem da Paz para 2023, do documento sobre a Fraternidade Humana e do livro com a oração que fez em uma Praça de São Pedro deserta, em 27 de março de 2020, rezando pelo fim da pandemia.

Diplomatas já esperavam que o papa mencionasse crises regionais na América Latina e apelasse ao presidente para ajudar na interlocução com o regime de Daniel Ortega, que tem perseguido membros da igreja na Nicarágua. Um bispo foi condenado a 26 anos de prisão, escolas católicas foram tomadas e rádios fechadas. Ordens de freiras já foram expulsas do país, assim como o núncio apostólico.

A situação na Nicarágua é descrita como muito preocupante por parte das autoridades católicas. Em perseguição a opositores, o regime de Ortega, que Lula evita criticar, fez uma caçada contra autoridades católicas.

O bispo de Matapalga Rolando Álvarez está em prisão domiciliar. Ele foi condenado a 26 anos de prisão, depois de se recusar a deixar o país com outros sacerdotes e opositores do regime.

Ordens de freiras foram expulsas, como a fundada por Madre Teresa de Calcutá. O papa não tem mais interlocução direta com Ortega. O ditador expulsou o núncio apostólico do país. Agora, o representante do papa mais próximo do país fica na Costa Rica. Ortega lacrou meios de comunicação católicos, acusados de conspirar contra a revolução sandinista, e tomou escolas de orientação católica.

Embora o governo brasileiro diga repudiar a repressão e a violência contra opositores, a posição é vista como pouco eloquente e hesitante por aliados como os Estados Unidos. O próprio Lula se esquiva de criticar Ortega, de quem foi muito próximo e a quem já defendeu publicamente. Na campanha eleitoral, ele minimizou atos de repressão do regime e a manutenção de Ortega no poder, sem alternância.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.