Lula exige desculpas de Milei por ter falado ‘muita bobagem’, e porta-voz do argentino responde


Petista condiciona reunião com presidente da Argentina, mas Casa Rosada afirma que ele não tem do que se arrepender

Por Felipe Frazão
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva exigiu desculpas nesta quarta-feira, dia 26, do presidente da Argentina, Javier Milei, por ter falado “muita bobagem” sobre ele e o Brasil.

Lula condicionou a realização da primeira reunião de trabalho com o argentino a um pedido de desculpas público por parte de Milei.

“Eu não conversei com o presidente da Argentina, porque acho que ele tem que pedir desculpas ao Brasil e a mim. Ele falou muita bobagem. Só quero que ele peça desculpas”, afirmou Lula, no Palácio do Planalto, durante entrevista ao vivo, ao site UOL.

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Lula insiste em exigir pedido de desculpas por parte de Milei Foto: Wilton Junior/Estadão e Luis Robayo/AFP

Lula disse ter apreço pela Argentina e destacou que os países são “muito importantes” um para o outro. Afirmou ainda que os povos argentino e brasileiro são “maiores” do que dois presidentes e querem viver em paz. Ele evitou citar o nome de Milei.

“Não é um presidente que vai criar uma cizânia entre o Brasil e a Argentina. Se o presidente da República Argentina (Milei) governar a Argentina já está de bom tamanho. Não tente governar o mundo”, disse o petista.

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Como o Estadão mostrou, as chancelarias dos dois países trabalham nos bastidores por uma aproximação e a construção de uma relação pragmática entre os líderes. Os ministros de Relações Exteriores atuaram para amenizar as divergências ideológicas e abrir canais de diálogo.

Milei chegou a sugerir em ao menos duas cartas endereçadas a Lula que pudessem realizar uma reunião de trabalho, algo que ele mesmo havia desdenhado durante a campanha eleitoral no país vizinho. Lula o deixou sem resposta.

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O Planalto já havia sinalizado desconfiança e resistência com a nova postura de Milei, de aparente moderação em relação ao período de atritos, provocações e ofensas com o petista, que marcou a campanha argentina.

O libertário, hoje um ícone da direita regional e associado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, chegou a classificar Lula como corrupto e comunista. Depois, já na Casa Rosada, Milei passou a evitar os embates e deixou de falar mal do petista, mas o governo brasileiro sempre insistiu no pedido de desculpas.

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A Presidência argentina respondeu a Lula imediatamente. O porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, argumentou que Milei não tem do que se arrepender, num sinal de que a exigência do petista não deve ser atendida.

“Tudo o que o presidente Lula quer está dentro dos desejos dele e respeitamos. O presidente (Milei) não fez nada de que tenha que se arrepender, ao menos até agora”, disse o porta-voz Adorni.

Presença no Mercosul

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Segundo a Casa Rosada, Lula e Milei apenas se cumprimentaram apenas de forma cordial no primeiro encontro global entre eles, durante o G-7 na Itália. Ambos participaram como convidados de uma sessão de debates, inaugurada pelo papa Francisco. Não houve pedido de reunião por parte do argentino, tampouco do lado brasileiro.

No Início de julho, Lula e Milei se encontrarão pessoalmente mais uma vez, na Cúpula do Mercosul, no dia 8, em Assunção, Paraguai. Ambos confirmaram presença nesta quarta-feira, dia 26. Será a primeira participação de Milei em reuniões do bloco.

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O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, desconversou quando questionado se os governos brasileiro e argentino trabalhavam com preparação de uma reunião Lula-Milei no Paraguai. “Vai depender muito da programação dos organizadores, que é o governo paraguaio. Por enquanto não temos nenhuma reunião marcada”, disse nesta quarta-feira.

Nos últimos meses, houve uma série de gestos nos bastidores que agradaram ao governo Milei e visitas de nível técnico e diplomático, entre as burocracias dos dois governos, de lado a lado.

Entre eles, estão a defesa da soberania argentina sobre as Ilhas Malvinas, em mais de uma ocasião, o ingresso do Brasil em processo nos Estados Unidos sobre a estatização da petroleira nacional YPF, no qual o governo argentino fora condenado a pagar indenização de US$ 16 bilhões a um fundo privado.

Houve ainda articulação direta entre os chanceleres Mauro Vieira e Diana Mondino para que Petrobras enviasse navios com gás natural a fim de evitar o desabastecimento da cidade do norte da Argentina, como Rosário, durante o inverno, o que provocaria problemas no uso de aquecedores pela população, entre outros.

O Brasil deu votos favoráveis a empréstimos urgentes solicitados pelo governo Milei para quitar compromissos, em organismos como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF).

8 de janeiro

Na semana passada, foi a vez de Milei atender a uma consulta do Itamaraty, para tentar desvendar o paradeiro de 143 foragidos da Justiça depois de condenados pela tentativa de golpe do 8 de janeiro.

O governo Milei respondeu ao ofício encaminhado pelo Supremo Tribunal Federal com dados sobre cerca de 60 deles e a condição em que ingressaram na Argentina, como forma de escapar da prisão. Ao menos 47, segundo a Polícia Federal, teriam solicitado refúgio no país.

O governo Milei negou que tenha feito um pacto com Bolsonaro para blindar com asilo político os foragidos - apoiadores do ex-presidente brasileiro -, a despeito de apelos como o do senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS).

Segundo a Casa Rosada, solicitações de refúgio serão analisadas individualmente. O governo Lula, por sua vez, prepara pedidos de extradição, mas também avalia que há brechas legais para que os fugitivos sejam presos preventivamente em território argentino, por ordem da Justiça local.

“Se esses caras não quiserem vir, que sejam presos lá e fiquem presos na Argentina. Se não, venham para cá. Estamos tratando da forma mais diplomática possível”, disse Lula.

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva exigiu desculpas nesta quarta-feira, dia 26, do presidente da Argentina, Javier Milei, por ter falado “muita bobagem” sobre ele e o Brasil.

Lula condicionou a realização da primeira reunião de trabalho com o argentino a um pedido de desculpas público por parte de Milei.

“Eu não conversei com o presidente da Argentina, porque acho que ele tem que pedir desculpas ao Brasil e a mim. Ele falou muita bobagem. Só quero que ele peça desculpas”, afirmou Lula, no Palácio do Planalto, durante entrevista ao vivo, ao site UOL.

Lula insiste em exigir pedido de desculpas por parte de Milei Foto: Wilton Junior/Estadão e Luis Robayo/AFP

Lula disse ter apreço pela Argentina e destacou que os países são “muito importantes” um para o outro. Afirmou ainda que os povos argentino e brasileiro são “maiores” do que dois presidentes e querem viver em paz. Ele evitou citar o nome de Milei.

“Não é um presidente que vai criar uma cizânia entre o Brasil e a Argentina. Se o presidente da República Argentina (Milei) governar a Argentina já está de bom tamanho. Não tente governar o mundo”, disse o petista.

Como o Estadão mostrou, as chancelarias dos dois países trabalham nos bastidores por uma aproximação e a construção de uma relação pragmática entre os líderes. Os ministros de Relações Exteriores atuaram para amenizar as divergências ideológicas e abrir canais de diálogo.

Milei chegou a sugerir em ao menos duas cartas endereçadas a Lula que pudessem realizar uma reunião de trabalho, algo que ele mesmo havia desdenhado durante a campanha eleitoral no país vizinho. Lula o deixou sem resposta.

O Planalto já havia sinalizado desconfiança e resistência com a nova postura de Milei, de aparente moderação em relação ao período de atritos, provocações e ofensas com o petista, que marcou a campanha argentina.

O libertário, hoje um ícone da direita regional e associado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, chegou a classificar Lula como corrupto e comunista. Depois, já na Casa Rosada, Milei passou a evitar os embates e deixou de falar mal do petista, mas o governo brasileiro sempre insistiu no pedido de desculpas.

A Presidência argentina respondeu a Lula imediatamente. O porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, argumentou que Milei não tem do que se arrepender, num sinal de que a exigência do petista não deve ser atendida.

“Tudo o que o presidente Lula quer está dentro dos desejos dele e respeitamos. O presidente (Milei) não fez nada de que tenha que se arrepender, ao menos até agora”, disse o porta-voz Adorni.

Presença no Mercosul

Segundo a Casa Rosada, Lula e Milei apenas se cumprimentaram apenas de forma cordial no primeiro encontro global entre eles, durante o G-7 na Itália. Ambos participaram como convidados de uma sessão de debates, inaugurada pelo papa Francisco. Não houve pedido de reunião por parte do argentino, tampouco do lado brasileiro.

No Início de julho, Lula e Milei se encontrarão pessoalmente mais uma vez, na Cúpula do Mercosul, no dia 8, em Assunção, Paraguai. Ambos confirmaram presença nesta quarta-feira, dia 26. Será a primeira participação de Milei em reuniões do bloco.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, desconversou quando questionado se os governos brasileiro e argentino trabalhavam com preparação de uma reunião Lula-Milei no Paraguai. “Vai depender muito da programação dos organizadores, que é o governo paraguaio. Por enquanto não temos nenhuma reunião marcada”, disse nesta quarta-feira.

Nos últimos meses, houve uma série de gestos nos bastidores que agradaram ao governo Milei e visitas de nível técnico e diplomático, entre as burocracias dos dois governos, de lado a lado.

Entre eles, estão a defesa da soberania argentina sobre as Ilhas Malvinas, em mais de uma ocasião, o ingresso do Brasil em processo nos Estados Unidos sobre a estatização da petroleira nacional YPF, no qual o governo argentino fora condenado a pagar indenização de US$ 16 bilhões a um fundo privado.

Houve ainda articulação direta entre os chanceleres Mauro Vieira e Diana Mondino para que Petrobras enviasse navios com gás natural a fim de evitar o desabastecimento da cidade do norte da Argentina, como Rosário, durante o inverno, o que provocaria problemas no uso de aquecedores pela população, entre outros.

O Brasil deu votos favoráveis a empréstimos urgentes solicitados pelo governo Milei para quitar compromissos, em organismos como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF).

8 de janeiro

Na semana passada, foi a vez de Milei atender a uma consulta do Itamaraty, para tentar desvendar o paradeiro de 143 foragidos da Justiça depois de condenados pela tentativa de golpe do 8 de janeiro.

O governo Milei respondeu ao ofício encaminhado pelo Supremo Tribunal Federal com dados sobre cerca de 60 deles e a condição em que ingressaram na Argentina, como forma de escapar da prisão. Ao menos 47, segundo a Polícia Federal, teriam solicitado refúgio no país.

O governo Milei negou que tenha feito um pacto com Bolsonaro para blindar com asilo político os foragidos - apoiadores do ex-presidente brasileiro -, a despeito de apelos como o do senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS).

Segundo a Casa Rosada, solicitações de refúgio serão analisadas individualmente. O governo Lula, por sua vez, prepara pedidos de extradição, mas também avalia que há brechas legais para que os fugitivos sejam presos preventivamente em território argentino, por ordem da Justiça local.

“Se esses caras não quiserem vir, que sejam presos lá e fiquem presos na Argentina. Se não, venham para cá. Estamos tratando da forma mais diplomática possível”, disse Lula.

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva exigiu desculpas nesta quarta-feira, dia 26, do presidente da Argentina, Javier Milei, por ter falado “muita bobagem” sobre ele e o Brasil.

Lula condicionou a realização da primeira reunião de trabalho com o argentino a um pedido de desculpas público por parte de Milei.

“Eu não conversei com o presidente da Argentina, porque acho que ele tem que pedir desculpas ao Brasil e a mim. Ele falou muita bobagem. Só quero que ele peça desculpas”, afirmou Lula, no Palácio do Planalto, durante entrevista ao vivo, ao site UOL.

Lula insiste em exigir pedido de desculpas por parte de Milei Foto: Wilton Junior/Estadão e Luis Robayo/AFP

Lula disse ter apreço pela Argentina e destacou que os países são “muito importantes” um para o outro. Afirmou ainda que os povos argentino e brasileiro são “maiores” do que dois presidentes e querem viver em paz. Ele evitou citar o nome de Milei.

“Não é um presidente que vai criar uma cizânia entre o Brasil e a Argentina. Se o presidente da República Argentina (Milei) governar a Argentina já está de bom tamanho. Não tente governar o mundo”, disse o petista.

Como o Estadão mostrou, as chancelarias dos dois países trabalham nos bastidores por uma aproximação e a construção de uma relação pragmática entre os líderes. Os ministros de Relações Exteriores atuaram para amenizar as divergências ideológicas e abrir canais de diálogo.

Milei chegou a sugerir em ao menos duas cartas endereçadas a Lula que pudessem realizar uma reunião de trabalho, algo que ele mesmo havia desdenhado durante a campanha eleitoral no país vizinho. Lula o deixou sem resposta.

O Planalto já havia sinalizado desconfiança e resistência com a nova postura de Milei, de aparente moderação em relação ao período de atritos, provocações e ofensas com o petista, que marcou a campanha argentina.

O libertário, hoje um ícone da direita regional e associado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, chegou a classificar Lula como corrupto e comunista. Depois, já na Casa Rosada, Milei passou a evitar os embates e deixou de falar mal do petista, mas o governo brasileiro sempre insistiu no pedido de desculpas.

A Presidência argentina respondeu a Lula imediatamente. O porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, argumentou que Milei não tem do que se arrepender, num sinal de que a exigência do petista não deve ser atendida.

“Tudo o que o presidente Lula quer está dentro dos desejos dele e respeitamos. O presidente (Milei) não fez nada de que tenha que se arrepender, ao menos até agora”, disse o porta-voz Adorni.

Presença no Mercosul

Segundo a Casa Rosada, Lula e Milei apenas se cumprimentaram apenas de forma cordial no primeiro encontro global entre eles, durante o G-7 na Itália. Ambos participaram como convidados de uma sessão de debates, inaugurada pelo papa Francisco. Não houve pedido de reunião por parte do argentino, tampouco do lado brasileiro.

No Início de julho, Lula e Milei se encontrarão pessoalmente mais uma vez, na Cúpula do Mercosul, no dia 8, em Assunção, Paraguai. Ambos confirmaram presença nesta quarta-feira, dia 26. Será a primeira participação de Milei em reuniões do bloco.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, desconversou quando questionado se os governos brasileiro e argentino trabalhavam com preparação de uma reunião Lula-Milei no Paraguai. “Vai depender muito da programação dos organizadores, que é o governo paraguaio. Por enquanto não temos nenhuma reunião marcada”, disse nesta quarta-feira.

Nos últimos meses, houve uma série de gestos nos bastidores que agradaram ao governo Milei e visitas de nível técnico e diplomático, entre as burocracias dos dois governos, de lado a lado.

Entre eles, estão a defesa da soberania argentina sobre as Ilhas Malvinas, em mais de uma ocasião, o ingresso do Brasil em processo nos Estados Unidos sobre a estatização da petroleira nacional YPF, no qual o governo argentino fora condenado a pagar indenização de US$ 16 bilhões a um fundo privado.

Houve ainda articulação direta entre os chanceleres Mauro Vieira e Diana Mondino para que Petrobras enviasse navios com gás natural a fim de evitar o desabastecimento da cidade do norte da Argentina, como Rosário, durante o inverno, o que provocaria problemas no uso de aquecedores pela população, entre outros.

O Brasil deu votos favoráveis a empréstimos urgentes solicitados pelo governo Milei para quitar compromissos, em organismos como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF).

8 de janeiro

Na semana passada, foi a vez de Milei atender a uma consulta do Itamaraty, para tentar desvendar o paradeiro de 143 foragidos da Justiça depois de condenados pela tentativa de golpe do 8 de janeiro.

O governo Milei respondeu ao ofício encaminhado pelo Supremo Tribunal Federal com dados sobre cerca de 60 deles e a condição em que ingressaram na Argentina, como forma de escapar da prisão. Ao menos 47, segundo a Polícia Federal, teriam solicitado refúgio no país.

O governo Milei negou que tenha feito um pacto com Bolsonaro para blindar com asilo político os foragidos - apoiadores do ex-presidente brasileiro -, a despeito de apelos como o do senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS).

Segundo a Casa Rosada, solicitações de refúgio serão analisadas individualmente. O governo Lula, por sua vez, prepara pedidos de extradição, mas também avalia que há brechas legais para que os fugitivos sejam presos preventivamente em território argentino, por ordem da Justiça local.

“Se esses caras não quiserem vir, que sejam presos lá e fiquem presos na Argentina. Se não, venham para cá. Estamos tratando da forma mais diplomática possível”, disse Lula.

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