Discurso de Lula na ONU: entenda em 5 pontos o que disse o Presidente brasileiro na Assembleia-Geral


Lula condenou a guerra de Israel contra Hamas e Hezbollah no Oriente Médio, volotu a pedir uma ‘reforma’ das Nações Unidas e investimento para atingir ‘desenvolvimento sustentável’

Por Daniel Gateno
Atualização:

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, abriu os discursos da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nesta terça-feira, 24.

Lula condenou a guerra de Israel contra o grupo terrorista Hamas e a milícia xiita radical libanesa Hezbollah, criticou armas de destruição em massa e mencionou a formula de paz costurada por Brasil e China para a guerra na Ucrânia.

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O presidente brasileiro também citou a crise no meio ambiente, pediu investimentos de outros países na busca pelo desenvolvimento sustentável e criticou a atual governança global.

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O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, discursa na Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York, Estados Unidos  Foto: Michael M. Santiago/AFP

Confira cinco pontos sobre o discurso de Lula:

Guerra de Israel contra Hamas e Hezbollah

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Lula começou o discurso parabenizando a delegação da Palestina por estar participando pela primeira vez da Assembleia-Geral, como observadora.

O presidente brasileiro criticou a guerra de Israel contra o grupo terrorista Hamas e a milícia xiita radical Hezbollah. Lula condenou os ataques terroristas do Hamas, mas disse que os palestinos estão sofrendo uma “punição coletiva” pelos atos do Hamas.

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O presidente brasileiro também condenou o ataque terrorista do Hamas, que matou 1,2 mil pessoas em Israel, mas também criticou e chamou a ofensiva israelense em Gaza de “punição coletiva” contra todos os palestinos.

Armas de destruição em massa, Ucrânia e outras guerras

Lula também mencionou a guerra na Ucrânia, ressaltando a formula de paz costurada por China e Brasil para solucionar o conflito entre Kiev e Moscou.

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“Já está claro que nenhuma das partes conseguirá atingir todos os seus objetivos pela via militar. O recurso a armamentos cada vez mais destrutivos traz à memória os tempos mais sombrios do confronto estéril da Guerra Fria. Criar condições para a retomada do diálogo direto entre as partes é crucial neste momento”, apontou o presidente brasileiro.

Lula também ressaltou que os conflitos no Sudão e no Iêmen estão “esquecidos”.

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Crise do meio-ambiente

O presidente brasileiro também ressaltou a crise no meio ambiente e disse que o planeta está “farto” de acordos climáticos não cumpridos e metas de redução de emissões de carbono que são “negligenciadas”.

“Em tempos de polarização, expressões como desglobalização se tornaram corriqueiras. Mas é impossível desplanetizar nossa vida em comum. Estamos condenados à interdependências da mudança climática”, declarou o petista.

O presidente citou furacões no Caribe, tufões na Ásia, secas e inundações na África e chuvas torrenciais na Europa para exemplificar como as mudanças climáticas têm afetado o mundo inteiro. Lula também mencionou as enchentes no Rio Grande do Sul.

“No sul do Brasil tivemos a maior enchente desde 1941. A Amazônia está atravessando a pior estiagem em 45 anos. Incêndios florestais se alastraram pelo país e já devoraram 5 milhões de hectares apenas no mês de agosto.Já fizemos muito, mas sabemos que é preciso fazer mais”, disse Lula.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, chega a Assembleia-Geral da ONU, em Nova York  Foto: Dave Sanders/NYT

‘Defesa da democracia’

O presidente brasileiro também ressaltou que o Brasil é um país que defende a democracia. Lula disse que os brasileiros “continuarão a derrotar os que tentam solapar as instituições e colocá-las a serviço de interesses reacionários”.

Lula também disse que a América Latina vive, desde 2014, uma década perdida. “Essa combinação de baixo crescimento e altos níveis de desigualdade resulta em efeitos nefastos sobre a paisagem política. Tragada por disputas, muitas vezes alheias à região, nossa vocação de cooperação e entendimento se fragiliza”.

O presidente brasileiro também mencionou Cuba, uma ditadura, ao dizer que é inaceitável afirmar que Havana comete terrorismo.

Lula também criticou o acesso a recursos financeiros para a maioria dos países de renda média e baixa.

“Países da África tomam empréstimo a taxas até 8 vezes maiores do que a Alemanha e 4 vezes maior que os Estados Unidos. É um Plano Marshall às avessas, em que os mais pobres financiam os mais ricos”, apontou o presidente brasileiro.

Reforma da ONU e dos sistemas das Organizações Unidas

Na parte final do discurso, Lula pediu novamente uma reforma da ONU para dar mais representatividade a países do chamado Sul Global. O presidente brasileiro ressaltou que na fundação da ONU, em 1945, 51 países faziam parte da organização, uma composição muito diferente da atual.

“Hoje somos 193.Várias nações, principalmente no continente africano, estavam sob domínio colonial e não tiveram voz sobre seus objetivos e funcionamento”, apontou Lula.

Para o presidente brasileiro, é preciso uma completa revisão da carta da ONU, com foco no desenvolvimento sustentável para o combate das mudanças climáticas, a revitalização da Assembleia-Geral, o fortalecimento da Comissão de Consolidação da Paz e uma reforma no Conselho de Segurança da ONU.

O Brasil deseja ter um assento permanente no Conselho de Segurança. “A exclusão da América Latina e da África de assentos permanentes no Conselho de Segurança é um eco inaceitável de práticas de dominação do passado colonial”, completou Lula.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, abriu os discursos da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nesta terça-feira, 24.

Lula condenou a guerra de Israel contra o grupo terrorista Hamas e a milícia xiita radical libanesa Hezbollah, criticou armas de destruição em massa e mencionou a formula de paz costurada por Brasil e China para a guerra na Ucrânia.

O presidente brasileiro também citou a crise no meio ambiente, pediu investimentos de outros países na busca pelo desenvolvimento sustentável e criticou a atual governança global.

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O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, discursa na Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York, Estados Unidos  Foto: Michael M. Santiago/AFP

Confira cinco pontos sobre o discurso de Lula:

Guerra de Israel contra Hamas e Hezbollah

Lula começou o discurso parabenizando a delegação da Palestina por estar participando pela primeira vez da Assembleia-Geral, como observadora.

O presidente brasileiro criticou a guerra de Israel contra o grupo terrorista Hamas e a milícia xiita radical Hezbollah. Lula condenou os ataques terroristas do Hamas, mas disse que os palestinos estão sofrendo uma “punição coletiva” pelos atos do Hamas.

O presidente brasileiro também condenou o ataque terrorista do Hamas, que matou 1,2 mil pessoas em Israel, mas também criticou e chamou a ofensiva israelense em Gaza de “punição coletiva” contra todos os palestinos.

Armas de destruição em massa, Ucrânia e outras guerras

Lula também mencionou a guerra na Ucrânia, ressaltando a formula de paz costurada por China e Brasil para solucionar o conflito entre Kiev e Moscou.

“Já está claro que nenhuma das partes conseguirá atingir todos os seus objetivos pela via militar. O recurso a armamentos cada vez mais destrutivos traz à memória os tempos mais sombrios do confronto estéril da Guerra Fria. Criar condições para a retomada do diálogo direto entre as partes é crucial neste momento”, apontou o presidente brasileiro.

Lula também ressaltou que os conflitos no Sudão e no Iêmen estão “esquecidos”.

Crise do meio-ambiente

O presidente brasileiro também ressaltou a crise no meio ambiente e disse que o planeta está “farto” de acordos climáticos não cumpridos e metas de redução de emissões de carbono que são “negligenciadas”.

“Em tempos de polarização, expressões como desglobalização se tornaram corriqueiras. Mas é impossível desplanetizar nossa vida em comum. Estamos condenados à interdependências da mudança climática”, declarou o petista.

O presidente citou furacões no Caribe, tufões na Ásia, secas e inundações na África e chuvas torrenciais na Europa para exemplificar como as mudanças climáticas têm afetado o mundo inteiro. Lula também mencionou as enchentes no Rio Grande do Sul.

“No sul do Brasil tivemos a maior enchente desde 1941. A Amazônia está atravessando a pior estiagem em 45 anos. Incêndios florestais se alastraram pelo país e já devoraram 5 milhões de hectares apenas no mês de agosto.Já fizemos muito, mas sabemos que é preciso fazer mais”, disse Lula.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, chega a Assembleia-Geral da ONU, em Nova York  Foto: Dave Sanders/NYT

‘Defesa da democracia’

O presidente brasileiro também ressaltou que o Brasil é um país que defende a democracia. Lula disse que os brasileiros “continuarão a derrotar os que tentam solapar as instituições e colocá-las a serviço de interesses reacionários”.

Lula também disse que a América Latina vive, desde 2014, uma década perdida. “Essa combinação de baixo crescimento e altos níveis de desigualdade resulta em efeitos nefastos sobre a paisagem política. Tragada por disputas, muitas vezes alheias à região, nossa vocação de cooperação e entendimento se fragiliza”.

O presidente brasileiro também mencionou Cuba, uma ditadura, ao dizer que é inaceitável afirmar que Havana comete terrorismo.

Lula também criticou o acesso a recursos financeiros para a maioria dos países de renda média e baixa.

“Países da África tomam empréstimo a taxas até 8 vezes maiores do que a Alemanha e 4 vezes maior que os Estados Unidos. É um Plano Marshall às avessas, em que os mais pobres financiam os mais ricos”, apontou o presidente brasileiro.

Reforma da ONU e dos sistemas das Organizações Unidas

Na parte final do discurso, Lula pediu novamente uma reforma da ONU para dar mais representatividade a países do chamado Sul Global. O presidente brasileiro ressaltou que na fundação da ONU, em 1945, 51 países faziam parte da organização, uma composição muito diferente da atual.

“Hoje somos 193.Várias nações, principalmente no continente africano, estavam sob domínio colonial e não tiveram voz sobre seus objetivos e funcionamento”, apontou Lula.

Para o presidente brasileiro, é preciso uma completa revisão da carta da ONU, com foco no desenvolvimento sustentável para o combate das mudanças climáticas, a revitalização da Assembleia-Geral, o fortalecimento da Comissão de Consolidação da Paz e uma reforma no Conselho de Segurança da ONU.

O Brasil deseja ter um assento permanente no Conselho de Segurança. “A exclusão da América Latina e da África de assentos permanentes no Conselho de Segurança é um eco inaceitável de práticas de dominação do passado colonial”, completou Lula.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, abriu os discursos da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nesta terça-feira, 24.

Lula condenou a guerra de Israel contra o grupo terrorista Hamas e a milícia xiita radical libanesa Hezbollah, criticou armas de destruição em massa e mencionou a formula de paz costurada por Brasil e China para a guerra na Ucrânia.

O presidente brasileiro também citou a crise no meio ambiente, pediu investimentos de outros países na busca pelo desenvolvimento sustentável e criticou a atual governança global.

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O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, discursa na Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York, Estados Unidos  Foto: Michael M. Santiago/AFP

Confira cinco pontos sobre o discurso de Lula:

Guerra de Israel contra Hamas e Hezbollah

Lula começou o discurso parabenizando a delegação da Palestina por estar participando pela primeira vez da Assembleia-Geral, como observadora.

O presidente brasileiro criticou a guerra de Israel contra o grupo terrorista Hamas e a milícia xiita radical Hezbollah. Lula condenou os ataques terroristas do Hamas, mas disse que os palestinos estão sofrendo uma “punição coletiva” pelos atos do Hamas.

O presidente brasileiro também condenou o ataque terrorista do Hamas, que matou 1,2 mil pessoas em Israel, mas também criticou e chamou a ofensiva israelense em Gaza de “punição coletiva” contra todos os palestinos.

Armas de destruição em massa, Ucrânia e outras guerras

Lula também mencionou a guerra na Ucrânia, ressaltando a formula de paz costurada por China e Brasil para solucionar o conflito entre Kiev e Moscou.

“Já está claro que nenhuma das partes conseguirá atingir todos os seus objetivos pela via militar. O recurso a armamentos cada vez mais destrutivos traz à memória os tempos mais sombrios do confronto estéril da Guerra Fria. Criar condições para a retomada do diálogo direto entre as partes é crucial neste momento”, apontou o presidente brasileiro.

Lula também ressaltou que os conflitos no Sudão e no Iêmen estão “esquecidos”.

Crise do meio-ambiente

O presidente brasileiro também ressaltou a crise no meio ambiente e disse que o planeta está “farto” de acordos climáticos não cumpridos e metas de redução de emissões de carbono que são “negligenciadas”.

“Em tempos de polarização, expressões como desglobalização se tornaram corriqueiras. Mas é impossível desplanetizar nossa vida em comum. Estamos condenados à interdependências da mudança climática”, declarou o petista.

O presidente citou furacões no Caribe, tufões na Ásia, secas e inundações na África e chuvas torrenciais na Europa para exemplificar como as mudanças climáticas têm afetado o mundo inteiro. Lula também mencionou as enchentes no Rio Grande do Sul.

“No sul do Brasil tivemos a maior enchente desde 1941. A Amazônia está atravessando a pior estiagem em 45 anos. Incêndios florestais se alastraram pelo país e já devoraram 5 milhões de hectares apenas no mês de agosto.Já fizemos muito, mas sabemos que é preciso fazer mais”, disse Lula.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, chega a Assembleia-Geral da ONU, em Nova York  Foto: Dave Sanders/NYT

‘Defesa da democracia’

O presidente brasileiro também ressaltou que o Brasil é um país que defende a democracia. Lula disse que os brasileiros “continuarão a derrotar os que tentam solapar as instituições e colocá-las a serviço de interesses reacionários”.

Lula também disse que a América Latina vive, desde 2014, uma década perdida. “Essa combinação de baixo crescimento e altos níveis de desigualdade resulta em efeitos nefastos sobre a paisagem política. Tragada por disputas, muitas vezes alheias à região, nossa vocação de cooperação e entendimento se fragiliza”.

O presidente brasileiro também mencionou Cuba, uma ditadura, ao dizer que é inaceitável afirmar que Havana comete terrorismo.

Lula também criticou o acesso a recursos financeiros para a maioria dos países de renda média e baixa.

“Países da África tomam empréstimo a taxas até 8 vezes maiores do que a Alemanha e 4 vezes maior que os Estados Unidos. É um Plano Marshall às avessas, em que os mais pobres financiam os mais ricos”, apontou o presidente brasileiro.

Reforma da ONU e dos sistemas das Organizações Unidas

Na parte final do discurso, Lula pediu novamente uma reforma da ONU para dar mais representatividade a países do chamado Sul Global. O presidente brasileiro ressaltou que na fundação da ONU, em 1945, 51 países faziam parte da organização, uma composição muito diferente da atual.

“Hoje somos 193.Várias nações, principalmente no continente africano, estavam sob domínio colonial e não tiveram voz sobre seus objetivos e funcionamento”, apontou Lula.

Para o presidente brasileiro, é preciso uma completa revisão da carta da ONU, com foco no desenvolvimento sustentável para o combate das mudanças climáticas, a revitalização da Assembleia-Geral, o fortalecimento da Comissão de Consolidação da Paz e uma reforma no Conselho de Segurança da ONU.

O Brasil deseja ter um assento permanente no Conselho de Segurança. “A exclusão da América Latina e da África de assentos permanentes no Conselho de Segurança é um eco inaceitável de práticas de dominação do passado colonial”, completou Lula.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, abriu os discursos da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nesta terça-feira, 24.

Lula condenou a guerra de Israel contra o grupo terrorista Hamas e a milícia xiita radical libanesa Hezbollah, criticou armas de destruição em massa e mencionou a formula de paz costurada por Brasil e China para a guerra na Ucrânia.

O presidente brasileiro também citou a crise no meio ambiente, pediu investimentos de outros países na busca pelo desenvolvimento sustentável e criticou a atual governança global.

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O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, discursa na Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York, Estados Unidos  Foto: Michael M. Santiago/AFP

Confira cinco pontos sobre o discurso de Lula:

Guerra de Israel contra Hamas e Hezbollah

Lula começou o discurso parabenizando a delegação da Palestina por estar participando pela primeira vez da Assembleia-Geral, como observadora.

O presidente brasileiro criticou a guerra de Israel contra o grupo terrorista Hamas e a milícia xiita radical Hezbollah. Lula condenou os ataques terroristas do Hamas, mas disse que os palestinos estão sofrendo uma “punição coletiva” pelos atos do Hamas.

O presidente brasileiro também condenou o ataque terrorista do Hamas, que matou 1,2 mil pessoas em Israel, mas também criticou e chamou a ofensiva israelense em Gaza de “punição coletiva” contra todos os palestinos.

Armas de destruição em massa, Ucrânia e outras guerras

Lula também mencionou a guerra na Ucrânia, ressaltando a formula de paz costurada por China e Brasil para solucionar o conflito entre Kiev e Moscou.

“Já está claro que nenhuma das partes conseguirá atingir todos os seus objetivos pela via militar. O recurso a armamentos cada vez mais destrutivos traz à memória os tempos mais sombrios do confronto estéril da Guerra Fria. Criar condições para a retomada do diálogo direto entre as partes é crucial neste momento”, apontou o presidente brasileiro.

Lula também ressaltou que os conflitos no Sudão e no Iêmen estão “esquecidos”.

Crise do meio-ambiente

O presidente brasileiro também ressaltou a crise no meio ambiente e disse que o planeta está “farto” de acordos climáticos não cumpridos e metas de redução de emissões de carbono que são “negligenciadas”.

“Em tempos de polarização, expressões como desglobalização se tornaram corriqueiras. Mas é impossível desplanetizar nossa vida em comum. Estamos condenados à interdependências da mudança climática”, declarou o petista.

O presidente citou furacões no Caribe, tufões na Ásia, secas e inundações na África e chuvas torrenciais na Europa para exemplificar como as mudanças climáticas têm afetado o mundo inteiro. Lula também mencionou as enchentes no Rio Grande do Sul.

“No sul do Brasil tivemos a maior enchente desde 1941. A Amazônia está atravessando a pior estiagem em 45 anos. Incêndios florestais se alastraram pelo país e já devoraram 5 milhões de hectares apenas no mês de agosto.Já fizemos muito, mas sabemos que é preciso fazer mais”, disse Lula.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, chega a Assembleia-Geral da ONU, em Nova York  Foto: Dave Sanders/NYT

‘Defesa da democracia’

O presidente brasileiro também ressaltou que o Brasil é um país que defende a democracia. Lula disse que os brasileiros “continuarão a derrotar os que tentam solapar as instituições e colocá-las a serviço de interesses reacionários”.

Lula também disse que a América Latina vive, desde 2014, uma década perdida. “Essa combinação de baixo crescimento e altos níveis de desigualdade resulta em efeitos nefastos sobre a paisagem política. Tragada por disputas, muitas vezes alheias à região, nossa vocação de cooperação e entendimento se fragiliza”.

O presidente brasileiro também mencionou Cuba, uma ditadura, ao dizer que é inaceitável afirmar que Havana comete terrorismo.

Lula também criticou o acesso a recursos financeiros para a maioria dos países de renda média e baixa.

“Países da África tomam empréstimo a taxas até 8 vezes maiores do que a Alemanha e 4 vezes maior que os Estados Unidos. É um Plano Marshall às avessas, em que os mais pobres financiam os mais ricos”, apontou o presidente brasileiro.

Reforma da ONU e dos sistemas das Organizações Unidas

Na parte final do discurso, Lula pediu novamente uma reforma da ONU para dar mais representatividade a países do chamado Sul Global. O presidente brasileiro ressaltou que na fundação da ONU, em 1945, 51 países faziam parte da organização, uma composição muito diferente da atual.

“Hoje somos 193.Várias nações, principalmente no continente africano, estavam sob domínio colonial e não tiveram voz sobre seus objetivos e funcionamento”, apontou Lula.

Para o presidente brasileiro, é preciso uma completa revisão da carta da ONU, com foco no desenvolvimento sustentável para o combate das mudanças climáticas, a revitalização da Assembleia-Geral, o fortalecimento da Comissão de Consolidação da Paz e uma reforma no Conselho de Segurança da ONU.

O Brasil deseja ter um assento permanente no Conselho de Segurança. “A exclusão da América Latina e da África de assentos permanentes no Conselho de Segurança é um eco inaceitável de práticas de dominação do passado colonial”, completou Lula.

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