ENVIADO ESPECIAL A LUANDA — O Ministério das Relações Exteriores vai reforçar a presença na África, por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Embora Lula tenha frustrado a expectativa de que poderia anunciar novas embaixadas durante a turnê africana, o governo federal trabalha com o plano de abertura, em curto prazo, de ao menos duas representações no continente.
O governo pretende reativar a embaixada em Serra Leoa e criar uma nova em Ruanda. Lula havia prometido abrir embaixadas onde o País ainda não é representado, além de viajar mais ao continente no ano que vem. Lula quer atualizar a política externa para o continente e estimular investimentos privados brasileiros.
Contatos políticos e diplomáticos nesses países, sobretudo nos que possuem governo centralizador e autoritário, costumam ser uma abertura de portas para negócios.
Durante a passagem por Angola, Lula anunciou a criação de um consulado geral em Luanda, para atender à demanda de cerca de 27 mil brasileiros residentes no país, além dos cidadãos angolanos interessados em viajar ao Brasil. Trata-se do primeiro novo posto do serviço exterior lançado pelo governo Lula, no terceiro mandato.
O governo também vem promovendo a reativação da embaixada em Caracas, na Venezuela, além dos consulados e vice-consulados no país vizinho. Lula elevou à categoria de consulado-geral o então vice-consulado em Orlando, nos Estados Unidos, lançado no governo passado.
O ex-presidente Jair Bolsonaro determinou o fechamento de três embaixadas na África, sob o argumento de que geravam mais despesas do que benefícios: Serra Leoa, Maláwi e Libéria. Todas haviam sido inauguradas durante os governos do PT.
Lula afirma que seu antecessor afastou o Brasil da África e ignorou o continente. Bolsonaro não fez nenhuma visita a um país africano como presidente da República.
Depois de alguns anos de contração, Bolsonaro abriu uma embaixada em Manama, no Bahrein, criou o vice-consulado em Cusco, no Peru, e os consulados gerais em Chengdu, na China, em Edimburgo, na Escócia, Reino Unido, e Marselha, na França.