Lula admite escalada autoritária de Maduro após ordem de prisão contra opositor


Presidente deve conversar com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, nesta terça-feira sobre a crise no país vizinho

Por Vera Rosa e Eduardo Gayer
Atualização:

BRASÍLIA – O governo Lula viu com muita preocupação a ordem de prisão emitida nesta segunda-feira, 2, pela Justiça da Venezuela contra o diplomata Edmundo González, candidato que enfrentou o ditador Nicolas Maduro nas eleições de julho. Em conversas reservadas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a dizer que o país vizinho está se distanciando cada vez mais da comunidade internacional.

Na avaliação do Itamaraty, Caracas tem mandado sinais de que não quer negociar. Lula ainda não chama Maduro de ditador, mas, de acordo com interlocutores, já percebeu que ele se enreda cada vez mais numa escalada autoritária.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, deve conversar com Lula nesta terça-feira, 3, sobre a ampliação da crise na Venezuela.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a recepção ao ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, em maio, no Palácio do Planalto. Foto: FOTO WILTON JUNIOR/ ESTADÃO

Há três dias, Lula endureceu as críticas a Maduro e disse que ele deveria arcar com as consequências dos seus atos. Afirmou, ainda, que não reconheceria sua vitória, nem a de González, enquanto os boletins de urnas não viessem a público. No último dia 22, o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela declarou Maduro vencedor e proibiu a divulgação das atas de votação.

“Estamos exigindo a prova (de quem venceu as eleições). Ele (Maduro) tem o direito de não gostar. Eu falei que é importante convocar novas eleições”, disse o presidente, na sexta-feira, 30, em entrevista à rádio MaisPB. “Maduro que arque com as consequências dos atos dele e eu arco com as consequências dos meus. Eu tenho consciência política de que tentei ajudar muito”, completou ele.

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Nos bastidores, há divergências no governo em relação ao tom a ser adotado com Maduro. Enquanto auxiliares de Lula no Palácio do Planalto defendem uma posição que mantenha “pontes” abertas para o diálogo com Caracas a qualquer momento, o Itamaraty vê pouco espaço para novas concessões diante do fortalecimento da ditadura na Venezuela.

Histórico

Desde a eleição de 28 de julho, o Brasil, a Colômbia e o México tentam intermediar, sem sucesso, um diálogo entre a oposição e o chavismo. A posição dos três governos de esquerda da região é diferente da de outros países de esquerda como o Chile, mais assertivo nas críticas a Maduro, e de outros de centro e de direita, como Argentina, Uruguai, Peru, que romperam com Maduro após as denúncias de fraude e reconheceram a vitória de González na eleição.

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Nas últimas semanas, Lula chegou a defender a realização de uma nova eleição no país vizinho, o que desagradou tanto os chavistas quanto a oposição, e se manifestou pela espera da divulgação das atas eleitorais por parte da Justiça eleitoral chavista, o que não ocorreu.

Apesar da posição cada vez mais distante de Maduro, no primeiro ano de mandato Lula chegou a reabilitá-lo, recebendo o chavista com pompas de chefe de Estado em uma reunião no Planalto no ano passado.

BRASÍLIA – O governo Lula viu com muita preocupação a ordem de prisão emitida nesta segunda-feira, 2, pela Justiça da Venezuela contra o diplomata Edmundo González, candidato que enfrentou o ditador Nicolas Maduro nas eleições de julho. Em conversas reservadas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a dizer que o país vizinho está se distanciando cada vez mais da comunidade internacional.

Na avaliação do Itamaraty, Caracas tem mandado sinais de que não quer negociar. Lula ainda não chama Maduro de ditador, mas, de acordo com interlocutores, já percebeu que ele se enreda cada vez mais numa escalada autoritária.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, deve conversar com Lula nesta terça-feira, 3, sobre a ampliação da crise na Venezuela.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a recepção ao ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, em maio, no Palácio do Planalto. Foto: FOTO WILTON JUNIOR/ ESTADÃO

Há três dias, Lula endureceu as críticas a Maduro e disse que ele deveria arcar com as consequências dos seus atos. Afirmou, ainda, que não reconheceria sua vitória, nem a de González, enquanto os boletins de urnas não viessem a público. No último dia 22, o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela declarou Maduro vencedor e proibiu a divulgação das atas de votação.

“Estamos exigindo a prova (de quem venceu as eleições). Ele (Maduro) tem o direito de não gostar. Eu falei que é importante convocar novas eleições”, disse o presidente, na sexta-feira, 30, em entrevista à rádio MaisPB. “Maduro que arque com as consequências dos atos dele e eu arco com as consequências dos meus. Eu tenho consciência política de que tentei ajudar muito”, completou ele.

Nos bastidores, há divergências no governo em relação ao tom a ser adotado com Maduro. Enquanto auxiliares de Lula no Palácio do Planalto defendem uma posição que mantenha “pontes” abertas para o diálogo com Caracas a qualquer momento, o Itamaraty vê pouco espaço para novas concessões diante do fortalecimento da ditadura na Venezuela.

Histórico

Desde a eleição de 28 de julho, o Brasil, a Colômbia e o México tentam intermediar, sem sucesso, um diálogo entre a oposição e o chavismo. A posição dos três governos de esquerda da região é diferente da de outros países de esquerda como o Chile, mais assertivo nas críticas a Maduro, e de outros de centro e de direita, como Argentina, Uruguai, Peru, que romperam com Maduro após as denúncias de fraude e reconheceram a vitória de González na eleição.

Nas últimas semanas, Lula chegou a defender a realização de uma nova eleição no país vizinho, o que desagradou tanto os chavistas quanto a oposição, e se manifestou pela espera da divulgação das atas eleitorais por parte da Justiça eleitoral chavista, o que não ocorreu.

Apesar da posição cada vez mais distante de Maduro, no primeiro ano de mandato Lula chegou a reabilitá-lo, recebendo o chavista com pompas de chefe de Estado em uma reunião no Planalto no ano passado.

BRASÍLIA – O governo Lula viu com muita preocupação a ordem de prisão emitida nesta segunda-feira, 2, pela Justiça da Venezuela contra o diplomata Edmundo González, candidato que enfrentou o ditador Nicolas Maduro nas eleições de julho. Em conversas reservadas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a dizer que o país vizinho está se distanciando cada vez mais da comunidade internacional.

Na avaliação do Itamaraty, Caracas tem mandado sinais de que não quer negociar. Lula ainda não chama Maduro de ditador, mas, de acordo com interlocutores, já percebeu que ele se enreda cada vez mais numa escalada autoritária.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, deve conversar com Lula nesta terça-feira, 3, sobre a ampliação da crise na Venezuela.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a recepção ao ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, em maio, no Palácio do Planalto. Foto: FOTO WILTON JUNIOR/ ESTADÃO

Há três dias, Lula endureceu as críticas a Maduro e disse que ele deveria arcar com as consequências dos seus atos. Afirmou, ainda, que não reconheceria sua vitória, nem a de González, enquanto os boletins de urnas não viessem a público. No último dia 22, o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela declarou Maduro vencedor e proibiu a divulgação das atas de votação.

“Estamos exigindo a prova (de quem venceu as eleições). Ele (Maduro) tem o direito de não gostar. Eu falei que é importante convocar novas eleições”, disse o presidente, na sexta-feira, 30, em entrevista à rádio MaisPB. “Maduro que arque com as consequências dos atos dele e eu arco com as consequências dos meus. Eu tenho consciência política de que tentei ajudar muito”, completou ele.

Nos bastidores, há divergências no governo em relação ao tom a ser adotado com Maduro. Enquanto auxiliares de Lula no Palácio do Planalto defendem uma posição que mantenha “pontes” abertas para o diálogo com Caracas a qualquer momento, o Itamaraty vê pouco espaço para novas concessões diante do fortalecimento da ditadura na Venezuela.

Histórico

Desde a eleição de 28 de julho, o Brasil, a Colômbia e o México tentam intermediar, sem sucesso, um diálogo entre a oposição e o chavismo. A posição dos três governos de esquerda da região é diferente da de outros países de esquerda como o Chile, mais assertivo nas críticas a Maduro, e de outros de centro e de direita, como Argentina, Uruguai, Peru, que romperam com Maduro após as denúncias de fraude e reconheceram a vitória de González na eleição.

Nas últimas semanas, Lula chegou a defender a realização de uma nova eleição no país vizinho, o que desagradou tanto os chavistas quanto a oposição, e se manifestou pela espera da divulgação das atas eleitorais por parte da Justiça eleitoral chavista, o que não ocorreu.

Apesar da posição cada vez mais distante de Maduro, no primeiro ano de mandato Lula chegou a reabilitá-lo, recebendo o chavista com pompas de chefe de Estado em uma reunião no Planalto no ano passado.

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