Macron diz na ONU que países que permanecem em silêncio na Ucrânia são cúmplices da guerra


Na sua vez de discursar, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, se posicionou como um mediador do conflito

Por Redação
Atualização:

Em algumas de suas observações mais fortes contra a invasão russa da Ucrânia, o presidente da França, Emmanuel Macron, chamou a guerra de Moscou de retorno ao “imperialismo” em seu discurso na Assembleia- Geral das Nações Unidas nesta terça -feira, 20. Segundo ele, as nações que ainda permanecem em silêncio sobre o conflito na Ucrânia são cúmplices da guerra.

“No dia 24 de fevereiro deste ano, a Rússia, membro permanente do Conselho de Segurança, por meio de um ato de agressão e invasão e anexação, quebrou nossa segurança coletiva”, disse Macron, em seu discurso no dia de abertura da 77ª Assembleia-Geral, que se reúne pessoalmente pela primeira vez em três anos. “Ele deliberadamente violou a Carta da ONU e o princípio da igualdade soberana dos estados.”

O líder francês rejeitou a posição das nações que permaneceram “neutras” na guerra, dizendo: “Elas estão erradas; elas estão cometendo um erro histórico”. “Aqueles que estão em silêncio hoje são, de certa forma, cúmplices com a causa de um novo imperialismo.”

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“Esta guerra lançada pela Rússia está minando o princípio de nossa organização, está minando a única ordem mundial possível, está minando a paz”, disse Macron.

Presidente da França, Emmanuel Macron, discursa no primeiro dia da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York  Foto: Amr Alfiky/Reuters - 20/09/2022

Um internacionalista declarado que há muito tentou trazer a França de volta ao centro da diplomacia global, o presidente francês falou frequentemente com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre a guerra, mas não conseguiu influenciar o líder russo de seus objetivos.

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Em seu discurso nesta terça-feira, Macron alertou sobre um efeito cascata do conflito na Ucrânia, dizendo que a Rússia havia decidido “abrir caminho para outras guerras de anexação na Europa hoje e, talvez, amanhã na Ásia ou na África ou na América latina”.

Ele pediu aos membros do Conselho de Segurança da ONU “a agir para que a Rússia rejeite o caminho da guerra e avalie o custo para si e para todos nós - e, na verdade, ponha um fim a esse ato de agressão”.

Em seu discurso, Macron também criticou o referendo que quatro regiões ucranianas ocupadas planejam realizar nos próximos dias para serem anexadas à Rússia. “A Rússia declarou guerra e agora diz que, na mesma região, ela organizará um referendo. Se não fosse trágico, seria engraçado.”

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Como membro do Conselho de Segurança, a França esteve envolvida em grandes negociações, como as articulações para conter o programa nuclear do Irã em troca de alívio das sanções.

Macron também se reuniu com o presidente Ebrahim Raissi, no Irã, nesta terça-feira, em Nova York, na tentativa de reviver o acordo nuclear de 2015 que o ex-presidente Donald Trump retirou os EUA unilateralmente e praticamente o anulou.

Erdogan como mediador

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O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, o líder inconstante que tentou mediar com o Kremlin desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, também dirigiu-se às Nações Unidas nesta terça-feira, retratando-se como um mediador na guerra.

“Achamos que a guerra nunca terá um triunfo, e um processo de paz justo não terá um perdedor”, disse ele em seu discurso. “Estamos sempre destacando a importância da diplomacia na solução da disputa.”

Erdogan elogiou o papel da Turquia nas negociações até agora, principalmente como mediadora junto às Nações Unidas, em um acordo para tirar as exportações de grãos dos portos da Ucrânia - o que ele chamou de “uma das maiores realizações das Nações Unidas” em anos.

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“Precisamos de uma saída digna desta crise, através de um processo diplomático que seja racional, justo e aplicável”, disse.

Em uma entrevista transmitida na segunda-feira, Erdogan disse que a Rússia deveria devolver todo o território ucraniano que capturou e indicou que as negociações que ele tem ajudado a mediar estão indo nessa direção.

Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, exibe foto de navio ucraniano carregado de grãos ao lembrar, durante seu discurso na ONU, que seu país ajudou a mediar um acordo entre Ucrânia e Rússia  Foto: Amr Alfiky/Reuters - 20/09/2022
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“As terras que foram invadidas serão devolvidas à Ucrânia”, disse Erdogan em entrevista ao PBS NewsHour. Ele teve o cuidado de não criticar Putin por sua conduta na guerra, mas traçou um panorama claro sobre o retorno do território. “Isso é o que se espera”, disse Erdogan. “Isso é o que se quer. Putin deu alguns passos. Demos alguns passos”. “Uma invasão não pode ser justificada”, acrescentou.

Erdogan se posicionou como mediador entre a Ucrânia e a Rússia e sediou as negociações preliminares de paz em Istambul em março, embora essas discussões tenham sido inconclusivas.

Inicialmente, ele se opôs aos esforços da Suécia e da Finlândia para ingressar na Otan, atrasando seu processo de adesão. Com mediadores da ONU, ele também negociou com sucesso um acordo para permitir a exportação de grãos para fora da Ucrânia.

Na entrevista na segunda-feira, ele disse que Putin lhe deu a impressão, quando se encontraram recentemente no Usbequistão, de que “ele está disposto a acabar com isso (guerra) o mais rápido possível”.

Ele se recusou a comentar quem tem vantagem nesta fase do conflito, mas disse que a Turquia pode ser a principal mediadora entre a Rússia e a Ucrânia para qualquer conversa de paz.

Autocratas

A relação entre os dois autocratas tornou-se mais próxima nos últimos anos, definida pela dinâmica de poder flutuante e interesses mútuos. A Turquia se opôs à invasão russa da Ucrânia, mas Erdogan procurou manter um relacionamento próximo com Putin, buscando mitigar as consequências da guerra ucraniana em território turco enquanto ele se aproxima de um ano eleitoral com a economia de seu país implodindo.

Ele se recusou a aplicar sanções econômicas ocidentais contra a indústria e a economia da Rússia, e os dois líderes se reuniram várias vezes para discutir a expansão de sua parceria diplomática e negociar cooperação econômica.

Os comentários na segunda-feira ocorreram quando os combates eclodiram na semana passada na fronteira de Nagorno-Karabakh, um enclave no centro de um conflito de décadas entre o Azerbaijão e a Armênia – com a Turquia apoiando o Azerbaijão e a Rússia intervindo para salvar a Armênia.

Os confrontos mortais aumentaram a perspectiva de a Rússia perder influência sobre o conflito regional depois que Moscou transferiu algumas de suas tropas do sul do Cáucaso para a Ucrânia.

Em algumas de suas observações mais fortes contra a invasão russa da Ucrânia, o presidente da França, Emmanuel Macron, chamou a guerra de Moscou de retorno ao “imperialismo” em seu discurso na Assembleia- Geral das Nações Unidas nesta terça -feira, 20. Segundo ele, as nações que ainda permanecem em silêncio sobre o conflito na Ucrânia são cúmplices da guerra.

“No dia 24 de fevereiro deste ano, a Rússia, membro permanente do Conselho de Segurança, por meio de um ato de agressão e invasão e anexação, quebrou nossa segurança coletiva”, disse Macron, em seu discurso no dia de abertura da 77ª Assembleia-Geral, que se reúne pessoalmente pela primeira vez em três anos. “Ele deliberadamente violou a Carta da ONU e o princípio da igualdade soberana dos estados.”

O líder francês rejeitou a posição das nações que permaneceram “neutras” na guerra, dizendo: “Elas estão erradas; elas estão cometendo um erro histórico”. “Aqueles que estão em silêncio hoje são, de certa forma, cúmplices com a causa de um novo imperialismo.”

“Esta guerra lançada pela Rússia está minando o princípio de nossa organização, está minando a única ordem mundial possível, está minando a paz”, disse Macron.

Presidente da França, Emmanuel Macron, discursa no primeiro dia da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York  Foto: Amr Alfiky/Reuters - 20/09/2022

Um internacionalista declarado que há muito tentou trazer a França de volta ao centro da diplomacia global, o presidente francês falou frequentemente com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre a guerra, mas não conseguiu influenciar o líder russo de seus objetivos.

Em seu discurso nesta terça-feira, Macron alertou sobre um efeito cascata do conflito na Ucrânia, dizendo que a Rússia havia decidido “abrir caminho para outras guerras de anexação na Europa hoje e, talvez, amanhã na Ásia ou na África ou na América latina”.

Ele pediu aos membros do Conselho de Segurança da ONU “a agir para que a Rússia rejeite o caminho da guerra e avalie o custo para si e para todos nós - e, na verdade, ponha um fim a esse ato de agressão”.

Em seu discurso, Macron também criticou o referendo que quatro regiões ucranianas ocupadas planejam realizar nos próximos dias para serem anexadas à Rússia. “A Rússia declarou guerra e agora diz que, na mesma região, ela organizará um referendo. Se não fosse trágico, seria engraçado.”

Como membro do Conselho de Segurança, a França esteve envolvida em grandes negociações, como as articulações para conter o programa nuclear do Irã em troca de alívio das sanções.

Macron também se reuniu com o presidente Ebrahim Raissi, no Irã, nesta terça-feira, em Nova York, na tentativa de reviver o acordo nuclear de 2015 que o ex-presidente Donald Trump retirou os EUA unilateralmente e praticamente o anulou.

Erdogan como mediador

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, o líder inconstante que tentou mediar com o Kremlin desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, também dirigiu-se às Nações Unidas nesta terça-feira, retratando-se como um mediador na guerra.

“Achamos que a guerra nunca terá um triunfo, e um processo de paz justo não terá um perdedor”, disse ele em seu discurso. “Estamos sempre destacando a importância da diplomacia na solução da disputa.”

Erdogan elogiou o papel da Turquia nas negociações até agora, principalmente como mediadora junto às Nações Unidas, em um acordo para tirar as exportações de grãos dos portos da Ucrânia - o que ele chamou de “uma das maiores realizações das Nações Unidas” em anos.

“Precisamos de uma saída digna desta crise, através de um processo diplomático que seja racional, justo e aplicável”, disse.

Em uma entrevista transmitida na segunda-feira, Erdogan disse que a Rússia deveria devolver todo o território ucraniano que capturou e indicou que as negociações que ele tem ajudado a mediar estão indo nessa direção.

Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, exibe foto de navio ucraniano carregado de grãos ao lembrar, durante seu discurso na ONU, que seu país ajudou a mediar um acordo entre Ucrânia e Rússia  Foto: Amr Alfiky/Reuters - 20/09/2022

“As terras que foram invadidas serão devolvidas à Ucrânia”, disse Erdogan em entrevista ao PBS NewsHour. Ele teve o cuidado de não criticar Putin por sua conduta na guerra, mas traçou um panorama claro sobre o retorno do território. “Isso é o que se espera”, disse Erdogan. “Isso é o que se quer. Putin deu alguns passos. Demos alguns passos”. “Uma invasão não pode ser justificada”, acrescentou.

Erdogan se posicionou como mediador entre a Ucrânia e a Rússia e sediou as negociações preliminares de paz em Istambul em março, embora essas discussões tenham sido inconclusivas.

Inicialmente, ele se opôs aos esforços da Suécia e da Finlândia para ingressar na Otan, atrasando seu processo de adesão. Com mediadores da ONU, ele também negociou com sucesso um acordo para permitir a exportação de grãos para fora da Ucrânia.

Na entrevista na segunda-feira, ele disse que Putin lhe deu a impressão, quando se encontraram recentemente no Usbequistão, de que “ele está disposto a acabar com isso (guerra) o mais rápido possível”.

Ele se recusou a comentar quem tem vantagem nesta fase do conflito, mas disse que a Turquia pode ser a principal mediadora entre a Rússia e a Ucrânia para qualquer conversa de paz.

Autocratas

A relação entre os dois autocratas tornou-se mais próxima nos últimos anos, definida pela dinâmica de poder flutuante e interesses mútuos. A Turquia se opôs à invasão russa da Ucrânia, mas Erdogan procurou manter um relacionamento próximo com Putin, buscando mitigar as consequências da guerra ucraniana em território turco enquanto ele se aproxima de um ano eleitoral com a economia de seu país implodindo.

Ele se recusou a aplicar sanções econômicas ocidentais contra a indústria e a economia da Rússia, e os dois líderes se reuniram várias vezes para discutir a expansão de sua parceria diplomática e negociar cooperação econômica.

Os comentários na segunda-feira ocorreram quando os combates eclodiram na semana passada na fronteira de Nagorno-Karabakh, um enclave no centro de um conflito de décadas entre o Azerbaijão e a Armênia – com a Turquia apoiando o Azerbaijão e a Rússia intervindo para salvar a Armênia.

Os confrontos mortais aumentaram a perspectiva de a Rússia perder influência sobre o conflito regional depois que Moscou transferiu algumas de suas tropas do sul do Cáucaso para a Ucrânia.

Em algumas de suas observações mais fortes contra a invasão russa da Ucrânia, o presidente da França, Emmanuel Macron, chamou a guerra de Moscou de retorno ao “imperialismo” em seu discurso na Assembleia- Geral das Nações Unidas nesta terça -feira, 20. Segundo ele, as nações que ainda permanecem em silêncio sobre o conflito na Ucrânia são cúmplices da guerra.

“No dia 24 de fevereiro deste ano, a Rússia, membro permanente do Conselho de Segurança, por meio de um ato de agressão e invasão e anexação, quebrou nossa segurança coletiva”, disse Macron, em seu discurso no dia de abertura da 77ª Assembleia-Geral, que se reúne pessoalmente pela primeira vez em três anos. “Ele deliberadamente violou a Carta da ONU e o princípio da igualdade soberana dos estados.”

O líder francês rejeitou a posição das nações que permaneceram “neutras” na guerra, dizendo: “Elas estão erradas; elas estão cometendo um erro histórico”. “Aqueles que estão em silêncio hoje são, de certa forma, cúmplices com a causa de um novo imperialismo.”

“Esta guerra lançada pela Rússia está minando o princípio de nossa organização, está minando a única ordem mundial possível, está minando a paz”, disse Macron.

Presidente da França, Emmanuel Macron, discursa no primeiro dia da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York  Foto: Amr Alfiky/Reuters - 20/09/2022

Um internacionalista declarado que há muito tentou trazer a França de volta ao centro da diplomacia global, o presidente francês falou frequentemente com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre a guerra, mas não conseguiu influenciar o líder russo de seus objetivos.

Em seu discurso nesta terça-feira, Macron alertou sobre um efeito cascata do conflito na Ucrânia, dizendo que a Rússia havia decidido “abrir caminho para outras guerras de anexação na Europa hoje e, talvez, amanhã na Ásia ou na África ou na América latina”.

Ele pediu aos membros do Conselho de Segurança da ONU “a agir para que a Rússia rejeite o caminho da guerra e avalie o custo para si e para todos nós - e, na verdade, ponha um fim a esse ato de agressão”.

Em seu discurso, Macron também criticou o referendo que quatro regiões ucranianas ocupadas planejam realizar nos próximos dias para serem anexadas à Rússia. “A Rússia declarou guerra e agora diz que, na mesma região, ela organizará um referendo. Se não fosse trágico, seria engraçado.”

Como membro do Conselho de Segurança, a França esteve envolvida em grandes negociações, como as articulações para conter o programa nuclear do Irã em troca de alívio das sanções.

Macron também se reuniu com o presidente Ebrahim Raissi, no Irã, nesta terça-feira, em Nova York, na tentativa de reviver o acordo nuclear de 2015 que o ex-presidente Donald Trump retirou os EUA unilateralmente e praticamente o anulou.

Erdogan como mediador

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, o líder inconstante que tentou mediar com o Kremlin desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, também dirigiu-se às Nações Unidas nesta terça-feira, retratando-se como um mediador na guerra.

“Achamos que a guerra nunca terá um triunfo, e um processo de paz justo não terá um perdedor”, disse ele em seu discurso. “Estamos sempre destacando a importância da diplomacia na solução da disputa.”

Erdogan elogiou o papel da Turquia nas negociações até agora, principalmente como mediadora junto às Nações Unidas, em um acordo para tirar as exportações de grãos dos portos da Ucrânia - o que ele chamou de “uma das maiores realizações das Nações Unidas” em anos.

“Precisamos de uma saída digna desta crise, através de um processo diplomático que seja racional, justo e aplicável”, disse.

Em uma entrevista transmitida na segunda-feira, Erdogan disse que a Rússia deveria devolver todo o território ucraniano que capturou e indicou que as negociações que ele tem ajudado a mediar estão indo nessa direção.

Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, exibe foto de navio ucraniano carregado de grãos ao lembrar, durante seu discurso na ONU, que seu país ajudou a mediar um acordo entre Ucrânia e Rússia  Foto: Amr Alfiky/Reuters - 20/09/2022

“As terras que foram invadidas serão devolvidas à Ucrânia”, disse Erdogan em entrevista ao PBS NewsHour. Ele teve o cuidado de não criticar Putin por sua conduta na guerra, mas traçou um panorama claro sobre o retorno do território. “Isso é o que se espera”, disse Erdogan. “Isso é o que se quer. Putin deu alguns passos. Demos alguns passos”. “Uma invasão não pode ser justificada”, acrescentou.

Erdogan se posicionou como mediador entre a Ucrânia e a Rússia e sediou as negociações preliminares de paz em Istambul em março, embora essas discussões tenham sido inconclusivas.

Inicialmente, ele se opôs aos esforços da Suécia e da Finlândia para ingressar na Otan, atrasando seu processo de adesão. Com mediadores da ONU, ele também negociou com sucesso um acordo para permitir a exportação de grãos para fora da Ucrânia.

Na entrevista na segunda-feira, ele disse que Putin lhe deu a impressão, quando se encontraram recentemente no Usbequistão, de que “ele está disposto a acabar com isso (guerra) o mais rápido possível”.

Ele se recusou a comentar quem tem vantagem nesta fase do conflito, mas disse que a Turquia pode ser a principal mediadora entre a Rússia e a Ucrânia para qualquer conversa de paz.

Autocratas

A relação entre os dois autocratas tornou-se mais próxima nos últimos anos, definida pela dinâmica de poder flutuante e interesses mútuos. A Turquia se opôs à invasão russa da Ucrânia, mas Erdogan procurou manter um relacionamento próximo com Putin, buscando mitigar as consequências da guerra ucraniana em território turco enquanto ele se aproxima de um ano eleitoral com a economia de seu país implodindo.

Ele se recusou a aplicar sanções econômicas ocidentais contra a indústria e a economia da Rússia, e os dois líderes se reuniram várias vezes para discutir a expansão de sua parceria diplomática e negociar cooperação econômica.

Os comentários na segunda-feira ocorreram quando os combates eclodiram na semana passada na fronteira de Nagorno-Karabakh, um enclave no centro de um conflito de décadas entre o Azerbaijão e a Armênia – com a Turquia apoiando o Azerbaijão e a Rússia intervindo para salvar a Armênia.

Os confrontos mortais aumentaram a perspectiva de a Rússia perder influência sobre o conflito regional depois que Moscou transferiu algumas de suas tropas do sul do Cáucaso para a Ucrânia.

Em algumas de suas observações mais fortes contra a invasão russa da Ucrânia, o presidente da França, Emmanuel Macron, chamou a guerra de Moscou de retorno ao “imperialismo” em seu discurso na Assembleia- Geral das Nações Unidas nesta terça -feira, 20. Segundo ele, as nações que ainda permanecem em silêncio sobre o conflito na Ucrânia são cúmplices da guerra.

“No dia 24 de fevereiro deste ano, a Rússia, membro permanente do Conselho de Segurança, por meio de um ato de agressão e invasão e anexação, quebrou nossa segurança coletiva”, disse Macron, em seu discurso no dia de abertura da 77ª Assembleia-Geral, que se reúne pessoalmente pela primeira vez em três anos. “Ele deliberadamente violou a Carta da ONU e o princípio da igualdade soberana dos estados.”

O líder francês rejeitou a posição das nações que permaneceram “neutras” na guerra, dizendo: “Elas estão erradas; elas estão cometendo um erro histórico”. “Aqueles que estão em silêncio hoje são, de certa forma, cúmplices com a causa de um novo imperialismo.”

“Esta guerra lançada pela Rússia está minando o princípio de nossa organização, está minando a única ordem mundial possível, está minando a paz”, disse Macron.

Presidente da França, Emmanuel Macron, discursa no primeiro dia da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York  Foto: Amr Alfiky/Reuters - 20/09/2022

Um internacionalista declarado que há muito tentou trazer a França de volta ao centro da diplomacia global, o presidente francês falou frequentemente com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre a guerra, mas não conseguiu influenciar o líder russo de seus objetivos.

Em seu discurso nesta terça-feira, Macron alertou sobre um efeito cascata do conflito na Ucrânia, dizendo que a Rússia havia decidido “abrir caminho para outras guerras de anexação na Europa hoje e, talvez, amanhã na Ásia ou na África ou na América latina”.

Ele pediu aos membros do Conselho de Segurança da ONU “a agir para que a Rússia rejeite o caminho da guerra e avalie o custo para si e para todos nós - e, na verdade, ponha um fim a esse ato de agressão”.

Em seu discurso, Macron também criticou o referendo que quatro regiões ucranianas ocupadas planejam realizar nos próximos dias para serem anexadas à Rússia. “A Rússia declarou guerra e agora diz que, na mesma região, ela organizará um referendo. Se não fosse trágico, seria engraçado.”

Como membro do Conselho de Segurança, a França esteve envolvida em grandes negociações, como as articulações para conter o programa nuclear do Irã em troca de alívio das sanções.

Macron também se reuniu com o presidente Ebrahim Raissi, no Irã, nesta terça-feira, em Nova York, na tentativa de reviver o acordo nuclear de 2015 que o ex-presidente Donald Trump retirou os EUA unilateralmente e praticamente o anulou.

Erdogan como mediador

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, o líder inconstante que tentou mediar com o Kremlin desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, também dirigiu-se às Nações Unidas nesta terça-feira, retratando-se como um mediador na guerra.

“Achamos que a guerra nunca terá um triunfo, e um processo de paz justo não terá um perdedor”, disse ele em seu discurso. “Estamos sempre destacando a importância da diplomacia na solução da disputa.”

Erdogan elogiou o papel da Turquia nas negociações até agora, principalmente como mediadora junto às Nações Unidas, em um acordo para tirar as exportações de grãos dos portos da Ucrânia - o que ele chamou de “uma das maiores realizações das Nações Unidas” em anos.

“Precisamos de uma saída digna desta crise, através de um processo diplomático que seja racional, justo e aplicável”, disse.

Em uma entrevista transmitida na segunda-feira, Erdogan disse que a Rússia deveria devolver todo o território ucraniano que capturou e indicou que as negociações que ele tem ajudado a mediar estão indo nessa direção.

Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, exibe foto de navio ucraniano carregado de grãos ao lembrar, durante seu discurso na ONU, que seu país ajudou a mediar um acordo entre Ucrânia e Rússia  Foto: Amr Alfiky/Reuters - 20/09/2022

“As terras que foram invadidas serão devolvidas à Ucrânia”, disse Erdogan em entrevista ao PBS NewsHour. Ele teve o cuidado de não criticar Putin por sua conduta na guerra, mas traçou um panorama claro sobre o retorno do território. “Isso é o que se espera”, disse Erdogan. “Isso é o que se quer. Putin deu alguns passos. Demos alguns passos”. “Uma invasão não pode ser justificada”, acrescentou.

Erdogan se posicionou como mediador entre a Ucrânia e a Rússia e sediou as negociações preliminares de paz em Istambul em março, embora essas discussões tenham sido inconclusivas.

Inicialmente, ele se opôs aos esforços da Suécia e da Finlândia para ingressar na Otan, atrasando seu processo de adesão. Com mediadores da ONU, ele também negociou com sucesso um acordo para permitir a exportação de grãos para fora da Ucrânia.

Na entrevista na segunda-feira, ele disse que Putin lhe deu a impressão, quando se encontraram recentemente no Usbequistão, de que “ele está disposto a acabar com isso (guerra) o mais rápido possível”.

Ele se recusou a comentar quem tem vantagem nesta fase do conflito, mas disse que a Turquia pode ser a principal mediadora entre a Rússia e a Ucrânia para qualquer conversa de paz.

Autocratas

A relação entre os dois autocratas tornou-se mais próxima nos últimos anos, definida pela dinâmica de poder flutuante e interesses mútuos. A Turquia se opôs à invasão russa da Ucrânia, mas Erdogan procurou manter um relacionamento próximo com Putin, buscando mitigar as consequências da guerra ucraniana em território turco enquanto ele se aproxima de um ano eleitoral com a economia de seu país implodindo.

Ele se recusou a aplicar sanções econômicas ocidentais contra a indústria e a economia da Rússia, e os dois líderes se reuniram várias vezes para discutir a expansão de sua parceria diplomática e negociar cooperação econômica.

Os comentários na segunda-feira ocorreram quando os combates eclodiram na semana passada na fronteira de Nagorno-Karabakh, um enclave no centro de um conflito de décadas entre o Azerbaijão e a Armênia – com a Turquia apoiando o Azerbaijão e a Rússia intervindo para salvar a Armênia.

Os confrontos mortais aumentaram a perspectiva de a Rússia perder influência sobre o conflito regional depois que Moscou transferiu algumas de suas tropas do sul do Cáucaso para a Ucrânia.

Em algumas de suas observações mais fortes contra a invasão russa da Ucrânia, o presidente da França, Emmanuel Macron, chamou a guerra de Moscou de retorno ao “imperialismo” em seu discurso na Assembleia- Geral das Nações Unidas nesta terça -feira, 20. Segundo ele, as nações que ainda permanecem em silêncio sobre o conflito na Ucrânia são cúmplices da guerra.

“No dia 24 de fevereiro deste ano, a Rússia, membro permanente do Conselho de Segurança, por meio de um ato de agressão e invasão e anexação, quebrou nossa segurança coletiva”, disse Macron, em seu discurso no dia de abertura da 77ª Assembleia-Geral, que se reúne pessoalmente pela primeira vez em três anos. “Ele deliberadamente violou a Carta da ONU e o princípio da igualdade soberana dos estados.”

O líder francês rejeitou a posição das nações que permaneceram “neutras” na guerra, dizendo: “Elas estão erradas; elas estão cometendo um erro histórico”. “Aqueles que estão em silêncio hoje são, de certa forma, cúmplices com a causa de um novo imperialismo.”

“Esta guerra lançada pela Rússia está minando o princípio de nossa organização, está minando a única ordem mundial possível, está minando a paz”, disse Macron.

Presidente da França, Emmanuel Macron, discursa no primeiro dia da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York  Foto: Amr Alfiky/Reuters - 20/09/2022

Um internacionalista declarado que há muito tentou trazer a França de volta ao centro da diplomacia global, o presidente francês falou frequentemente com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre a guerra, mas não conseguiu influenciar o líder russo de seus objetivos.

Em seu discurso nesta terça-feira, Macron alertou sobre um efeito cascata do conflito na Ucrânia, dizendo que a Rússia havia decidido “abrir caminho para outras guerras de anexação na Europa hoje e, talvez, amanhã na Ásia ou na África ou na América latina”.

Ele pediu aos membros do Conselho de Segurança da ONU “a agir para que a Rússia rejeite o caminho da guerra e avalie o custo para si e para todos nós - e, na verdade, ponha um fim a esse ato de agressão”.

Em seu discurso, Macron também criticou o referendo que quatro regiões ucranianas ocupadas planejam realizar nos próximos dias para serem anexadas à Rússia. “A Rússia declarou guerra e agora diz que, na mesma região, ela organizará um referendo. Se não fosse trágico, seria engraçado.”

Como membro do Conselho de Segurança, a França esteve envolvida em grandes negociações, como as articulações para conter o programa nuclear do Irã em troca de alívio das sanções.

Macron também se reuniu com o presidente Ebrahim Raissi, no Irã, nesta terça-feira, em Nova York, na tentativa de reviver o acordo nuclear de 2015 que o ex-presidente Donald Trump retirou os EUA unilateralmente e praticamente o anulou.

Erdogan como mediador

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, o líder inconstante que tentou mediar com o Kremlin desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, também dirigiu-se às Nações Unidas nesta terça-feira, retratando-se como um mediador na guerra.

“Achamos que a guerra nunca terá um triunfo, e um processo de paz justo não terá um perdedor”, disse ele em seu discurso. “Estamos sempre destacando a importância da diplomacia na solução da disputa.”

Erdogan elogiou o papel da Turquia nas negociações até agora, principalmente como mediadora junto às Nações Unidas, em um acordo para tirar as exportações de grãos dos portos da Ucrânia - o que ele chamou de “uma das maiores realizações das Nações Unidas” em anos.

“Precisamos de uma saída digna desta crise, através de um processo diplomático que seja racional, justo e aplicável”, disse.

Em uma entrevista transmitida na segunda-feira, Erdogan disse que a Rússia deveria devolver todo o território ucraniano que capturou e indicou que as negociações que ele tem ajudado a mediar estão indo nessa direção.

Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, exibe foto de navio ucraniano carregado de grãos ao lembrar, durante seu discurso na ONU, que seu país ajudou a mediar um acordo entre Ucrânia e Rússia  Foto: Amr Alfiky/Reuters - 20/09/2022

“As terras que foram invadidas serão devolvidas à Ucrânia”, disse Erdogan em entrevista ao PBS NewsHour. Ele teve o cuidado de não criticar Putin por sua conduta na guerra, mas traçou um panorama claro sobre o retorno do território. “Isso é o que se espera”, disse Erdogan. “Isso é o que se quer. Putin deu alguns passos. Demos alguns passos”. “Uma invasão não pode ser justificada”, acrescentou.

Erdogan se posicionou como mediador entre a Ucrânia e a Rússia e sediou as negociações preliminares de paz em Istambul em março, embora essas discussões tenham sido inconclusivas.

Inicialmente, ele se opôs aos esforços da Suécia e da Finlândia para ingressar na Otan, atrasando seu processo de adesão. Com mediadores da ONU, ele também negociou com sucesso um acordo para permitir a exportação de grãos para fora da Ucrânia.

Na entrevista na segunda-feira, ele disse que Putin lhe deu a impressão, quando se encontraram recentemente no Usbequistão, de que “ele está disposto a acabar com isso (guerra) o mais rápido possível”.

Ele se recusou a comentar quem tem vantagem nesta fase do conflito, mas disse que a Turquia pode ser a principal mediadora entre a Rússia e a Ucrânia para qualquer conversa de paz.

Autocratas

A relação entre os dois autocratas tornou-se mais próxima nos últimos anos, definida pela dinâmica de poder flutuante e interesses mútuos. A Turquia se opôs à invasão russa da Ucrânia, mas Erdogan procurou manter um relacionamento próximo com Putin, buscando mitigar as consequências da guerra ucraniana em território turco enquanto ele se aproxima de um ano eleitoral com a economia de seu país implodindo.

Ele se recusou a aplicar sanções econômicas ocidentais contra a indústria e a economia da Rússia, e os dois líderes se reuniram várias vezes para discutir a expansão de sua parceria diplomática e negociar cooperação econômica.

Os comentários na segunda-feira ocorreram quando os combates eclodiram na semana passada na fronteira de Nagorno-Karabakh, um enclave no centro de um conflito de décadas entre o Azerbaijão e a Armênia – com a Turquia apoiando o Azerbaijão e a Rússia intervindo para salvar a Armênia.

Os confrontos mortais aumentaram a perspectiva de a Rússia perder influência sobre o conflito regional depois que Moscou transferiu algumas de suas tropas do sul do Cáucaso para a Ucrânia.

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