Macron não descarta mandar tropas da Otan para a Ucrânia e Rússia alerta para risco de guerra direta


Presidente francês afirmou que todas as possibilidades de apoio à Ucrânia devem ser consideradas; líderes da Otan rejeitaram ideia para guerra não escalar

Por Redação
Atualização:

O presidente da França, Emmanuel Macron, provocou uma crise na Europa ao não descartar, durante um encontro com líderes europeus na segunda-feira, 26, o envio de tropas da Otan para apoiar a Ucrânia na guerra contra a Rússia. O Kremlin respondeu à declaração afirmando que o envio não seria conveniente à aliança ocidental, mas que o simples fato da possibilidade ser levantada representa “um elemento novo” no conflito.

“O mero fato de discutir a possibilidade de enviar alguns contingentes de países da Otan para a Ucrânia é um elemento novo muito importante. Neste caso, nós temos de falar não sobre a possibilidade, mas sobre a inevitabilidade (de uma guerra contra a Otan)”, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

A declaração de Macron foi feita durante uma conferência organizada pelo seu governo com líderes da Europa para conseguir mais apoio à Ucrânia, em um momento em que o apoio dos Estados Unidos está ameaçado pelos republicanos no Congresso e a Rússia volta a conquistar território. “Nada deve ser descartado. Faremos tudo o que for necessário para garantir que a Rússia não ganhe esta guerra”, disse.

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Presidente da França, Emmanuel Macron (centro), em discurso na conferência com líderes europeus nesta segunda-feira, 26. Macron não descartou o envio de tropas da Otan para a Ucrânia, mas líderes rejeitaram ideia Foto: Gonzalo Fuentes/via AP

O presidente francês reconheceu, no entanto, que não existe consenso sobre o envio das tropas. Diversos países da aliança descartaram publicamente o plano após a declaração e alertaram para o confronto direto entre Otan e Rússia que se iniciaria. Isso aumentaria de uma guerra nuclear entre os russos e a aliança.

O ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, afirmou nesta terça-feira, 27, que a ideia não foi aprovada por nenhum dos participantes da conferência organizada por Macron. “Acredito que o envio contribuirá para a escalada. Acredito também que isto foi uma ideia para refletir, proposta pelo presidente Macron. Pelo que sei, ninguém o apoiou”, disse.

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Reino Unido, Espanha, Polônia, Áustria e República Checa também afirmaram que não pretendem enviar tropas da Otan para a Ucrânia. Segundo uma autoridade da aliança ouvida pela Agência France-Press, a aliança não tem nenhum plano nesse sentido e restringe à ajuda ao envio de equipamentos militares em 2024.

Macron se recusou em esclarecer a posição da França com relação ao tema, afirmando apenas que é preciso ter uma “ambiguidade estratégica” e que o envio das tropas faz parte das diferentes opções à disposição. De acordo com o presidente francês, isso é necessário no momento em que a Rússia parece “mais agressiva”. “A Rússia adota uma atitude mais agressiva não só na Ucrânia, mas contra todos nós em geral”, disse, citando a morte do opositor Alexei Navalni como símbolo da agressividade.

Independente do consenso sobre o envio de tropas, a declaração de Macron demonstrou apoio europeu à Ucrânia no momento em que os EUA enfrentam dificuldades em manter o financiamento à Kiev. No fim, os países europeus anunciaram uma nova coalizão para fornecer mísseis e bombas de médio e longo alcance para a Ucrânia de maneira mais rápida. “É o nosso futuro (...) que está em jogo, devemos ter a possibilidade de prescindir [dos Estados Unidos], não por causa de um desafio, pessimismo ou medo, mas porque depende de nós”, declarou.

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Em paralelo à conferência, o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, pressionou os países ao lembrar que apenas 30% da munição prometida pelos europeus chegou a Kiev. Com o apoio dos EUA à míngua, os países tentam acelerar o envio para o país se defender dos russos. /AFP

O presidente da França, Emmanuel Macron, provocou uma crise na Europa ao não descartar, durante um encontro com líderes europeus na segunda-feira, 26, o envio de tropas da Otan para apoiar a Ucrânia na guerra contra a Rússia. O Kremlin respondeu à declaração afirmando que o envio não seria conveniente à aliança ocidental, mas que o simples fato da possibilidade ser levantada representa “um elemento novo” no conflito.

“O mero fato de discutir a possibilidade de enviar alguns contingentes de países da Otan para a Ucrânia é um elemento novo muito importante. Neste caso, nós temos de falar não sobre a possibilidade, mas sobre a inevitabilidade (de uma guerra contra a Otan)”, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

A declaração de Macron foi feita durante uma conferência organizada pelo seu governo com líderes da Europa para conseguir mais apoio à Ucrânia, em um momento em que o apoio dos Estados Unidos está ameaçado pelos republicanos no Congresso e a Rússia volta a conquistar território. “Nada deve ser descartado. Faremos tudo o que for necessário para garantir que a Rússia não ganhe esta guerra”, disse.

Presidente da França, Emmanuel Macron (centro), em discurso na conferência com líderes europeus nesta segunda-feira, 26. Macron não descartou o envio de tropas da Otan para a Ucrânia, mas líderes rejeitaram ideia Foto: Gonzalo Fuentes/via AP

O presidente francês reconheceu, no entanto, que não existe consenso sobre o envio das tropas. Diversos países da aliança descartaram publicamente o plano após a declaração e alertaram para o confronto direto entre Otan e Rússia que se iniciaria. Isso aumentaria de uma guerra nuclear entre os russos e a aliança.

O ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, afirmou nesta terça-feira, 27, que a ideia não foi aprovada por nenhum dos participantes da conferência organizada por Macron. “Acredito que o envio contribuirá para a escalada. Acredito também que isto foi uma ideia para refletir, proposta pelo presidente Macron. Pelo que sei, ninguém o apoiou”, disse.

Reino Unido, Espanha, Polônia, Áustria e República Checa também afirmaram que não pretendem enviar tropas da Otan para a Ucrânia. Segundo uma autoridade da aliança ouvida pela Agência France-Press, a aliança não tem nenhum plano nesse sentido e restringe à ajuda ao envio de equipamentos militares em 2024.

Macron se recusou em esclarecer a posição da França com relação ao tema, afirmando apenas que é preciso ter uma “ambiguidade estratégica” e que o envio das tropas faz parte das diferentes opções à disposição. De acordo com o presidente francês, isso é necessário no momento em que a Rússia parece “mais agressiva”. “A Rússia adota uma atitude mais agressiva não só na Ucrânia, mas contra todos nós em geral”, disse, citando a morte do opositor Alexei Navalni como símbolo da agressividade.

Independente do consenso sobre o envio de tropas, a declaração de Macron demonstrou apoio europeu à Ucrânia no momento em que os EUA enfrentam dificuldades em manter o financiamento à Kiev. No fim, os países europeus anunciaram uma nova coalizão para fornecer mísseis e bombas de médio e longo alcance para a Ucrânia de maneira mais rápida. “É o nosso futuro (...) que está em jogo, devemos ter a possibilidade de prescindir [dos Estados Unidos], não por causa de um desafio, pessimismo ou medo, mas porque depende de nós”, declarou.

Em paralelo à conferência, o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, pressionou os países ao lembrar que apenas 30% da munição prometida pelos europeus chegou a Kiev. Com o apoio dos EUA à míngua, os países tentam acelerar o envio para o país se defender dos russos. /AFP

O presidente da França, Emmanuel Macron, provocou uma crise na Europa ao não descartar, durante um encontro com líderes europeus na segunda-feira, 26, o envio de tropas da Otan para apoiar a Ucrânia na guerra contra a Rússia. O Kremlin respondeu à declaração afirmando que o envio não seria conveniente à aliança ocidental, mas que o simples fato da possibilidade ser levantada representa “um elemento novo” no conflito.

“O mero fato de discutir a possibilidade de enviar alguns contingentes de países da Otan para a Ucrânia é um elemento novo muito importante. Neste caso, nós temos de falar não sobre a possibilidade, mas sobre a inevitabilidade (de uma guerra contra a Otan)”, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

A declaração de Macron foi feita durante uma conferência organizada pelo seu governo com líderes da Europa para conseguir mais apoio à Ucrânia, em um momento em que o apoio dos Estados Unidos está ameaçado pelos republicanos no Congresso e a Rússia volta a conquistar território. “Nada deve ser descartado. Faremos tudo o que for necessário para garantir que a Rússia não ganhe esta guerra”, disse.

Presidente da França, Emmanuel Macron (centro), em discurso na conferência com líderes europeus nesta segunda-feira, 26. Macron não descartou o envio de tropas da Otan para a Ucrânia, mas líderes rejeitaram ideia Foto: Gonzalo Fuentes/via AP

O presidente francês reconheceu, no entanto, que não existe consenso sobre o envio das tropas. Diversos países da aliança descartaram publicamente o plano após a declaração e alertaram para o confronto direto entre Otan e Rússia que se iniciaria. Isso aumentaria de uma guerra nuclear entre os russos e a aliança.

O ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, afirmou nesta terça-feira, 27, que a ideia não foi aprovada por nenhum dos participantes da conferência organizada por Macron. “Acredito que o envio contribuirá para a escalada. Acredito também que isto foi uma ideia para refletir, proposta pelo presidente Macron. Pelo que sei, ninguém o apoiou”, disse.

Reino Unido, Espanha, Polônia, Áustria e República Checa também afirmaram que não pretendem enviar tropas da Otan para a Ucrânia. Segundo uma autoridade da aliança ouvida pela Agência France-Press, a aliança não tem nenhum plano nesse sentido e restringe à ajuda ao envio de equipamentos militares em 2024.

Macron se recusou em esclarecer a posição da França com relação ao tema, afirmando apenas que é preciso ter uma “ambiguidade estratégica” e que o envio das tropas faz parte das diferentes opções à disposição. De acordo com o presidente francês, isso é necessário no momento em que a Rússia parece “mais agressiva”. “A Rússia adota uma atitude mais agressiva não só na Ucrânia, mas contra todos nós em geral”, disse, citando a morte do opositor Alexei Navalni como símbolo da agressividade.

Independente do consenso sobre o envio de tropas, a declaração de Macron demonstrou apoio europeu à Ucrânia no momento em que os EUA enfrentam dificuldades em manter o financiamento à Kiev. No fim, os países europeus anunciaram uma nova coalizão para fornecer mísseis e bombas de médio e longo alcance para a Ucrânia de maneira mais rápida. “É o nosso futuro (...) que está em jogo, devemos ter a possibilidade de prescindir [dos Estados Unidos], não por causa de um desafio, pessimismo ou medo, mas porque depende de nós”, declarou.

Em paralelo à conferência, o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, pressionou os países ao lembrar que apenas 30% da munição prometida pelos europeus chegou a Kiev. Com o apoio dos EUA à míngua, os países tentam acelerar o envio para o país se defender dos russos. /AFP

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