Macron se aproxima de Le Pen, nomeia premiê de direita e enfurece a esquerda francesa


Michael Barnier enfrenta a difícil tarefa de ter que trabalhar com o parlamento dividido após eleição legislativa que Macron convocou em junho; esquerda denunciou ‘crise de regime’

Por Redação
Atualização:

PARIS - O presidente da França, Emmanuel Macron nomeou, nesta quinta-feira, 5, o conservador e ex-negociador europeu do Brexit Michel Barnier como primeiro-ministro do país, em mais um movimento político controvertido que ameaça agravar a crise política francesa. A nomeação contou com a chancela da direita radical de Marine Le Pen e enfureceu a Frente Ampla de esquerda, que ameaça ir às ruas contra Macron.

Depois de antecipar as eleições legislativas para junho, em uma aparente tentativa de unir eleitores contra o avanço da direita radical na votação do Parlamento Europeu, Macron, de centro, construiu uma aliança informal com a coalizão de esquerda para impedir que o Reagrupamento Nacional, de Marine Le Pen, obtivesse a maioria absoluta no Congresso francês, o que enfraqueceria seu governo.

Deu certo. A Frente Ampla de esquerda obteve a maior bancada no Parlamento, ainda que sem uma maioria para governar. Na França, o presidente lida com questões de Estado, Defesa e diplomacia, e o premiê cuida da agenda econômica e doméstica, mas sua nomeação cabe a Macron.

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Macron e Barnier, durante a negociação do Brexit, em 2019 Foto: Michel Euler/AP

Alianças e traições

A Frente Ampla tinha a primazia da escolha por ter a maior bancada, mas como o presidente não estava disposto a ceder na sua agenda liberal na economia aos esquerdistas, protelou por mais de 50 dias a escolha do premiê.

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Entre a agenda legislativa da esquerda, está a reversão da reforma da previdência aprovada no ano passado. A medida já havia levantado polêmica, já que o presidente optou por aprová-la via decreto, por meio de uma interpretação incomum da Constituição francesa.

Neste interim, assegurou o apoio dos Republicanos e da própria Le Pen que o nome de Barnier não fosse vetado, se aliando a quem jurou combater na eleição legislativa.

Macron vinha negociando diariamente com Le Pen na esperança de garantir a aceitação de seu partido de um candidato de centro-direita. De fato, ela teve o que parecia ser um veto sobre o processo nos últimos dias.

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Le Pen disse na quinta-feira que seu partido queria um primeiro-ministro “que respeitasse os eleitores do Reagrupamento Nacional. “Acho que o Barnier se encaixa nesse critério”, disse ela aos repórteres.

“Quanto ao resto, em questões de substância, vamos esperar para ver qual é o discurso de política geral do Sr. Barnier e como ele lida com os compromissos que serão necessários no próximo orçamento.”

O bloco de esquerda, enfurecido com a traição de Macron, promete protestos de rua contra o presidente.

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Nas palavras do socialista Olivier Faure, Macron abriu uma crise no governo com sua decisão. O líder da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon, foi mais longe, e disse que a eleição foi roubada dos franceses. Ele também ameaçou entrar com um processo de impeachment contra Macron.

Novo premiê, Michel Barnier foi várias vezes ministro na França, comissário europeu e chefe negociador da saída do Reino Unido da União Europeia  Foto: Sarah Meyssonnier/AFP

‘Governo de unidade’

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Barnier, por sua vez, tentou pôr panos quentes na situação e falou em governo de unidade. “Serão necessários muita escuta e muito respeito. Respeito entre o governo e o Parlamento, entre todas as forças políticas (...) E eu começarei a trabalhar nisso a partir desta noite”, disse Barnier em suas primeiras declarações como primeiro-ministro.

Aos 73 anos, Barnier, assume como o premiê mais velho do país, substituindo o mais novo, Gabriel Attal, que tinha 34 anos quando foi nomeado há apenas oito meses. Barnier foi várias vezes ministro na França, comissário europeu e chefe negociador da saída do Reino Unido da União Europeia.

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Indefinição de 50 dias

Macron escolheu Barnier depois que outras opções, como o ex-primeiro-ministro socialista, Bernard Cazeneuve, e o presidente regional de direita, Xavier Bertrand, não conseguiram garantir um período inicial de estabilidade.

Os republicanos haviam rejeitado desde as legislativas qualquer coalizão com a desgastada aliança governista para evitar ser marcado para as eleições presidenciais de 2027, nas quais Macron não poderá se candidatar, mas finalmente se mostrou mais flexível.

Em seu primeiro discurso, o novo chefe de governo esboçou suas prioridades: acesso aos serviços públicos, educação, segurança, controle da imigração, trabalho e nível de vida.

Barnier, o mais velho a assumir o cargo na França até então, substitui Gabriel Attal, que foi o mais novo como chefe de governo.  Foto: GEOFFROY VAN DER HASSELT/AFP

“Será uma questão de responder, na medida de nossas possibilidades, aos desafios, à raiva, ao sofrimento, ao sentimento de abandono e injustiça”, acrescentou Barnier, prometendo “dizer a verdade” sobre a “dívida financeira e ecológica”.

Uma declaração do gabinete de Macron anunciando a nomeação disse que Barnier foi encarregado de “formar um governo unificador para servir o país e o povo francês”.

“Esta nomeação ocorre após um ciclo sem precedentes de consultas durante as quais, de acordo com seu dever constitucional, o presidente garantiu que o primeiro-ministro e o futuro governo reuniriam as condições para serem o mais estáveis possível e dariam a si mesmos as chances de se unirem o mais amplamente possível”, disse o comunicado./NYT, AFP e AP.

PARIS - O presidente da França, Emmanuel Macron nomeou, nesta quinta-feira, 5, o conservador e ex-negociador europeu do Brexit Michel Barnier como primeiro-ministro do país, em mais um movimento político controvertido que ameaça agravar a crise política francesa. A nomeação contou com a chancela da direita radical de Marine Le Pen e enfureceu a Frente Ampla de esquerda, que ameaça ir às ruas contra Macron.

Depois de antecipar as eleições legislativas para junho, em uma aparente tentativa de unir eleitores contra o avanço da direita radical na votação do Parlamento Europeu, Macron, de centro, construiu uma aliança informal com a coalizão de esquerda para impedir que o Reagrupamento Nacional, de Marine Le Pen, obtivesse a maioria absoluta no Congresso francês, o que enfraqueceria seu governo.

Deu certo. A Frente Ampla de esquerda obteve a maior bancada no Parlamento, ainda que sem uma maioria para governar. Na França, o presidente lida com questões de Estado, Defesa e diplomacia, e o premiê cuida da agenda econômica e doméstica, mas sua nomeação cabe a Macron.

Macron e Barnier, durante a negociação do Brexit, em 2019 Foto: Michel Euler/AP

Alianças e traições

A Frente Ampla tinha a primazia da escolha por ter a maior bancada, mas como o presidente não estava disposto a ceder na sua agenda liberal na economia aos esquerdistas, protelou por mais de 50 dias a escolha do premiê.

Entre a agenda legislativa da esquerda, está a reversão da reforma da previdência aprovada no ano passado. A medida já havia levantado polêmica, já que o presidente optou por aprová-la via decreto, por meio de uma interpretação incomum da Constituição francesa.

Neste interim, assegurou o apoio dos Republicanos e da própria Le Pen que o nome de Barnier não fosse vetado, se aliando a quem jurou combater na eleição legislativa.

Macron vinha negociando diariamente com Le Pen na esperança de garantir a aceitação de seu partido de um candidato de centro-direita. De fato, ela teve o que parecia ser um veto sobre o processo nos últimos dias.

Le Pen disse na quinta-feira que seu partido queria um primeiro-ministro “que respeitasse os eleitores do Reagrupamento Nacional. “Acho que o Barnier se encaixa nesse critério”, disse ela aos repórteres.

“Quanto ao resto, em questões de substância, vamos esperar para ver qual é o discurso de política geral do Sr. Barnier e como ele lida com os compromissos que serão necessários no próximo orçamento.”

O bloco de esquerda, enfurecido com a traição de Macron, promete protestos de rua contra o presidente.

Nas palavras do socialista Olivier Faure, Macron abriu uma crise no governo com sua decisão. O líder da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon, foi mais longe, e disse que a eleição foi roubada dos franceses. Ele também ameaçou entrar com um processo de impeachment contra Macron.

Novo premiê, Michel Barnier foi várias vezes ministro na França, comissário europeu e chefe negociador da saída do Reino Unido da União Europeia  Foto: Sarah Meyssonnier/AFP

‘Governo de unidade’

Barnier, por sua vez, tentou pôr panos quentes na situação e falou em governo de unidade. “Serão necessários muita escuta e muito respeito. Respeito entre o governo e o Parlamento, entre todas as forças políticas (...) E eu começarei a trabalhar nisso a partir desta noite”, disse Barnier em suas primeiras declarações como primeiro-ministro.

Aos 73 anos, Barnier, assume como o premiê mais velho do país, substituindo o mais novo, Gabriel Attal, que tinha 34 anos quando foi nomeado há apenas oito meses. Barnier foi várias vezes ministro na França, comissário europeu e chefe negociador da saída do Reino Unido da União Europeia.

Indefinição de 50 dias

Macron escolheu Barnier depois que outras opções, como o ex-primeiro-ministro socialista, Bernard Cazeneuve, e o presidente regional de direita, Xavier Bertrand, não conseguiram garantir um período inicial de estabilidade.

Os republicanos haviam rejeitado desde as legislativas qualquer coalizão com a desgastada aliança governista para evitar ser marcado para as eleições presidenciais de 2027, nas quais Macron não poderá se candidatar, mas finalmente se mostrou mais flexível.

Em seu primeiro discurso, o novo chefe de governo esboçou suas prioridades: acesso aos serviços públicos, educação, segurança, controle da imigração, trabalho e nível de vida.

Barnier, o mais velho a assumir o cargo na França até então, substitui Gabriel Attal, que foi o mais novo como chefe de governo.  Foto: GEOFFROY VAN DER HASSELT/AFP

“Será uma questão de responder, na medida de nossas possibilidades, aos desafios, à raiva, ao sofrimento, ao sentimento de abandono e injustiça”, acrescentou Barnier, prometendo “dizer a verdade” sobre a “dívida financeira e ecológica”.

Uma declaração do gabinete de Macron anunciando a nomeação disse que Barnier foi encarregado de “formar um governo unificador para servir o país e o povo francês”.

“Esta nomeação ocorre após um ciclo sem precedentes de consultas durante as quais, de acordo com seu dever constitucional, o presidente garantiu que o primeiro-ministro e o futuro governo reuniriam as condições para serem o mais estáveis possível e dariam a si mesmos as chances de se unirem o mais amplamente possível”, disse o comunicado./NYT, AFP e AP.

PARIS - O presidente da França, Emmanuel Macron nomeou, nesta quinta-feira, 5, o conservador e ex-negociador europeu do Brexit Michel Barnier como primeiro-ministro do país, em mais um movimento político controvertido que ameaça agravar a crise política francesa. A nomeação contou com a chancela da direita radical de Marine Le Pen e enfureceu a Frente Ampla de esquerda, que ameaça ir às ruas contra Macron.

Depois de antecipar as eleições legislativas para junho, em uma aparente tentativa de unir eleitores contra o avanço da direita radical na votação do Parlamento Europeu, Macron, de centro, construiu uma aliança informal com a coalizão de esquerda para impedir que o Reagrupamento Nacional, de Marine Le Pen, obtivesse a maioria absoluta no Congresso francês, o que enfraqueceria seu governo.

Deu certo. A Frente Ampla de esquerda obteve a maior bancada no Parlamento, ainda que sem uma maioria para governar. Na França, o presidente lida com questões de Estado, Defesa e diplomacia, e o premiê cuida da agenda econômica e doméstica, mas sua nomeação cabe a Macron.

Macron e Barnier, durante a negociação do Brexit, em 2019 Foto: Michel Euler/AP

Alianças e traições

A Frente Ampla tinha a primazia da escolha por ter a maior bancada, mas como o presidente não estava disposto a ceder na sua agenda liberal na economia aos esquerdistas, protelou por mais de 50 dias a escolha do premiê.

Entre a agenda legislativa da esquerda, está a reversão da reforma da previdência aprovada no ano passado. A medida já havia levantado polêmica, já que o presidente optou por aprová-la via decreto, por meio de uma interpretação incomum da Constituição francesa.

Neste interim, assegurou o apoio dos Republicanos e da própria Le Pen que o nome de Barnier não fosse vetado, se aliando a quem jurou combater na eleição legislativa.

Macron vinha negociando diariamente com Le Pen na esperança de garantir a aceitação de seu partido de um candidato de centro-direita. De fato, ela teve o que parecia ser um veto sobre o processo nos últimos dias.

Le Pen disse na quinta-feira que seu partido queria um primeiro-ministro “que respeitasse os eleitores do Reagrupamento Nacional. “Acho que o Barnier se encaixa nesse critério”, disse ela aos repórteres.

“Quanto ao resto, em questões de substância, vamos esperar para ver qual é o discurso de política geral do Sr. Barnier e como ele lida com os compromissos que serão necessários no próximo orçamento.”

O bloco de esquerda, enfurecido com a traição de Macron, promete protestos de rua contra o presidente.

Nas palavras do socialista Olivier Faure, Macron abriu uma crise no governo com sua decisão. O líder da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon, foi mais longe, e disse que a eleição foi roubada dos franceses. Ele também ameaçou entrar com um processo de impeachment contra Macron.

Novo premiê, Michel Barnier foi várias vezes ministro na França, comissário europeu e chefe negociador da saída do Reino Unido da União Europeia  Foto: Sarah Meyssonnier/AFP

‘Governo de unidade’

Barnier, por sua vez, tentou pôr panos quentes na situação e falou em governo de unidade. “Serão necessários muita escuta e muito respeito. Respeito entre o governo e o Parlamento, entre todas as forças políticas (...) E eu começarei a trabalhar nisso a partir desta noite”, disse Barnier em suas primeiras declarações como primeiro-ministro.

Aos 73 anos, Barnier, assume como o premiê mais velho do país, substituindo o mais novo, Gabriel Attal, que tinha 34 anos quando foi nomeado há apenas oito meses. Barnier foi várias vezes ministro na França, comissário europeu e chefe negociador da saída do Reino Unido da União Europeia.

Indefinição de 50 dias

Macron escolheu Barnier depois que outras opções, como o ex-primeiro-ministro socialista, Bernard Cazeneuve, e o presidente regional de direita, Xavier Bertrand, não conseguiram garantir um período inicial de estabilidade.

Os republicanos haviam rejeitado desde as legislativas qualquer coalizão com a desgastada aliança governista para evitar ser marcado para as eleições presidenciais de 2027, nas quais Macron não poderá se candidatar, mas finalmente se mostrou mais flexível.

Em seu primeiro discurso, o novo chefe de governo esboçou suas prioridades: acesso aos serviços públicos, educação, segurança, controle da imigração, trabalho e nível de vida.

Barnier, o mais velho a assumir o cargo na França até então, substitui Gabriel Attal, que foi o mais novo como chefe de governo.  Foto: GEOFFROY VAN DER HASSELT/AFP

“Será uma questão de responder, na medida de nossas possibilidades, aos desafios, à raiva, ao sofrimento, ao sentimento de abandono e injustiça”, acrescentou Barnier, prometendo “dizer a verdade” sobre a “dívida financeira e ecológica”.

Uma declaração do gabinete de Macron anunciando a nomeação disse que Barnier foi encarregado de “formar um governo unificador para servir o país e o povo francês”.

“Esta nomeação ocorre após um ciclo sem precedentes de consultas durante as quais, de acordo com seu dever constitucional, o presidente garantiu que o primeiro-ministro e o futuro governo reuniriam as condições para serem o mais estáveis possível e dariam a si mesmos as chances de se unirem o mais amplamente possível”, disse o comunicado./NYT, AFP e AP.

PARIS - O presidente da França, Emmanuel Macron nomeou, nesta quinta-feira, 5, o conservador e ex-negociador europeu do Brexit Michel Barnier como primeiro-ministro do país, em mais um movimento político controvertido que ameaça agravar a crise política francesa. A nomeação contou com a chancela da direita radical de Marine Le Pen e enfureceu a Frente Ampla de esquerda, que ameaça ir às ruas contra Macron.

Depois de antecipar as eleições legislativas para junho, em uma aparente tentativa de unir eleitores contra o avanço da direita radical na votação do Parlamento Europeu, Macron, de centro, construiu uma aliança informal com a coalizão de esquerda para impedir que o Reagrupamento Nacional, de Marine Le Pen, obtivesse a maioria absoluta no Congresso francês, o que enfraqueceria seu governo.

Deu certo. A Frente Ampla de esquerda obteve a maior bancada no Parlamento, ainda que sem uma maioria para governar. Na França, o presidente lida com questões de Estado, Defesa e diplomacia, e o premiê cuida da agenda econômica e doméstica, mas sua nomeação cabe a Macron.

Macron e Barnier, durante a negociação do Brexit, em 2019 Foto: Michel Euler/AP

Alianças e traições

A Frente Ampla tinha a primazia da escolha por ter a maior bancada, mas como o presidente não estava disposto a ceder na sua agenda liberal na economia aos esquerdistas, protelou por mais de 50 dias a escolha do premiê.

Entre a agenda legislativa da esquerda, está a reversão da reforma da previdência aprovada no ano passado. A medida já havia levantado polêmica, já que o presidente optou por aprová-la via decreto, por meio de uma interpretação incomum da Constituição francesa.

Neste interim, assegurou o apoio dos Republicanos e da própria Le Pen que o nome de Barnier não fosse vetado, se aliando a quem jurou combater na eleição legislativa.

Macron vinha negociando diariamente com Le Pen na esperança de garantir a aceitação de seu partido de um candidato de centro-direita. De fato, ela teve o que parecia ser um veto sobre o processo nos últimos dias.

Le Pen disse na quinta-feira que seu partido queria um primeiro-ministro “que respeitasse os eleitores do Reagrupamento Nacional. “Acho que o Barnier se encaixa nesse critério”, disse ela aos repórteres.

“Quanto ao resto, em questões de substância, vamos esperar para ver qual é o discurso de política geral do Sr. Barnier e como ele lida com os compromissos que serão necessários no próximo orçamento.”

O bloco de esquerda, enfurecido com a traição de Macron, promete protestos de rua contra o presidente.

Nas palavras do socialista Olivier Faure, Macron abriu uma crise no governo com sua decisão. O líder da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon, foi mais longe, e disse que a eleição foi roubada dos franceses. Ele também ameaçou entrar com um processo de impeachment contra Macron.

Novo premiê, Michel Barnier foi várias vezes ministro na França, comissário europeu e chefe negociador da saída do Reino Unido da União Europeia  Foto: Sarah Meyssonnier/AFP

‘Governo de unidade’

Barnier, por sua vez, tentou pôr panos quentes na situação e falou em governo de unidade. “Serão necessários muita escuta e muito respeito. Respeito entre o governo e o Parlamento, entre todas as forças políticas (...) E eu começarei a trabalhar nisso a partir desta noite”, disse Barnier em suas primeiras declarações como primeiro-ministro.

Aos 73 anos, Barnier, assume como o premiê mais velho do país, substituindo o mais novo, Gabriel Attal, que tinha 34 anos quando foi nomeado há apenas oito meses. Barnier foi várias vezes ministro na França, comissário europeu e chefe negociador da saída do Reino Unido da União Europeia.

Indefinição de 50 dias

Macron escolheu Barnier depois que outras opções, como o ex-primeiro-ministro socialista, Bernard Cazeneuve, e o presidente regional de direita, Xavier Bertrand, não conseguiram garantir um período inicial de estabilidade.

Os republicanos haviam rejeitado desde as legislativas qualquer coalizão com a desgastada aliança governista para evitar ser marcado para as eleições presidenciais de 2027, nas quais Macron não poderá se candidatar, mas finalmente se mostrou mais flexível.

Em seu primeiro discurso, o novo chefe de governo esboçou suas prioridades: acesso aos serviços públicos, educação, segurança, controle da imigração, trabalho e nível de vida.

Barnier, o mais velho a assumir o cargo na França até então, substitui Gabriel Attal, que foi o mais novo como chefe de governo.  Foto: GEOFFROY VAN DER HASSELT/AFP

“Será uma questão de responder, na medida de nossas possibilidades, aos desafios, à raiva, ao sofrimento, ao sentimento de abandono e injustiça”, acrescentou Barnier, prometendo “dizer a verdade” sobre a “dívida financeira e ecológica”.

Uma declaração do gabinete de Macron anunciando a nomeação disse que Barnier foi encarregado de “formar um governo unificador para servir o país e o povo francês”.

“Esta nomeação ocorre após um ciclo sem precedentes de consultas durante as quais, de acordo com seu dever constitucional, o presidente garantiu que o primeiro-ministro e o futuro governo reuniriam as condições para serem o mais estáveis possível e dariam a si mesmos as chances de se unirem o mais amplamente possível”, disse o comunicado./NYT, AFP e AP.

PARIS - O presidente da França, Emmanuel Macron nomeou, nesta quinta-feira, 5, o conservador e ex-negociador europeu do Brexit Michel Barnier como primeiro-ministro do país, em mais um movimento político controvertido que ameaça agravar a crise política francesa. A nomeação contou com a chancela da direita radical de Marine Le Pen e enfureceu a Frente Ampla de esquerda, que ameaça ir às ruas contra Macron.

Depois de antecipar as eleições legislativas para junho, em uma aparente tentativa de unir eleitores contra o avanço da direita radical na votação do Parlamento Europeu, Macron, de centro, construiu uma aliança informal com a coalizão de esquerda para impedir que o Reagrupamento Nacional, de Marine Le Pen, obtivesse a maioria absoluta no Congresso francês, o que enfraqueceria seu governo.

Deu certo. A Frente Ampla de esquerda obteve a maior bancada no Parlamento, ainda que sem uma maioria para governar. Na França, o presidente lida com questões de Estado, Defesa e diplomacia, e o premiê cuida da agenda econômica e doméstica, mas sua nomeação cabe a Macron.

Macron e Barnier, durante a negociação do Brexit, em 2019 Foto: Michel Euler/AP

Alianças e traições

A Frente Ampla tinha a primazia da escolha por ter a maior bancada, mas como o presidente não estava disposto a ceder na sua agenda liberal na economia aos esquerdistas, protelou por mais de 50 dias a escolha do premiê.

Entre a agenda legislativa da esquerda, está a reversão da reforma da previdência aprovada no ano passado. A medida já havia levantado polêmica, já que o presidente optou por aprová-la via decreto, por meio de uma interpretação incomum da Constituição francesa.

Neste interim, assegurou o apoio dos Republicanos e da própria Le Pen que o nome de Barnier não fosse vetado, se aliando a quem jurou combater na eleição legislativa.

Macron vinha negociando diariamente com Le Pen na esperança de garantir a aceitação de seu partido de um candidato de centro-direita. De fato, ela teve o que parecia ser um veto sobre o processo nos últimos dias.

Le Pen disse na quinta-feira que seu partido queria um primeiro-ministro “que respeitasse os eleitores do Reagrupamento Nacional. “Acho que o Barnier se encaixa nesse critério”, disse ela aos repórteres.

“Quanto ao resto, em questões de substância, vamos esperar para ver qual é o discurso de política geral do Sr. Barnier e como ele lida com os compromissos que serão necessários no próximo orçamento.”

O bloco de esquerda, enfurecido com a traição de Macron, promete protestos de rua contra o presidente.

Nas palavras do socialista Olivier Faure, Macron abriu uma crise no governo com sua decisão. O líder da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon, foi mais longe, e disse que a eleição foi roubada dos franceses. Ele também ameaçou entrar com um processo de impeachment contra Macron.

Novo premiê, Michel Barnier foi várias vezes ministro na França, comissário europeu e chefe negociador da saída do Reino Unido da União Europeia  Foto: Sarah Meyssonnier/AFP

‘Governo de unidade’

Barnier, por sua vez, tentou pôr panos quentes na situação e falou em governo de unidade. “Serão necessários muita escuta e muito respeito. Respeito entre o governo e o Parlamento, entre todas as forças políticas (...) E eu começarei a trabalhar nisso a partir desta noite”, disse Barnier em suas primeiras declarações como primeiro-ministro.

Aos 73 anos, Barnier, assume como o premiê mais velho do país, substituindo o mais novo, Gabriel Attal, que tinha 34 anos quando foi nomeado há apenas oito meses. Barnier foi várias vezes ministro na França, comissário europeu e chefe negociador da saída do Reino Unido da União Europeia.

Indefinição de 50 dias

Macron escolheu Barnier depois que outras opções, como o ex-primeiro-ministro socialista, Bernard Cazeneuve, e o presidente regional de direita, Xavier Bertrand, não conseguiram garantir um período inicial de estabilidade.

Os republicanos haviam rejeitado desde as legislativas qualquer coalizão com a desgastada aliança governista para evitar ser marcado para as eleições presidenciais de 2027, nas quais Macron não poderá se candidatar, mas finalmente se mostrou mais flexível.

Em seu primeiro discurso, o novo chefe de governo esboçou suas prioridades: acesso aos serviços públicos, educação, segurança, controle da imigração, trabalho e nível de vida.

Barnier, o mais velho a assumir o cargo na França até então, substitui Gabriel Attal, que foi o mais novo como chefe de governo.  Foto: GEOFFROY VAN DER HASSELT/AFP

“Será uma questão de responder, na medida de nossas possibilidades, aos desafios, à raiva, ao sofrimento, ao sentimento de abandono e injustiça”, acrescentou Barnier, prometendo “dizer a verdade” sobre a “dívida financeira e ecológica”.

Uma declaração do gabinete de Macron anunciando a nomeação disse que Barnier foi encarregado de “formar um governo unificador para servir o país e o povo francês”.

“Esta nomeação ocorre após um ciclo sem precedentes de consultas durante as quais, de acordo com seu dever constitucional, o presidente garantiu que o primeiro-ministro e o futuro governo reuniriam as condições para serem o mais estáveis possível e dariam a si mesmos as chances de se unirem o mais amplamente possível”, disse o comunicado./NYT, AFP e AP.

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