Macron traz 140 empresários ao Brasil, busca investidores e dirá a Lula por que é contra Mercosul-UE


Presidente francês passará três dias no País, na semana que vem, e vai falar sobre desinformação, avanço da extrema-direita e tentar que petista ajude a convencer a Rússia de Putin a parar a guerra na Ucrânia

Por Felipe Frazão
Atualização:

BRASÍLIA - Embora não queira abrir negociações e se aprofundar sobre o acordo entre Mercosul e União Europeia durante a viagem ao Brasil, o presidente da França, Emmanuel Macron, vai explicar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mais uma vez, por que decidiu bloquear a assinatura do tratado entre os blocos.

Conforme uma fonte diplomática, o presidente francês prefere evitar o assunto, mas sabe que o tema não poderá ser contornado. Entretanto, não vai mudar de posição. A conversa não deve avançar, de acordo com a expectativa do Palácio de Eliseu, e Macron planeja apenas reiterar a Lula as razões de sua resistência.

Macron retribuirá visita de Lula a Paris, no ano passado, com três dias de compromissos no Brasil a partir de terça-feira, dia 26 
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A França se colocou contra a conclusão do acordo no ano passado, no momento em que a maioria dos países dizia haver uma janela política ideal. Lula lamentou o fracasso em concluir tratativas que levam 25 anos, mas recentemente disse que Paris deveria ter paciência e que estava pronto para assinar o tratado com a União Europeia, a despeito da oposição política de Macron.

Os franceses dizem não estar isolados na oposição e pressionam a Comissão Europeia, que negocia com o Mercosul. Eles dizem que as sociedades de cada um dos 27 países da UE devem estar convencidas dos compromissos climáticos previstos no acordo e pedem complementação do que já foi acertado. A França exige que os produtos em circulação na futura área de comércio estejam sujeitos às mesmas normas vigentes na Europa.

Uma fonte do governo francês diz que os produtores rurais e industriais precisam ser convencidos, mas eles rejeitam o progresso do acordo e exigem que todos concorram dentro do mesmo conjunto de regras. Essa deverá ser a tônica da justificativa de Macron.

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“Eles estão submetidos há anos a normas adicionais para combater o aquecimento climático e proteger o meio ambiente e isso tem um custo para a competitividade deles”, explicou um membro da diplomacia francesa. “Não estamos prontos para avançar.”

Comitiva de 140 empresários para ‘esverdear’ a economia

Macron vem ao Brasil na semana que vem com interesse de promover negócios: a comitiva será formada por 140 empresários e executivos, sobretudo pequenos e médios, e Paris tem como foco atrair investidores brasileiros. As pequenas e médias empresas compõem ao menos 2/3 da delegação francesa, conforme o Palácio de Eliseu.

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A delegação não foi totalmente detalhada, mas incluirá uma série de ministros, empresários de pequenas, médias e startups, além de executivos de multinacionais. Parte delas é diretamente ligada a soluções ambientais, bioeconomia, proteção florestal e conservação de espécies. Entre os executivos confirmados, há CEOs do Carrefour, Airbus, Naval Group e Vicat. Entre as empresas inovadoras, estão Agro-Tech, Agriodor, Solaire e Net Zero.

Segundo diplomatas franceses, Macron vai trazer ao País empresas que possuem a capacidade de “esverdear a economia com tecnologias únicas e procedimentos muito diversificados”, por exemplo, na captura de carbono. As empresas devem lançar uma coalizão de investimentos voltados ao meio ambiente. Mas o governo francês não deve mais anunciar uma doação ao Fundo Amazônia, o que frustra a expectativa do governo Lula.

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Busca por investidores brasileiros

O presidente da França dedicará parte de seu tempo no País a conversar com empresários e investidores franceses e brasileiros. Em São Paulo, ele falará especificamente a potenciais investidores brasileiros, além de promover um Fórum Econômico Brasil-França. Macron quer levar de volta na bagagem a Paris dinheiro para setores produtivos, como a indústria, que permitam a geração de empregos na França.

Diplomatas franceses se queixam do baixo nível de investimento originário do Brasil e do desequilíbrio no fluxo de investimentos diretos por controlador final. Os investimentos franceses no Brasil seriam da ordem de 40 milhões de euros, enquanto os recursos brasileiros aplicados na França seriam cerca de 2 milhões de euros. Um a cada sete empregos na França é gerado por dinheiro externo.

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Um integrante do Ministério das Relações Exteriores da França afirma que o governo Macron busca “investimentos produtivos” e que comprar “vinhos e imóveis não gera sinergia nem emprego industrial”. O governo Macron tem um plano industrial para 2030 que oferece 60 bilhões de euros em incentivos.

Convencer Putin a parar a guerra na Ucrânia

O Palácio de Eliseu disse que Macron tem interesse em discutir com Lula sobre as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza. A despeito das divergências entre eles sobre os dois temas, Macron quer o apoio político de Lula para tentar sensibilizar o presidente russo, Vladmir Putin, a parar a guerra no Leste Europeu.

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Um diplomata francês disse que a prioridade é “chamar a Rússia à razão para que pare a agressão” e que no momento não existem condições de discutir os termos de uma negociação de paz que envolva, como Lula já sugeriu, a cessão de parte do território tomado pelos russos. A decisão, enfatizou esse diplomata, deve ser dos ucranianos. Os franceses também acham que não devem conseguir a liberação de Lula para exportação de armas, munição e equipamentos de defesa a Kiev.

“Por enquanto estamos numa fase que consiste em conseguir que a Rússia interrompa a sua agressão. Esperamos que grandes países como o Brasil, que tem uma voz que é escutada no mundo, contribuam para ‘chamar a razão’ o regime Putin para que interrompa a sua agressão. E aí teremos a etapa de negociação política do conflito”, afirmou uma autoridade francesa em Brasília.

Os dois presidentes pretendem trocar experiências sobre regulação digital e combate a notícias falsas e à disseminação da desinformação, além do avanço da extrema direita, em um capítulo sobre a democracia. Crises regionais no Haiti e na Venezuela também serão pauta da conversa.

Agenda prevista de Emmanuel Macron no Brasil

26/3 - Belém (PA)

Tarde/Noite - Macron desembarca vindo da Guiana Francesa e será recebido por Lula. Presidentes se deslocam de barco a uma ilha onde visitam área de cultivo de produtos amazônicos. Macron tem reunião com lideranças indígenas e encontra o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB)

27/3 - Itaguaí (RJ) e São Paulo (SP)

Manhã - Lula e Macron fazem lançamento do submarino Tonelero (S-42) no Complexo Naval de Itaguaí (RJ) da Marinha do Brasil, construído com tecnologia francesa

Tarde - Fórum empresarial em São Paulo (SP)

28/3 - Brasília (DF)

Manhã - Visita de Estado com bilateral com Lula, reunião ampliada, declaração à imprensa no Planalto e almoço no Itamaraty

BRASÍLIA - Embora não queira abrir negociações e se aprofundar sobre o acordo entre Mercosul e União Europeia durante a viagem ao Brasil, o presidente da França, Emmanuel Macron, vai explicar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mais uma vez, por que decidiu bloquear a assinatura do tratado entre os blocos.

Conforme uma fonte diplomática, o presidente francês prefere evitar o assunto, mas sabe que o tema não poderá ser contornado. Entretanto, não vai mudar de posição. A conversa não deve avançar, de acordo com a expectativa do Palácio de Eliseu, e Macron planeja apenas reiterar a Lula as razões de sua resistência.

Macron retribuirá visita de Lula a Paris, no ano passado, com três dias de compromissos no Brasil a partir de terça-feira, dia 26 

A França se colocou contra a conclusão do acordo no ano passado, no momento em que a maioria dos países dizia haver uma janela política ideal. Lula lamentou o fracasso em concluir tratativas que levam 25 anos, mas recentemente disse que Paris deveria ter paciência e que estava pronto para assinar o tratado com a União Europeia, a despeito da oposição política de Macron.

Os franceses dizem não estar isolados na oposição e pressionam a Comissão Europeia, que negocia com o Mercosul. Eles dizem que as sociedades de cada um dos 27 países da UE devem estar convencidas dos compromissos climáticos previstos no acordo e pedem complementação do que já foi acertado. A França exige que os produtos em circulação na futura área de comércio estejam sujeitos às mesmas normas vigentes na Europa.

Uma fonte do governo francês diz que os produtores rurais e industriais precisam ser convencidos, mas eles rejeitam o progresso do acordo e exigem que todos concorram dentro do mesmo conjunto de regras. Essa deverá ser a tônica da justificativa de Macron.

“Eles estão submetidos há anos a normas adicionais para combater o aquecimento climático e proteger o meio ambiente e isso tem um custo para a competitividade deles”, explicou um membro da diplomacia francesa. “Não estamos prontos para avançar.”

Comitiva de 140 empresários para ‘esverdear’ a economia

Macron vem ao Brasil na semana que vem com interesse de promover negócios: a comitiva será formada por 140 empresários e executivos, sobretudo pequenos e médios, e Paris tem como foco atrair investidores brasileiros. As pequenas e médias empresas compõem ao menos 2/3 da delegação francesa, conforme o Palácio de Eliseu.

A delegação não foi totalmente detalhada, mas incluirá uma série de ministros, empresários de pequenas, médias e startups, além de executivos de multinacionais. Parte delas é diretamente ligada a soluções ambientais, bioeconomia, proteção florestal e conservação de espécies. Entre os executivos confirmados, há CEOs do Carrefour, Airbus, Naval Group e Vicat. Entre as empresas inovadoras, estão Agro-Tech, Agriodor, Solaire e Net Zero.

Segundo diplomatas franceses, Macron vai trazer ao País empresas que possuem a capacidade de “esverdear a economia com tecnologias únicas e procedimentos muito diversificados”, por exemplo, na captura de carbono. As empresas devem lançar uma coalizão de investimentos voltados ao meio ambiente. Mas o governo francês não deve mais anunciar uma doação ao Fundo Amazônia, o que frustra a expectativa do governo Lula.

Busca por investidores brasileiros

O presidente da França dedicará parte de seu tempo no País a conversar com empresários e investidores franceses e brasileiros. Em São Paulo, ele falará especificamente a potenciais investidores brasileiros, além de promover um Fórum Econômico Brasil-França. Macron quer levar de volta na bagagem a Paris dinheiro para setores produtivos, como a indústria, que permitam a geração de empregos na França.

Diplomatas franceses se queixam do baixo nível de investimento originário do Brasil e do desequilíbrio no fluxo de investimentos diretos por controlador final. Os investimentos franceses no Brasil seriam da ordem de 40 milhões de euros, enquanto os recursos brasileiros aplicados na França seriam cerca de 2 milhões de euros. Um a cada sete empregos na França é gerado por dinheiro externo.

Um integrante do Ministério das Relações Exteriores da França afirma que o governo Macron busca “investimentos produtivos” e que comprar “vinhos e imóveis não gera sinergia nem emprego industrial”. O governo Macron tem um plano industrial para 2030 que oferece 60 bilhões de euros em incentivos.

Convencer Putin a parar a guerra na Ucrânia

O Palácio de Eliseu disse que Macron tem interesse em discutir com Lula sobre as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza. A despeito das divergências entre eles sobre os dois temas, Macron quer o apoio político de Lula para tentar sensibilizar o presidente russo, Vladmir Putin, a parar a guerra no Leste Europeu.

Um diplomata francês disse que a prioridade é “chamar a Rússia à razão para que pare a agressão” e que no momento não existem condições de discutir os termos de uma negociação de paz que envolva, como Lula já sugeriu, a cessão de parte do território tomado pelos russos. A decisão, enfatizou esse diplomata, deve ser dos ucranianos. Os franceses também acham que não devem conseguir a liberação de Lula para exportação de armas, munição e equipamentos de defesa a Kiev.

“Por enquanto estamos numa fase que consiste em conseguir que a Rússia interrompa a sua agressão. Esperamos que grandes países como o Brasil, que tem uma voz que é escutada no mundo, contribuam para ‘chamar a razão’ o regime Putin para que interrompa a sua agressão. E aí teremos a etapa de negociação política do conflito”, afirmou uma autoridade francesa em Brasília.

Os dois presidentes pretendem trocar experiências sobre regulação digital e combate a notícias falsas e à disseminação da desinformação, além do avanço da extrema direita, em um capítulo sobre a democracia. Crises regionais no Haiti e na Venezuela também serão pauta da conversa.

Agenda prevista de Emmanuel Macron no Brasil

26/3 - Belém (PA)

Tarde/Noite - Macron desembarca vindo da Guiana Francesa e será recebido por Lula. Presidentes se deslocam de barco a uma ilha onde visitam área de cultivo de produtos amazônicos. Macron tem reunião com lideranças indígenas e encontra o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB)

27/3 - Itaguaí (RJ) e São Paulo (SP)

Manhã - Lula e Macron fazem lançamento do submarino Tonelero (S-42) no Complexo Naval de Itaguaí (RJ) da Marinha do Brasil, construído com tecnologia francesa

Tarde - Fórum empresarial em São Paulo (SP)

28/3 - Brasília (DF)

Manhã - Visita de Estado com bilateral com Lula, reunião ampliada, declaração à imprensa no Planalto e almoço no Itamaraty

BRASÍLIA - Embora não queira abrir negociações e se aprofundar sobre o acordo entre Mercosul e União Europeia durante a viagem ao Brasil, o presidente da França, Emmanuel Macron, vai explicar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mais uma vez, por que decidiu bloquear a assinatura do tratado entre os blocos.

Conforme uma fonte diplomática, o presidente francês prefere evitar o assunto, mas sabe que o tema não poderá ser contornado. Entretanto, não vai mudar de posição. A conversa não deve avançar, de acordo com a expectativa do Palácio de Eliseu, e Macron planeja apenas reiterar a Lula as razões de sua resistência.

Macron retribuirá visita de Lula a Paris, no ano passado, com três dias de compromissos no Brasil a partir de terça-feira, dia 26 

A França se colocou contra a conclusão do acordo no ano passado, no momento em que a maioria dos países dizia haver uma janela política ideal. Lula lamentou o fracasso em concluir tratativas que levam 25 anos, mas recentemente disse que Paris deveria ter paciência e que estava pronto para assinar o tratado com a União Europeia, a despeito da oposição política de Macron.

Os franceses dizem não estar isolados na oposição e pressionam a Comissão Europeia, que negocia com o Mercosul. Eles dizem que as sociedades de cada um dos 27 países da UE devem estar convencidas dos compromissos climáticos previstos no acordo e pedem complementação do que já foi acertado. A França exige que os produtos em circulação na futura área de comércio estejam sujeitos às mesmas normas vigentes na Europa.

Uma fonte do governo francês diz que os produtores rurais e industriais precisam ser convencidos, mas eles rejeitam o progresso do acordo e exigem que todos concorram dentro do mesmo conjunto de regras. Essa deverá ser a tônica da justificativa de Macron.

“Eles estão submetidos há anos a normas adicionais para combater o aquecimento climático e proteger o meio ambiente e isso tem um custo para a competitividade deles”, explicou um membro da diplomacia francesa. “Não estamos prontos para avançar.”

Comitiva de 140 empresários para ‘esverdear’ a economia

Macron vem ao Brasil na semana que vem com interesse de promover negócios: a comitiva será formada por 140 empresários e executivos, sobretudo pequenos e médios, e Paris tem como foco atrair investidores brasileiros. As pequenas e médias empresas compõem ao menos 2/3 da delegação francesa, conforme o Palácio de Eliseu.

A delegação não foi totalmente detalhada, mas incluirá uma série de ministros, empresários de pequenas, médias e startups, além de executivos de multinacionais. Parte delas é diretamente ligada a soluções ambientais, bioeconomia, proteção florestal e conservação de espécies. Entre os executivos confirmados, há CEOs do Carrefour, Airbus, Naval Group e Vicat. Entre as empresas inovadoras, estão Agro-Tech, Agriodor, Solaire e Net Zero.

Segundo diplomatas franceses, Macron vai trazer ao País empresas que possuem a capacidade de “esverdear a economia com tecnologias únicas e procedimentos muito diversificados”, por exemplo, na captura de carbono. As empresas devem lançar uma coalizão de investimentos voltados ao meio ambiente. Mas o governo francês não deve mais anunciar uma doação ao Fundo Amazônia, o que frustra a expectativa do governo Lula.

Busca por investidores brasileiros

O presidente da França dedicará parte de seu tempo no País a conversar com empresários e investidores franceses e brasileiros. Em São Paulo, ele falará especificamente a potenciais investidores brasileiros, além de promover um Fórum Econômico Brasil-França. Macron quer levar de volta na bagagem a Paris dinheiro para setores produtivos, como a indústria, que permitam a geração de empregos na França.

Diplomatas franceses se queixam do baixo nível de investimento originário do Brasil e do desequilíbrio no fluxo de investimentos diretos por controlador final. Os investimentos franceses no Brasil seriam da ordem de 40 milhões de euros, enquanto os recursos brasileiros aplicados na França seriam cerca de 2 milhões de euros. Um a cada sete empregos na França é gerado por dinheiro externo.

Um integrante do Ministério das Relações Exteriores da França afirma que o governo Macron busca “investimentos produtivos” e que comprar “vinhos e imóveis não gera sinergia nem emprego industrial”. O governo Macron tem um plano industrial para 2030 que oferece 60 bilhões de euros em incentivos.

Convencer Putin a parar a guerra na Ucrânia

O Palácio de Eliseu disse que Macron tem interesse em discutir com Lula sobre as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza. A despeito das divergências entre eles sobre os dois temas, Macron quer o apoio político de Lula para tentar sensibilizar o presidente russo, Vladmir Putin, a parar a guerra no Leste Europeu.

Um diplomata francês disse que a prioridade é “chamar a Rússia à razão para que pare a agressão” e que no momento não existem condições de discutir os termos de uma negociação de paz que envolva, como Lula já sugeriu, a cessão de parte do território tomado pelos russos. A decisão, enfatizou esse diplomata, deve ser dos ucranianos. Os franceses também acham que não devem conseguir a liberação de Lula para exportação de armas, munição e equipamentos de defesa a Kiev.

“Por enquanto estamos numa fase que consiste em conseguir que a Rússia interrompa a sua agressão. Esperamos que grandes países como o Brasil, que tem uma voz que é escutada no mundo, contribuam para ‘chamar a razão’ o regime Putin para que interrompa a sua agressão. E aí teremos a etapa de negociação política do conflito”, afirmou uma autoridade francesa em Brasília.

Os dois presidentes pretendem trocar experiências sobre regulação digital e combate a notícias falsas e à disseminação da desinformação, além do avanço da extrema direita, em um capítulo sobre a democracia. Crises regionais no Haiti e na Venezuela também serão pauta da conversa.

Agenda prevista de Emmanuel Macron no Brasil

26/3 - Belém (PA)

Tarde/Noite - Macron desembarca vindo da Guiana Francesa e será recebido por Lula. Presidentes se deslocam de barco a uma ilha onde visitam área de cultivo de produtos amazônicos. Macron tem reunião com lideranças indígenas e encontra o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB)

27/3 - Itaguaí (RJ) e São Paulo (SP)

Manhã - Lula e Macron fazem lançamento do submarino Tonelero (S-42) no Complexo Naval de Itaguaí (RJ) da Marinha do Brasil, construído com tecnologia francesa

Tarde - Fórum empresarial em São Paulo (SP)

28/3 - Brasília (DF)

Manhã - Visita de Estado com bilateral com Lula, reunião ampliada, declaração à imprensa no Planalto e almoço no Itamaraty

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