O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou, nesta quinta-feira, 19, que seu opositor Edmundo González Urrutia, que o enfrentou nas urnas em julho e agora está exilado na Espanha, lhe pediu “clemência” para conseguir deixar a Venezuela no início deste mês.
“Ao final me dá vergonha alheia que o senhor González Urrutia, que me pediu clemência, não tenha palavra com o que se empenhou e alegue sua própria inépcia e sua própria covardia para tentar salvar sei lá o que”, afirmou Maduro, ao se referir às declarações do ex-diplomata, de 75 anos, que disse ter sido “coagido” por autoridades venezuelanas para conseguir partir para o exílio.
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“Sinto vergonha alheia pelo ‘pataruco’ (galo que não serve para a rinha), no final se mostrou um ‘pataruco’ (...) Ninguém pode alegar sua própria inépcia em defesa própria. González Urrutia, ninguém pode alegar sua própria covardia e sua própria traição a seus seguidores em defesa própria”, disse Maduro.
As declarações de Maduro foram uma resposta a uma mensagem de González, na qual disse, na quarta-feira, 18, que foi coagido a assinar um documento reconhecendo a vitória de Maduro. O opositor disse que assinou a carta como condição para partir ao exílio, mas o presidente do Parlamento, o poderoso dirigente chavista Jorge Rodríguez, disse que González assinou por vontade própria.
“Estando (refugiado) na residência do embaixador da Espanha, o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, e a vice-presidente da República, Delcy Rodríguez, se apresentaram com um documento que teria que referendar para permitir minha saída do país”, afirmou González. “Em outras palavras, ou assinava ou enfrentava as consequências.”
González Urrutia, refugiado na Espanha desde 8 de setembro, denuncia fraude nas eleições de 28 de julho e reivindica sua vitória./AFP.