Magnata é condenada à pena de morte por golpe bilionário no Vietnã


Truong My Lan é acusada de causar danos de R$136 bilhões no maior caso de fraude na história do país; sentença é parte de cruzada anticorrupção

Por Redação
Atualização:

HANÓI - A magnata do ramo imobiliário Truong My Lan, 67, foi condenada à morte no Vietnã pelo que é considerado o maior caso de fraude na história do país. A sentença anunciada nesta quinta-feira, 11, evidencia a cruzada anticorrupção do Partido Comunista no poder.

A empresária foi presa em 2022, acusada de subornar funcionários públicos, violar regulações e desviar US$12 bilhões do Saigon Commercial Bank (SCB), que controlou ilegalmente ao longo de uma década. Os promotores, contudo, disseram nesta quinta que os danos causados pelo esquema somam US$ 27 bilhões (R$136 bilhões), valor que é equivalente a 6% do PIB do Vietnã no ano em que Lan foi detida.

Apesar de atenuantes como o fato de ser ré primária e ter prestado serviços comunitários, o tribunal justificou a pena de morte pela seriedade do caso. “[Suas ações] não só violam os direitos de gestão de propriedade de indivíduos e organizações, mas também empurram o SCB para um estado de controle especial; minando a confiança das pessoas na liderança do Partido e do Estado”, disse a imprensa local, citando o julgamento.

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Empresária Truong My Lan (no centro) em julgamento na cidade de Ho Chi Minh, Vietnã, 11 de abril de 2024.  Foto: Thanh Tung/Associated Press

Lan e sua família fundaram a Van Thinh Phat na década de 1990, quando o país passava por um processo de abertura econômica. A empresa cresceu e se tornou a maior do ramo imobiliário no Vietnã, com prédios residenciais de luxo, escritórios, hotéis e shoppings.

Com sua influência na economia local, ela orquestrou, segundo a denúncia, a fusão do SCB com dois outros credores, em coordenação com o Banco Central do Vietnã. Truong My Lan teria controlado indiretamente 90% do Saigon Commercial Bank e aprovado empréstimos para empresas fantasmas que depois voltariam para suas mãos, segundo registros do tribunal. Para encobrir o esquema, teria subornado funcionários públicos.

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Além dela, 85 pessoas foram acusadas por crimes que vão de suborno e abuso de poder até apropriação indébita e violação das leis bancárias. O grupo inclui ex-presidentes do Banco Central, funcionários públicos e executivos do banco.

A empresária negou as acusações e culpou os subordinados. “Estou tão irritada por ter sido tão estúpida para me envolver neste ambiente empresarial muito feroz, o setor bancário, do qual tenho pouco conhecimento”, disse.

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Em sua declaração final ao tribunal na semana passada, ela sugeriu que cogitou o suicídio. “Em meu desespero, pensei na morte”, declarou Lan, segundo a imprensa estatal.

O caso da empresária faz parte da ofensiva contra corrupção que se intensificou no país nos últimos anos e já derrubou dois presidentes. No mês passado, Vo Van Thuong renunciou depois de ser implicado na operação “Forno Ardente”. Ele havia se tornado presidente um ano antes, quando Nguyen Xuan Phuc assumiu “responsabilidade política” por escândalos de corrupção durante a pandemia e entregou o cargo, denunciado pelo próprio partido./AFP e AP

HANÓI - A magnata do ramo imobiliário Truong My Lan, 67, foi condenada à morte no Vietnã pelo que é considerado o maior caso de fraude na história do país. A sentença anunciada nesta quinta-feira, 11, evidencia a cruzada anticorrupção do Partido Comunista no poder.

A empresária foi presa em 2022, acusada de subornar funcionários públicos, violar regulações e desviar US$12 bilhões do Saigon Commercial Bank (SCB), que controlou ilegalmente ao longo de uma década. Os promotores, contudo, disseram nesta quinta que os danos causados pelo esquema somam US$ 27 bilhões (R$136 bilhões), valor que é equivalente a 6% do PIB do Vietnã no ano em que Lan foi detida.

Apesar de atenuantes como o fato de ser ré primária e ter prestado serviços comunitários, o tribunal justificou a pena de morte pela seriedade do caso. “[Suas ações] não só violam os direitos de gestão de propriedade de indivíduos e organizações, mas também empurram o SCB para um estado de controle especial; minando a confiança das pessoas na liderança do Partido e do Estado”, disse a imprensa local, citando o julgamento.

Empresária Truong My Lan (no centro) em julgamento na cidade de Ho Chi Minh, Vietnã, 11 de abril de 2024.  Foto: Thanh Tung/Associated Press

Lan e sua família fundaram a Van Thinh Phat na década de 1990, quando o país passava por um processo de abertura econômica. A empresa cresceu e se tornou a maior do ramo imobiliário no Vietnã, com prédios residenciais de luxo, escritórios, hotéis e shoppings.

Com sua influência na economia local, ela orquestrou, segundo a denúncia, a fusão do SCB com dois outros credores, em coordenação com o Banco Central do Vietnã. Truong My Lan teria controlado indiretamente 90% do Saigon Commercial Bank e aprovado empréstimos para empresas fantasmas que depois voltariam para suas mãos, segundo registros do tribunal. Para encobrir o esquema, teria subornado funcionários públicos.

Além dela, 85 pessoas foram acusadas por crimes que vão de suborno e abuso de poder até apropriação indébita e violação das leis bancárias. O grupo inclui ex-presidentes do Banco Central, funcionários públicos e executivos do banco.

A empresária negou as acusações e culpou os subordinados. “Estou tão irritada por ter sido tão estúpida para me envolver neste ambiente empresarial muito feroz, o setor bancário, do qual tenho pouco conhecimento”, disse.

Em sua declaração final ao tribunal na semana passada, ela sugeriu que cogitou o suicídio. “Em meu desespero, pensei na morte”, declarou Lan, segundo a imprensa estatal.

O caso da empresária faz parte da ofensiva contra corrupção que se intensificou no país nos últimos anos e já derrubou dois presidentes. No mês passado, Vo Van Thuong renunciou depois de ser implicado na operação “Forno Ardente”. Ele havia se tornado presidente um ano antes, quando Nguyen Xuan Phuc assumiu “responsabilidade política” por escândalos de corrupção durante a pandemia e entregou o cargo, denunciado pelo próprio partido./AFP e AP

HANÓI - A magnata do ramo imobiliário Truong My Lan, 67, foi condenada à morte no Vietnã pelo que é considerado o maior caso de fraude na história do país. A sentença anunciada nesta quinta-feira, 11, evidencia a cruzada anticorrupção do Partido Comunista no poder.

A empresária foi presa em 2022, acusada de subornar funcionários públicos, violar regulações e desviar US$12 bilhões do Saigon Commercial Bank (SCB), que controlou ilegalmente ao longo de uma década. Os promotores, contudo, disseram nesta quinta que os danos causados pelo esquema somam US$ 27 bilhões (R$136 bilhões), valor que é equivalente a 6% do PIB do Vietnã no ano em que Lan foi detida.

Apesar de atenuantes como o fato de ser ré primária e ter prestado serviços comunitários, o tribunal justificou a pena de morte pela seriedade do caso. “[Suas ações] não só violam os direitos de gestão de propriedade de indivíduos e organizações, mas também empurram o SCB para um estado de controle especial; minando a confiança das pessoas na liderança do Partido e do Estado”, disse a imprensa local, citando o julgamento.

Empresária Truong My Lan (no centro) em julgamento na cidade de Ho Chi Minh, Vietnã, 11 de abril de 2024.  Foto: Thanh Tung/Associated Press

Lan e sua família fundaram a Van Thinh Phat na década de 1990, quando o país passava por um processo de abertura econômica. A empresa cresceu e se tornou a maior do ramo imobiliário no Vietnã, com prédios residenciais de luxo, escritórios, hotéis e shoppings.

Com sua influência na economia local, ela orquestrou, segundo a denúncia, a fusão do SCB com dois outros credores, em coordenação com o Banco Central do Vietnã. Truong My Lan teria controlado indiretamente 90% do Saigon Commercial Bank e aprovado empréstimos para empresas fantasmas que depois voltariam para suas mãos, segundo registros do tribunal. Para encobrir o esquema, teria subornado funcionários públicos.

Além dela, 85 pessoas foram acusadas por crimes que vão de suborno e abuso de poder até apropriação indébita e violação das leis bancárias. O grupo inclui ex-presidentes do Banco Central, funcionários públicos e executivos do banco.

A empresária negou as acusações e culpou os subordinados. “Estou tão irritada por ter sido tão estúpida para me envolver neste ambiente empresarial muito feroz, o setor bancário, do qual tenho pouco conhecimento”, disse.

Em sua declaração final ao tribunal na semana passada, ela sugeriu que cogitou o suicídio. “Em meu desespero, pensei na morte”, declarou Lan, segundo a imprensa estatal.

O caso da empresária faz parte da ofensiva contra corrupção que se intensificou no país nos últimos anos e já derrubou dois presidentes. No mês passado, Vo Van Thuong renunciou depois de ser implicado na operação “Forno Ardente”. Ele havia se tornado presidente um ano antes, quando Nguyen Xuan Phuc assumiu “responsabilidade política” por escândalos de corrupção durante a pandemia e entregou o cargo, denunciado pelo próprio partido./AFP e AP

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