Rússia invade usina em Mariupol onde mais de 30 crianças estão presas


Segundo autoridades, ao menos duas mulheres foram mortas nos ataques russos à siderúrgica de Azovstal, último reduto de resistência ucraniana na cidade

Por Redação
Atualização:

Ucranianos denunciaram nesta quarta-feira, 4, que soldados russos invadiram a usina siderúrgica Azovstal, último reduto de resistência na devastada cidade de Mariupol. Apesar dos esforços dos último dias para retirar os civis do local, centenas continuam presos na planta, incluindo mais de 30 crianças, informou o prefeito da cidade. Disparos de artilharia voltaram a atingir a usina, mas a Rússia nega ter intensificado os ataques.

David Arakhamia, líder do partido do presidente, Volodmir Zelenski, que está em contato com os soldados ucranianos dentro da usina, afirmou que a investida final da Rússia já começou. “As tentativas de invadir a siderúrgica Azovstal continuaram pelo segundo dia. Tropas russas já estão dentro da usina”, disse. Em um vídeo publicado nesta quarta-feira, o líder do Batalhão Azov, Denis Prokopenko, disse que as tropas russas entraram no terreno da usina e havia intensas batalhas.

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“Desgraçadamente há violentos combates em Azovstal hoje”, disse o prefeito Vadim Boitshenko em entrevista à televisão ucraniana. O prefeito afirmou que há centenas de civis presos no local constantemente bombardeando, incluindo crianças que esperam ser resgatadas. “Há mais de 30 (crianças)″, garantiu. Segundo ele, cerca de 100 mil residentes ainda esperam para serem retirados da cidade.

Imagem de satélite tirada pela Planet Labs PBC mostra fumaça na usina sierúrgica de Azovstal em Mariupol, em 4 de março Foto: Planet Labs PBC via AP

Segundo a vice-primeira-ministra ucraniana, Irina Vereshchuk, ao menos 2 mulheres foram mortas e outros 10 civis ficaram feridos nos ataques que duraram toda a noite.

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“Devemos entender que as pessoas ainda estão morrendo. Infelizmente, a aviação e a artilharia inimigas estão trabalhando e atirando na fortaleza constantemente”, disse Boitshenko. Segundo ele, aviões e tanques participam da ofensiva, assim como barcos que se aproximam da costa do Mar de Azov, onde se encontra o complexo de Azovstal.

Um combatente ucraniano do regimento Azov que defende a usina anunciou na última terça-feira,3, que os russos haviam lançado um “potente ataque” contra o lugar, mas o Kremlin negou a informação.

“A ordem foi dada publicamente pelo comandante-chefe, o presidente Vladimir Putin, de anular qualquer ataque. Não há ataque neste momento”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. Segundo ele, as tropas russas apenas cercam o lugar e intervêm para “impedir rapidamente as tentativas do combatentes ucranianos de chegar a posições de tiro”.

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Após as acusações ucranianas, a Rússia prometeu um cessar-fogo na siderúrgica para permitir, a partir desta quinta-feira, 5, a abertura por três dias de um corredor humanitário para retirar os civis.

“Nesse período, as Forças Armadas russas e as formações da República Popular de Donetsk irão decretar um cessar unilateral de hostilidades”, informou o Ministério da Defesa russo. Os civis que se encontram na unidade serão autorizados a viajar para a Rússia ou para áreas controladas por Kiev”, acrescentou.

Além dos presos na usina, uma investigação da agência Associated Press revelou nesta quarta-feira ter encontrado evidências de que o ataque ao Teatro Acadêmico Regional de Drama de Donetsk, em Mariupol, foi muito mais mortal do que o estimado, matando cerca de 600 pessoas dentro e fora do prédio. Isso é quase o dobro do número de mortos citado até agora, e muitos sobreviventes colocam o número ainda mais alto.

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Retirada de civis

Em uma rara vitória da diplomacia, ônibus organizados pelas Nações Unidas e pela Cruz Vermelha conseguiram libertar civis da usina pelo terceiro dia consecutivo na manhã de quarta-feira, disse o governador da região de Donetsk.

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Mais cedo, Irina Vereshchuk, havia dito que quatro corredores humanitários para civis que procuram fugir dos combates foram planejados para esta quarta-feira. As rotas foram definidas para ligar cidades no sul e leste que estão sob ataque russo – incluindo Mariupol, Tokmak e Vasilivka – a Zaporizhzhia, uma cidade controlada pela Ucrânia.

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Em Zaporizhzhia, um grupo de pessoas retirado da usina de Azovstal, em Mariupol, respiram um pouco mais aliviados.

Os ônibus deixaram Mariupol, disse o governador de Donetsk. Ele acrescentou que a partir de Tokmak, os civis podem se juntar ao grupo com seu próprio transporte. Na terça-feira, um comboio organizado internacionalmente de 101 civis escapou para Zaporizhzhia da usina siderúrgica. Até agora, ao menos 300 civis conseguiram escapar.

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Mariupol passou a simbolizar a miséria humana infligida pela guerra. O cerco de dois meses dos russos ao porto estratégico do sul prendeu civis com pouca ou nenhuma comida, água, remédios ou aquecimento, enquanto as forças de Moscou transformavam a cidade em escombros. A situação na siderúrgica, em particular, chamou a atenção do mundo.

Bombardeios no leste

Cerca de 21 pessoas foram mortas na região leste de Donetsk, incluindo um grupo de trabalhadores de uma fábrica que estavam reunidos em um ponto de ônibus após seu turno, disseram autoridades.

O número total de vítimas, que também incluiu 27 feridos, foi o maior em um dia desde o mês passado, quando um míssil russo atingiu uma estação de trem na cidade de Kramatorsk, matando mais de 50 pessoas, disse Pavlo Kirilenko, governador da região de Donetsk na noite de terça-feira.

O bombardeio ocorreu na cidade de Adiivka e feriu outros 20 trabalhadores com gravidade suficiente para precisar de tratamento em um hospital, disse a empresa proprietária da usina, Metinvest, em comunicado.

“Outro crime cínico dos russos em nossa terra”, escreveu Kirilenko no aplicativo Telegram, referindo-se ao ataque.

Veículos em chamas em um depósito de petróleo depois que mísseis atingiram a instalação em uma área controlada por forças separatistas apoiadas pela Rússia em Makiivka, 15 km a leste de Donetsk Foto: AP / AP

Os ataques em Donetsk foram parte de uma enxurrada de ataques russos a cidades em pelo menos seis regiões do país na última terça-feira, incluindo a principal cidade ocidental de Lviv, onde ataques a três subestações elétricas cortaram a eletricidade em muitas áreas.

Outros dois civis foram mortos e dois ficaram feridos em bombardeios noturnos na região vizinha de Luhansk, segundo o governador Serhi Haidai, acrescentando que os ataques russos estão se intensificando.

Em seu discurso noturno, o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, disse que a Rússia estava atacando cidades indiscriminadamente, sem “nenhum objetivo militar específico”. “Obviamente, os militares russos reagiram de forma extremamente nervosa hoje aos nossos sucessos”, disse ele. “Eles estão tentando superar sua impotência, porque não são capazes de tomar a Ucrânia.”

O Ministério da Defesa da Rússia disse em comunicado que seus ataques de terça destruíram com sucesso seis subestações elétricas no oeste e centro da Ucrânia. As subestações moviam ferrovias usadas para transportar armas e munições americanas e europeias, disse o ministério.

Andri Yermak, que chefia o gabinete do presidente ucraniano, disse que Moscou está dobrando a tentativa de impedir a “ajuda ocidental com mísseis” para atingir as “novas e poderosas armas da Ucrânia”. “Mas não vai parar”, disse ele, referindo-se ao fluxo de ajuda militar do Ocidente.

O centro industrial de Donbas, que inclui Donetsk e Luhansk, continua sendo o objetivo declarado de Moscou, depois de não conseguir tomar Kiev nas primeiras semanas da guerra. Mas o avanço russo também chegou em outras regiões.

De acordo com informações do Ministério da Defesa do Reino Unido, o Kremlin mobilizou 22 grupos táticos de batalhões em sua tentativa de avançar ao longo do eixo norte do Donbas, perto da estratégica cidade de Izium. Cada unidade normalmente conta com cerca de 800 soldados, disseram os britânicos.

Apesar de lutar para romper as defesas ucranianas e ganhar terreno, a Rússia provavelmente pretende prosseguir além de Izium para capturar as cidades de Kramatorsk e Severodonetsk, enquanto tentam derrotar as forças ucranianas na região, de acordo com a avaliação britânica. No entanto, o avanço de Moscou tem sido lento, pois os combatentes ucranianos têm se entrincheirado e utilizado armas de longo alcance, como obuses, para atingir os russos.

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Questionando as causas do conflito, o líder católico falou que a "ira" do Kremlin foi "facilitada" pelo que considerou "latidos da Otan às portas da Rússia".

Desfile em Mariupol

Ao mesmo tempo que intensifica os ataques, a Rússia pretende transformar Mariupol em um local de celebração. O país prepara um desfile militar na cidade para 9 de maio, dia em que é lembrada a vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista, segundo fontes dos serviços de inteligência ucranianos informaram à agência France Presse.

Segundo as fontes, o vice-diretor da administração presidencial russa, Serguei Kirienko, chegou em Mariupol para preparar este desfile. “A missão principal do responsável de Putin é preparar as celebrações de 9 de maio”, explicou um comunicado no Telegram do serviço de inteligência.

Estão destruindo todas as provas dos crimes que cometeram”, declarou o prefeito de Mariupol na televisão. “Dão comida à população em troca de trabalho”, acrescentou.

O ministro russo da Defesa, respondendo a uma pergunta sobre os preparativos para 9 de maio, não mencionou a possibilidade de um desfile em Mariupol. “Este ano, os desfiles militares serão celebrados em 28 cidades russas”, disse, detalhando que cerca de 65 mil pessoas, 2,4 mil tipos de armamento e equipamentos militares e mais de 460 aviões serão mobilizados”.

Mariupol está praticamente sob controle do Exército russo. Apenas o grande complexo industrial Azovstal escapa do controle militar de Moscou./AFP, REUTERS, NYT e W.POST

Ucranianos denunciaram nesta quarta-feira, 4, que soldados russos invadiram a usina siderúrgica Azovstal, último reduto de resistência na devastada cidade de Mariupol. Apesar dos esforços dos último dias para retirar os civis do local, centenas continuam presos na planta, incluindo mais de 30 crianças, informou o prefeito da cidade. Disparos de artilharia voltaram a atingir a usina, mas a Rússia nega ter intensificado os ataques.

David Arakhamia, líder do partido do presidente, Volodmir Zelenski, que está em contato com os soldados ucranianos dentro da usina, afirmou que a investida final da Rússia já começou. “As tentativas de invadir a siderúrgica Azovstal continuaram pelo segundo dia. Tropas russas já estão dentro da usina”, disse. Em um vídeo publicado nesta quarta-feira, o líder do Batalhão Azov, Denis Prokopenko, disse que as tropas russas entraram no terreno da usina e havia intensas batalhas.

“Desgraçadamente há violentos combates em Azovstal hoje”, disse o prefeito Vadim Boitshenko em entrevista à televisão ucraniana. O prefeito afirmou que há centenas de civis presos no local constantemente bombardeando, incluindo crianças que esperam ser resgatadas. “Há mais de 30 (crianças)″, garantiu. Segundo ele, cerca de 100 mil residentes ainda esperam para serem retirados da cidade.

Imagem de satélite tirada pela Planet Labs PBC mostra fumaça na usina sierúrgica de Azovstal em Mariupol, em 4 de março Foto: Planet Labs PBC via AP

Segundo a vice-primeira-ministra ucraniana, Irina Vereshchuk, ao menos 2 mulheres foram mortas e outros 10 civis ficaram feridos nos ataques que duraram toda a noite.

“Devemos entender que as pessoas ainda estão morrendo. Infelizmente, a aviação e a artilharia inimigas estão trabalhando e atirando na fortaleza constantemente”, disse Boitshenko. Segundo ele, aviões e tanques participam da ofensiva, assim como barcos que se aproximam da costa do Mar de Azov, onde se encontra o complexo de Azovstal.

Um combatente ucraniano do regimento Azov que defende a usina anunciou na última terça-feira,3, que os russos haviam lançado um “potente ataque” contra o lugar, mas o Kremlin negou a informação.

“A ordem foi dada publicamente pelo comandante-chefe, o presidente Vladimir Putin, de anular qualquer ataque. Não há ataque neste momento”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. Segundo ele, as tropas russas apenas cercam o lugar e intervêm para “impedir rapidamente as tentativas do combatentes ucranianos de chegar a posições de tiro”.

Após as acusações ucranianas, a Rússia prometeu um cessar-fogo na siderúrgica para permitir, a partir desta quinta-feira, 5, a abertura por três dias de um corredor humanitário para retirar os civis.

“Nesse período, as Forças Armadas russas e as formações da República Popular de Donetsk irão decretar um cessar unilateral de hostilidades”, informou o Ministério da Defesa russo. Os civis que se encontram na unidade serão autorizados a viajar para a Rússia ou para áreas controladas por Kiev”, acrescentou.

Além dos presos na usina, uma investigação da agência Associated Press revelou nesta quarta-feira ter encontrado evidências de que o ataque ao Teatro Acadêmico Regional de Drama de Donetsk, em Mariupol, foi muito mais mortal do que o estimado, matando cerca de 600 pessoas dentro e fora do prédio. Isso é quase o dobro do número de mortos citado até agora, e muitos sobreviventes colocam o número ainda mais alto.

Retirada de civis

Em uma rara vitória da diplomacia, ônibus organizados pelas Nações Unidas e pela Cruz Vermelha conseguiram libertar civis da usina pelo terceiro dia consecutivo na manhã de quarta-feira, disse o governador da região de Donetsk.

Mais cedo, Irina Vereshchuk, havia dito que quatro corredores humanitários para civis que procuram fugir dos combates foram planejados para esta quarta-feira. As rotas foram definidas para ligar cidades no sul e leste que estão sob ataque russo – incluindo Mariupol, Tokmak e Vasilivka – a Zaporizhzhia, uma cidade controlada pela Ucrânia.

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Em Zaporizhzhia, um grupo de pessoas retirado da usina de Azovstal, em Mariupol, respiram um pouco mais aliviados.

Os ônibus deixaram Mariupol, disse o governador de Donetsk. Ele acrescentou que a partir de Tokmak, os civis podem se juntar ao grupo com seu próprio transporte. Na terça-feira, um comboio organizado internacionalmente de 101 civis escapou para Zaporizhzhia da usina siderúrgica. Até agora, ao menos 300 civis conseguiram escapar.

Mariupol passou a simbolizar a miséria humana infligida pela guerra. O cerco de dois meses dos russos ao porto estratégico do sul prendeu civis com pouca ou nenhuma comida, água, remédios ou aquecimento, enquanto as forças de Moscou transformavam a cidade em escombros. A situação na siderúrgica, em particular, chamou a atenção do mundo.

Bombardeios no leste

Cerca de 21 pessoas foram mortas na região leste de Donetsk, incluindo um grupo de trabalhadores de uma fábrica que estavam reunidos em um ponto de ônibus após seu turno, disseram autoridades.

O número total de vítimas, que também incluiu 27 feridos, foi o maior em um dia desde o mês passado, quando um míssil russo atingiu uma estação de trem na cidade de Kramatorsk, matando mais de 50 pessoas, disse Pavlo Kirilenko, governador da região de Donetsk na noite de terça-feira.

O bombardeio ocorreu na cidade de Adiivka e feriu outros 20 trabalhadores com gravidade suficiente para precisar de tratamento em um hospital, disse a empresa proprietária da usina, Metinvest, em comunicado.

“Outro crime cínico dos russos em nossa terra”, escreveu Kirilenko no aplicativo Telegram, referindo-se ao ataque.

Veículos em chamas em um depósito de petróleo depois que mísseis atingiram a instalação em uma área controlada por forças separatistas apoiadas pela Rússia em Makiivka, 15 km a leste de Donetsk Foto: AP / AP

Os ataques em Donetsk foram parte de uma enxurrada de ataques russos a cidades em pelo menos seis regiões do país na última terça-feira, incluindo a principal cidade ocidental de Lviv, onde ataques a três subestações elétricas cortaram a eletricidade em muitas áreas.

Outros dois civis foram mortos e dois ficaram feridos em bombardeios noturnos na região vizinha de Luhansk, segundo o governador Serhi Haidai, acrescentando que os ataques russos estão se intensificando.

Em seu discurso noturno, o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, disse que a Rússia estava atacando cidades indiscriminadamente, sem “nenhum objetivo militar específico”. “Obviamente, os militares russos reagiram de forma extremamente nervosa hoje aos nossos sucessos”, disse ele. “Eles estão tentando superar sua impotência, porque não são capazes de tomar a Ucrânia.”

O Ministério da Defesa da Rússia disse em comunicado que seus ataques de terça destruíram com sucesso seis subestações elétricas no oeste e centro da Ucrânia. As subestações moviam ferrovias usadas para transportar armas e munições americanas e europeias, disse o ministério.

Andri Yermak, que chefia o gabinete do presidente ucraniano, disse que Moscou está dobrando a tentativa de impedir a “ajuda ocidental com mísseis” para atingir as “novas e poderosas armas da Ucrânia”. “Mas não vai parar”, disse ele, referindo-se ao fluxo de ajuda militar do Ocidente.

O centro industrial de Donbas, que inclui Donetsk e Luhansk, continua sendo o objetivo declarado de Moscou, depois de não conseguir tomar Kiev nas primeiras semanas da guerra. Mas o avanço russo também chegou em outras regiões.

De acordo com informações do Ministério da Defesa do Reino Unido, o Kremlin mobilizou 22 grupos táticos de batalhões em sua tentativa de avançar ao longo do eixo norte do Donbas, perto da estratégica cidade de Izium. Cada unidade normalmente conta com cerca de 800 soldados, disseram os britânicos.

Apesar de lutar para romper as defesas ucranianas e ganhar terreno, a Rússia provavelmente pretende prosseguir além de Izium para capturar as cidades de Kramatorsk e Severodonetsk, enquanto tentam derrotar as forças ucranianas na região, de acordo com a avaliação britânica. No entanto, o avanço de Moscou tem sido lento, pois os combatentes ucranianos têm se entrincheirado e utilizado armas de longo alcance, como obuses, para atingir os russos.

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Questionando as causas do conflito, o líder católico falou que a "ira" do Kremlin foi "facilitada" pelo que considerou "latidos da Otan às portas da Rússia".

Desfile em Mariupol

Ao mesmo tempo que intensifica os ataques, a Rússia pretende transformar Mariupol em um local de celebração. O país prepara um desfile militar na cidade para 9 de maio, dia em que é lembrada a vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista, segundo fontes dos serviços de inteligência ucranianos informaram à agência France Presse.

Segundo as fontes, o vice-diretor da administração presidencial russa, Serguei Kirienko, chegou em Mariupol para preparar este desfile. “A missão principal do responsável de Putin é preparar as celebrações de 9 de maio”, explicou um comunicado no Telegram do serviço de inteligência.

Estão destruindo todas as provas dos crimes que cometeram”, declarou o prefeito de Mariupol na televisão. “Dão comida à população em troca de trabalho”, acrescentou.

O ministro russo da Defesa, respondendo a uma pergunta sobre os preparativos para 9 de maio, não mencionou a possibilidade de um desfile em Mariupol. “Este ano, os desfiles militares serão celebrados em 28 cidades russas”, disse, detalhando que cerca de 65 mil pessoas, 2,4 mil tipos de armamento e equipamentos militares e mais de 460 aviões serão mobilizados”.

Mariupol está praticamente sob controle do Exército russo. Apenas o grande complexo industrial Azovstal escapa do controle militar de Moscou./AFP, REUTERS, NYT e W.POST

Ucranianos denunciaram nesta quarta-feira, 4, que soldados russos invadiram a usina siderúrgica Azovstal, último reduto de resistência na devastada cidade de Mariupol. Apesar dos esforços dos último dias para retirar os civis do local, centenas continuam presos na planta, incluindo mais de 30 crianças, informou o prefeito da cidade. Disparos de artilharia voltaram a atingir a usina, mas a Rússia nega ter intensificado os ataques.

David Arakhamia, líder do partido do presidente, Volodmir Zelenski, que está em contato com os soldados ucranianos dentro da usina, afirmou que a investida final da Rússia já começou. “As tentativas de invadir a siderúrgica Azovstal continuaram pelo segundo dia. Tropas russas já estão dentro da usina”, disse. Em um vídeo publicado nesta quarta-feira, o líder do Batalhão Azov, Denis Prokopenko, disse que as tropas russas entraram no terreno da usina e havia intensas batalhas.

“Desgraçadamente há violentos combates em Azovstal hoje”, disse o prefeito Vadim Boitshenko em entrevista à televisão ucraniana. O prefeito afirmou que há centenas de civis presos no local constantemente bombardeando, incluindo crianças que esperam ser resgatadas. “Há mais de 30 (crianças)″, garantiu. Segundo ele, cerca de 100 mil residentes ainda esperam para serem retirados da cidade.

Imagem de satélite tirada pela Planet Labs PBC mostra fumaça na usina sierúrgica de Azovstal em Mariupol, em 4 de março Foto: Planet Labs PBC via AP

Segundo a vice-primeira-ministra ucraniana, Irina Vereshchuk, ao menos 2 mulheres foram mortas e outros 10 civis ficaram feridos nos ataques que duraram toda a noite.

“Devemos entender que as pessoas ainda estão morrendo. Infelizmente, a aviação e a artilharia inimigas estão trabalhando e atirando na fortaleza constantemente”, disse Boitshenko. Segundo ele, aviões e tanques participam da ofensiva, assim como barcos que se aproximam da costa do Mar de Azov, onde se encontra o complexo de Azovstal.

Um combatente ucraniano do regimento Azov que defende a usina anunciou na última terça-feira,3, que os russos haviam lançado um “potente ataque” contra o lugar, mas o Kremlin negou a informação.

“A ordem foi dada publicamente pelo comandante-chefe, o presidente Vladimir Putin, de anular qualquer ataque. Não há ataque neste momento”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. Segundo ele, as tropas russas apenas cercam o lugar e intervêm para “impedir rapidamente as tentativas do combatentes ucranianos de chegar a posições de tiro”.

Após as acusações ucranianas, a Rússia prometeu um cessar-fogo na siderúrgica para permitir, a partir desta quinta-feira, 5, a abertura por três dias de um corredor humanitário para retirar os civis.

“Nesse período, as Forças Armadas russas e as formações da República Popular de Donetsk irão decretar um cessar unilateral de hostilidades”, informou o Ministério da Defesa russo. Os civis que se encontram na unidade serão autorizados a viajar para a Rússia ou para áreas controladas por Kiev”, acrescentou.

Além dos presos na usina, uma investigação da agência Associated Press revelou nesta quarta-feira ter encontrado evidências de que o ataque ao Teatro Acadêmico Regional de Drama de Donetsk, em Mariupol, foi muito mais mortal do que o estimado, matando cerca de 600 pessoas dentro e fora do prédio. Isso é quase o dobro do número de mortos citado até agora, e muitos sobreviventes colocam o número ainda mais alto.

Retirada de civis

Em uma rara vitória da diplomacia, ônibus organizados pelas Nações Unidas e pela Cruz Vermelha conseguiram libertar civis da usina pelo terceiro dia consecutivo na manhã de quarta-feira, disse o governador da região de Donetsk.

Mais cedo, Irina Vereshchuk, havia dito que quatro corredores humanitários para civis que procuram fugir dos combates foram planejados para esta quarta-feira. As rotas foram definidas para ligar cidades no sul e leste que estão sob ataque russo – incluindo Mariupol, Tokmak e Vasilivka – a Zaporizhzhia, uma cidade controlada pela Ucrânia.

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Em Zaporizhzhia, um grupo de pessoas retirado da usina de Azovstal, em Mariupol, respiram um pouco mais aliviados.

Os ônibus deixaram Mariupol, disse o governador de Donetsk. Ele acrescentou que a partir de Tokmak, os civis podem se juntar ao grupo com seu próprio transporte. Na terça-feira, um comboio organizado internacionalmente de 101 civis escapou para Zaporizhzhia da usina siderúrgica. Até agora, ao menos 300 civis conseguiram escapar.

Mariupol passou a simbolizar a miséria humana infligida pela guerra. O cerco de dois meses dos russos ao porto estratégico do sul prendeu civis com pouca ou nenhuma comida, água, remédios ou aquecimento, enquanto as forças de Moscou transformavam a cidade em escombros. A situação na siderúrgica, em particular, chamou a atenção do mundo.

Bombardeios no leste

Cerca de 21 pessoas foram mortas na região leste de Donetsk, incluindo um grupo de trabalhadores de uma fábrica que estavam reunidos em um ponto de ônibus após seu turno, disseram autoridades.

O número total de vítimas, que também incluiu 27 feridos, foi o maior em um dia desde o mês passado, quando um míssil russo atingiu uma estação de trem na cidade de Kramatorsk, matando mais de 50 pessoas, disse Pavlo Kirilenko, governador da região de Donetsk na noite de terça-feira.

O bombardeio ocorreu na cidade de Adiivka e feriu outros 20 trabalhadores com gravidade suficiente para precisar de tratamento em um hospital, disse a empresa proprietária da usina, Metinvest, em comunicado.

“Outro crime cínico dos russos em nossa terra”, escreveu Kirilenko no aplicativo Telegram, referindo-se ao ataque.

Veículos em chamas em um depósito de petróleo depois que mísseis atingiram a instalação em uma área controlada por forças separatistas apoiadas pela Rússia em Makiivka, 15 km a leste de Donetsk Foto: AP / AP

Os ataques em Donetsk foram parte de uma enxurrada de ataques russos a cidades em pelo menos seis regiões do país na última terça-feira, incluindo a principal cidade ocidental de Lviv, onde ataques a três subestações elétricas cortaram a eletricidade em muitas áreas.

Outros dois civis foram mortos e dois ficaram feridos em bombardeios noturnos na região vizinha de Luhansk, segundo o governador Serhi Haidai, acrescentando que os ataques russos estão se intensificando.

Em seu discurso noturno, o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, disse que a Rússia estava atacando cidades indiscriminadamente, sem “nenhum objetivo militar específico”. “Obviamente, os militares russos reagiram de forma extremamente nervosa hoje aos nossos sucessos”, disse ele. “Eles estão tentando superar sua impotência, porque não são capazes de tomar a Ucrânia.”

O Ministério da Defesa da Rússia disse em comunicado que seus ataques de terça destruíram com sucesso seis subestações elétricas no oeste e centro da Ucrânia. As subestações moviam ferrovias usadas para transportar armas e munições americanas e europeias, disse o ministério.

Andri Yermak, que chefia o gabinete do presidente ucraniano, disse que Moscou está dobrando a tentativa de impedir a “ajuda ocidental com mísseis” para atingir as “novas e poderosas armas da Ucrânia”. “Mas não vai parar”, disse ele, referindo-se ao fluxo de ajuda militar do Ocidente.

O centro industrial de Donbas, que inclui Donetsk e Luhansk, continua sendo o objetivo declarado de Moscou, depois de não conseguir tomar Kiev nas primeiras semanas da guerra. Mas o avanço russo também chegou em outras regiões.

De acordo com informações do Ministério da Defesa do Reino Unido, o Kremlin mobilizou 22 grupos táticos de batalhões em sua tentativa de avançar ao longo do eixo norte do Donbas, perto da estratégica cidade de Izium. Cada unidade normalmente conta com cerca de 800 soldados, disseram os britânicos.

Apesar de lutar para romper as defesas ucranianas e ganhar terreno, a Rússia provavelmente pretende prosseguir além de Izium para capturar as cidades de Kramatorsk e Severodonetsk, enquanto tentam derrotar as forças ucranianas na região, de acordo com a avaliação britânica. No entanto, o avanço de Moscou tem sido lento, pois os combatentes ucranianos têm se entrincheirado e utilizado armas de longo alcance, como obuses, para atingir os russos.

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Questionando as causas do conflito, o líder católico falou que a "ira" do Kremlin foi "facilitada" pelo que considerou "latidos da Otan às portas da Rússia".

Desfile em Mariupol

Ao mesmo tempo que intensifica os ataques, a Rússia pretende transformar Mariupol em um local de celebração. O país prepara um desfile militar na cidade para 9 de maio, dia em que é lembrada a vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista, segundo fontes dos serviços de inteligência ucranianos informaram à agência France Presse.

Segundo as fontes, o vice-diretor da administração presidencial russa, Serguei Kirienko, chegou em Mariupol para preparar este desfile. “A missão principal do responsável de Putin é preparar as celebrações de 9 de maio”, explicou um comunicado no Telegram do serviço de inteligência.

Estão destruindo todas as provas dos crimes que cometeram”, declarou o prefeito de Mariupol na televisão. “Dão comida à população em troca de trabalho”, acrescentou.

O ministro russo da Defesa, respondendo a uma pergunta sobre os preparativos para 9 de maio, não mencionou a possibilidade de um desfile em Mariupol. “Este ano, os desfiles militares serão celebrados em 28 cidades russas”, disse, detalhando que cerca de 65 mil pessoas, 2,4 mil tipos de armamento e equipamentos militares e mais de 460 aviões serão mobilizados”.

Mariupol está praticamente sob controle do Exército russo. Apenas o grande complexo industrial Azovstal escapa do controle militar de Moscou./AFP, REUTERS, NYT e W.POST

Ucranianos denunciaram nesta quarta-feira, 4, que soldados russos invadiram a usina siderúrgica Azovstal, último reduto de resistência na devastada cidade de Mariupol. Apesar dos esforços dos último dias para retirar os civis do local, centenas continuam presos na planta, incluindo mais de 30 crianças, informou o prefeito da cidade. Disparos de artilharia voltaram a atingir a usina, mas a Rússia nega ter intensificado os ataques.

David Arakhamia, líder do partido do presidente, Volodmir Zelenski, que está em contato com os soldados ucranianos dentro da usina, afirmou que a investida final da Rússia já começou. “As tentativas de invadir a siderúrgica Azovstal continuaram pelo segundo dia. Tropas russas já estão dentro da usina”, disse. Em um vídeo publicado nesta quarta-feira, o líder do Batalhão Azov, Denis Prokopenko, disse que as tropas russas entraram no terreno da usina e havia intensas batalhas.

“Desgraçadamente há violentos combates em Azovstal hoje”, disse o prefeito Vadim Boitshenko em entrevista à televisão ucraniana. O prefeito afirmou que há centenas de civis presos no local constantemente bombardeando, incluindo crianças que esperam ser resgatadas. “Há mais de 30 (crianças)″, garantiu. Segundo ele, cerca de 100 mil residentes ainda esperam para serem retirados da cidade.

Imagem de satélite tirada pela Planet Labs PBC mostra fumaça na usina sierúrgica de Azovstal em Mariupol, em 4 de março Foto: Planet Labs PBC via AP

Segundo a vice-primeira-ministra ucraniana, Irina Vereshchuk, ao menos 2 mulheres foram mortas e outros 10 civis ficaram feridos nos ataques que duraram toda a noite.

“Devemos entender que as pessoas ainda estão morrendo. Infelizmente, a aviação e a artilharia inimigas estão trabalhando e atirando na fortaleza constantemente”, disse Boitshenko. Segundo ele, aviões e tanques participam da ofensiva, assim como barcos que se aproximam da costa do Mar de Azov, onde se encontra o complexo de Azovstal.

Um combatente ucraniano do regimento Azov que defende a usina anunciou na última terça-feira,3, que os russos haviam lançado um “potente ataque” contra o lugar, mas o Kremlin negou a informação.

“A ordem foi dada publicamente pelo comandante-chefe, o presidente Vladimir Putin, de anular qualquer ataque. Não há ataque neste momento”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. Segundo ele, as tropas russas apenas cercam o lugar e intervêm para “impedir rapidamente as tentativas do combatentes ucranianos de chegar a posições de tiro”.

Após as acusações ucranianas, a Rússia prometeu um cessar-fogo na siderúrgica para permitir, a partir desta quinta-feira, 5, a abertura por três dias de um corredor humanitário para retirar os civis.

“Nesse período, as Forças Armadas russas e as formações da República Popular de Donetsk irão decretar um cessar unilateral de hostilidades”, informou o Ministério da Defesa russo. Os civis que se encontram na unidade serão autorizados a viajar para a Rússia ou para áreas controladas por Kiev”, acrescentou.

Além dos presos na usina, uma investigação da agência Associated Press revelou nesta quarta-feira ter encontrado evidências de que o ataque ao Teatro Acadêmico Regional de Drama de Donetsk, em Mariupol, foi muito mais mortal do que o estimado, matando cerca de 600 pessoas dentro e fora do prédio. Isso é quase o dobro do número de mortos citado até agora, e muitos sobreviventes colocam o número ainda mais alto.

Retirada de civis

Em uma rara vitória da diplomacia, ônibus organizados pelas Nações Unidas e pela Cruz Vermelha conseguiram libertar civis da usina pelo terceiro dia consecutivo na manhã de quarta-feira, disse o governador da região de Donetsk.

Mais cedo, Irina Vereshchuk, havia dito que quatro corredores humanitários para civis que procuram fugir dos combates foram planejados para esta quarta-feira. As rotas foram definidas para ligar cidades no sul e leste que estão sob ataque russo – incluindo Mariupol, Tokmak e Vasilivka – a Zaporizhzhia, uma cidade controlada pela Ucrânia.

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Em Zaporizhzhia, um grupo de pessoas retirado da usina de Azovstal, em Mariupol, respiram um pouco mais aliviados.

Os ônibus deixaram Mariupol, disse o governador de Donetsk. Ele acrescentou que a partir de Tokmak, os civis podem se juntar ao grupo com seu próprio transporte. Na terça-feira, um comboio organizado internacionalmente de 101 civis escapou para Zaporizhzhia da usina siderúrgica. Até agora, ao menos 300 civis conseguiram escapar.

Mariupol passou a simbolizar a miséria humana infligida pela guerra. O cerco de dois meses dos russos ao porto estratégico do sul prendeu civis com pouca ou nenhuma comida, água, remédios ou aquecimento, enquanto as forças de Moscou transformavam a cidade em escombros. A situação na siderúrgica, em particular, chamou a atenção do mundo.

Bombardeios no leste

Cerca de 21 pessoas foram mortas na região leste de Donetsk, incluindo um grupo de trabalhadores de uma fábrica que estavam reunidos em um ponto de ônibus após seu turno, disseram autoridades.

O número total de vítimas, que também incluiu 27 feridos, foi o maior em um dia desde o mês passado, quando um míssil russo atingiu uma estação de trem na cidade de Kramatorsk, matando mais de 50 pessoas, disse Pavlo Kirilenko, governador da região de Donetsk na noite de terça-feira.

O bombardeio ocorreu na cidade de Adiivka e feriu outros 20 trabalhadores com gravidade suficiente para precisar de tratamento em um hospital, disse a empresa proprietária da usina, Metinvest, em comunicado.

“Outro crime cínico dos russos em nossa terra”, escreveu Kirilenko no aplicativo Telegram, referindo-se ao ataque.

Veículos em chamas em um depósito de petróleo depois que mísseis atingiram a instalação em uma área controlada por forças separatistas apoiadas pela Rússia em Makiivka, 15 km a leste de Donetsk Foto: AP / AP

Os ataques em Donetsk foram parte de uma enxurrada de ataques russos a cidades em pelo menos seis regiões do país na última terça-feira, incluindo a principal cidade ocidental de Lviv, onde ataques a três subestações elétricas cortaram a eletricidade em muitas áreas.

Outros dois civis foram mortos e dois ficaram feridos em bombardeios noturnos na região vizinha de Luhansk, segundo o governador Serhi Haidai, acrescentando que os ataques russos estão se intensificando.

Em seu discurso noturno, o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, disse que a Rússia estava atacando cidades indiscriminadamente, sem “nenhum objetivo militar específico”. “Obviamente, os militares russos reagiram de forma extremamente nervosa hoje aos nossos sucessos”, disse ele. “Eles estão tentando superar sua impotência, porque não são capazes de tomar a Ucrânia.”

O Ministério da Defesa da Rússia disse em comunicado que seus ataques de terça destruíram com sucesso seis subestações elétricas no oeste e centro da Ucrânia. As subestações moviam ferrovias usadas para transportar armas e munições americanas e europeias, disse o ministério.

Andri Yermak, que chefia o gabinete do presidente ucraniano, disse que Moscou está dobrando a tentativa de impedir a “ajuda ocidental com mísseis” para atingir as “novas e poderosas armas da Ucrânia”. “Mas não vai parar”, disse ele, referindo-se ao fluxo de ajuda militar do Ocidente.

O centro industrial de Donbas, que inclui Donetsk e Luhansk, continua sendo o objetivo declarado de Moscou, depois de não conseguir tomar Kiev nas primeiras semanas da guerra. Mas o avanço russo também chegou em outras regiões.

De acordo com informações do Ministério da Defesa do Reino Unido, o Kremlin mobilizou 22 grupos táticos de batalhões em sua tentativa de avançar ao longo do eixo norte do Donbas, perto da estratégica cidade de Izium. Cada unidade normalmente conta com cerca de 800 soldados, disseram os britânicos.

Apesar de lutar para romper as defesas ucranianas e ganhar terreno, a Rússia provavelmente pretende prosseguir além de Izium para capturar as cidades de Kramatorsk e Severodonetsk, enquanto tentam derrotar as forças ucranianas na região, de acordo com a avaliação britânica. No entanto, o avanço de Moscou tem sido lento, pois os combatentes ucranianos têm se entrincheirado e utilizado armas de longo alcance, como obuses, para atingir os russos.

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Questionando as causas do conflito, o líder católico falou que a "ira" do Kremlin foi "facilitada" pelo que considerou "latidos da Otan às portas da Rússia".

Desfile em Mariupol

Ao mesmo tempo que intensifica os ataques, a Rússia pretende transformar Mariupol em um local de celebração. O país prepara um desfile militar na cidade para 9 de maio, dia em que é lembrada a vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista, segundo fontes dos serviços de inteligência ucranianos informaram à agência France Presse.

Segundo as fontes, o vice-diretor da administração presidencial russa, Serguei Kirienko, chegou em Mariupol para preparar este desfile. “A missão principal do responsável de Putin é preparar as celebrações de 9 de maio”, explicou um comunicado no Telegram do serviço de inteligência.

Estão destruindo todas as provas dos crimes que cometeram”, declarou o prefeito de Mariupol na televisão. “Dão comida à população em troca de trabalho”, acrescentou.

O ministro russo da Defesa, respondendo a uma pergunta sobre os preparativos para 9 de maio, não mencionou a possibilidade de um desfile em Mariupol. “Este ano, os desfiles militares serão celebrados em 28 cidades russas”, disse, detalhando que cerca de 65 mil pessoas, 2,4 mil tipos de armamento e equipamentos militares e mais de 460 aviões serão mobilizados”.

Mariupol está praticamente sob controle do Exército russo. Apenas o grande complexo industrial Azovstal escapa do controle militar de Moscou./AFP, REUTERS, NYT e W.POST

Ucranianos denunciaram nesta quarta-feira, 4, que soldados russos invadiram a usina siderúrgica Azovstal, último reduto de resistência na devastada cidade de Mariupol. Apesar dos esforços dos último dias para retirar os civis do local, centenas continuam presos na planta, incluindo mais de 30 crianças, informou o prefeito da cidade. Disparos de artilharia voltaram a atingir a usina, mas a Rússia nega ter intensificado os ataques.

David Arakhamia, líder do partido do presidente, Volodmir Zelenski, que está em contato com os soldados ucranianos dentro da usina, afirmou que a investida final da Rússia já começou. “As tentativas de invadir a siderúrgica Azovstal continuaram pelo segundo dia. Tropas russas já estão dentro da usina”, disse. Em um vídeo publicado nesta quarta-feira, o líder do Batalhão Azov, Denis Prokopenko, disse que as tropas russas entraram no terreno da usina e havia intensas batalhas.

“Desgraçadamente há violentos combates em Azovstal hoje”, disse o prefeito Vadim Boitshenko em entrevista à televisão ucraniana. O prefeito afirmou que há centenas de civis presos no local constantemente bombardeando, incluindo crianças que esperam ser resgatadas. “Há mais de 30 (crianças)″, garantiu. Segundo ele, cerca de 100 mil residentes ainda esperam para serem retirados da cidade.

Imagem de satélite tirada pela Planet Labs PBC mostra fumaça na usina sierúrgica de Azovstal em Mariupol, em 4 de março Foto: Planet Labs PBC via AP

Segundo a vice-primeira-ministra ucraniana, Irina Vereshchuk, ao menos 2 mulheres foram mortas e outros 10 civis ficaram feridos nos ataques que duraram toda a noite.

“Devemos entender que as pessoas ainda estão morrendo. Infelizmente, a aviação e a artilharia inimigas estão trabalhando e atirando na fortaleza constantemente”, disse Boitshenko. Segundo ele, aviões e tanques participam da ofensiva, assim como barcos que se aproximam da costa do Mar de Azov, onde se encontra o complexo de Azovstal.

Um combatente ucraniano do regimento Azov que defende a usina anunciou na última terça-feira,3, que os russos haviam lançado um “potente ataque” contra o lugar, mas o Kremlin negou a informação.

“A ordem foi dada publicamente pelo comandante-chefe, o presidente Vladimir Putin, de anular qualquer ataque. Não há ataque neste momento”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. Segundo ele, as tropas russas apenas cercam o lugar e intervêm para “impedir rapidamente as tentativas do combatentes ucranianos de chegar a posições de tiro”.

Após as acusações ucranianas, a Rússia prometeu um cessar-fogo na siderúrgica para permitir, a partir desta quinta-feira, 5, a abertura por três dias de um corredor humanitário para retirar os civis.

“Nesse período, as Forças Armadas russas e as formações da República Popular de Donetsk irão decretar um cessar unilateral de hostilidades”, informou o Ministério da Defesa russo. Os civis que se encontram na unidade serão autorizados a viajar para a Rússia ou para áreas controladas por Kiev”, acrescentou.

Além dos presos na usina, uma investigação da agência Associated Press revelou nesta quarta-feira ter encontrado evidências de que o ataque ao Teatro Acadêmico Regional de Drama de Donetsk, em Mariupol, foi muito mais mortal do que o estimado, matando cerca de 600 pessoas dentro e fora do prédio. Isso é quase o dobro do número de mortos citado até agora, e muitos sobreviventes colocam o número ainda mais alto.

Retirada de civis

Em uma rara vitória da diplomacia, ônibus organizados pelas Nações Unidas e pela Cruz Vermelha conseguiram libertar civis da usina pelo terceiro dia consecutivo na manhã de quarta-feira, disse o governador da região de Donetsk.

Mais cedo, Irina Vereshchuk, havia dito que quatro corredores humanitários para civis que procuram fugir dos combates foram planejados para esta quarta-feira. As rotas foram definidas para ligar cidades no sul e leste que estão sob ataque russo – incluindo Mariupol, Tokmak e Vasilivka – a Zaporizhzhia, uma cidade controlada pela Ucrânia.

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Em Zaporizhzhia, um grupo de pessoas retirado da usina de Azovstal, em Mariupol, respiram um pouco mais aliviados.

Os ônibus deixaram Mariupol, disse o governador de Donetsk. Ele acrescentou que a partir de Tokmak, os civis podem se juntar ao grupo com seu próprio transporte. Na terça-feira, um comboio organizado internacionalmente de 101 civis escapou para Zaporizhzhia da usina siderúrgica. Até agora, ao menos 300 civis conseguiram escapar.

Mariupol passou a simbolizar a miséria humana infligida pela guerra. O cerco de dois meses dos russos ao porto estratégico do sul prendeu civis com pouca ou nenhuma comida, água, remédios ou aquecimento, enquanto as forças de Moscou transformavam a cidade em escombros. A situação na siderúrgica, em particular, chamou a atenção do mundo.

Bombardeios no leste

Cerca de 21 pessoas foram mortas na região leste de Donetsk, incluindo um grupo de trabalhadores de uma fábrica que estavam reunidos em um ponto de ônibus após seu turno, disseram autoridades.

O número total de vítimas, que também incluiu 27 feridos, foi o maior em um dia desde o mês passado, quando um míssil russo atingiu uma estação de trem na cidade de Kramatorsk, matando mais de 50 pessoas, disse Pavlo Kirilenko, governador da região de Donetsk na noite de terça-feira.

O bombardeio ocorreu na cidade de Adiivka e feriu outros 20 trabalhadores com gravidade suficiente para precisar de tratamento em um hospital, disse a empresa proprietária da usina, Metinvest, em comunicado.

“Outro crime cínico dos russos em nossa terra”, escreveu Kirilenko no aplicativo Telegram, referindo-se ao ataque.

Veículos em chamas em um depósito de petróleo depois que mísseis atingiram a instalação em uma área controlada por forças separatistas apoiadas pela Rússia em Makiivka, 15 km a leste de Donetsk Foto: AP / AP

Os ataques em Donetsk foram parte de uma enxurrada de ataques russos a cidades em pelo menos seis regiões do país na última terça-feira, incluindo a principal cidade ocidental de Lviv, onde ataques a três subestações elétricas cortaram a eletricidade em muitas áreas.

Outros dois civis foram mortos e dois ficaram feridos em bombardeios noturnos na região vizinha de Luhansk, segundo o governador Serhi Haidai, acrescentando que os ataques russos estão se intensificando.

Em seu discurso noturno, o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, disse que a Rússia estava atacando cidades indiscriminadamente, sem “nenhum objetivo militar específico”. “Obviamente, os militares russos reagiram de forma extremamente nervosa hoje aos nossos sucessos”, disse ele. “Eles estão tentando superar sua impotência, porque não são capazes de tomar a Ucrânia.”

O Ministério da Defesa da Rússia disse em comunicado que seus ataques de terça destruíram com sucesso seis subestações elétricas no oeste e centro da Ucrânia. As subestações moviam ferrovias usadas para transportar armas e munições americanas e europeias, disse o ministério.

Andri Yermak, que chefia o gabinete do presidente ucraniano, disse que Moscou está dobrando a tentativa de impedir a “ajuda ocidental com mísseis” para atingir as “novas e poderosas armas da Ucrânia”. “Mas não vai parar”, disse ele, referindo-se ao fluxo de ajuda militar do Ocidente.

O centro industrial de Donbas, que inclui Donetsk e Luhansk, continua sendo o objetivo declarado de Moscou, depois de não conseguir tomar Kiev nas primeiras semanas da guerra. Mas o avanço russo também chegou em outras regiões.

De acordo com informações do Ministério da Defesa do Reino Unido, o Kremlin mobilizou 22 grupos táticos de batalhões em sua tentativa de avançar ao longo do eixo norte do Donbas, perto da estratégica cidade de Izium. Cada unidade normalmente conta com cerca de 800 soldados, disseram os britânicos.

Apesar de lutar para romper as defesas ucranianas e ganhar terreno, a Rússia provavelmente pretende prosseguir além de Izium para capturar as cidades de Kramatorsk e Severodonetsk, enquanto tentam derrotar as forças ucranianas na região, de acordo com a avaliação britânica. No entanto, o avanço de Moscou tem sido lento, pois os combatentes ucranianos têm se entrincheirado e utilizado armas de longo alcance, como obuses, para atingir os russos.

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Questionando as causas do conflito, o líder católico falou que a "ira" do Kremlin foi "facilitada" pelo que considerou "latidos da Otan às portas da Rússia".

Desfile em Mariupol

Ao mesmo tempo que intensifica os ataques, a Rússia pretende transformar Mariupol em um local de celebração. O país prepara um desfile militar na cidade para 9 de maio, dia em que é lembrada a vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista, segundo fontes dos serviços de inteligência ucranianos informaram à agência France Presse.

Segundo as fontes, o vice-diretor da administração presidencial russa, Serguei Kirienko, chegou em Mariupol para preparar este desfile. “A missão principal do responsável de Putin é preparar as celebrações de 9 de maio”, explicou um comunicado no Telegram do serviço de inteligência.

Estão destruindo todas as provas dos crimes que cometeram”, declarou o prefeito de Mariupol na televisão. “Dão comida à população em troca de trabalho”, acrescentou.

O ministro russo da Defesa, respondendo a uma pergunta sobre os preparativos para 9 de maio, não mencionou a possibilidade de um desfile em Mariupol. “Este ano, os desfiles militares serão celebrados em 28 cidades russas”, disse, detalhando que cerca de 65 mil pessoas, 2,4 mil tipos de armamento e equipamentos militares e mais de 460 aviões serão mobilizados”.

Mariupol está praticamente sob controle do Exército russo. Apenas o grande complexo industrial Azovstal escapa do controle militar de Moscou./AFP, REUTERS, NYT e W.POST

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