Ao menos sete manifestantes morreram nas manifestações do Peru nas últimas 24 horas devido aos confrontos com as forças de segurança do país. Os manifestantes bloqueiam estradas no Norte e no Sul do país e, na noite desta segunda-feira, 12, invadiram a sede da emissora de TV Panamericana exigindo a renúncia da atual presidente, Dina Boluarte.
Os protestos começaram neste domingo, 11, nas regiões de Abancay e Arequipa. Os bloqueios nas estradas impedem o acesso a cidades como Arequipa, Trujillo e Cuzco.
Na sede da TV Panamericana, em Lima, um grupo de manifestantes invadiu o local e destruiu a porta de vidro da entrada com pedras, segundo o relato da própria emissora. Nenhum policial estava nos arredores no momento do ocorrido.
O Governo decretou estado de emergência em Apurímac, Arequipa e Ica após duas mortes em Andahuaylas. Por 60 dias, serão suspensos na província de Apurimac os direitos constitucionais relacionados à “inviolabilidade do domicílio, liberdade de trânsito pelo território nacional, liberdade de reunião e liberdade e segurança pessoais”, de acordo com o artigo 2 da Constituição peruana.
A crise política no país se agravou após o ex-presidente Pedro Castillo tentar dar um golpe de Estado, fracassar e ser preso. A política Dina Boluarte foi proclamada presidente após a destituição de Castillo, inflamando os protestos por renúncias e novas eleições.
Aumento dos protestos
Dina Boluarte anunciou nesta segunda-feira, 12, que vai apresentar ao Congresso um projeto de lei para antecipar as eleições presidenciais de 2026 para 2024, mas o anúncio não acalmou as manifestações. Os manifestantes exigem a libertação de Pedro Castillo, o fechamento do Parlamento e novas eleições.
Em uma tentativa de conter a onda de manifestações, o governo afastou nesta segunda os 26 prefeitos regionais do país, nomeados pelo governo Castillo, sob o argumento de que eles “incitam os protestos”.
O escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos declarou estar “profundamente preocupado com a possibilidade de escalada da violência”. “Dado o número de protestos, incluindo greves, planejados para esta semana, pedimos a todos os envolvidos que exerçam a moderação”, informou em nota emitida em Genebra. /EFE, AFP